Renato Gaúcho: O Gaúcho que Encanta o Futebol Brasileiro

Renato Gaúcho: O Gaúcho que Encanta o Futebol Brasileiro

Renato Gaúcho

Renato Gaúcho, ou simplesmente Renato Portaluppi, é uma das figuras mais carismáticas e vitoriosas do futebol brasileiro. Nascido em 9 de setembro de 1962, em Guaporé, no Rio Grande do Sul, ele carrega no sangue a paixão pelo esporte que o levou dos gramados como jogador habilidoso a um dos treinadores mais respeitados do país. Com um apelido que reflete sua origem sulista e sua garra incansável, Renato não é só um nome no mundo da bola: ele é sinônimo de emoção, títulos e uma personalidade que divide opiniões, mas conquista torcidas. Ao longo de mais de quatro décadas no futebol, Renato acumulou histórias que vão desde gols decisivos em mundiais até viradas improváveis à beira do banco de reservas. Este artigo mergulha na trajetória desse ícone, destacando suas conquistas, desafios e o que o futuro reserva para ele em novembro de 2025.

Os Primeiros Passos: De Guaporé aos Grandes Palcos

Infância e Descoberta do Futebol

A história de Renato começa nas ruas poeirentas de Guaporé, uma pequena cidade no interior do Rio Grande do Sul. Filho de imigrantes italianos, ele cresceu em uma família humilde, onde o futebol era mais do que um jogo: era escape e sonho. Desde menino, Renato demonstrava um talento natural para a bola. Com pernas rápidas e um drible afiado, ele se destacava nos campinhos improvisados, sonhando em um dia vestir a camisa de um time grande. Aos 15 anos, foi para Porto Alegre, onde ingressou nas categorias de base do Grêmio, o clube que mudaria sua vida para sempre.

No Grêmio, Renato não demorou a brilhar. Em 1980, aos 18 anos, ele estreou no time principal. Sua posição de ponta-direita era perfeita para seu estilo: veloz, habilidoso e com um faro de gol impressionante. Mas foi em 1983 que o mundo do futebol o conheceu de verdade. Na final da Copa Libertadores contra o Peñarol, do Uruguai, Renato marcou dois gols na partida de ida, garantindo a vitória por 2 a 1. Na volta, mesmo com derrota por 1 a 0, o Grêmio ergueu o troféu. Aquela conquista não foi só um título: foi o passaporte de Renato para a eternidade.

Ascensão como Jogador: Títulos e Transferências

Os anos seguintes foram de glória. Em dezembro de 1983, Renato viveu o auge ao vencer a Copa Intercontinental contra o Hamburgo, da Alemanha. No estádio Nacional de Tóquio, ele marcou o segundo gol na vitória por 2 a 1, selando o que seria o primeiro título mundial de um clube brasileiro na história. Aquela imagem de Renato erguendo a taça, com o cabelo ao vento e o sorriso largo, se tornou icônica.

Mas Renato não era só de Grêmio. Em 1986, transferiu-se para o Flamengo, onde formou uma dupla letal com Zico e Bebeto. No Rubro-Negro, ele conquistou o Campeonato Carioca de 1986 e viveu momentos de pura magia no Maracanã. Depois, passou pelo Botafogo, onde ganhou mais um Carioca em 1990, e pelo Corinthians, em 1991. Sua carreira como jogador somou quase 200 gols em mais de 700 partidas, com passagens também pela Seleção Brasileira, onde disputou a Copa América de 1983 e 1989.

Renato pendurou as chuteiras em 1996, aos 34 anos, após uma lesão no joelho que o afastou dos campos. Mas o futebol não o largou. Ele voltou ao Grêmio como auxiliar técnico, aprendendo os meandros do comando de equipe. Foi o início de uma nova fase, onde sua experiência como atleta se transformaria em lições para os mais jovens.

A Transição para o Banco: De Jogador a Estrategista

Primeiros Desafios como Treinador

A estreia de Renato como treinador veio em 1997, no Madureira, no Rio de Janeiro. Foi um período de aprendizado, com altos e baixos, mas cheio de ousadia. Ele levou o time à final do Campeonato Carioca de 1998, surpreendendo os favoritos. Dali em diante, Renato começou a mostrar sua marca: times ofensivos, com muita garra e um toque de improviso. Em 2000, assumiu o Fluminense pela primeira vez, salvando o clube do rebaixamento no Brasileirão. Aquela campanha, marcada por vitórias improváveis, mostrou que Renato tinha o dom de motivar jogadores sob pressão.

No Grêmio, sua casa espiritual, Renato retornou em 2003. Foi uma montanha-russa: rebaixamento em 2004, mas promoção imediata em 2005. Ele saiu, voltou e, em 2010, levou o Tricolor ao título da Copa do Brasil, batendo o Santos de Neymar na final. Esses idas e vindas pelo Olímpico moldaram sua reputação como um técnico resiliente, capaz de renascer das cinzas.

Consolidação no Cenário Nacional

A década de 2010 foi o auge de Renato como treinador. Em 2016, ele assumiu o Grêmio em meio a uma crise e transformou o time em uma máquina. A campanha na Libertadores de 2017 é lendária: vitórias sobre Botafogo, Barcelona de Guayaquil e Lanús na final, com 3 a 1 no Monumental de Buenos Aires. Renato se tornou o único homem na história a vencer a Libertadores como jogador e como técnico – um feito que ecoa até hoje.

No Atlético Mineiro, em 2018, ele ganhou o Campeonato Mineiro. Mas foi no Flamengo, em 2021, que Renato mostrou versatilidade. Assumindo em julho, ele levou o time ao título da Copa Libertadores contra o Palmeiras, em uma final épica no Montevidéu. Aquela vitória por 2 a 1, com Gabigol decidindo nos pênaltis, coroou uma era rubro-negra. No entanto, a pressão carioca o fez sair após o Brasileirão, mas não sem deixar sua marca: o Fla de Renato era sinônimo de futebol vistoso e resultados.

Passagens Marcantes por Clubes: Legados Inesquecíveis

Grêmio: O Amor Eterno

O Grêmio é o capítulo mais volumoso na biografia de Renato. Ele treinou o Imortal sete vezes, entre 2003 e 2021. Além da Libertadores e da Copa do Brasil, conquistou três Gauchões (2018, 2019 e 2020), o Brasileirão de 2019 e a Recopa Sul-Americana de 2018. Sua longevidade no cargo – mais de 600 jogos – o tornou o técnico mais longevo do futebol brasileiro em 2019. Renato não era só técnico: era ídolo, pai, motivador. Frases como “Aqui é Grêmio!” viraram hinos na Arena.

Flamengo e Fluminense: O Rio de Janeiro em Chamas

No Flamengo, Renato chegou como salvador e saiu como herói da América. Ele montou um time com Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol que encantou o Brasil. Já no Fluminense, sua primeira passagem em 2007 rendeu a Copa do Brasil, a segunda taça nacional tricolor. Em 2025, ele voltou ao Tricolor das Laranjeiras em abril, após a saída de Fernando Diniz. Em apenas três meses, transformou um time instável em desafiante do Mundial de Clubes da FIFA. Derrotando o Inter de Milão nas oitavas, o Flu chegou às semifinais, provando que Renato ainda tinha magia. Mas a eliminação na semifinal para o Real Madrid, em junho, deixou um amargo.

Outros Clubes: Bahia, Santos e Além

No Bahia, em 2019, Renato ganhou o Nordeste e o Baiano. No Santos, em 2022, salvou o Peixe do rebaixamento. Passagens pelo Vasco e pelo Internacional também marcaram sua carreira, sempre com toques de controvérsia – como discussões com árbitros ou declarações polêmicas. Renato nunca foi de ficar calado; sua honestidade, às vezes dura, o tornou amado e odiado em igual medida.

Conquistas e Destaques: Números que Falam por Si

Títulos como Jogador e Treinador

Como jogador, Renato ostenta: Libertadores (1983), Intercontinental (1983), dois Gauchões (1985 e 1988), Carioca (1986), entre outros. Pela Seleção, 17 jogos e um gol. Como treinador, o currículo impressiona: três Libertadores (duas com Grêmio em 2017, uma com Flamengo em 2021), três Copas do Brasil (duas com Grêmio, uma com Fluminense), Brasileirão (2019 com Grêmio), três Gauchões, Recopa e mais estaduais. São mais de 500 vitórias em quase 1.000 jogos, com um aproveitamento acima de 50%.

Feitos Únicos e Recordes

Ser o único a vencer a Libertadores nos dois lados da linha é o topo. Em 2017, Renato levou o Grêmio ao título invicto em casa na história do torneio. No Mundial de Clubes de 2017, perdeu para o Real Madrid, mas o 1 a 0 na final foi um marco de resistência. Sua capacidade de viradas – como o 3 a 1 contra o Lanús – inspira gerações.

Estilo de Treino e Personalidade: O Showman do Futebol

Filosofia de Jogo: Ataque e Paixão

Renato sempre priorizou o futebol ofensivo. “Quero ver bola na rede”, diz ele. Seus times jogam com intensidade, valorizando a posse de bola e as transições rápidas. Ele confia em jovens, como deu chances a Luan e Everton no Grêmio. Mas não é só tática: Renato é mestre em vestiário. Suas broncas motivam, e suas festas pós-jogo viram lenda – como a queima da bandeira do Lanús em 2017.

Carisma e Controvérsias

Com cabelo grisalho e sotaque gaúcho marcante, Renato é um showman. Ele canta, dança e provoca rivais, como no “olé” irônico para o Palmeiras em 2021. Mas há polêmicas: acusações de favoritismo a amigos, como no caso de Kannemann no Grêmio, ou saídas abruptas, como do Flamengo. Ainda assim, sua autenticidade o torna humano. Em entrevistas, ele fala de família – casado com Janaína, pai de três filhos – e de sua fé, que o guia nos momentos difíceis.

Atualidades e Futuro: O Que Vem por Aí em 2025

A Saída do Fluminense e o Mundial de Clubes

Em 2025, Renato voltou ao Fluminense em abril, com o desafio de classificar para o Mundial expandido. Ele reestruturou o time, integrando veteranos como Thiago Silva com promessas como André. Na Libertadores, o Flu avançou às quartas, mas a verdadeira façanha veio no Mundial, em junho nos Estados Unidos. Derrotando o Inter de Milão por 2 a 1 nas oitavas, com gols de Cano e Arias, Renato transformou azarão em realidade. Na semifinal, porém, o 0 a 3 para o Real Madrid expôs limitações. Ainda assim, o terceiro lugar contra o Al-Hilal rendeu elogios globais.

A permanência no Flu durou até outubro. Após eliminação na Copa Sul-Americana para o Racing, em 22 de outubro, Renato pediu demissão. “Foi uma honra, mas o ciclo acabou”, declarou em coletiva emocionada. O time carioca lutava no Brasileirão, mas lesões e desentendimentos com a diretoria pesaram.

Sondagens e o Horizonte de 2026

Livre desde então, Renato atrai olhares. Em novembro de 2025, negociações com o Boca Juniors, da Argentina, avançaram, mas foram encerradas por diferenças salariais. “Quero voltar ao Brasil em 2026”, afirmou ele em entrevista ao Globo Esporte no dia 1º de novembro. Sondagens vêm do México – onde o Guadalajara o quer para 2026 – e até do Egito, mas Renato sonha com um grande brasileiro. No Grêmio, especulações fervem, mas ele descarta retorno imediato. “Preciso de um projeto vencedor”, disse.

Rumores ligam-no ao Botafogo, em crise com Davide Ancelotti, e ao Palmeiras, pós-Abel Ferreira. No exterior, o Boca o vê como sucessor de Demichelis. Aos 63 anos, Renato mantém a forma física – joga peladas e surfa no Rio – e planeja um livro sobre sua carreira. “O futebol me deu tudo; agora, quero dar de volta”, reflete ele.

Conclusão: Um Legado que Transcende o Campo

Renato Gaúcho não é só um treinador: é um contador de histórias, um motivador de almas e um vencedor nato. De Guaporé ao mundo, sua jornada inspira por sua persistência e alegria. Com títulos que enchem museus e lições que formam gerações, ele prova que o futebol vai além de 90 minutos. Em 2025, enquanto aguarda o próximo capítulo, Renato segue sendo o gaúcho que faz o Brasil vibrar. Que venham mais páginas nessa saga inesquecível.