Robert Renan: O Zagueiro Brasileiro que Conquista o Mundo do Futebol

Robert Renan

Robert Renan Alves Barbosa é um daqueles nomes que ecoam com promessas no futebol brasileiro. Aos 22 anos, o zagueiro nascido em Brasília já trilhou um caminho repleto de desafios e conquistas, passando por clubes tradicionais do Brasil e da Europa até chegar ao Vasco da Gama em 2025. Sua história é de superação, técnica apurada e uma paixão que o leva a arriscar em momentos decisivos, como aqueles pênaltis de cavadinha que viraram marca registrada. Neste artigo, mergulhamos na trajetória desse jovem talento, desde os primeiros chutes na capital federal até as atuações recentes que o colocam como peça fundamental no cruzmaltino.

Origens em Brasília: Os Primeiros Passos de um Defensor Nascido para Brilhar

Nascido em 11 de outubro de 2003, em Brasília, Distrito Federal, Robert Renan cresceu em um ambiente onde o futebol era mais do que um esporte – era uma saída para sonhos maiores. A capital brasileira, com seus campos sintéticos e torneios locais, serviu de berço para um garoto que, desde cedo, demonstrava uma estatura imponente e uma visão de jogo que chamava atenção. Com 1,86 metro de altura e canhoto nato, ele se destacava nas peladas de rua e nos treinos informais, onde sua habilidade para ler o jogo e interceptar passes já se revelava.

Aos 15 anos, em 2018, Robert ingressou nas categorias de base do Novorizontino, um clube paulista conhecido por revelar talentos. Foi lá que ele começou a moldar seu estilo: firme na marcação, mas sempre com o pé calibrado para iniciar jogadas. No ano seguinte, em 2019, uma oportunidade maior surgiu. O Corinthians, gigante do futebol paulista, o contratou para suas equipes sub-17 e sub-20. Essa transição marcou o início de uma fase intensa de aprendizado. No Timão, Robert disputou a Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2022, um torneio que testa o limite dos jovens atletas. Sua presença em campo era constante, e os olheiros já cochichavam sobre o potencial de um zagueiro que combinava força física com inteligência tática.

Esses anos formativos não foram só de glórias. Lesões leves e a pressão de um clube como o Corinthians exigiram maturidade precoce. Mas Robert, com o apoio da família – que sempre sonhou em vê-lo em grandes estádios –, persistiu. Sua dedicação nos treinos extras e na análise de jogos de ídolos como Thiago Silva e Marquinhos o preparou para o salto profissional. Em Brasília, ele deixou raízes profundas: amigos de infância ainda comentam como o menino quieto se transformou em um líder nato.

Estreia Profissional: O Batismo no Corinthians e os Desafios Iniciais

A estreia de Robert Renan como profissional aconteceu em 20 de abril de 2022, em um empate por 1 a 1 contra a Portuguesa-RJ, pela Copa do Brasil. Entrando no segundo tempo, ele mostrou compostura imediata, ajudando a segurar o resultado. Foi um momento simbólico: o garoto de Brasília vestindo a camisa alvinegra em um clássico regional. Poucas semanas depois, em 26 de junho, veio o batismo no Campeonato Brasileiro Série A, em um empate sem gols contra o Santos. Nesses primeiros jogos, Robert acumulou 10 aparições na elite nacional, sem gols, mas com atuações que revelavam seu potencial.

No Corinthians, entre 2022 e 2023, ele jogou 13 partidas no total, alternando entre o time principal e a base. O técnico Sylvinho o elogiava pela leitura de jogo, mas o clube enfrentava uma fase instável, com eliminações precoces em copas e brigas contra o rebaixamento. Robert aprendeu na marra: em jogos contra rivais como Palmeiras e São Paulo, ele testou sua capacidade de lidar com pressão. Foi nesse período que sua ousadia começou a se destacar. Em treinamentos, ele treinava cobranças de pênalti com cavadinha, uma técnica arriscada que dividia opiniões, mas que ele via como expressão de confiança.

Apesar das poucas chances como titular, o desempenho chamou atenção internacional. Em janeiro de 2023, o Zenit São Petersburgo, do Campeonato Russo, fez uma proposta irrecusável: aquisição de 50% dos direitos econômicos em troca de jogadores e permanência de Yuri Alberto no Timão. Robert assinou um contrato de cinco anos, até 2028, marcando o fim de sua primeira etapa no Brasil. Aos 19 anos, ele partia para a Europa, deixando o Corinthians com uma herança de garra e promessas de retorno.

A Aventura Europeia: Do Frio Russo aos Desertos da Arábia Saudita

Chegando ao Zenit em fevereiro de 2023, Robert enfrentou um choque cultural e climático. Apresentado em 20 de fevereiro, ele estreou logo em 4 de março, em uma vitória por 3 a 0 sobre o Nizhny Novgorod. O Campeonato Russo, com seu ritmo intenso e defesas compactas, testou sua adaptação. Na temporada 2022-23, ele jogou nove partidas, contribuindo para o título nacional – o Zenit ergueu a taça em maio. No ano seguinte, 2023-24, foram mais oito jogos, incluindo a Supercopa da Rússia em julho de 2023, onde brilhou ao cobrar o pênalti decisivo de cavadinha na vitória por 5 a 4 contra o CSKA Moscou. Aquela imagem, de um jovem brasileiro dançando com a bola, viralizou entre torcedores russos e brasileiros.

Ao todo, foram 17 aparições pelo Zenit, sem gols, mas com assistências valiosas. No entanto, a concorrência acirrada e a necessidade de minutos para amadurecer o levaram a empréstimos. Em janeiro de 2024, retornou ao Brasil, cedido ao Internacional até agosto. No Beira-Rio, estreou em 21 de janeiro pelo Gauchão, em vitória sobre o Avenida. Alternando como zagueiro e lateral esquerdo, jogou 31 partidas, incluindo uma assistência contra o Cuiabá no Brasileirão. Mas nem tudo foram flores: em março, desperdiçou um pênalti de cavadinha contra o Juventude, gerando críticas e, lamentavelmente, ataques racistas nas redes. O Inter emitiu nota de repúdio, e Robert usou o episódio para crescer, declarando em entrevista: “Erros fazem parte, mas o racismo não tem lugar no futebol”.

O empréstimo ao Inter terminou em agosto de 2024, e logo veio o próximo capítulo: Al Shabab, da Arábia Saudita, a partir de 3 de setembro. Lá, ele se firmou como titular absoluto, jogando 34 de 35 partidas na liga saudita, com três assistências. Levou o time às semifinais da Copa do Rei e a uma honrosa sexta posição no campeonato. O calor escaldante e o estilo mais ofensivo da liga o ajudaram a refinar sua saída de bola, tornando-o um zagueiro moderno, capaz de transitar para o meio-campo.

De Volta ao Brasil: O Sonho Realizado no Vasco da Gama

Em agosto de 2025, com 21 anos recém-completados, Robert Renan assinou empréstimo com o Vasco da Gama até junho de 2026, com opção de compra. Anunciado em 25 de agosto, ele chegou ao clube carioca como reforço para a reta final do Brasileirão e copas. “Jogar pelo Vasco era o sonho da minha família”, disse ele na apresentação, emocionado. A estreia veio em 12 de setembro, nas quartas de final da Copa do Brasil contra o Botafogo: entrou no segundo tempo, em empate por 1 a 1, e cobrou o pênalti decisivo na classificação vascaína.

Até 11 de dezembro de 2025, Robert acumulou 17 jogos pelo Vasco, sem gols, mas com atuações sólidas. No Brasileirão, ele ajudou na defesa que sofreu poucos gols em casa, incluindo uma vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo em novembro. Sua versatilidade – jogando como zagueiro central ou lateral – tem sido crucial para o técnico Álvaro Pacheco, que o elogia pela maturidade. Em uma entrevista recente ao Globo Esporte, Robert comentou: “Voltei ao Brasil para me reaproximar das raízes, mas com tudo que aprendi na Europa”. O empréstimo tem sido um acerto: o Vasco briga por uma vaga na Libertadores, e Robert surge como pilar dessa campanha.

Carreira na Seleção: Do Sub-20 à Ambição pela Principal

A trajetória internacional de Robert começou cedo. Em 2021, com a sub-18, ele disputou três jogos. No sub-20, estreou em novembro de 2022 contra o Chile e se tornou capitão no Sul-Americano de 2023, na Colômbia, onde o Brasil conquistou o título invicto. Foram 18 partidas e um gol pela base. Em 2023, ganhou uma convocação para a seleção principal, em março, para amistoso contra o Marrocos, mas ficou no banco.

Pela sub-23, uma aparição em 2023. Até junho de 2023, somava 20 jogos pela Canarinho, sem gols. Com Dorival Júnior no comando, Robert espera uma chance em 2026, para as Eliminatórias. Sua liderança na base o posiciona bem: “Quero honrar a camisa amarela como fiz na sub-20”, afirmou ele em coletiva recente.

Estilo de Jogo e Legado Pessoal: Mais que um Defensor

Robert Renan é o protótipo do zagueiro completo: alto, forte na bola aérea, mas com toques refinados. Sua preferência pela cavadinha em pênaltis reflete uma personalidade ousada, inspirada em ídolos como Ronaldinho. Pode atuar como lateral esquerdo, adicionando profundidade ao ataque. Críticos apontam a impulsividade como ponto a melhorar, mas sua evolução em ligas variadas – do frio russo ao calor saudita – mostra adaptação rápida.

Na vida pessoal, Robert mantém discrição. Solteiro, dedica tempo à família em Brasília e a causas contra o racismo no esporte, após o episódio no Inter. Ele é fã de música brasileira e usa as redes para motivar jovens de periferias. Seu patrimônio, estimado em 60 milhões de reais pelo Transfermarkt em 2025, reflete o valor de mercado de um talento em ascensão.

Atualizações Recentes: O Ano de 2025 e o Futuro Promissor

2025 tem sido transformador para Robert. Após o empréstimo ao Al Shabab, onde brilhou com 35 jogos e semifinais na Copa do Rei, a volta ao Vasco o reconectou ao futebol brasileiro. Em dezembro, ele foi peça-chave na vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo, em jogo que garantiu ao Vasco a oitava posição no Brasileirão. Rumores de interesse do Flamengo e de clubes europeus circulam, mas Robert foca no presente: “Quero títulos aqui antes de pensar no resto”.

Com 113 jogos profissionais até agora (todos sem gols, mas com troféus como o Russo e o Sul-Americano sub-20), Robert Renan soma conquistas que vão além dos números. Sua jornada, de Brasília ao Maracanã, inspira uma geração. Aos 22 anos, ele não é mais promessa – é realidade. E o futebol brasileiro agradece por mais um zagueiro que eleva o padrão.