Vítor Pereira: O Treinador Português que Conquista o Mundo do Futebol

Vítor Pereira: O Treinador Português que Conquista o Mundo do Futebol

Vítor Pereira

Vítor Manuel de Oliveira Lopes Pereira, nascido em 26 de julho de 1968, em Espinho, Portugal, é um dos nomes mais respeitados no universo do futebol europeu e sul-americano. Aos 57 anos, ele acumula uma carreira repleta de conquistas em diferentes continentes, mostrando uma capacidade rara de adaptação a culturas e estilos variados de jogo. De origens humildes no norte de Portugal, Vítor Pereira passou de jogador amador a um dos treinadores mais cobiçados, com passagens marcantes por clubes como Porto, Olympiacos, Shanghai SIPG, Corinthians, Flamengo e, mais recentemente, Wolverhampton Wanderers. Sua filosofia de jogo, baseada em intensidade, organização tática e valorização do coletivo, o transformou em referência para gerações de profissionais. Neste artigo, exploramos sua trajetória, desde os primeiros passos até os desafios atuais, com atualizações recentes até outubro de 2025.

Infância e Formação como Jogador

Vítor Pereira cresceu em Espinho, uma cidade costeira no distrito de Aveiro, conhecida por sua tradição futebolística. Filho de uma família modesta, ele descobriu o esporte ainda criança, jogando nas ruas e em campos improvisados. Aos 10 anos, ingressou nas categorias de base do SC Espinho, clube local que moldaria seus primeiros anos no futebol.

Como volante, Vítor se destacava pela garra e pela visão de jogo, qualidades que mais tarde seriam centrais em sua carreira de treinador. Sua trajetória como jogador, no entanto, foi modesta. Ele atuou em divisões inferiores portuguesas, passando por times como o FC Porto B e o Varzim SC, sem nunca alcançar o estrelato. Em 1990, aos 22 anos, encerrou a carreira prematuramente devido a lesões recorrentes no joelho. Paralelamente ao futebol, formou-se em Educação Física pela Universidade de Porto e obteve licenças de treinador pela Federação Portuguesa de Futebol.

Essa fase de transição foi crucial. Vítor não via o fim da carreira como um obstáculo, mas como uma oportunidade. Ele começou a treinar equipes juvenis no SC Espinho, onde aprendeu a importância da formação de base. “O futebol é mais do que vitórias; é construir caráter”, diria anos depois em uma entrevista ao jornal A Bola. Sua dedicação aos estudos e ao trabalho de campo o preparou para desafios maiores, longe das luzes da fama inicial.

Primeiros Passos como Treinador em Portugal

Em 2002, Vítor Pereira assumiu o comando das categorias de base do FC Porto, um dos gigantes do futebol português. Foi ali que ele poliu sua filosofia: um 4-3-3 fluido, com pressão alta e transições rápidas. Sob sua orientação, jogadores como Hulk e James Rodríguez emergiram, mostrando sua habilidade em desenvolver talentos.

Seu primeiro cargo principal veio em 2004, no SC Sanjoanense, da terceira divisão. Em uma temporada, ele levou o time ao acesso à Segunda Liga, com um futebol ofensivo que encantou a torcida. Dali, seguiu para o GD Santa Clara, nos Açores, onde enfrentou o isolamento geográfico como lição de resiliência. Em 2006, retornou ao SC Espinho, seu clube de coração, e o salvou do rebaixamento com uma campanha heroica.

Esses anos iniciais foram de aprendizado constante. Vítor lidava com orçamentos apertados e elencos limitados, o que o ensinou a extrair o máximo de cada jogador. Em 2009, assumiu o Académico de Viseu, consolidando sua reputação como um técnico promissor. Sua ascensão chamou a atenção de clubes maiores, pavimentando o caminho para o topo.

Desafios Iniciais e Lições Aprendidas

No Santa Clara, por exemplo, Vítor enfrentou uma crise financeira que quase dissolveu o clube. Ele não só manteve o time competitivo, como integrou jovens da ilha ao profissional, criando laços duradouros com a comunidade. Essas experiências o tornaram um líder empático, capaz de motivar grupos heterogêneos. “Treinar é como educar: exige paciência e visão de longo prazo”, confidenciou ele em uma palestra na Universidade de Aveiro.

O Triunfo no FC Porto: O Início da Era de Glórias

O grande salto veio em junho de 2011, quando Vítor Pereira foi anunciado como treinador do FC Porto, sucedendo André Villas-Boas. Aos 42 anos, ele assumia um time repleto de estrelas, mas sob pressão de repetir os sucessos recentes. Sua estreia foi avassaladora: vitória por 3 a 0 sobre o Estrela da Amadora.

Na temporada 2011-2012, Vítor conquistou a Primeira Liga portuguesa com folga, somando 27 vitórias em 30 jogos. O Porto marcou 85 gols, um recorde, graças à tríade Hulk, Falcao e James. Ele também ergueu a Supertaça Cândido de Oliveira. Na Europa, o time chegou às oitavas da Liga dos Campeões, eliminado pelo Málaga.

Em 2012-2013, renovou por mais um ano, mas a pressão aumentou. O Porto caiu nas oitavas da Champions para o Real Madrid e foi eliminado na Taça de Portugal. Apesar disso, Vítor deixou o clube com 65 vitórias em 93 jogos, um aproveitamento de 70%. Sua saída, em junho de 2013, foi amigável, mas marcou o fim de uma era dourada.

O Estilo Tático que Revolucionou o Porto

Vítor implementou um meio-campo dinâmico, com volantes box-to-box e laterais ofensivos. Essa abordagem influenciou treinadores como José Mourinho, que o elogiou publicamente. No Porto, ele priorizou a posse de bola qualificada, evitando o pragmatismo defensivo comum em Portugal.

Aventura na Grécia: Domínio com o Olympiacos

Após uma breve passagem pelo Al-Ahli, nos Emirados Árabes, Vítor chegou ao Olympiacos em janeiro de 2015. O clube grego vivia instabilidade, mas ele transformou o time em uma máquina de vitórias. Na primeira temporada parcial, conquistou o Campeonato Grego com invencibilidade em casa.

Entre 2015 e 2018, Vítor ergueu quatro títulos consecutivos da Super Liga grega, além de três Copas da Grécia. Seu Olympiacos marcou mais de 100 gols por temporada, com destaques para Mitroglou e Ideye Brown. Na Europa, chegou às quartas da Liga Europa em 2017, eliminando o Arsenal nos pênaltis – uma das maiores zebras da história.

Ele deixou o clube em maio de 2018, após 142 jogos e 102 vitórias. A torcida o apelidou de “O Português Invencível”, e até hoje há uma ala dedicada a ele no estádio Karaiskakis.

Conexão com a Cultura Grega e Legado Duradouro

Vítor se adaptou rapidamente à paixão grega pelo futebol, incorporando elementos locais como a intensidade nos duelos físicos. Ele promoveu a integração de jovens, como o zagueiro Siovas, e deixou um modelo de gestão que o Olympiacos ainda segue.

Conquistas na Ásia: O Título Chinês com o Shanghai SIPG

Em dezembro de 2018, Vítor Pereira assinou com o Shanghai SIPG, atual Shanghai Port, na Super Liga chinesa. O desafio era enorme: um elenco bilionário, mas sem tradição de títulos. Ele chegou com Oscar, ex-Chelsea, e Hulk, seu pupilo do Porto.

Na temporada de estreia, 2018, o time foi vice-campeão, mas em 2019, Vítor conquistou o título chinês com 20 vitórias em 30 jogos. Foram 82 gols marcados, recorde na era moderna. Ele também venceu a Supercopa chinesa em 2023, antes de partir.

Entre 2018 e 2021, comandou 116 partidas, com 72 vitórias. Sua saída, em novembro de 2021, foi motivada por motivos familiares, mas ele retornou brevemente em 2023 para uma campanha de transição.

Adaptação ao Futebol Chinês e Influência Global

No Shanghai, Vítor lidou com a rigidez cultural e o investimento estrangeiro. Ele enfatizou a disciplina tática, misturando europeus com locais, e elevou o nível da liga. Sua passagem é vista como um marco na profissionalização do futebol asiático.

Chegada ao Brasil: A Paixão pelo Corinthians

O futebol brasileiro chamou Vítor em dezembro de 2021, quando ele assumiu o Corinthians. O Timão vivia turbulências, mas ele estreou com vitória sobre o Grêmio. Na temporada 2022, levou o time à final da Copa do Brasil, perdendo para o Flamengo nos pênaltis, e terminou o Brasileirão em quarto lugar, garantindo vaga na Libertadores.

Em 64 jogos, foram 26 vitórias, 21 empates e 17 derrotas – aproveitamento de 51,6%. Destaques incluem o 4-0 sobre o Santos e a virada contra o Palmeiras. Vítor saiu em novembro de 2022, após desentendimentos com a diretoria, mas deixou uma marca de estabilidade.

O Impacto na Fiel e no Estilo Paulista

Vítor conquistou a torcida corintiana com seu carisma e futebol ofensivo. Ele valorizou a base, promovendo jogadores como Yuri Alberto, e adaptou o 4-2-3-1 ao ritmo brasileiro, com ênfase em contra-ataques velozes.

Flamengo: Títulos e Saída Polêmica

Em fevereiro de 2023, Vítor Pereira chegou ao Flamengo como substituto de Jorge Sampaio. O Rubro-Negro buscava o tri da Libertadores, mas ele priorizou o Carioca. Conquistou o Campeonato Carioca invicto, com 13 vitórias e 3 empates, e a Supercopa do Brasil, batendo o Palmeiras por 4 a 3.

No Brasileirão, o time oscilou, terminando em terceiro. Na Libertadores, caiu nas oitavas para o Bolívar. Sua saída, em julho de 2023, para o Al-Shabab, gerou polêmica – multa rescisória e críticas da torcida. Ainda assim, em 31 jogos, foram 21 vitórias.

Momentos Icônicos no Mengão

A final do Carioca contra o Vasco, vencida por 2 a 0, foi épica. Vítor integrou Pedro e Arrascaeta perfeitamente, criando um ataque letal. Sua gestão foi elogiada pela CBF por promover a diversidade no elenco.

Passagem pela Arábia Saudita: Al-Shabab

No Al-Shabab, de julho de 2023 a dezembro de 2024, Vítor enfrentou a Liga Saudita em ascensão. Com nomes como Carrasco e Cuéllar, terminou em 11º no campeonato de 2023-2024. Foram 42 jogos, 18 vitórias. Ele deixou o clube para um novo desafio na Europa.

Lições do Deserto e Adaptação Rápida

A Arábia testou sua versatilidade: calor extremo e calendário apertado. Vítor focou em rotação de elenco, elevando o nível defensivo do time.

O Desafio na Premier League: Wolverhampton Wanderers

Em 19 de dezembro de 2024, Vítor Pereira foi anunciado no Wolverhampton, na lanterna da Premier League com 9 pontos em 16 jogos. Sua missão: evitar o rebaixamento. Estreou com 3 a 0 sobre o Leicester e, entre março e abril de 2025, venceu seis seguidos, incluindo sobre o Ipswich.

O time terminou a temporada 2024-2025 em 15º, salvo por 12 pontos de margem. Em setembro de 2025, renovou até 2028, apesar de quatro derrotas iniciais na nova campanha.

Temporada 2025-2026: Pressões e Resiliência

Aos 28 de outubro de 2025, o Wolves soma zero vitórias em nove jogos, com apenas dois pontos, na lanterna. A distância para o Fulham, fora do Z-4, é de seis pontos. Vítor mantém a calma, pedindo união em entrevistas.

Atualizações Recentes: Outubro de 2025 e a Tensão com a Torcida

No dia 26 de outubro de 2025, o Wolverhampton perdeu por 3 a 2 para o Burnley, em casa, pela nona rodada. A torcida, frustrada, vaiou o time e gritou “Vocês não merecem a camisa” e “Você será demitido amanhã”. Vítor, irritado, aproximou-se da arquibancada sul, gesticulando e respondendo às provocações. Jogadores como Jorgen Strand Larsen e João Gomes (ex-Flamengo) o contiveram, junto com seguranças, evitando uma confusão maior.

Na coletiva pós-jogo, o treinador se acalmou: “Entendo a frustração, mas precisamos de apoio agora. Estamos construindo algo”. O incidente viralizou nas redes, com vídeos mostrando Vítor abatido, mas determinado. É a pior fase de sua carreira: três vitórias em 18 jogos na temporada 2024-2025, aproveitamento de 25%.

A próxima partida, contra o Fulham no sábado, é crucial. Analistas apontam que, se não vencer, a diretoria pode intervir. Ainda assim, Vítor renovou em setembro, mostrando confiança no projeto. Fontes próximas revelam que ele estuda reforços no mercado de inverno para injetar velocidade no meio-campo.

Repercussões e Reflexões Pessoais

O episódio ecoou no Brasil, onde torcedores de Corinthians e Flamengo reviveram memórias mistas. Vítor, em ligação para amigos, teria dito: “A pressão faz parte, mas o amor pelo jogo me mantém”. Sua família, em Portugal, o apoia, e ele planeja uma viagem curta para recarregar.

Legado de Vítor Pereira: Um Treinador Global

Com mais de 700 jogos como treinador, Vítor soma 18 títulos, incluindo ligas em quatro países. Seu legado é de adaptabilidade: do rigor português ao calor brasileiro, da intensidade grega à opulência chinesa. Ele formou mais de 50 jogadores que atuam em grandes ligas, priorizando o desenvolvimento humano.

Críticos o acusam de instabilidade em grandes clubes, mas defensores destacam sua capacidade de viradas, como no Wolves de 2025. Aos 57, ele sonha com a seleção portuguesa ou um retorno ao Brasil.

Influência em Jovens Treinadores

Figuras como Abel Ferreira citam Vítor como inspiração. Seus livros e palestras sobre tática moderna são best-sellers em academias de futebol.

Conclusão: O Futuro de um Guerreiro

Vítor Pereira é mais que um treinador: é um contador de histórias no gramado. De Espinho a Wolverhampton, sua jornada inspira pela persistência. Em outubro de 2025, no olho do furacão, ele lembra que o futebol é ciclo: derrotas precedem glórias. Que venham mais capítulos nessa saga portuguesa que encanta o mundo.