João Victor
João Victor da Silva Marcelino é um daqueles nomes que ecoam com força no universo do futebol brasileiro. Nascido em 17 de julho de 1998, em Bauru, interior de São Paulo, esse zagueiro de 1,87m de altura e porte imponente tem construído uma carreira marcada por garra, versatilidade e uma capacidade rara de se adaptar a desafios internacionais. Aos 27 anos, ele já vestiu as cores de gigantes como Corinthians e Benfica, passou por um retorno breve ao Brasil no Vasco da Gama e, mais recentemente, abraçou uma nova aventura na Rússia, defendendo o CSKA Moscou. Sua trajetória não é só de gols contra ou defesas providenciais – é de superação, negociações milionárias e um talento que continua a evoluir. Neste artigo, mergulhamos na jornada de João Victor, destacando os momentos que definiram seu caminho e as novidades que agitam sua atual fase.
Os Primeiros Passos: De Bauru às Categorias de Base
Todo grande jogador começa pequeno, e João Victor não foge à regra. Criado em Bauru, uma cidade conhecida por seu basquete, mas que também nutre sonhos de futebol, ele descobriu sua paixão pelo esporte ainda criança. Aos 12 anos, ingressou nas categorias de base do Corinthians, o Timão, clube que seria o alicerce de sua formação. “Eu vim de uma família humilde, onde o futebol era mais que diversão – era esperança”, confidenciou certa vez em entrevista ao site oficial do clube paulista.
Na base corintiana, João Victor se destacou pela solidez defensiva e pela leitura de jogo acima da média para sua idade. Ele disputou a Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2016, onde o Timão chegou às semifinais, e chamou atenção de olheiros. Sua progressão foi rápida: em 2017, aos 19 anos, ele assinou seu primeiro contrato profissional. Mas o caminho não foi só de glórias iniciais. Lesões menores e a concorrência feroz na zaga alvinegra o mantiveram no banco por temporadas, forçando-o a amadurecer fora dos holofotes. Foi nesse período que ele poliu seu estilo: destro, bom no jogo aéreo e com passes longos precisos, características que o tornariam um ativo valioso no profissional.
A Consolidação no Corinthians: De Reserva a Titular
A estreia de João Victor no time principal do Corinthians veio em 2019, contra o Botafogo, pela Copa do Brasil. Entrou no segundo tempo e, logo em sua primeira partida completa, marcou um gol de cabeça em um clássico contra o Palmeiras. Esse tento não só calou o rival, mas sinalizou o potencial do jovem zagueiro. Na temporada 2020, com a saída de nomes como Walter e Henrique, ele assumiu a titularidade ao lado de Gil, formando uma dupla que ajudou o Timão a conquistar o Campeonato Paulista.
Ao todo, foram mais de 50 jogos pelo Corinthians, com dois gols e uma assistência. Mas o auge veio em 2021: João Victor foi peça-chave na campanha da Copa Libertadores, onde o time chegou às oitavas de final. Sua regularidade chamou a atenção do mercado europeu. “Jogar no Corinthians me ensinou a lidar com pressão. Aqui, todo jogo é final”, disse ele em coletiva de imprensa antes de sua saída. A transferência para o Benfica, por cerca de 6 milhões de euros, marcou o fim de uma era e o início de um capítulo mais ambicioso.
Benfica: O Salto para a Elite Europeia
Chegar ao Benfica em julho de 2021 foi como pular de um trem regional para um jato supersônico. O clube lisboeta, tricampeão europeu, apostou no brasileiro como reforço para a zaga, ao lado de nomes como Vertonghen e Otamendi. João Victor estreou na Supertaça de Portugal, vencida por 2 a 0 contra o Sporting, e rapidamente se entrosou. Na temporada 2021/22, ele disputou 28 jogos na Liga Portuguesa, ajudando o Benfica a terminar em terceiro lugar e a avançar na Champions League.
No entanto, a adaptação não foi perfeita. A intensidade do futebol europeu, com jogos a cada três dias, expôs fragilidades em sua velocidade em campo aberto. Empréstimos curtos para clubes como o PSV Eindhoven (em 2022) serviram de lição. “A Europa te quebra se você não se reinventar”, refletiu João Victor em podcast recente. De volta ao Benfica em 2023, ele recuperou espaço, mas lesões musculares o limitaram a 15 partidas na temporada seguinte. Ainda assim, sua cláusula de rescisão de 100 milhões de euros refletia a confiança da diretoria. Foi nesse período que ele conquistou a Taça da Liga Portuguesa, em 2023, erguendo o troféu como capitão interino.
Desafios e Empréstimos: Lições de Resiliência
A carreira de João Victor no Benfica foi pontuada por altos e baixos, mas os empréstimos foram cruciais para seu crescimento. Em 2022, no PSV, ele aprendeu táticas holandesas de alta pressão, jogando 12 partidas e marcando um gol contra o Feyenoord. De volta, enfrentou concorrência de novos reforços, o que o levou a um empréstimo ao Coritiba em 2023, no Brasil, para recuperar ritmo. Lá, ele foi titular absoluto em 20 jogos, ajudando o Coxa a evitar o rebaixamento.
Esses períodos de instabilidade testaram sua mentalidade. “Eu pensei em desistir, mas o futebol é como a vida: você cai sete vezes, levanta oito”, compartilhou em rede social. O retorno ao Benfica em meados de 2023 trouxe estabilidade, mas o clube português priorizou vendas para equilibrar as finanças. Assim, em dezembro de 2023, veio o anúncio do empréstimo ao Vasco da Gama, com opção de compra – um movimento que reacendeu seu amor pelo futebol brasileiro.
Retorno ao Brasil: A Paixão pelo Vasco da Gama
O Vasco contratou João Victor como sua segunda aquisição mais cara da história, por cerca de 4 milhões de euros iniciais, com bônus. Em janeiro de 2024, ele se apresentou em São Januário lotado de torcedores, prometendo “sangue e suor” pelo Cruzmaltino. Como titular absoluto, ele ancorou a defesa vascaína no Brasileirão, onde o time brigou por uma vaga na Libertadores. Em 35 jogos, sofreu apenas 28 gols e contribuiu com dois tentos, incluindo um em vitória clássica contra o Flamengo.
Sob o comando de treinadores como Ramón Díaz e depois Álvaro Pacheco, João Victor se tornou ídolo rápido. Sua liderança em campo, com desarmes precisos e bolas aéreas dominadas, ecoava o estilo de zagueiros clássicos como Thiago Silva. No entanto, em agosto de 2025, uma reviravolta: após negociações intensas, ele foi vendido ao CSKA Moscou por 5 milhões de euros, uma fração da cláusula benfiquista, mas um negócio que aliviou as finanças do Vasco. “Foi duro deixar o Brasil de novo, mas o futebol me chama para novos horizontes”, declarou na despedida.
Nova Aventura no CSKA Moscou: Adaptação ao Frio Russo
Em agosto de 2025, João Victor desembarcou em Moscou para assinar com o CSKA, clube tradicional da Premier League russa, tricampeão nacional. A transferência, por 5 milhões de euros, representou um recomeço aos 27 anos. “A Rússia é um desafio diferente: o clima, o estilo físico… mas eu amo isso”, disse em sua apresentação. Até novembro de 2025, ele já acumula 10 jogos, com média de 85% de acerto nos passes e dois desarmes por partida.
O CSKA, que briga pelo título da liga, vê no brasileiro o parceiro ideal para o capitão Viktor Vasin. Sua estreia foi contra o Spartak, em um dérbi eletrizante que terminou 1 a 1, com João Victor anulando o atacante promissor do rival. Fora de campo, ele se adapta ao frio siberiano treinando com aquecedores e compartilhando stories de neve no Instagram, onde tem mais de 500 mil seguidores.
Últimas Atualizações: Disputas Financeiras e Convocações
2025 tem sido agitado para João Victor. Em outubro, o Benfica moveu ação judicial contra o Vasco por 4,5 milhões de euros pendentes da transferência de 2024, alegando cláusulas de solidariedade FIFA não cumpridas. Após negociações tensas, as partes chegaram a um acordo amigável, com pagamentos parcelados, aliviando o clube carioca. “Tudo resolvido. Agora, foco no campo”, postou o zagueiro.
Outra novidade: em setembro, ele recebeu sua primeira convocação para a Seleção Brasileira Olímpica, visando os Jogos de 2028. “Quase um ano após o título mundial sub-23, tudo mudou na minha vida”, celebrou, referindo-se ao Mundial de 2024 no Uzbequistão. Rumores de interesse do Porto e do Milan circulam, mas João Victor descarta saídas prematuras.
Estilo de Jogo, Conquistas e Legado
João Victor é o zagueiro moderno: forte no um contra um, com visão para lançamentos e carisma para motivar o time. Suas conquistas incluem o Paulista de 2020 pelo Corinthians, a Taça da Liga pelo Benfica e a permanência do Vasco na Série A. Estatísticas no Sofascore mostram nota média de 7.2 em 2025, com 92% de duelos aéreos ganhos.
Fora das quatro linhas, ele é embaixador de projetos sociais em Bauru, apoiando escolinhas de futebol para crianças carentes. Casado e pai de um menino, equilibra a carreira com família, postando fotos de churrascos brasileiros em Moscou.
Conclusão: Um Futuro Brilhante à Vista
João Victor não é só um zagueiro – é um exemplo de persistência em um esporte impiedoso. De Bauru ao gelado de Moscou, sua jornada inspira jovens talentos a sonharem grande. Com 27 anos, ele tem pelo menos uma década pela frente para colecionar troféus e, quem sabe, uma convocação para a Canarinho principal. O futebol agradece por nomes como o dele, que transformam obstáculos em degraus. E você, torcedor: onde João Victor vai brilhar em 2026?
