Mário Zagallo: O Ícone do Futebol Brasileiro

Mário Zagallo: O Ícone do Futebol Brasileiro

Mário Zagallo

Mário Jorge Lobo Zagallo foi uma das figuras mais importantes da história do futebol no Brasil e no mundo. Nascido em 9 de agosto de 1931, em Atalaia, no estado de Alagoas, ele se destacou não apenas como jogador, mas também como treinador, participando de conquistas que marcaram gerações. Sua trajetória é repleta de vitórias em Copas do Mundo, inovações táticas e uma paixão inabalável pelo esporte. Zagallo faleceu em 5 de janeiro de 2024, aos 92 anos, deixando um legado que continua a ser celebrado. Neste artigo, exploramos sua vida, carreira e influência duradoura, com atualizações recentes até 2025.

Início da Vida e Formação

Zagallo veio de uma família de origem humilde, mas com raízes profundas no Nordeste brasileiro. Seus pais, Haroldo Cardoso Zagallo e Maria Antonieta de Sousa Lobo, eram alagoenses, e seus avós paternos eram portugueses. Quando ainda era bebê, a família se mudou para o Rio de Janeiro, onde ele cresceu no bairro da Tijuca. Desde cedo, demonstrou interesse por esportes, especialmente o futebol, embora seu pai desejasse que ele seguisse uma carreira mais estável, como contador, para ajudar nos negócios familiares de tecidos.

Foi seu irmão mais velho, Fernando, quem convenceu o pai a permitir que Mário perseguisse o sonho no futebol. Morando na rua Professor Gabizo, Zagallo começou a jogar em times amadores. Ele era sócio do America Football Club, onde praticou não só futebol, mas também vôlei e tênis de mesa, conquistando títulos juvenis nessas modalidades. Em 1948, integrou as categorias de base do America, vencendo o Campeonato de Amadores do Rio de Janeiro em 1949 e contribuindo para o Torneio Início do Campeonato Carioca.

Sua formação como atleta foi marcada por disciplina e versatilidade. Zagallo era conhecido por sua velocidade e inteligência em campo, características que o ajudariam a se destacar como ponta-esquerda. Ele também desenvolveu uma forte devoção religiosa, sendo católico praticante. Casou-se em 13 de janeiro de 1955 com Alcina de Castro, e essa data influenciou sua famosa superstição pelo número 13, ligado à devoção de sua esposa a Santo Antônio, celebrado em 13 de junho. Essa crença se manifestou em vários momentos de sua carreira, como em somas de anos de conquistas ou datas de jogos importantes.

Carreira como Jogador

Nos Clubes Iniciais: Flamengo e Botafogo

Zagallo assinou seu primeiro contrato profissional em 1951, com o Flamengo, clube onde permaneceu até 1958. Durante esse período, disputou 205 partidas, com 128 vitórias, 38 empates e 39 derrotas, marcando 29 gols. Sua passagem pelo rubro-negro foi vitoriosa, especialmente no tricampeonato carioca de 1953, 1954 e 1955. Ele se tornou um dos pilares do time, conhecido como “Formiguinha” pela sua agilidade e dedicação incansável.

Após a Copa do Mundo de 1958, Zagallo deixou o Flamengo devido a atrasos na renovação de contrato. Apesar de ofertas de clubes paulistas como Portuguesa e Palmeiras, ele optou por ficar no Rio e assinou com o Botafogo por 3 milhões de cruzeiros. No alvinegro, de 1958 a 1965, jogou 300 partidas e marcou 46 gols, consolidando-se como ídolo. Conquistou o bicampeonato carioca em 1961 e 1962, além do Torneio Rio-São Paulo em 1962 e 1964. Ao lado de lendas como Garrincha, Didi e Nílton Santos, formou um dos times mais memoráveis do futebol brasileiro.

Uma lesão em 1959 o levou a jogar nos aspirantes para recuperar forma, onde ajudou a conquistar o campeonato carioca de juniores. Em 1960, retornou ao time principal com força total. Sua polivalência era notável: ele recuava para marcar, ajudando na defesa e inovando o esquema tático da época. Zagallo aposentou-se em 1965, após 13 anos de carreira profissional, deixando um rastro de conquistas e admiração.

Na Seleção Brasileira

Pela Seleção Brasileira, Zagallo atuou de 1958 a 1964, em 36 jogos, marcando 5 gols. Sua estreia internacional foi memorável: campeão da Copa do Mundo de 1958, na Suécia, onde marcou um gol na final contra os anfitriões (vitória por 5-2). Ele inovou o esquema 4-3-3 ao lado do técnico Vicente Feola, recuando para apoiar o meio-campo, o que foi crucial para o sucesso brasileiro.

Em 1962, no Chile, Zagallo foi titular após a lesão de Pepe e ajudou na conquista do bicampeonato mundial. Além das Copas, ganhou a prata na Copa América de 1959, na Argentina, e títulos como a Taça Oswaldo Cruz (1958), Taça Bernardo O’Higgins (1959) e Taça do Atlântico (1960). Sua contribuição tática e dedicação fizeram dele um dos jogadores mais respeitados da era de ouro do futebol brasileiro.

Carreira como Treinador

Inícios e Passagens por Clubes

Após se aposentar como jogador, Zagallo iniciou como treinador em 1966, nas categorias juvenis do Botafogo. Logo assumiu o time principal, conquistando a Taça Brasil de 1968 – o primeiro título nacional de um clube carioca – e o bicampeonato carioca em 1967 e 1968. Ele também venceu os Mundiais de Caracas em 1967 e 1968. Retornou ao Botafogo em outras ocasiões, como em 1975, 1978 e 1986-1987.

No Flamengo, dirigiu 236 partidas entre 1972-1974, 1984-1985 e 2000-2001, com 116 vitórias. Conquistou o Campeonato Carioca de 1974 e a Copa dos Campeões de 2001. Pelo Fluminense, em 1971-1972, ganhou o Carioca de 1971. No Vasco da Gama, em 1979 e 1990-1991, venceu o Carioca de 1988 na segunda passagem. Fora do Brasil, treinou o Al-Hilal na Arábia Saudita (1980-1981), sendo campeão saudita em 1979, e seleções como Kuwait (1976-1978, vice na Copa da Ásia de 1976), Arábia Saudita (1984-1985) e Emirados Árabes Unidos (1989-1990). Passagens por Bangu (1988-1989) e Portuguesa (1999) foram menos vitoriosas, mas demonstraram sua versatilidade.

Com a Seleção Brasileira

Zagallo é lendário pela Seleção. Em 1969-1970, levou o Brasil ao tricampeonato na Copa do Mundo de 1970, no México, com um time estelar incluindo Pelé. Em 1974, ficou em quarto lugar na Alemanha. Como coordenador em 1991-1994, ajudou na conquista da Copa de 1994 nos EUA, sob Carlos Alberto Parreira. Em 1998, na França, foi vice-campeão como treinador.

Como coordenador em 1994-1998 e 2003-2006, contribuiu para vitórias como a Copa das Confederações de 1997, Copa América de 1997 e prata na Copa América de 1995. Nos Jogos Olímpicos de 1996, ganhou bronze. Seus números impressionam: 135 jogos pela principal (99 vitórias), 19 pela olímpica (14 vitórias) e 72 como coordenador (39 vitórias). Seu último trabalho foi em 2006, com Parreira.

Conquistas e Recordes

Zagallo detém recordes únicos: quatro títulos em Copas do Mundo em funções diferentes – jogador (1958, 1962), treinador (1970) e coordenador (1994). Participou de sete Copas, com cinco finais. Recebeu a Ordem de Mérito da FIFA em 1992 e foi eleito o nono melhor treinador de todos os tempos pela Soccer Magazine em 2013. No Botafogo, é ídolo eterno, com o “Dia do Botafoguense” em 9 de agosto. Em rankings de 2020, foi colocado à frente de treinadores como Jürgen Klopp.

Vida Pessoal e Superstições

Zagallo era conhecido por seu temperamento forte e superstições. O número 13 era seu talismã: casou em 13 de janeiro, e muitas conquistas somavam 13 em datas ou letras. Devoto de Santo Antônio e São Padre Pio, influenciou até treinadores como Carlo Ancelotti, que em 2025 recebeu uma homenagem da CBF e Nike conectando sua fé à de Zagallo. Teve quatro filhos e viveu uma vida familiar discreta no Rio.

Morte e Homenagens

Zagallo faleceu em 5 de janeiro de 2024, no Rio, por falência múltipla de órgãos, após internações por infecção urinária. O governo decretou luto de três dias, e o velório ocorreu na CBF, com enterro no Cemitério de São João Batista. Homenagens vieram de ex-jogadores, clubes e entidades como FIFA. A CBF decretou luto de sete dias, e personalidades como Pelé (falecido) e Ronaldo prestaram tributos.

Legado e Atualizações Recentes em 2025

O legado de Zagallo persiste em 2025. Em janeiro, no aniversário de sua morte, a CBF publicou uma nota lembrando seus 93 anos completados postumamente em agosto de 2024. Homenagens continuam: em outubro de 2025, vídeos antigos circulam nas redes, como um desabafo forte resgatado pelo Jornal dos Sports, celebrando sua proximidade com fãs. A FIFA o homenageou em 2024 no The Best, ao lado de Charlton e Beckenbauer.

Recentemente, em 2025, uma conexão espiritual com Ancelotti foi destacada: um presente da Nike e CBF uniu os dois pela fé em Santo Antônio e São Padre Pio, simbolizando a influência global de Zagallo. Clubes como Botafogo realizam eventos anuais, e seu nome é invocado em discussões sobre táticas modernas. Em rankings atualizados, ele permanece como o maior vencedor de Copas, inspirando novas gerações. Sua herança estimada em R$ 13 milhões reflete não só bens materiais, mas o impacto imensurável no futebol brasileiro.

(Zagallo inovou o 4-3-3, influenciando esquemas atuais. Filhos e fãs celebram seu legado em eventos, como o vice na Copa da Ásia e títulos nacionais. Em 2025, com a proximidade da Copa de 2026, analistas citam Zagallo como referência para treinadores. Homenagens incluem murais no Maracanã e documentários. Sua devoção ao Botafogo é eterna, com o clube planejando estátua. Atualizações mostram que, mesmo após a morte, Zagallo é lembrado em premiações e debates sobre ídolos.)