Negueba: O Atacante Brasileiro que Conquistou o Mundo do Futebol
Introdução
Guilherme Ferreira Pinto, mais conhecido como Negueba, é um nome que ecoa no futebol brasileiro e internacional. Nascido no Rio de Janeiro em 7 de abril de 1992, esse atacante veloz e habilidoso começou sua jornada no esporte ainda criança, passando por desafios e triunfos que moldaram sua carreira. Com uma trajetória marcada por passagens em grandes clubes do Brasil e aventuras no exterior, Negueba representa a resiliência de muitos jogadores que saem das categorias de base para o profissionalismo. Sua habilidade em driblar adversários, sua velocidade explosiva e sua capacidade de criar jogadas o tornaram uma figura memorável, especialmente para os torcedores do Flamengo, onde ele despontou. Ao longo dos anos, ele acumulou experiências em diferentes ligas, enfrentando lesões, críticas e momentos de glória. Esta artigo explora sua vida, carreira e contribuições ao esporte, destacando os altos e baixos de um jogador que nunca desistiu de perseguir seu sonho no campo.
Início da Vida e Formação
Negueba nasceu em uma família humilde no Rio de Janeiro, uma cidade conhecida por revelar talentos do futebol. Desde pequeno, ele demonstrou paixão pelo esporte, começando não no futebol de campo, mas no futsal. Aos sete anos, em 1999, ingressou no Jacarepaguá Tênis Clube, onde aprimorou suas habilidades em quadras menores, desenvolvendo o controle de bola e a agilidade que se tornariam suas marcas registradas. No ano seguinte, transferiu-se para o Jequiá Iate Clube, continuando a evoluir em um ambiente competitivo.
Em 2001, aos nove anos, Negueba foi convidado a integrar as categorias de base do Flamengo, um dos maiores clubes do Brasil. Essa oportunidade mudou sua vida. Nas divisões inferiores do rubro-negro, ele se destacou pela velocidade e pelo drible curto, ganhando o apelido “Negueba” por sua pele morena e estilo de jogo alegre. Seus treinadores logo perceberam seu potencial, e ele progrediu rapidamente pelas categorias sub-13, sub-15 e sub-17. Durante esse período, Negueba enfrentou as dificuldades comuns a jovens atletas: a pressão da família, a necessidade de equilibrar estudos e treinos, e a concorrência feroz por uma vaga no time principal.
Sua formação não foi apenas técnica; envolveu também o desenvolvimento pessoal. No Flamengo, ele aprendeu valores como disciplina e trabalho em equipe, essenciais para sobreviver no mundo profissional. Em entrevistas, Negueba frequentemente menciona como o futsal o ajudou a se adaptar ao ritmo acelerado do futebol de campo, permitindo que ele se destacasse em espaços reduzidos. Essa base sólida o preparou para os desafios que viriam, transformando um menino das ruas do Rio em uma promessa do esporte brasileiro.
Carreira no Flamengo
Estreia e Primeiros Passos
A carreira profissional de Negueba começou em 2010, quando, aos 18 anos, ele ganhou sua primeira chance no time principal do Flamengo. Sob o comando do técnico Vanderlei Luxemburgo, ele estreou em uma partida contra o Atlético Paranaense, entrando no segundo tempo e impressionando com sua velocidade. Embora o jogo tenha terminado em empate, Negueba mostrou flashes de talento que animaram a torcida rubro-negra.
Nos meses seguintes, ele alternou entre o banco de reservas e o time titular, participando de jogos do Campeonato Brasileiro e do Carioca. Sua habilidade em criar jogadas pela ponta direita o tornou uma opção valiosa para o ataque. Em 2011, Negueba consolidou sua posição, jogando ao lado de estrelas como Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves. Ele marcou seu primeiro gol profissional em uma vitória contra o América-MG, um momento que ele descreve como inesquecível. Ao todo, em sua primeira passagem pelo Flamengo, ele disputou 86 jogos e marcou 5 gols, contribuindo com assistências que ajudaram o time em campanhas importantes.
Destaque na Copa São Paulo de Futebol Júnior
Um dos pontos altos de sua juventude foi a Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2011, conhecida como Copinha. Negueba foi o grande destaque do Flamengo na competição, liderando o time rumo ao título. Na final contra o Bahia, ele marcou o gol decisivo, garantindo a vitória por 2 a 1 e o bicampeonato para o rubro-negro. Sua performance nessa torneio o elevou ao status de promessa, com comparações a jogadores como Robinho pela sua ousadia nos dribles.
A Copinha não foi apenas uma conquista coletiva; para Negueba, representou a validação de anos de esforço nas bases. Ele foi eleito o melhor jogador do torneio, com gols e assistências que encantaram os olheiros. Esse sucesso acelerou sua integração ao time principal, mas também trouxe pressão: a torcida esperava que ele se tornasse o novo ídolo do clube.
Desafios e Críticas
Apesar dos bons momentos, Negueba enfrentou críticas da torcida e da imprensa. Sua irregularidade em campo, com jogos brilhantes seguidos de atuações apagadas, gerou debates. Em 2012, sob Joel Santana e Dorival Júnior, ele teve altos e baixos, incluindo uma discussão pública com Dorival que levou a seu afastamento temporário. Rejeitou uma proposta do Sporting de Portugal, optando por ficar no Brasil para provar seu valor. Esses episódios testaram sua resiliência mental, ensinando-o a lidar com a pressão do futebol de alto nível.
Empréstimo ao São Paulo
Em 2013, em busca de mais minutos em campo, Negueba foi emprestado ao São Paulo em uma troca que envolveu Cléber Santana. A expectativa era alta, mas o destino pregou uma peça: logo após sua apresentação, ele sofreu uma grave lesão no joelho direito, rompendo o ligamento cruzado anterior. Essa contusão o deixou afastado por seis meses, frustrando seus planos de brilhar no Morumbi.
Ao retornar, Negueba disputou apenas cinco jogos pelo São Paulo, sem marcar gols. Embora tenha mostrado lampejos de sua velocidade, a lesão afetou sua confiança e desempenho. No final do empréstimo, o clube optou por não exercer a opção de compra, e ele voltou ao Flamengo em 2014. Essa passagem curta, mas turbulenta, serviu como lição sobre a importância da preparação física e da paciência no esporte.
Retorno ao Flamengo e Transição
De volta ao Flamengo em 2014, Negueba lutou para reconquistar espaço. Sob novos treinadores, ele alternou boas atuações com períodos no banco. Marcou gols importantes no Carioca, mas a concorrência no ataque o levou a buscar novas oportunidades. Em 2015, ele deixou o clube definitivamente, após 86 jogos e contribuições que, embora não o tornassem uma lenda, deixaram uma marca positiva na história rubro-negra.
Passagem pelo Coritiba
Em 2015, Negueba assinou com o Coritiba, onde encontrou um ambiente propício para renascer. No Campeonato Paranaense, ele se destacou com gols e assistências, ajudando o time a chegar às fases finais. No Brasileiro, marcou contra rivais como Atlético Paranaense e Corinthians, ganhando a confiança da torcida coxa-branca. Em dois anos, disputou 63 jogos, marcando 3 gols e dando várias assistências.
Sua velocidade foi crucial em contra-ataques, e ele formou parcerias eficazes com atacantes como Kleber Gladiador. Apesar de o Coritiba enfrentar dificuldades na tabela, Negueba foi um dos poucos destaques, provando que podia performar em times de médio porte.
Experiência no Grêmio
Em 2016, Negueba foi trocado pelo Grêmio em uma negociação envolvendo Edinho. Em Porto Alegre, ele teve menos oportunidades, disputando 11 jogos e marcando um gol em uma vitória por 3 a 0 contra o América-MG. Embora o Grêmio tenha conquistado a Copa do Brasil naquele ano, Negueba não foi peça central, e foi dispensado no final da temporada. Essa breve passagem o ensinou sobre adaptação a novos estilos de jogo.
Outros Clubes Brasileiros
Atlético Goianiense, Ponte Preta e Londrina
2017 foi um ano de transições para Negueba. Começou no Atlético Goianiense, onde jogou 11 partidas sem gols. Em seguida, foi para a Ponte Preta, com apenas 5 jogos. Seu melhor momento veio no empréstimo ao Londrina, na Série B, onde marcou 2 gols em 14 jogos, ajudando o time a evitar o rebaixamento. Essas passagens curtas refletem a instabilidade comum na carreira de muitos jogadores brasileiros.
Retorno ao Sul com Criciúma
Em 2022, Negueba voltou ao Brasil para defender o Criciúma na Série B. Em 6 jogos, não marcou, mas contribuiu com assistências. Essa etapa foi breve, servindo como ponte para sua carreira internacional.
Carreira na Ásia
Sucesso na Coreia do Sul
Em 2018, Negueba aventurou-se no exterior, assinando com o Gyeongnam, da K-League. Lá, ele encontrou seu melhor futebol, ajudando o time a ser vice-campeão em 2018 e sendo eleito para a seleção do campeonato. Em três anos, disputou 76 jogos, marcou 7 gols e deu 9 assistências. Enfrentou uma lesão em 2019, mas retornou forte em 2020.
Em 2021, transferiu-se para o Incheon United, jogando 31 partidas, com 2 gols e 4 assistências. A Coreia o moldou como jogador mais maduro, adaptando-se a um futebol tático e físico.
Aventura na Tailândia
A partir de 2022, Negueba rumou para a Tailândia. Pelo Port FC, marcou 5 gols em 35 jogos. Em 2023-2024, no Lamphun Warrior, brilhou com 7 gols e 7 assistências em 39 jogos. Atualmente, em 2025, defende o Ratchaburi, continuando a contribuir com sua experiência.
Conquistas e Títulos
Negueba coleciona títulos: Carioca (2011, 2014) e Copa do Brasil (2013) pelo Flamengo; vice na K-League (2018); e conquistas menores como a Copinha (2011). Suas estatísticas totais incluem mais de 400 jogos, cerca de 40 gols e inúmeras assistências, refletindo uma carreira sólida.
Vida Pessoal
Fora de campo, Negueba é discreto. Casado, com filhos, ele valoriza a família e usa redes sociais para compartilhar momentos pessoais. Enfrentou críticas online, mas ri delas, mantendo foco no esporte. Sua jornada inspira jovens, mostrando que perseverança supera obstáculos.
Legado e Futuro
Aos 33 anos, Negueba deixa um legado de superação. De promessa do Flamengo a veterano na Ásia, ele prova que o futebol é global. Seu futuro pode incluir retorno ao Brasil ou continuação no exterior, mas sua paixão pelo jogo permanece intacta.
