Ramón Sosa: O Atacante Paraguaio que Conquista o Futebol Brasileiro

Ramón Sosa: O Atacante Paraguaio que Conquista o Futebol Brasileiro

Ramón Sosa

Ramón Sosa Acosta é um daqueles jogadores que parecem destinados a brilhar nos gramados. Nascido em 31 de agosto de 1999, na pequena cidade de Maracaná, no Paraguai, ele cresceu chutando bola nas ruas poeirentas do interior paraguaio, sonhando com os grandes estádios. Aos 26 anos, com 1,79 metro de altura e um físico esguio de 73 quilos, Sosa se destaca como um ponta-esquerda veloz, habilidoso e imprevisível. Sua capacidade de driblar em velocidade, cruzar com precisão e finalizar com frieza o transformou em uma das promessas mais empolgantes da América do Sul. Hoje, vestindo a camisa verde do Palmeiras, ele vive um momento de consolidação em um dos campeonatos mais disputados do mundo. Mas sua trajetória não foi um caminho de rosas: cheia de desafios, empréstimos e decisões ousadas, a história de Sosa é um exemplo de persistência e talento puro.

Neste artigo, vamos mergulhar na vida e na carreira desse paraguaio que já conquistou torcidas no Paraguai, na Argentina, na Inglaterra e agora no Brasil. De garoto humilde a artilheiro em ascensão, Ramón Sosa representa o futebol sul-americano em sua essência: paixão, garra e um toque de genialidade.

Os Primeiros Passos: Infância e Início no Futebol Paraguaio

Maracaná, uma localidade rural no departamento de Itapúa, no sul do Paraguai, não é exatamente um celeiro de craques. Mas foi ali que Ramón Sosa deu seus primeiros chutes na bola. Filho de uma família modesta, ele dividia o tempo entre a escola e os treinos improvisados com amigos. “Eu jogava descalço no barro, inventando gols com pedras”, contou Sosa em uma entrevista recente ao site oficial do Palmeiras. Aos 10 anos, seu talento chamou a atenção de olheiros do Atlético Tembetary, um clube pequeno de Encarnación, cidade vizinha.

No Tembetary, Sosa começou como meia-atacante, mas logo migrou para a ponta-esquerda, onde sua velocidade natural se destacava. Aos 15 anos, ele já era titular da equipe sub-17, marcando gols decisivos em torneios regionais. Foi nessa fase que o River Plate, um dos gigantes do futebol paraguaio, o contratou para suas categorias de base. Em Assunção, a capital, Sosa enfrentou o primeiro grande teste: a adaptação a uma cidade grande e a uma rotina profissional rigorosa.

Desafios Iniciais e o Sonho da Profissionalização

A vida na base do River Plate não era fácil. Sosa dividia quarto com outros jovens talentos, acordava cedo para treinos e estudava à noite. Lesões menores e a concorrência feroz testaram sua paciência. Em 2017, aos 18 anos, ele finalmente estreou no time principal, em uma partida da segunda divisão paraguaia. Seu primeiro gol veio logo na sequência, em um cruzamento perfeito que ele mesmo converteu de cabeça. “Aquele momento me mudou. Senti que o futebol era minha vida”, recorda ele.

No River Plate, Sosa jogou por duas temporadas, acumulando 25 partidas e cinco gols. Sua habilidade em um contra um e a visão de jogo chamavam atenção, mas o clube enfrentava instabilidade financeira. Em 2019, veio o empréstimo para o Olimpia, o maior rival e o time mais vitorioso do Paraguai. Ali, ele aprendeu o que significa pressão de verdade: clássicos lotados e expectativas altíssimas.

Ascensão no Olimpia: De Reserva a Estrela

O Olimpia, com sua história de 14 títulos na Libertadores, é um caldeirão. Sosa chegou como uma aposta barata, mas rapidamente se tornou peça chave. Na temporada 2020, ele disputou 18 jogos, marcando quatro gols e dando assistências cruciais na campanha do campeonato paraguaio. Seu estilo de jogo – dribles curtos, acelerações explosivas e chutes de fora da área – lembrava ídolos como Ángel Romero, outro paraguaio que brilhou no Brasil.

Momentos Marcantes no Decagonal

O Decagonal, torneio que define o campeão paraguaio, foi o palco onde Sosa explodiu. Em uma partida contra o Cerro Porteño, ele driblou três defensores e finalizou no ângulo, garantindo uma vitória por 2-1. A torcida o apelidou de “El Rayo” pela velocidade. Em 2021, com o Olimpia na Libertadores, Sosa enfrentou times como River Plate e Argentinos Juniors. Embora o time tenha sido eliminado nas oitavas, seu desempenho individual – dois gols e uma assistência – o colocou no radar de clubes argentinos.

No total, pelo Olimpia, Sosa somou 45 jogos, oito gols e seis assistências. Foi ali que ele amadureceu como profissional, lidando com a pressão de ser paraguaio em um país de futebol intenso. “O Paraguai me deu as raízes. Aprendi a lutar por cada bola”, disse ele em uma coletiva no Palmeiras.

O Salto para a Argentina: Destaque no Talleres de Córdoba

Em julho de 2021, Ramón Sosa assinou com o Talleres de Córdoba, da primeira divisão argentina. A mudança para o país vizinho representou um upgrade: mais visibilidade, salários melhores e um futebol mais tático. Sob o comando de Alexander Medina, Sosa se adaptou rápido. Sua estreia foi contra o Boca Juniors, em um empate eletrizante onde ele quase marcou.

Temporada de Consolidação e Títulos

A temporada 2022 foi mágica. Sosa jogou 35 partidas, marcou 10 gols e deu oito assistências, ajudando o Talleres a conquistar a Copa da Liga Argentina. Seu gol mais icônico? Contra o River Plate, no Monumental: um chute de voleio após cruzamento de Colón, que silenciou 70 mil torcedores. A mídia argentina o comparou a Di María pela versatilidade.

Em 2023, com Ángel Potenza no comando, Sosa continuou brilhando. Na Libertadores, o Talleres chegou às semifinais, e ele foi eleito o melhor jogador do time em votações internas. No total, pelo clube cordobês, foram 80 jogos, 22 gols e 18 assistências. Foi na Argentina que Sosa ganhou confiança para mirar a Europa. “O Talleres me ensinou a ser consistente. Cada jogo era uma final”, reflete ele.

Mas o sonho europeu batia à porta. Em agosto de 2024, o Nottingham Forest, da Premier League, pagou 11 milhões de libras esterlinas por seu passe. Aos 25 anos, Sosa estava pronto para o desafio.

A Aventura na Inglaterra: Lições no Nottingham Forest

A Premier League é um mundo à parte: ritmo alucinante, defensores brutos e clima imprevisível. Sosa chegou ao Forest como reforço para evitar o rebaixamento, sob o comando de Nuno Espírito Santo. Sua estreia foi contra o Arsenal, onde ele entrou no segundo tempo e quase assistiu um gol.

Adaptação e Desafios Pessoais

A primeira temporada na Inglaterra foi de altos e baixos. Sosa disputou 23 jogos, com apenas quatro como titular, marcando dois gols e dando uma assistência. Lesões musculares o atrapalharam, e a pressão de um time lutando pela sobrevivência pesou. “A Inglaterra é física. Você corre o jogo todo, sem parar”, explicou ele em entrevista ao The Athletic.

Apesar dos números modestos, Sosa mostrou flashes de brilhantismo: um drible em Humphrey contra o Manchester United e um cruzamento perfeito para Elanga contra o Tottenham. Fora de campo, ele lidou com a saudade da família e o frio de Nottingham. Mas o Forest evitou o descenso, e Sosa saiu com a bagagem de quem aprendeu na marra.

Chegada ao Palmeiras: Um Novo Capítulo no Brasil

Em julho de 2025, após apenas um ano na Europa, Sosa retornou à América do Sul. O Palmeiras, tricampeão da Libertadores e atual potência brasileira, pagou cerca de 12,5 milhões de euros para tirá-lo do Forest. A negociação foi rápida: Abel Ferreira, o técnico português, via nele o substituto ideal para Estêvão, que rumou para o Chelsea.

Apresentação e Primeiros Treinos

Sosa foi anunciado em 9 de julho de 2025, no Allianz Parque, com uma camisa 27 nas costas – em homenagem ao seu aniversário. “É um passo gigante. O Palmeiras é um clube gigante, com história na Libertadores. Quero conquistar tudo aqui”, declarou ele na coletiva, ao lado de Gustavo Gómez, seu companheiro na seleção paraguaia. Sosa se tornou o 13º paraguaio na história alviverde, juntando-se a lendas como Arce e Gamarra.

Os primeiros treinos foram intensos. Abel Ferreira, conhecido por sua rigidez tática, elogiou a velocidade de Sosa, mas alertou para a adaptação cultural. “Ele vem da Inglaterra, onde o futebol é de não cair. Aqui, é de vencer títulos. Precisa de tempo para se aclimatar ao gramado, à torcida e à exigência”, disse o treinador após um coletivo.

Em campo, Sosa estreou contra o Flamengo, entrando no segundo tempo e criando chances. Sua preferência pela esquerda o encaixou perfeitamente no esquema 4-2-3-1 de Abel, ao lado de Veiga e Dudu. Nos primeiros meses, ele acumulou 15 jogos, com três gols e quatro assistências no Brasileirão e na Copa do Brasil.

Desempenho na Seleção Paraguaia: Orgulho Nacional

A camisa da Albirroja é sagrada para Sosa. Estreou pela seleção principal em 2021, contra o Brasil nas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Desde então, acumula 25 partidas, com cinco gols e três assistências. Sua parceria com Gustavo Gómez, zagueiro do Palmeiras, é um trunfo: os dois se entendem sem palavras.

Destaques nas Eliminatórias e na Copa América

Nas Eliminatórias para a Copa de 2026, Sosa foi titular em quase todos os jogos. Seu gol mais memorável foi contra a Argentina, em Assunção, um chute de fora da área que empatou o jogo em 1-1. Na Copa América de 2024, o Paraguai chegou às quartas, e Sosa marcou contra o Uruguai. “Jogar pela seleção é honrar minha família e meu país. Cada convocação é uma bênção”, afirma ele.

Em 2025, com o Paraguai classificado para a Copa do Mundo, Sosa é visto como o líder ofensivo ao lado de Alcaraz e Enciso. Sua velocidade é uma arma letal contra defesas sul-americanas.

Vida Pessoal: Família, Hobbies e Valores

Fora dos gramados, Sosa é um cara simples. Casado com sua namorada de infância, Mariana, ele tem uma filha de dois anos, chamada Sofia. A família o acompanha em São Paulo, onde se adaptaram ao ritmo da cidade grande. “Sinto falta do chimarrão paraguaio, mas o Brasil é acolhedor”, brinca ele.

Sosa é devoto de São Raimundo, padroeiro de sua cidade natal, e sempre reza antes dos jogos. Nos tempos livres, gosta de jogar videogame – é fã de FIFA – e ouvir música guarani. Ele também se envolve em ações sociais: doou uniformes para o Tembetary e apoia projetos de futebol para crianças pobres no Paraguai. “O sucesso é para compartilhar. Quero inspirar os garotos como eu fui um dia”, diz.

Últimas Atualizações: O Primeiro Gol e o Momento Atual

Em 21 de setembro de 2025, Ramón Sosa viveu um dia inesquecível. Pelo Brasileirão, o Palmeiras goleou o Fortaleza por 4 a 1, no Allianz Parque, pela 24ª rodada. Entrando como substituto aos 60 minutos, Sosa marcou seu primeiro gol oficial pelo clube: um belo chute cruzado, após driblar o marcador, que encostou o placar em 2-1. Raphael Veiga e Andreas Pereira completaram a festa com mais dois gols.

Abel Ferreira, em coletiva pós-jogo, dedicou palavras de carinho: “Ramón finalizou sete vezes hoje. Ele está se aclimatando. Vem da Inglaterra, precisa de tempo para entender nossa mentalidade sul-americana. Cuido dele como de um filho, porque aqui não há deuses, só jogadores que lutam”. A torcida palmeirense, já apaixonada, explodiu em aplausos.

Com o gol, Sosa soma quatro tentos na temporada pelo Verdão, além de cinco assistências. O time lidera o Brasileirão com folga e avança na Libertadores. Para Sosa, o momento é de foco: “Este gol é para minha família e para o Paraguai. Agora, é título”. Analistas preveem que, com mais ritmo, ele pode ser o artilheiro do campeonato.

Conclusão: O Futuro Brilhante de Ramón Sosa

Ramón Sosa é mais que um jogador: é um símbolo de superação. De Maracaná ao Allianz Parque, sua jornada inspira milhões. Com talento inegável, humildade e fome de vitórias, ele tem tudo para se tornar ídolo no Brasil e referência na seleção paraguaia. Aos 26 anos, o auge está apenas começando. Que venham mais gols, dribles e troféus. Avanti, Ramón!

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