Jhon Arias
Jhon Arias é um daqueles nomes que ecoam nos estádios sul-americanos como um grito de gol. Nascido na Colômbia, esse ponta-direita de 28 anos tem uma trajetória que mistura garra colombiana com o ritmo acelerado do futebol brasileiro. Desde suas primeiras passadas no Patriotas Boyacá até as noites mágicas no Maracanã, Arias se transformou em um dos jogadores mais admirados da América do Sul. Agora, na Premier League, ele enfrenta novos desafios, mas sua essência de guerreiro permanece intacta. Esta é a história de um atleta que não para de evoluir, sempre com o sorriso discreto e a determinação de quem sabe o valor de cada oportunidade.
Os Primeiros Passos na Colômbia: Raízes e Descoberta
Jhon Adolfo Arias Andrade veio ao mundo em 21 de setembro de 1997, em Cali, uma cidade vibrante no sudoeste da Colômbia. Cresceu em um ambiente onde o futebol era mais que um esporte: era escape, sonho e união familiar. Filho de pais humildes, Arias começou a chutar bola nas ruas poeirentas de seu bairro, imitando os ídolos da seleção colombiana como James Rodríguez e Falcao García. Aos 15 anos, ingressou nas categorias de base do Patriotas Boyacá, um clube modesto da segunda divisão colombiana.
Foi no Patriotas que Arias mostrou seu potencial. Com apenas 18 anos, em 2016, estreou no time principal. Sua velocidade explosiva pela ponta direita e a capacidade de cruzamentos precisos chamaram atenção. Em 2017, disputou 25 jogos e marcou três gols, números que o colocaram no radar de clubes maiores. O Independiente Santa Fe, um dos gigantes de Bogotá, o contratou em 2018. Lá, Arias amadureceu. Na temporada 2019, ajudou o time a conquistar a Superliga Colombiana, com cinco gols e quatro assistências em 30 partidas. Sua habilidade em driblar marcadores em espaços curtos e finalizar com precisão o tornava imprevisível. Aos 21 anos, ele já era considerado uma joia do futebol colombiano, mas sabia que precisava de um salto maior para brilhar internacionalmente.
Esses anos iniciais moldaram o caráter de Arias. Longe de holofotes excessivos, ele aprendeu a valorizar o coletivo. “O futebol na Colômbia te ensina a lutar por cada centímetro”, diria ele anos depois em uma entrevista. Sua ascensão não foi linear – lesões menores e concorrência feroz testaram sua paciência –, mas cada obstáculo o preparou para o que viria.
A Chegada ao Fluminense: Um Novo Capítulo no Rio de Janeiro
Em fevereiro de 2021, o Fluminense apostou em Arias por cerca de 1,5 milhão de euros, uma barganha que se revelaria genial. Vindo do Santa Fe, o colombiano assinou um contrato de quatro anos e desembarcou no Rio com o peso de ser o “reforço estrangeiro” em um elenco estrelado por nomes como Fred e Nenê. Inicialmente, adaptou-se devagar. O calor carioca, o estilo técnico do futebol brasileiro e a pressão das Laranjeiras testaram sua resiliência. Mas Arias não demorou a se enturmar.
Na temporada 2021, ele jogou 38 partidas, marcou sete gols e deu cinco assistências. Sua versatilidade – atuando como ponta ou meia-atacante – encaixou perfeitamente no esquema de Marcão e, depois, de Fernando Diniz. Em 2022, veio a explosão: 11 gols e 10 assistências no Brasileirão, ajudando o Flu a terminar em quarto lugar e classificar para a Libertadores. Arias se tornou o motor do time, com corridas incansáveis pelo flanco direito e visão de jogo que criava chances do nada. O Maracanã o adotou como filho: torcedores cantavam seu nome em uníssono após dribles desconcertantes.
O ponto alto foi a conquista do Campeonato Brasileiro de 2022, o primeiro do Fluminense em 21 anos. Arias foi peça-chave na campanha invicta em casa, com um gol memorável contra o Corinthians que selou o título. “Aqui eu me sinto em casa”, confessou ele na festa do troféu. Sua estatística geral no Flu até 2025: mais de 150 jogos, 25 gols e 30 assistências. Ele não era só um jogador; era o símbolo de uma reconstrução tricolor.
Conquistas Épicas: Libertadores e o Auge no Brasil
2023 seria o ano da consagração. Sob o comando de Diniz, o Fluminense enfrentou o mundo na Copa Libertadores. Arias brilhou como nunca. Nas oitavas, marcou contra o Grêmio; nas semis, assistiu o gol decisivo frente ao Olímpia. Na final contra o Boca Juniors, no Monumental de Buenos Aires, ele correu 12 km, deu uma assistência para o gol de John Kennedy e foi eleito o melhor em campo. O título continental, o primeiro do clube, coroou sua passagem pelo Brasil.
Arias ganhou prêmios individuais: craque da Libertadores, melhor estrangeiro do Brasileirão e inclusão no time do ano da CBF. Sua parceria com Cano e Arias formava um trio letal, com o colombiano responsável por 40% das chances criadas pelo Flu em 2023. Fora de campo, ele se envolveu em ações sociais no Rio, visitando comunidades e doando equipamentos para projetos de base – um eco de suas raízes colombianas.
Em 2024, mesmo com o vice na Recopa Sul-Americana, Arias manteve o nível. Marcou 12 gols em 45 jogos, incluindo um hat-trick contra o Vasco no clássico carioca. Sua consistência o atraiu olhares da Europa. Clubes como o Lyon e o Sevilla sondaram, mas foi o Wolverhampton que venceu a corrida em julho de 2025, pagando 20 milhões de euros – um recorde para um colombiano saindo do Brasil.
A Aventura na Premier League: Desafios no Wolverhampton
A transferência para o Wolves marcou um divisor de águas. Aos 27 anos, Arias assinou por quatro temporadas, com opção de mais uma, vestindo a camisa 10. A Premier League prometia visibilidade global e salários estratosféricos, mas a realidade bateu forte. O futebol inglês, com sua intensidade física e ritmo alucinante, exigiu adaptações. Sob Gary O’Neil, ele estreou como titular contra o Manchester United, mas lesões e concorrência com Sarabia e Bellegarde limitaram seu tempo de jogo.
Na temporada 2025/26, até novembro, Arias disputou apenas 12 partidas, com dois gols e uma assistência. Críticas surgiram: torcedores questionavam sua resistência em duelos aéreos, e a imprensa inglesa o rotulou de “inconsistente”. Em uma entrevista recente, ele admitiu: “É mais duro do que imaginava, mas eu vim para crescer”. Seus dribles, que encantavam no Brasil, por vezes evaporavam no caos da Championship – não, da Premier. Ainda assim, flashes de genialidade apareceram: um gol de voleio contra o Everton e uma assistência decisiva no dérbi contra o West Brom.
O Wolves, lutando contra o rebaixamento, vê em Arias um ativo valioso. Relatos indicam que o clube está aberto a negociações, especialmente com clubes brasileiros interessados. Sua baixa minutagem afeta até sua convocação para a seleção colombiana, onde perdeu espaço para nomes como Sinisterra.
Carreira pela Seleção Colombiana: Orgulho Nacional
Arias estreou pela Colômbia em 2021, em uma vitória por 3-1 sobre o Peru. Desde então, acumula 35 jogos, oito gols e sete assistências. Foi peça-chave na Copa América 2024, marcando nas quartas contra o Uruguai e ajudando na campanha que levou à final – perdida para a Argentina. Na eliminatória para a Copa de 2026, ele soma quatro gols em 10 partidas, incluindo um contra o Brasil que rendeu memes eternos entre rivais.
Sob Néstor Lorenzo, Arias é o “diferencial” pela ponta, com sua capacidade de desequilibrar defesas fechadas. Ele sonha com o Mundial nos EUA, México e Canadá, e sabe que precisa de mais minutos na Europa para se firmar.
Estilo de Jogo: Velocidade, Drible e Inteligência
O que torna Arias especial? Sua estatura baixa (1,68m) o ajuda em mudanças de direção rápidas, com uma média de 3,2 dribles por jogo no Flu. Direito de pé, ele finaliza com curva ou chuta colocado, somando 53 gols em 343 partidas na carreira. Defensivamente, contribui com 1,8 desarmes por 90 minutos. Analistas o comparam a um “Ángel Di María tropical”, pela visão e ousadia.
Vida Pessoal: Família, Fé e Equilíbrio
Fora das quatro linhas, Arias é reservado. Casado com sua namorada de infância, Daniela, o casal tem uma filha nascida em 2023. Ele é devoto católico, frequentemente postando orações nas redes. No Rio, adotou o churrasco brasileiro e o samba, mas mantém laços com Cali, financiando uma escolinha de futebol lá. Sua fortuna estimada em 15 milhões de euros vem de contratos com Nike e endossos locais.
Atualizações Recentes: Insatisfação e Rumores de Retorno
Em novembro de 2025, Arias vive um momento de turbulência. Após uma sequência de banco no Wolves – apenas 45 minutos nos últimos três jogos –, ele expressou arrependimento pela mudança. “Penso no Brasil como um último recurso, mas priorizo a Europa”, disse em entrevista ao Globo Esporte. O Flamengo monitora de perto, vendo nele um reforço ideal para o meio-campo de Tite, especialmente com Arrascaeta sobrecarregado. O Fluminense, seu ex-clube, tem cláusula de preferência em qualquer retorno ao país.
Clubes como Palmeiras e Cruzeiro também sondam, atraídos pelo custo-benefício: um salário de 300 mil euros mensais seria acessível. No Wolves, a diretoria sinaliza abertura para empréstimo em janeiro de 2026, visando recuperar valor de mercado. Na seleção, ele foi relacionado para as eliminatórias contra Chile e Venezuela, mas precisa impressionar para ir à Copa. Torcedores brasileiros, nostálgicos, lotam as redes com #VoltaJhonArias, misturando saudosismo e esperança.
O Futuro de Arias: Um Horizonte Aberto
Jhon Arias ainda tem muito a oferecer. Seja na Inglaterra, onde pode explodir como Luis Díaz, ou de volta ao Brasil para reconquistar o protagonismo, sua jornada inspira. Aos 28 anos, com mais de 60 gols na carreira, ele representa a ponte entre o futebol sul-americano e o europeu. No fim das contas, Arias não é só um jogador; é a prova de que talento, persistência e um pouco de sorte podem mudar destinos. E quem sabe? O próximo capítulo pode ser escrito no Maracanã novamente.