Yeferson Soteldo: O Trajetória de um Talento Venezuelano no Futebol Brasileiro

Yeferson Soteldo: O Trajetória de um Talento Venezuelano no Futebol Brasileiro

Yeferson Soteldo

Yeferson Soteldo, o venezuelano de estatura baixa mas coração gigante, tem marcado o futebol sul-americano com dribles afiados e uma garra que não respeita medidas. Nascido em 30 de junho de 1997, em Acarigua, uma cidade do interior da Venezuela, ele cresceu sonhando com o gramado em meio a desafios que vão além do esporte. Com apenas 1,60 metro de altura, Soteldo conquistou apelidos como “Pequeno Gigante” e “Showteldo”, refletindo sua capacidade de transformar jogos com velocidade e habilidade. Sua jornada, que começou nas categorias de base e o levou a clubes como Santos, Grêmio e agora Fluminense, é uma história de superação, transferências movimentadas e momentos de brilho interrompidos por lesões e críticas. Neste artigo, exploramos os altos e baixos dessa carreira, com foco nos desdobramentos mais recentes, até novembro de 2025.

Os Primeiros Passos na Venezuela e o Salto para o Chile

A carreira profissional de Soteldo decolou cedo, aos 16 anos, no Zamora FC, um dos clubes tradicionais do futebol venezuelano. Estreou em 2013, mas foi em 2015 que ele se destacou de verdade: com 12 gols na temporada, ajudou o time a conquistar o Campeonato Venezuelano. Em 99 jogos pelo Zamora, entre 2013 e 2016, marcou 24 gols, números impressionantes para um jovem de 19 anos. Aquela fase moldou seu estilo: ambidestro, ele usa os dois pés com igual destreza, priorizando o drible curto e a aceleração em espaços reduzidos.

No fim de 2016, veio a primeira grande mudança: transferência para o Huachipato, do Chile, por cerca de 1,5 milhão de dólares. A adaptação não foi fácil. Em 29 partidas em 2017, fez só seis gols, e o clube o emprestou para a Universidad de Chile em 2018. Lá, ele encontrou ritmo: 37 jogos, sete gols e uma torcida que o adotou rapidamente. Foi o período em que Soteldo mostrou potencial para o mercado europeu, mas o destino o direcionou para o Brasil, terra que se tornaria sua segunda casa.

A Era Santos: Brilho, Vice-Campeonatos e Rebaixamento

Em janeiro de 2019, o Santos pagou 3,5 milhões de dólares por 50% dos direitos do jogador, um investimento ousado para um clube em reconstrução. Soteldo assinou por quatro anos e rapidamente se tornou peça-chave. Na primeira passagem, até 2021, disputou 105 jogos, com 20 gols e assistências que iluminaram o ataque santista. Em 2019, foi vice-campeão brasileiro, e em 2020, quase ergueu a Copa Libertadores – perdeu a final para o Palmeiras por 1 a 0, mas seu gol na semifinal contra o Corinthians ficou na memória.

A trajetória no Peixe teve idas e vindas. Vendido ao Toronto FC em abril de 2021 por seis milhões de dólares, ele jogou só 26 partidas no Canadá, com quatro gols e seis assistências, antes de rumar ao Tigres, do México, em janeiro de 2022. Lá, durou seis meses turbulentos: 19 jogos, um gol e desentendimentos com a diretoria. Voltou ao Santos em agosto de 2022, por empréstimo com opção de compra, que se concretizou em junho de 2023, estendendo o contrato até 2027.

Na segunda fase, foram 56 jogos, mas o desempenho oscilou. Em 2023, polêmicas como uma provocação a jogadores do Vasco em uma vitória por 4 a 1 geraram repercussão nas redes. O Santos rebaixou no Brasileirão, e Soteldo participou de apenas 39 dos 66 compromissos, afetado por questões médicas e disciplinares. Ainda assim, acumulou 21 gols e 27 assistências em 161 jogos totais pelo clube, entrando no top 3 de artilheiros estrangeiros da história santista, atrás apenas de Carlos Sánchez e Jonathan Copete.

Aventuras no Exterior e o Empréstimo ao Grêmio

Fora do Brasil, Soteldo experimentou contrastes. No Toronto, enfrentou o frio canadense e a MLS, mas o impacto foi modesto. No Tigres, a pressão por títulos não combinou com sua fase de adaptação, culminando em saída precoce. Esses episódios, no entanto, enriqueceram seu repertório: aprendeu a lidar com expectativas globais e a se readaptar a ligas competitivas.

De volta ao Brasil, em dezembro de 2023, foi emprestado ao Grêmio por uma temporada. Estreou em janeiro de 2024 e se tornou titular absoluto: 41 jogos, sete gols e quatro assistências. Brilhou na goleada por 4 a 1 sobre o São José pelo Gauchão, com gol e assistência, mas uma lesão em janeiro o sidelinou por 56 dias. Retornou em março, ajudando o Imortal em uma campanha sólida, embora sem títulos expressivos. Foi um período de redenção, mostrando versatilidade como ponta ou meia centralizado.

Chegada ao Fluminense: Esperanças, Lesão e Desafios em 2025

O ano de 2025 trouxe reviravoltas. Soteldo reapresentou-se ao Santos em janeiro, atuando mais como camisa 10 na estreia vitoriosa por 2 a 1 sobre o Mirassol, com uma assistência. No entanto, perdeu espaço com as chegadas de Benjamín Rollheiser e Neymar, que ofuscaram seu brilho. Em junho, o Fluminense o contratou por oito milhões de dólares – cerca de 44 milhões de reais –, a maior compra da história do clube. A insistência veio do técnico Renato Gaúcho, que o via como peça ideal para o ataque tricolor.

A apresentação nos Estados Unidos, para a Copa do Mundo de Clubes da FIFA, foi marcada por drama: uma lesão muscular de grau 2 nas eliminatórias pela Venezuela o tirou da fase de grupos. Estreou na semifinal contra o Chelsea, entrando no segundo tempo em uma derrota por 2 a 0, substituindo Nonato. Até novembro de 2025, disputou 18 partidas sem gols, sofrendo críticas da torcida por dribles previsíveis e atuações irregulares. Sua baixa estatura, que o limita em bolas aéreas, tem sido apontada como fraqueza em um time que busca equilíbrio.

Recentemente, em uma goleada histórica do Fluminense sobre o São Paulo – vitória por 6 a 0 que garantiu vaga na Libertadores –, Soteldo entrou no fim e assistiu para o sexto gol de Kevin Serna, após passe de Ganso. Foi um lampejo em meio à seca de gols, que já dura um ano. Estatísticas gerais em clubes: 430 jogos, 70 gols e 85 assistências.

A Seleção Venezuelana: De Vice-Mundial Sub-20 a Convocações Irregulares

Pela Vinotinto, Soteldo é presença constante desde a base. Nos sub-20, em 2016-2017, fez 26 jogos e seis gols, vice-campeão sul-americano e mundial na categoria. Pelos sub-23, quatro jogos em 2020. Na principal, estreou em fevereiro de 2016, com vitória por 1 a 0 sobre a Costa Rica. São 52 partidas, quatro gols – um em 2019, dois em 2023. Em 2025, a lesão nas eliminatórias o afetou, mas ele segue como opção criativa, ao lado de Jefferson Savarino e Salomón Rondón.

A Venezuela, conhecida por defesas sólidas, ganha imprevisibilidade com Soteldo, mas sua irregularidade reflete os desafios do país: instabilidade política e econômica impactam o futebol local.

Estilo de Jogo, Críticas e Legado Potencial

Soteldo é driblador nato, veloz e criativo, comparado a jogadores como Ángel Di María pela capacidade de desequilibrar em um contra um. Sua ambidestria permite jogadas imprevisíveis pela esquerda ou direita. No entanto, críticas vêm pela inconsistência: em 2025, no Fluminense, tem sido chamado de “chama-derrota” por alguns torcedores em redes sociais, após entradas em jogos apertados. Lesões recorrentes e a dificuldade em finalizar – apenas 70 gols em 430 jogos – são pontos fracos.

Seu legado? Ainda em construção. Aos 28 anos, com valor de mercado entre 3,6 e 5,4 milhões de euros, ele representa a nova geração venezuelana que eleva o país no mapa do futebol. No Brasil, onde passou por Santos, Grêmio e Fluminense, deixou marcas: vice-Libertadores, assistências decisivas e uma torcida dividida entre amor e cobrança.

Atualizações de Novembro de 2025: Rumores de Saída e Perspectivas

Até 28 de novembro de 2025, o nome de Soteldo agita o mercado. Fontes próximas ao jogador indicam que ele e seu entorno buscam acordo para deixar o Fluminense nos “melhores termos para ambas as partes”. Interesses de outros clubes brasileiros, como Palmeiras e Atlético-MG, circulam em bastidores, segundo relatos em redes sociais e portais especializados. A possível saída vem após um ano sem gols no Tricolor, contrastando com seu histórico de contribuições.

Na seleção, com o novo ciclo pós-eliminatórias, ele é cotado para titularidade ao lado de jovens como Jesús Ramírez, prometendo um ataque mais fluido. Enquanto isso, no Fluminense, o foco é na Libertadores 2026 – se ele ficar. Rumores apontam para uma janela de inverno agitada, com Soteldo como peça cobiçada.

Conclusão: O Futuro do Pequeno Gigante

Yeferson Soteldo é mais que um jogador: é símbolo de resiliência em um esporte impiedoso. De Acarigua ao Maracanã, sua trajetória mescla glórias – como o título venezuelano e vices continentais – com lições de humildade. Em 2025, com lesões superadas e rumores fervendo, ele tem chance de reescrever o script. O futebol brasileiro, que o acolheu, espera mais shows. Seja no Fluminense ou em novo destino, o “Pequeno Gigante” segue driblando obstáculos, pronto para o próximo capítulo.

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