Luís Castro: O Técnico Português que Conquista o Mundo do Futebol

Luís Castro: O Técnico Português que Conquista o Mundo do Futebol

Luís Castro

Luís Manuel Ribeiro de Castro, nascido em 3 de setembro de 1961, em Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, Portugal, é uma figura que personifica a dedicação ao futebol em suas múltiplas facetas. Como ex-jogador de futebol, atuando principalmente como lateral-direito, e agora como treinador de renome internacional, Castro construiu uma carreira marcada por superação, inovação tática e conquistas em diferentes continentes. Sua trajetória, que começou nos campos modestos das divisões inferiores portuguesas, evoluiu para os gramados de elite da Europa, Ásia e América do Sul. Aos 64 anos, em dezembro de 2025, ele continua a influenciar o esporte, agora à frente do Al Wasl, nos Emirados Árabes Unidos, onde busca novos desafios em uma liga em ascensão. Este artigo explora a vida e o legado de Luís Castro, destacando sua evolução como profissional e as lições que ele deixa para o futebol global.

Os Primeiros Passos: De Jogador a Formador

A jornada de Luís Castro no futebol começou cedo, como é comum em muitas lendas do esporte português. Filho de uma família humilde, ele ingressou nas categorias de base do Sporting CP, um dos gigantes do país, mas não conseguiu se firmar no time principal. Em vez disso, optou por uma carreira como jogador em clubes menores. Entre 1980 e 1994, defendeu equipes como o FC Felgueiras, o Salgueiros e o Leça FC, atuando na Segunda Liga e em divisões regionais. Sua posição de lateral-direito era marcada por garra defensiva e cruzamentos precisos, mas lesões e a concorrência feroz o impediram de alcançar a Primeira Liga de forma consistente.

Ao pendurar as chuteiras, Castro não se afastou dos campos. Pelo contrário, mergulhou de cabeça na formação de jovens talentos. Em 1996, assumiu como treinador das categorias de base do Leixões SC, onde começou a desenvolver sua filosofia de jogo. Influenciado pela escola portuguesa de futebol, que enfatiza a posse de bola e o desenvolvimento técnico, ele priorizava a educação integral dos atletas. “O futebol não é só sobre vencer; é sobre construir caráter”, costumava dizer em entrevistas iniciais. Essa etapa foi crucial: em 2003, foi convidado para treinar o time principal do Leixões, sua primeira experiência no banco de reservas profissional. Apesar de resultados irregulares, como a luta contra o rebaixamento na temporada 2006-07, Castro demonstrou habilidade em motivar elencos limitados, uma qualidade que o acompanharia por toda a carreira.

Ascensão em Portugal: Consolidação como Estrategista

A consolidação de Luís Castro como técnico veio com o Rio Ave FC, em 2011. Contratado em meio a uma crise, ele transformou o time de Vila do Conde em uma equipe competitiva na Primeira Liga. Na temporada 2013-14, levou o clube à histórica oitava posição, com um futebol ofensivo que encantou torcedores e críticos. Sua marca registrada? Um 4-3-3 fluido, com laterais avançando e meio-campistas versáteis. Foi ali que Castro começou a ser visto como um inovador, capaz de extrair o máximo de elencos sem estrelas.

Em 2015, o FC Porto o chamou para comandar o time B na LigaPro. O resultado foi épico: na temporada 2015-16, os reservas portistas conquistaram o título nacional pela primeira vez na história da competição. Embora inelegíveis para promoção, as vitórias sobre equipes tradicionais como o Varzim e o Chaves chamaram atenção. “Luís nos ensinou a jogar como homens, não como meninos”, relatou um ex-jogador em uma entrevista ao jornal A Bola. Após esse sucesso, Castro assumiu o Rio Ave novamente, em novembro de 2016, mas partiu para o GD Chaves em 2017, onde evitou o descenso e implantou uma identidade defensiva sólida.

Seu retorno ao Vitória de Guimarães, em 2018, marcou o ápice em Portugal. Na temporada 2018-19, levou os vimaranenses às semifinais da Taça de Portugal e à quarta posição na liga, garantindo vaga na Liga Europa. Com 62 jogos no comando (34 vitórias, 14 empates e 14 derrotas), Castro deixou um legado de estabilidade. No entanto, a busca por novos horizontes o levou para fora do país. Em dezembro de 2019, assinou com o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, um passo ousado que testaria sua adaptabilidade em um futebol de alta intensidade.

Conquistas Internacionais: Shakhtar e a Surpresa Ucraniana

A passagem de Luís Castro pelo Shakhtar Donetsk, entre 2020 e 2022, foi um divisor de águas. Contratado para suceder Luís Felipe Scolari, ele herdou um time repleto de brasileiros e ucranianos talentosos, mas pressionado por expectativas. Na temporada 2020-21 da Liga dos Campeões da UEFA, o Shakhtar surpreendeu o mundo ao vencer o Real Madrid por 2-0 na Ucrânia e empatar em 2-2 no Santiago Bernabéu. Tetê e Solomon brilharam sob seu comando, com Castro apostando em uma pressão alta e transições rápidas.

O campeonato ucraniano de 2020-21 foi conquistado com folga, com 25 vitórias em 32 jogos. Estatísticas mostram um aproveitamento de 78%, com 77 gols marcados. A invasão russa em 2022 interrompeu o ciclo, forçando a suspensão das competições. Castro, que já havia lidado com a pandemia de COVID-19, demonstrou resiliência ao manter o grupo unido em treinamentos remotos. “O futebol para, mas a vida continua. Precisamos de força para voltar mais fortes”, declarou em coletiva. Sua saída, em maio de 2022, foi amigável, abrindo portas para a América do Sul.

A Era Brasileira: Botafogo e o Título Carioca

O futebol brasileiro, com sua paixão e imprevisibilidade, parecia o destino perfeito para Castro. Em junho de 2022, ele assumiu o Botafogo, no Rio de Janeiro, em um momento delicado: o clube lutava contra o rebaixamento na Série A. Com um contrato até o fim de 2023, o português implementou sua visão europeia, misturando posse de bola com a garra carioca. Contratações como o zagueiro Adryelson e o meia Eduardo encaixaram perfeitamente.

O ponto alto veio na Taça Guanabara de 2023, com vitórias convincentes sobre Flamengo e Vasco. Na final do Campeonato Carioca, contra o Vasco, o Botafogo venceu por 2-0, conquistando o título estadual pela primeira vez em 12 anos. Castro se tornou ídolo instantâneo na torcida alvinegra, com cânticos ecoando no Nilton Santos. “Ele trouxe organização sem perder a alegria do nosso futebol”, comentou o capitão Alex Telles. Na Série A, o time terminou em 11º, mas com melhorias notáveis na defesa (reduzindo gols sofridos em 30%). Sua saída, em julho de 2023, para a Arábia Saudita, foi saudosa, mas necessária para um salto maior.

Aventura na Arábia Saudita: Al Nassr e o Desafio com Ronaldo

A chegada ao Al Nassr, em julho de 2023, colocou Castro no centro das atenções globais. Contratado para substituir Rudi Garcia, ele assumiu um elenco estrelado por Cristiano Ronaldo, Sadio Mané e Marcelo Brozovic. O contrato até 2025 prometia glórias, e não decepcionou de imediato. Em agosto, o Arab Club Champions Cup foi erguido com uma vitória por 2-1 sobre o Al Hilal na final, um troféu continental que quebrou uma seca de anos.

Na Liga Saudita, o Al Nassr terminou em segundo lugar na temporada 2023-24, com 82 pontos, 14 atrás do invencível Al Hilal de Jorge Jesus. Ronaldo, com 35 gols, elogiou o técnico: “Castro me dá liberdade para focar no que sei fazer”. Na Liga dos Campeões da Ásia, avançaram às oitavas, mas caíram para o Kawasaki Frontale. A temporada 2024-25 começou promissora, mas tropeços como o empate na estreia asiática e a derrota por 4-1 na Supercopa contra o Al Hilal geraram pressão. Em setembro de 2024, após 14 meses (58 jogos, 35 vitórias), Castro deixou o clube, agradecido pela oportunidade. “Foi uma honra trabalhar com lendas”, disse em despedida.

Novo Capítulo: Al Wasl e Perspectivas para 2025

Em 4 de junho de 2025, Luís Castro assinou com o Al Wasl FC, da UAE Pro League, por dois anos. O clube de Dubai, tradicional mas sem títulos recentes, vê no português a chance de revival. Até novembro de 2025, o time ocupa a terceira posição na liga, com Castro implantando seu 4-2-3-1, destacando jovens como Fabio Cardoso. Uma vitória por 3-1 sobre o Al Ain em outubro sinaliza bom momento. Em entrevista à Sky Sports em maio de 2025, Castro revelou: “O segredo de Ronaldo é o ‘treino invisível’ – dedicação fora de campo que poucos veem”. Aos 64, ele planeja estender sua carreira, talvez mirando uma seleção europeia.

Legado e Influência: Um Técnico Além das Fronteiras

Luís Castro não é apenas um vencedor – com títulos em Portugal, Ucrânia, Brasil e Arábia – mas um formador de caráter. Sua taxa de vitórias geral, acima de 55% em mais de 500 jogos, reflete consistência. Influenciado por mentores como José Mourinho (companheiro na academia portuguesa), ele prioriza o coletivo. Críticos apontam rigidez tática em momentos de pressão, mas defensores destacam sua adaptabilidade cultural.

Em um futebol cada vez mais global, Castro exemplifica o técnico moderno: versátil, resiliente e visionário. Seus ex-jogadores, de Taremi no Porto a Ronaldo no Nassr, creditam a ele o crescimento pessoal. À medida que 2025 avança, com o Al Wasl mirando a AFC Champions League, uma pergunta persiste: qual será o próximo troféu de Luís Castro? Se sua história ensina algo, é que o português sempre surpreende.

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