Roger Machado Marques: O Treinador Brasileiro de Futebol
Roger Machado Marques é uma figura importante no futebol brasileiro. Como ex-jogador e atual treinador, ele construiu uma carreira marcada por conquistas em campo e desafios na beira do gramado. Nascido em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Roger se destacou como lateral-esquerdo durante sua época como atleta e, mais tarde, transitou para o comando técnico de equipes tradicionais do país. Sua trajetória reflete a paixão pelo esporte que move milhões de brasileiros, com passagens por clubes como Grêmio, Fluminense e, atualmente, Internacional. Este artigo explora sua vida, carreira e contribuições ao futebol.
Início da Vida e Formação
Roger Machado Marques veio ao mundo em 25 de abril de 1975, na capital gaúcha, Porto Alegre. Cresceu em uma região onde o futebol é mais do que um jogo: é uma tradição cultural profunda, especialmente com a rivalidade entre Grêmio e Internacional. Desde cedo, Roger demonstrou talento para o esporte. Ele ingressou nas categorias de base do Grêmio aos 16 anos, em 1991, onde passou três anos se desenvolvendo como jogador.
Sua formação não se limitou ao campo. Roger sempre valorizou a educação e o aprendizado contínuo, o que mais tarde influenciaria sua abordagem como treinador. Durante a juventude, ele enfrentou os desafios comuns a muitos atletas brasileiros: a pressão por resultados rápidos e a necessidade de equilibrar estudos com treinamentos intensos. Em 1994, aos 19 anos, ele foi promovido ao time profissional do Grêmio, marcando o início de uma carreira promissora. Essa fase inicial moldou seu caráter disciplinado e sua visão tática do jogo, qualidades que o acompanhariam ao longo dos anos.
Carreira como Jogador
A carreira de Roger como jogador foi longa e repleta de sucessos, especialmente no Grêmio, onde ele se tornou ídolo. Como lateral-esquerdo, ele era conhecido pela solidez defensiva, pela capacidade de apoiar o ataque e pela liderança em campo. Ao todo, disputou mais de 500 jogos profissionais, marcando gols importantes e conquistando títulos que entraram para a história do futebol brasileiro.
No Grêmio
Roger estreou pelo Grêmio em 1994 e permaneceu no clube até 2003. Foram 404 partidas e 4 gols, números que refletem sua consistência. Nesse período, o Grêmio viveu uma era dourada, e Roger foi peça fundamental. Ele ajudou o time a vencer a Copa Libertadores da América em 1995, um dos maiores feitos da história do clube. Além disso, conquistou o Campeonato Brasileiro de 1996, a Recopa Sul-Americana de 1997 e várias edições do Campeonato Gaúcho (1994, 1995, 1999). Sua habilidade em cruzamentos e na marcação o tornava indispensável.
Em 1999, o Grêmio ainda faturou a Copa Sul, com Roger atuando em jogos decisivos. Ele era admirado pela torcida por sua dedicação e pelo espírito de equipe. Muitos o consideravam um dos melhores laterais-esquerdos do Brasil na década de 1990, ao lado de nomes como Roberto Carlos.
No Exterior
Após uma década no Grêmio, Roger buscou novos desafios fora do Brasil. Em 2004, transferiu-se para o Vissel Kobe, do Japão, onde jogou por duas temporadas. Foram 58 partidas e 5 gols, uma adaptação bem-sucedida a um futebol mais técnico e disciplinado. Essa experiência internacional enriqueceu sua visão do jogo, expondo-o a culturas diferentes e métodos de treinamento variados. No Japão, ele lidou com a barreira da língua e o ritmo acelerado das partidas, o que fortaleceu sua resiliência.
No Fluminense
De volta ao Brasil em 2006, Roger assinou com o Fluminense, onde atuou até 2008. Em 123 jogos, marcou 10 gols, incluindo um memorável na final da Copa do Brasil de 2007, contra o Figueirense. Esse gol garantiu o título ao Tricolor Carioca, consolidando sua reputação como jogador clutch em momentos decisivos. No Fluminense, ele encontrou um ambiente de pressão constante, mas respondeu com performances sólidas.
Em 2009, tentou uma breve passagem pelo D.C. United, nos Estados Unidos, mas problemas na região lombar o forçaram a encerrar a carreira prematuramente. Aos 34 anos, Roger pendurou as chuteiras, deixando um legado de profissionalismo.
Seleção Brasileira
Pela Seleção Brasileira, Roger teve uma participação modesta, mas significativa. Em 2001, disputou um único jogo, sem marcar gols. Embora não tenha sido convocado com frequência, sua presença na equipe nacional reflete o reconhecimento de seu talento em nível internacional.
Transição para Treinador
Após a aposentadoria, Roger não se afastou do futebol. Em 2011, retornou ao Grêmio como auxiliar-técnico, onde aprendeu os bastidores do comando de uma equipe. Ele assumiu interinamente o time em duas ocasiões, vencendo clássicos contra o Internacional. Essa fase de transição foi crucial: Roger estudou táticas, analisou jogos e desenvolveu uma filosofia baseada em equilíbrio entre defesa e ataque.
Em 2014, ele aceitou seu primeiro cargo como treinador principal, no Juventude, marcando o início de uma jornada cheia de altos e baixos.
Carreira como Treinador
Como treinador, Roger Machado acumulou experiências em clubes de diferentes regiões do Brasil. Seu estilo é marcado por organização defensiva, transições rápidas e valorização do coletivo. Até março de 2025, ele dirigiu 419 jogos, com 203 vitórias, 111 empates e 105 derrotas, um aproveitamento de 57,28%. Sua carreira reflete persistência e adaptação constante.
Inícios
Roger começou no Juventude em 2014, mas foi demitido em julho após resultados irregulares. Em seguida, treinou o Novo Hamburgo, onde obteve 12 vitórias em 32 jogos, um aproveitamento de 53,13%. Essas experiências iniciais o prepararam para desafios maiores.
No Grêmio
Em maio de 2015, Roger assumiu o Grêmio como treinador principal, ficando até setembro de 2016. Seu ponto alto foi a vitória histórica de 5-0 no Grenal 407, um clássico gaúcho memorável. Ele implementou um futebol ofensivo, mas deixou o clube após uma sequência ruim.
Em fevereiro de 2022, retornou ao Grêmio na Série B, alcançando a terceira maior série invicta da história da competição (17 jogos). Apesar disso, foi demitido em setembro.
Atlético Mineiro
Em 2017, Roger comandou o Atlético Mineiro, conquistando o Campeonato Mineiro. Em 43 jogos, obteve 23 vitórias, com aproveitamento de 60,47%. Sua passagem foi positiva, destacando-se pela montagem de uma equipe competitiva.
Palmeiras
No Palmeiras, em 2018, Roger dirigiu 44 jogos, com 27 vitórias e aproveitamento de 68,18%, o melhor de sua carreira. No entanto, foi demitido em julho após eliminações em copas.
Bahia
De 2019 a 2020, treinou o Bahia, vencendo o Campeonato Baiano de 2019. Em 74 jogos, teve 30 vitórias e aproveitamento de 50,45%. Ele valorizou jogadores locais e promoveu um futebol dinâmico.
Fluminense
Em fevereiro de 2021, Roger voltou ao Fluminense, onde ficou até agosto. Em 42 jogos, 19 vitórias e aproveitamento de 53,49%. Não conquistou títulos, mas estabilizou o time.
Juventude e Internacional
Em janeiro de 2024, Roger reassumiu o Juventude, pedindo demissão em julho. Logo após, em 18 de julho de 2024, foi anunciado como treinador do Internacional, com contrato até dezembro de 2025. Em março de 2025, conquistou o Campeonato Gaúcho de forma invicta, interrompendo uma sequência de sete títulos do Grêmio. Foi um marco, com o time demonstrando solidez defensiva.
No entanto, em agosto de 2025, o Internacional enfrentou desafios. Em 20 de agosto, foi eliminado da Copa Libertadores pelo Flamengo, com derrota por 0-2 no Beira-Rio (agregado 0-3). Após o jogo, Roger desabafou: “Não vejo que faltou força da nossa equipe. A fase do Flamengo é melhor que a do Internacional. Nos faltou capacidade.” A eliminação aumentou a pressão sobre ele, com torcedores questionando sua permanência. Alguns defendem sua representatividade e trabalho, enquanto outros criticam os resultados recentes.
Conquistas como Treinador
Como treinador, Roger coleciona títulos estaduais: Campeonato Mineiro (2017, Atlético Mineiro), Campeonato Baiano (2019, Bahia) e Campeonato Gaúcho (2025, Internacional). Essas vitórias destacam sua capacidade de motivar equipes em competições regionais, embora títulos nacionais ainda sejam um objetivo pendente.
Estilo de Jogo e Filosofia
Roger adota uma filosofia equilibrada, priorizando a defesa organizada e contra-ataques rápidos. Ele valoriza a disciplina tática e o desenvolvimento de jovens talentos. Em entrevistas, enfatiza a importância do coletivo sobre individualidades. Sua abordagem humanizada, considerando o bem-estar dos jogadores, o diferencia. Ele também aborda temas sociais, como o racismo no futebol, promovendo inclusão.
Vida Pessoal
Roger mantém uma vida pessoal discreta. Casado e pai de família, ele reside em Porto Alegre quando possível. Fora do futebol, gosta de ler sobre história e táticas esportivas. Sua origem humilde o torna sensível a questões sociais, e ele participa de iniciativas comunitárias no Rio Grande do Sul.
Legado e Perspectivas Futuras
O legado de Roger Machado é de perseverança. Como jogador, ele simboliza a era vitoriosa do Grêmio; como treinador, representa a evolução de ex-atletas no comando. Aos 50 anos, em agosto de 2025, ele enfrenta pressões no Internacional, mas sua experiência sugere potencial para recuperação. O futuro pode incluir novos desafios, talvez em clubes maiores ou até na seleção. Roger continua inspirando gerações, provando que o futebol é uma jornada de aprendizado constante.