Stefanos Tsitsipas: O Tenista Grego que Conquista o Mundo
Stefanos Tsitsipas é um dos nomes mais proeminentes do tênis mundial contemporâneo. Nascido na Grécia, ele representa não apenas seu país, mas também uma nova geração de jogadores que combinam talento técnico com carisma pessoal. Com uma carreira marcada por vitórias impressionantes e desafios superados, Tsitsipas se destacou como um dos principais competidores do circuito ATP. Este artigo explora sua trajetória, desde os primeiros passos até as conquistas mais recentes, destacando aspectos de sua vida e carreira.
Biografia Inicial
Origens Familiares e Infância
Stefanos Tsitsipas veio ao mundo em 12 de agosto de 1998, em Vouliagmeni, uma região costeira de Atenas, na Grécia. Filho de Apostolos Tsitsipas, um grego treinador de tênis, e Julia Apostoli (nascida Salnikova), uma ex-tenista russa que alcançou o top 200 da WTA e foi número 1 no ranking juvenil soviético, Stefanos cresceu em um ambiente imerso no esporte. Seus pais se conheceram durante um torneio WTA em Atenas, onde Apostolos atuava como juiz de linha. A família é composta por mais três irmãos: Petros, Pavlos (Paul) e Elisavet, todos envolvidos com o tênis.
O avô materno de Tsitsipas, Sergei Salnikov, foi uma figura lendária no futebol russo, medalhista de ouro olímpico em 1956 e dirigente do FC Spartak Moscow. Essa herança esportiva influenciou profundamente Stefanos, que começou a brincar com raquetes aos três anos de idade, trocando bolas com o pai durante pausas em aulas. Além do tênis, ele experimentou futebol e natação, mas aos seis anos optou definitivamente pelo esporte da raquete, iniciando aulas no Tennis Club Glyfada, próximo a Atenas.
Aos nove anos, após participar de um torneio na França, Tsitsipas declarou ao pai seu sonho de se tornar profissional. Motivado pela paixão pela competição, ele se dedicou intensamente. Em 2015, mudou-se para a Patrick Mouratoglou Academy, na França, onde dividia o tempo entre treinamentos na Grécia e na Europa, aprimorando suas habilidades em um ambiente de alto nível.
Influências e Formação
A formação de Tsitsipas foi moldada pela disciplina familiar e pelo ambiente multicultural. Fluente em grego, inglês e russo, ele absorveu culturas diversas, o que enriqueceu sua visão de mundo. Seu pai, Apostolos, sempre foi uma figura central em sua carreira, atuando como treinador principal em vários momentos. Essa relação pai-filho no esporte trouxe tanto benefícios quanto desafios, como veremos adiante.
Carreira Juvenil
Tsitsipas despontou no circuito juvenil da ITF em 2013, aos 14 anos. Apesar de entrar tarde nos torneios de elite, ele mostrou potencial ao alcançar a final do Orange Bowl em 2014, mesmo fora do top 100. Em 2015, disputou seu primeiro Grand Slam juvenil no Australian Open, chegando às quartas de final, e terminou o ano como número 14 do mundo.
O ano de 2016 foi decisivo: Tsitsipas alcançou pelo menos as quartas em todos os torneios que disputou, incluindo os quatro Grand Slams. Venceu o Trofeo Bonfiglio e o European Junior Championships. Em duplas, ao lado de Kenneth Raisma, conquistou Wimbledon, tornando-se o primeiro grego a vencer um Grand Slam juvenil na Era Aberta desde Nicky Kalogeropoulos em 1963. Ele encerrou o ano como número 2 do ranking juvenil, atrás apenas de Miomir Kecmanović, e alcançou o topo do ranking mundial juvenil.
Essa fase juvenil solidificou sua base técnica e mental, preparando-o para a transição ao profissionalismo.
Início no Profissionalismo
Primeiros Passos no Circuito ITF e Challenger
Tsitsipas iniciou sua jornada profissional em torneios ITF na Grécia em 2013, logo após completar 15 anos. Em 2015, qualificou-se para seu primeiro ATP Challenger no Burnie International, mas perdeu na chave principal. Ainda naquele ano, conquistou seu primeiro título Future, acumulando 11 títulos até 2016 (cinco em simples e seis em duplas).
Em 2016, alcançou finais de Challenger em Mohammedia e Casablanca, entrando no top 200 em outubro. Recebeu um convite para o qualifying do ATP de Basileia, onde derrotou Rajeev Ram, mas não avançou. Em 2017, estreou em chave principal no ATP de Roterdã, perdendo para Jo-Wilfried Tsonga. No Aberto da França, caiu no qualifying para Ivo Karlovic. Venceu seu primeiro Challenger em Genova e, no Aberto da Europa, chegou à semifinal, derrotando David Goffin (top 10), tornando-se o primeiro grego no top 100 ATP aos 19 anos. Encerrou 2017 com outra final de Challenger em Brest.
Ascensão em 2018
O ano de 2018 marcou a virada. Em Doha, Tsitsipas alcançou as quartas contra Dominic Thiem. Após derrota na estreia do Australian Open, brilhou no ATP de Barcelona, chegando à sua primeira final ATP sem perder sets, derrotando três top 20, incluindo Thiem, mas caindo para Rafael Nadal. Subiu ao top 50. No Masters de Toronto, eliminou quatro top 10 consecutivos (Thiem, Djokovic, Zverev e Anderson), chegando à final contra Nadal – o mais jovem a fazer isso desde 1990. Venceu seu primeiro título ATP em Estocolmo, derrotando Ernests Gulbis, e o Next Gen ATP Finals em Milão. Encerrou o ano no top 15.
Consolidação como Estrela
2019-2020: Primeiros Grandes Resultados
Em 2019, Tsitsipas venceu o ATP de Marselha e Estoril, e chegou à semifinal do Australian Open, derrotando Roger Federer nas oitavas – sua primeira vitória contra um Big Three. No Masters de Madri, bateu Nadal na semifinal. Venceu o ATP Finals em Londres, superando Thiem na final, tornando-se o mais jovem campeão desde 2001. Encerrou como número 6 do mundo.
A pandemia de 2020 interrompeu o circuito, mas Tsitsipas manteve o nível, alcançando a semifinal do US Open e do Aberto da França, onde perdeu para Djokovic em cinco sets. Venceu o Masters de Monte Carlo em 2021, seu primeiro Masters 1000, e chegou à final do Aberto da França, liderando por 2 sets a 0 contra Djokovic, mas perdendo em cinco. Em 2022, defendeu Monte Carlo e venceu Mallorca, chegando à semifinal do Australian Open.
2021-2023: Pico e Consistência
Tsitsipas alcançou o número 3 do mundo em 2021. Venceu Lyon e chegou à final de Barcelona e Roma. Em 2022, venceu o Masters de Monte Carlo pela segunda vez e o de Astana. Chegou à final do Australian Open em 2023, perdendo para Djokovic, e venceu Los Cabos. Seu backhand de uma mão só se tornou uma arma icônica, e ele acumulou vitórias contra os melhores.
Desafios e Conquistas Recentes (2024-2025)
Mudanças e Lesões
Em 2024, Tsitsipas enfrentou inconsistências, mas venceu o Masters de Monte Carlo pela terceira vez. Lesões no cotovelo e costas o afetaram, levando a uma cirurgia menor. Ele terminou o ano no top 10, mas com menos títulos.
2025 trouxe altos e baixos. Venceu o título de Dubai em março, derrotando Felix Auger-Aliassime na final por 6-3, 6-3. Alcançou a final de Roland Garros, sentindo-se “abençoado” por ser finalista de Slam novamente, mas perdeu para Carlos Alcaraz em uma partida épica. No entanto, uma lesão nas costas o forçou a abandonar Wimbledon na primeira rodada contra Valentin Royer, deixando-o “sem respostas” e questionando sua motivação.
Mudanças no Time Técnico
Em junho de 2025, Tsitsipas contratou Goran Ivanisevic, ex-campeão de Wimbledon, como treinador, buscando inspiração. Eles trabalharam juntos em Halle, onde Tsitsipas aprendeu “muito todos os dias”. Porém, em julho, após resultados decepcionantes, incluindo uma derrota em Cincinnati, eles se separaram em uma “experiência breve mas intensa”. Tsitsipas recontratou seu pai Apostolos, marcando um retorno às raízes.
Forma Atual e Ranking
Até agosto de 2025, Tsitsipas tem um recorde de 21-17, com destaques em hard court (10-7) e clay (vitórias em Dubai e final em Paris). Seu ranking caiu para fora do top 20, o mais baixo desde 2018, devido a inconsistências. Em Winston-Salem, como cabeça de chave 1, ele estreou contra Yunchaokete Bu em 19 de agosto, buscando ritmo para o US Open. Bu, um chinês em ascensão, venceu uma partida épica na primeira rodada, mas Tsitsipas prevaleceu, mostrando sinais de recuperação.
Tsitsipas acumula 13 títulos ATP em simples, incluindo três Masters de Monte Carlo, o ATP Finals de 2019 e vários ATP 500. Seus desempenhos em Grand Slams incluem duas finais no Australian Open (2023), uma no Aberto da França (2021) e outra em 2025, além de semifinais em Wimbledon e US Open.
Estilo de Jogo
Tsitsipas é conhecido por seu jogo agressivo e versátil. Seu forehand potente e backhand de uma mão só – raro na era moderna – são suas principais armas. Ele se destaca em quadras de saibro, onde sua mobilidade e consistência brilham, mas também é eficaz em hard courts. Sua altura (1,93m) favorece o saque, frequentemente acima de 200 km/h. Mentalmente resiliente, ele usa táticas variadas, como slices e dropshots, para desestabilizar oponentes.
Fraquezas incluem inconsistências em momentos cruciais e lesões recorrentes, que afetam sua confiança.
Vida Pessoal
Fora das quadras, Tsitsipas é multifacetado. Fluente em três idiomas, ele adora filosofia, fotografia e viagens. Mantém um canal no YouTube onde compartilha vlogs sobre sua vida no circuito, revelando um lado introspectivo. Ele namorou Paula Badosa, tenista espanhola, mas o relacionamento terminou amigavelmente em 2024.
Tsitsipas é embaixador de marcas como Adidas e Rolex, e engajado em causas sociais, como apoio a refugiados gregos. Sua família permanece central, com irmãos no circuito júnior.
Controvérsias
Tsitsipas enfrentou polêmicas, como críticas por pausas longas durante partidas, vistas como táticas para quebrar o ritmo dos oponentes. Em 2021, no US Open, Andy Murray o acusou de “falta de fair play”. Ele também gerou debates ao questionar vacinas durante a pandemia, mas depois se vacinou. Relações com o pai-treinador levaram a demissões públicas, como em 2023, mas reconciliações mostram laços fortes.
Legado e Futuro
Aos 27 anos, Tsitsipas já é o maior tenista grego da história, inspirando jovens em seu país. Com mais de 300 vitórias ATP e prêmios em dinheiro superiores a US$ 30 milhões, seu legado inclui quebrar barreiras para nações menores no tênis.
Olhando para o futuro, 2025 representa um ponto de virada. Com o retorno ao pai como treinador e foco na saúde, Tsitsipas visa reconquistar o top 10 e, finalmente, um Grand Slam. Sua resiliência e talento sugerem que mais capítulos emocionantes virão.