Vinícius Júnior: O Fenômeno Brasileiro do Futebol

Vinícius Júnior: O Fenômeno Brasileiro do Futebol

Vinícius Júnior

Vinícius Júnior, ou simplesmente Vini Jr., é um dos nomes mais brilhantes do futebol mundial. Nascido no Rio de Janeiro, ele representa não só o talento puro do esporte brasileiro, mas também a superação de desafios pessoais e sociais. Aos 25 anos, em outubro de 2025, Vinícius continua a encantar torcedores com sua velocidade explosiva, dribles imprevisíveis e gols decisivos. Este artigo mergulha na trajetória desse jovem craque, desde suas raízes humildes até os gramados da Europa, passando pelas conquistas recentes e os momentos de tensão que marcam sua carreira.

Biografia e Início da Vida

Vinícius José Paixão de Oliveira Júnior veio ao mundo em 12 de julho de 2000, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Filho de pais humildes, ele cresceu em um bairro periférico onde o futebol era mais do que um jogo: era uma saída para sonhos maiores. Seu pai, Vinícius José Paixão de Oliveira, trabalhava como soldador e, para sustentar a família, chegou a se mudar para São Paulo, deixando o jovem Vini com tios e primos. A mãe, Sueli de Oliveira, era o pilar emocional, incentivando-o a treinar incansavelmente.

Desde cedo, Vinícius mostrou paixão pelo esporte. Aos seis anos, começou no futsal do Canto do Rio Foot-Ball Club, em Niterói, onde conquistou a Copa Niterói da Liga Niteroiense de Desportos em 2007. O futsal moldou seu estilo: rápido, habilidoso e criativo. Aos dez anos, ele foi aprovado em uma peneira do Flamengo, o clube do coração da família. A distância de 70 quilômetros entre São Gonçalo e o Ninho do Urubu era um obstáculo, mas Vini se mudou para morar com um primo em Itaguaí, perto do centro de treinamento. Lá, ele usava a camisa número 8 em homenagem a Adílio, um ídolo rubro-negro, e logo se destacou na “Geração 2000”, ficando invicto por mais de 90 jogos nas categorias mirim e infantil.

A infância não foi fácil. A família enfrentava dificuldades financeiras, e Vinícius treinava com chuteiras velhas e bola de meia. Mas seu talento era inegável. Em 2013, aos 13 anos, ele já era convocado para a Seleção Brasileira Sub-15. Clubes como o Corinthians tentaram levá-lo, mas o Flamengo resistiu. Foi nessa base que Vini aprendeu valores como disciplina e humildade, lições que o acompanham até hoje.

Os Primeiros Passos no Flamengo

Categorias de Base

No Flamengo, Vinícius Júnior rapidamente se tornou a joia da coroa. Aos 11 anos, ele federou pelo clube e subiu das categorias Sub-13 para as mais avançadas. Em 2015, foi campeão da Copa Votorantim, um torneio de base renomado. No ano seguinte, já nos juvenis, ele marcou dez gols e foi o maior assistente no Campeonato Carioca Sub-17, ajudando o time a golear por mais de 52 tentos no total. Sua fama explodiu na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2017, onde, com apenas 16 anos, marcou gols decisivos e atraiu olhares de gigantes europeus como Barcelona e Real Madrid.

Vini era o líder em campo: veloz pela ponta esquerda, com dribles que desmontavam defesas. Ele se inspirava em ídolos como Ronaldinho Gaúcho e Neymar, mas já mostrava um estilo próprio, misturando ousadia com inteligência tática. Fora de campo, ele equilibrava estudos e treinos, sempre com o apoio da família. Esses anos de base foram fundamentais para forjar sua mentalidade vencedora.

Estreia Profissional

A promoção ao profissional veio em maio de 2017. Aos 16 anos e dez meses, Vinícius estreou contra o Atlético Mineiro, entrando nos minutos finais de uma vitória por 5 a 0. Foi o jogador mais jovem a vestir a camisa rubro-negra desde 2000. Logo renovou contrato, com multa rescisória de 45 milhões de euros, um valor astronômico para a época. Seu primeiro gol saiu em agosto, contra o Palestino, pela Copa Sul-Americana. Em setembro, marcou dois contra o Atlético Goianiense, jogando os 90 minutos pela primeira vez.

No Fla-Flu das quartas da Sul-Americana, em novembro, ele foi decisivo: sofreu a falta para o gol da classificação e deu assistências. Terminou o ano com quatro gols e uma assistência em 37 jogos. Em 2018, elevou o nível. Marcou dois contra o Emelec na Libertadores, tornando-se o mais jovem a balançar as redes pelo Flamengo na competição continental – superando até Neymar. Em julho, igualou seus gols do ano anterior em apenas sete jogos. Sua despedida, em junho contra o Paraná, foi emocionante: 70 partidas, 14 gols e cinco assistências. A torcida rubro-negra chorou, gritando “fica”, mas o destino europeu chamava.

A Transferência Histórica para o Real Madrid

Em julho de 2017, com 16 anos, Vinícius assinou com o Real Madrid por 45 milhões de euros – a segunda maior venda da história do futebol brasileiro e o maior valor por um jogador sub-19. Ele ficou no Flamengo até junho de 2018 para amadurecer. A negociação foi um marco: o clube merengue via nele o sucessor de Cristiano Ronaldo na ponta esquerda. Chegando à Espanha, Vini falou em entrevista: “É um sonho realizado. Vou dar tudo pelo Real”. Inicialmente, jogou pelo Castilla, o time B, marcando quatro gols em cinco jogos. Mas logo chamou atenção do time principal.

Consolidação no Real Madrid

Temporadas Iniciais (2018-2021)

A estreia pelo principal veio em setembro de 2018, contra o Atlético de Madrid, tornando-se o primeiro nascido após 2000 a atuar pelo clube. Sua primeira como titular foi na Copa do Rei contra o Melilla, com assistência. Em novembro, marcou o primeiro na La Liga, contra o Valladolid – o mais jovem em 24 anos. Na Champions, deu assistências e foi titular em mata-matas. Em 2019-20, gol contra o Osasuna e no El Clásico, superando Messi como o mais jovem do século XXI a marcar nessa rivalidade. Foi eleito o melhor do Real em fevereiro.

A temporada 2020-21 foi de explosão: dois gols contra o Liverpool na Champions, quebrando recordes como o mais jovem a fazer doblete em oitavas. Em 2021-22, cinco gols em cinco jogos de La Liga, hat-trick contra o Levante e gol na final da Champions contra o Liverpool, garantindo o 14º título europeu. Ele foi o melhor jovem e entrou no time ideal da competição.

Auge e Conquistas (2021-2024)

De 2022 em diante, Vinícius se tornou indispensável. Na Supercopa da UEFA de 2022, marcou contra o Eintracht Frankfurt. No Mundial de Clubes, Bola de Ouro com dois gols na final. Decisivo em mata-matas da Champions, com viradas épicas. Em 2023-24, assumiu a camisa 7 de Ronaldo, renovou até 2027 com multa de um bilhão de euros. Hat-trick no El Clásico da Supercopa, gol na final da Champions contra o Dortmund (15º título) e eleito o melhor da competição. Foi artilheiro do Real, com números impressionantes.

Em 2024, vitória na Supercopa da Europa contra a Atalanta, hat-trick contra o Dortmund na Champions e outro contra o Osasuna na La Liga. Alcançou 100 gols pelo clube em dezembro contra o Pachuca na Copa Intercontinental, onde foi eleito o melhor. Vice-campeão da Bola de Ouro, mas vencedor do The Best FIFA como melhor do mundo – o primeiro brasileiro desde Kaká em 2007.

Temporada 2024-2025 e Início de 2025-2026

A temporada 2024-25 foi de consolidação: 11 gols e oito assistências na La Liga, hat-trick contra o Dortmund e Osasuna. Em janeiro de 2025, expulso contra o Valencia por agredir o goleiro, levando dois jogos de suspensão – um episódio que gerou críticas por seu temperamento. Ainda assim, ultrapassou os 100 gols pelo Real contra o Salzburg na Champions. Em agosto de 2025, renegociou o contrato até 2030, selando sua permanência em Madri.

No início de 2025-26, sob o comando de Xabi Alonso (novo técnico após Ancelotti), Vinícius tem cinco gols e quatro assistências em 13 jogos. Mas completou 90 minutos só três vezes, mostrando uma rotação maior no elenco. A equipe luta pela La Liga e Champions, com Vini como peça-chave na ponta.

Carreira na Seleção Brasileira

Categorias de Base

Pela Sub-15 em 2015, 11 jogos, sete gols e vice-artilheiro no Sul-Americano, com o Brasil campeão nos pênaltis contra o Uruguai. Na Sub-17, 21 partidas, 20 gols: artilheiro e melhor jogador no Sul-Americano de 2017 (sete gols), campeão da BRICS Cup e vice na Nike International Friendlies.

Seleção Principal

Convocado pela primeira vez em 2019, mas lesionou o tornozelo. Estreou contra o Peru em setembro. Primeiro gol em 2020, contra o Chile nas Eliminatórias. Na Copa América 2021, quatro jogos como reserva. Na Copa do Mundo 2022, titular: assistências contra Sérvia e Suíça, gol contra a Coreia do Sul nas oitavas – o mais jovem brasileiro em mata-mata desde Ronaldinho. Na Copa América 2024, três jogos e dois gols.

Em 2025, sob o novo técnico (Dorival Júnior mantido ou sucessor), brilhou em amistosos: participações em goleadas, como contra a Coreia do Sul ao lado de Rodrygo e Estêvão. Até outubro, 43 jogos e oito gols pela principal.

Conquistas e Prêmios Individuais

No Flamengo: Campeonato Carioca 2017, vice-Brasileirão 2018.

No Real Madrid: Três La Ligas (2019-20, 2021-22, 2023-24), três Champions (2021-22, 2023-24, e o histórico 14º), Copa do Rei 2022-23, duas Supercopas da UEFA (2022, 2024), Mundial 2022, Copa Intercontinental 2024, duas Supercopas da Espanha.

Pela Seleção: Sul-Americano Sub-15 2015, Sub-17 2017, BRICS Cup 2016; vice-Copa América 2021, oitavas na Copa 2022.

Individuais: Melhor Jovem da Champions 2021-22, Jogador da Temporada 2023-24, The Best 2024, Prêmio Sócrates 2023, Samba Gold 2023-24, melhor do mês na La Liga várias vezes, Bola de Ouro do Mundial 2022.

Vida Pessoal e Compromisso Social

Vinícius é reservado na vida privada. Em 2019, namorou a influenciadora Maju Mazalli por dois anos. Agenciado pela Play9, ele fundou o Instituto Vini Jr. em 2021, focado em educação via esporte para crianças pobres no Rio. Em 2023, integrou a Comissão Antirracismo da FIFA e virou sócio da LOUD, organização de e-sports. Em 2024, embaixador da UNESCO (segundo brasileiro após Pelé) e da Gatorade. Casado desde 2022 com Maria Costa, ele equilibra família e carreira.

Lutas Contra o Racismo

O racismo tem sido um capítulo doloroso. Desde 2022, episódios na Espanha: insultos de torcedores do Atlético, simulações de macaco em Valencia, vaias em Mestalla. Em 2023, o Cristo Redentor apagou luzes em solidariedade. Vini denunciou: “Não vou parar de dançar”. Em 2024, mais casos em Sevilla. Seu ativismo rendeu o Prêmio Sócrates e liderança na FIFA. Em 2025, alertas sobre o aumento do preconceito no futebol europeu o motivam a seguir firme.

Atualizações Recentes: O El Clásico de Outubro de 2025

Em 26 de outubro de 2025, o Santiago Bernabéu foi palco de um El Clásico eletrizante: Real Madrid 2 x 1 Barcelona. Vinícius foi o protagonista, desmontando a defesa catalã com dribles e criando chances – incluindo uma provocação a Lamine Yamal, que gerou confusão pós-jogo, com Raphinha defendendo o jovem espanhol. Mas o momento polêmico veio aos 71 minutos: substituído por Rodrygo com o placar a favor (2-1), Vini explodiu em fúria. Xingou o técnico Xabi Alonso (“Vai tomar no c…”), esbravejou e foi direto ao vestiário, ignorando o banco.

Alonso, em coletiva, minimizou: “Vamos conversar. Ele é importante, mas precisa controlar as emoções”. Pundits americanos criticaram o “comportamento inaceitável e desrespeitoso”, distraindo da vitória. Nas redes, torcedores divididos: uns elogiam sua entrega (nota 8/10 na atuação), outros questionam o temperamento – ecoando a expulsão de janeiro contra o Valencia. Apesar disso, Vini segue como artilheiro do time na temporada, com cinco gols. O incidente reacende debates sobre pressão em Madri, mas reforça sua paixão pelo jogo.

Conclusão

Vinícius Júnior é mais que um jogador: é símbolo de resiliência brasileira. De São Gonçalo ao Bernabéu, ele conquistou o mundo com talento e garra, mas também enfrenta batalhas fora de campo. Aos 25 anos, com contrato até 2030 e ambições na Copa de 2026, Vini promete mais capítulos épicos. Seu legado? Inspirar uma geração a sonhar grande, driblando obstáculos. O futebol agradece.