Rafinha
Márcio Rafael Ferreira de Souza, mais conhecido como Rafinha, é um ex-jogador de futebol brasileiro que marcou época como lateral-direito versátil e vencedor. Nascido em 7 de setembro de 1985, em Londrina, no Paraná, Rafinha construiu uma carreira repleta de títulos em clubes europeus e brasileiros, além de participações pela seleção nacional. Sua trajetória, que durou mais de duas décadas, foi marcada por superação, lesões e momentos de glória, culminando em sua aposentadoria oficial em julho de 2025. Hoje, aos 40 anos, ele se dedica ao comentário esportivo, compartilhando sua experiência com os fãs.
Infância e Início no Futebol
Rafinha cresceu em Londrina, uma cidade paranaense conhecida por sua paixão pelo esporte. Desde pequeno, demonstrou talento para o futsal, iniciando sua formação aos sete anos no Grêmio Londrinense. Essa base no futsal ajudou a desenvolver sua habilidade com a bola nos pés, agilidade e visão de jogo, características que o destacariam mais tarde como lateral ofensivo.
Entre 1996 e 1998, passou pelo PSTC, e depois pelo Junior Team até 2001. Em 2001-2002, integrou as categorias de base do Londrina, antes de ser contratado pelo Coritiba em 2002. No Coxa, como é carinhosamente chamado o clube, Rafinha evoluiu rapidamente nas divisões inferiores, mostrando potencial para o profissional. Sua dedicação e técnica refinada chamaram a atenção dos olheiros, pavimentando o caminho para sua estreia no time principal em 2003.
Primeiros Passos Profissionais no Coritiba
A estreia de Rafinha no Coritiba foi um marco. Com apenas 17 anos, ele rapidamente se tornou peça importante no elenco. Entre 2003 e 2005, disputou 53 jogos e marcou seis gols, números impressionantes para um lateral-direito. Sua contribuição foi essencial para as conquistas do Campeonato Paranaense em 2003 e 2004, além da classificação histórica do clube para a Copa Libertadores de 2004. Rafinha se destacava pela capacidade de apoiar o ataque, cruzamentos precisos e solidez defensiva, conquistando a torcida alviverde.
Esses anos no Coritiba foram fundamentais para sua maturação. Ele aprendeu a lidar com a pressão de um clube grande no Brasil e ganhou confiança para sonhar com o exterior. Em agosto de 2005, o Schalke 04, da Alemanha, pagou cinco milhões de euros por seu passe, marcando o início de uma era europeia brilhante.
Carreira na Europa: De Revelação a Estrela
A transferência para o Schalke 04 representou um salto em sua carreira. Aos 20 anos, Rafinha chegou à Bundesliga adaptando-se rapidamente ao futebol alemão, conhecido por sua intensidade física e tática. Em cinco temporadas (2005-2010), jogou 198 partidas e anotou 11 gols, tornando-se titular absoluto. Foi vice-campeão da Bundesliga em 2009-10 e mostrou versatilidade, atuando inclusive no meio-campo.
Passagem pelo Genoa e Chegada ao Bayern de Munique
Em 2010, uma breve passagem pelo Genoa, na Itália, serviu como transição. Lá, disputou 37 jogos e marcou dois gols em uma temporada, mas o destino maior o esperava. Em junho de 2011, o Bayern de Munique o contratou por três anos, com renovação até 2017. Inicialmente reserva de Philipp Lahm, ganhou espaço sob o comando de Josep Guardiola, que valorizava laterais ofensivos.
No Bayern, Rafinha viveu o auge. De 2011 a 2019, atuou em 266 jogos, marcou seis gols e conquistou uma montanha de troféus: Liga dos Campeões da UEFA em 2013, Mundial de Clubes no mesmo ano, sete Bundesligas, três Copas da Alemanha e Supercopas. Sua parceria com jogadores como Thomas Müller e Arjen Robben foi icônica, e ele se tornou ídolo da torcida bávara. Em maio de 2019, se despediu emocionado do Allianz Arena, após uma era de domínio europeu.
Olympiacos e Retorno ao Brasil
Em junho de 2019, Rafinha assinou com o Olympiacos, da Grécia, por dois anos. Jogou 22 partidas sem gols, mas ajudou na conquista da Super Liga Grega de 2020-21, recebendo a medalha mesmo após rescisão em fevereiro de 2021. Essa passagem foi curta, mas acrescentou experiência internacional ao seu currículo.
Volta ao Brasil: Flamengo, Grêmio e São Paulo
O retorno ao Brasil em 2019 foi pelo Flamengo, um dos maiores clubes do país. Assinou por dois anos e, em 46 jogos sem gols, foi peça-chave na histórica conquista da Copa Libertadores de 2019, convertendo pênalti contra o Emelec e participando da final contra o River Plate. Em 2020, venceu o Campeonato Carioca, Recopa Sul-Americana e Campeonato Brasileiro, participando das rodadas iniciais.
Desafios no Grêmio e Auge no São Paulo
Em março de 2021, juntou-se ao Grêmio até o fim da temporada, jogando 43 partidas com assistências na Copa Sul-Americana. Em dezembro de 2021, assinou com o São Paulo por um ano, renovando até 2024. Lá, atuou em 117 jogos, marcou um gol histórico contra o Palmeiras na Copa do Brasil de 2023 e assumiu a capitania. Versátil, jogava como lateral e zagueiro, liderando o time na conquista da Copa do Brasil de 2023 (levantando a taça como capitão) e Supercopa do Brasil de 2024.
Em dezembro de 2024, após 116 jogos e dois títulos, deixou o Tricolor Paulista. Retornou ao Coritiba por um ano, aos 39 anos, para se aposentar no clube formador. Jogou nove partidas no Campeonato Paranaense de 2025, mas rescindiu em março devido a desentendimentos com a diretoria, após participar de um jogo de lendas do Bayern sem autorização.
Seleção Brasileira: O Sonho Incompleto
Rafinha defendeu a seleção em diversas categorias. Pela Sub-20 em 2005, jogou sete partidas e marcou dois gols. Na Sub-23, em 2008, conquistou o bronze nas Olimpíadas de Pequim, com seis jogos e um momento memorável: marcando Lionel Messi na final contra a Argentina.
Pela principal, de 2008 a 2017, foram quatro jogos sem gols. Estreou em amistoso contra a Suécia em 2008. Convocado por Luiz Felipe Scolari em 2014 para amistosos, dispensou-se em 2015 das Eliminatórias da Copa de 2018, mas voltou com Tite em 2017 para jogos contra Argentina e Austrália. Estava na lista preliminar de 35 para a Copa de 2018, mas não entrou nos 23 finais. Sua carreira internacional foi limitada, mas o bronze olímpico permanece como conquista valiosa.
Lesões e Superações
Ao longo da carreira, Rafinha enfrentou lesões desafiadoras. Em outubro de 2019, pelo Flamengo, sofreu fratura no osso da face contra o Athletico Paranaense, mas voltou a jogar com capacete protetor, similar ao de Petr Čech, demonstrando resiliência.
Outras contusões no Bayern e em passagens posteriores testaram sua determinação, mas ele sempre retornava mais forte, adaptando-se a novas posições para prolongar a carreira.
Conquistas e Legado
O palmarés de Rafinha é extenso. Pelo Coritiba: dois Paranaenses (2003, 2004). Schalke: vice-Bundesliga (2009-10). Bayern: Liga dos Campeões (2013), Mundial (2013), sete Bundesligas, entre outros. Flamengo: Libertadores (2019), Carioca (2020), Recopa (2020), Brasileiro (2020). Olympiacos: Super Liga Grega (2020-21). São Paulo: Copa do Brasil (2023), Supercopa (2024). Seleção: bronze olímpico (2008).
Seu legado vai além dos troféus. Como vencedor incansável, inspirou gerações com profissionalismo e humildade. Em entrevistas, como no ge.globo em dezembro de 2024, ele refletiu: “Faltou uma Copa do Mundo, mas realizei todos os sonhos”.
Aposentadoria e Nova Fase em 2025
Em julho de 2025, Rafinha anunciou sua aposentadoria no programa Seleção Sportv, aos 39 anos, emocionado: “Sem arrependimento, mas com coração partido”. Estava sem clube desde março, após a rescisão com o Coritiba.
Desde abril de 2025, atua como comentarista na TNT Sports, cobrindo a Liga dos Campeões, e foi contratado pelo Sportv para o Mundial de Clubes da FIFA, com foco em jogos do Flamengo. Essa transição reflete sua paixão pelo futebol, agora compartilhada com o público. Em outubro de 2025, continua ativo nos estúdios, analisando o esporte que tanto amou.
Rafinha deixa o campo como um dos laterais mais completos de sua geração, com uma carreira que une Brasil e Europa em harmonia. Sua história motiva jovens atletas a perseguirem sonhos com garra e persistência.