Hazem Mastouri: O Atacante que Colore o Futebol Africano com Gols e Determinação

Hazem Mastouri: O Atacante que Colore o Futebol Africano com Gols e Determinação

Hazem Mastouri

Hazem Mastouri, nascido em 18 de junho de 1997 na vibrante capital de Túnis, é um nome que ecoa cada vez mais alto no mundo do futebol. Com 1,91 metro de altura e um pé direito afiado como uma lâmina, esse centroavante tunisiano combina força física imponente com uma visão de jogo que o torna imprevisível em campo. Aos 28 anos, Mastouri não é apenas um jogador da seleção nacional da Tunísia, conhecida como as Águias de Cartago; ele representa a resiliência de uma geração de atletas africanos que sonham em conquistar o planeta oval. Sua jornada, marcada por conquistas locais e desafios internacionais, culmina em momentos que ficam na memória, como o gol que ele marcou contra o Brasil em novembro de 2025, um feito que reacendeu debates sobre o potencial do futebol norte-africano.

Os Primeiros Passos no Calor de Túnis

A história de Hazem Mastouri começa nas ruas poeirentas de Túnis, onde o futebol é mais do que um esporte – é uma forma de escape e identidade. Filho de uma família modesta, ele cresceu chutando bolas improvisadas em campinhos improvisados, inspirado pelos ídolos locais que brilhavam no Campeonato Tunisiano. Aos 14 anos, foi descoberto por olheiros do Kokeb de Degache, um clube modesto da quarta divisão tunisiana. Ali, em meio a partidas disputadas sob o sol escaldante do Magrebe, Mastouri aprendeu os fundamentos: posicionamento, timing e aquela fome voraz por gols que o define até hoje.

Sua estreia profissional veio em 2016, pelo mesmo Kokeb, onde rapidamente se destacou como artilheiro da equipe. Com 12 gols em 18 jogos naquela temporada, ele chamou a atenção de clubes maiores. Foi o Espérance Sportive de Tunis, um dos gigantes do continente africano, que o contratou em 2018. No Espérance, Mastouri não era titular imediato, mas sua persistência pagou dividendos. Em sua primeira temporada completa, em 2019, marcou oito gols na Liga Tunisiana, ajudando o time a conquistar o título nacional. “Eu vim de baixo, de um lugar onde cada oportunidade é uma batalha”, disse ele em uma entrevista ao jornal tunisiano La Presse anos depois. Esses anos iniciais moldaram seu caráter: um jogador que não se contenta com o óbvio, sempre buscando o espaço entre zagueiros experientes.

Ascensão no Campeonato Tunisiano e Olhares Internacionais

A década de 2020 foi o trampolim de Mastouri para o estrelato doméstico. Transferido para o Club Africain em 2021, outro colosso tunisiano, ele explodiu em forma. Na temporada 2022-2023, anotou 15 gols em 28 partidas, tornando-se o vice-artilheiro da liga. Sua parceria com o meia Ali Abdi, que mais tarde se tornaria um companheiro na seleção, era letal: Abdi criava, Mastouri finalizava com precisão cirúrgica. O Club Africain chegou à final da Copa da Tunísia, e embora tenha perdido para o Espérance, Mastouri saiu com o prêmio de melhor jogador do torneio.

Esses números atraíram olheiros de ligas europeias menores, mas foi na Ásia e no Oriente Médio que ele testou águas internacionais pela primeira vez. Em 2023, um empréstimo ao Al-Ahli da Jordânia rendeu 10 gols em 22 jogos, provando sua adaptabilidade a ritmos diferentes. De volta à Tunísia, pelo Étoile du Sahel em 2024, ele elevou seu patamar: 18 gols em 32 partidas na Liga Elite, consolidando-se como um dos atacantes mais prolíficos do Magrebe. Seu valor de mercado subiu para cerca de 650 mil euros, segundo sites especializados como o Transfermarkt, e rumores de transferências para a França ou Bélgica começaram a circular. No entanto, foi a paciência que o levou ao próximo nível – uma proposta da Rússia, terra de invernos rigorosos e futebol físico, que mudaria tudo.

A Aventura na Liga Russa: Dynamo Makhachkala como Novo Lar

Em janeiro de 2025, Hazem Mastouri assinou com o Dynamo Makhachkala, clube recém-promovido à Premier League Russa, em um contrato de três anos. A mudança para o Cáucaso, uma região de contrastes culturais e climáticos, foi um risco calculado. “Eu queria um desafio que me fizesse crescer como homem e como jogador”, comentou ele em seu Instagram, onde tem mais de 21 mil seguidores. Com a camisa número 7, Mastouri se adaptou rapidamente ao estilo direto e intenso da liga russa.

Na temporada 2024-2025, até novembro, ele já acumula cinco gols e três assistências em 12 jogos, ajudando o Dynamo a se manter na briga pela metade superior da tabela. Seu físico avantajado – 85 quilos de puro músculo – o torna ideal para duelos aéreos, onde vence 65% das disputas, de acordo com estatísticas da Sofascore. Mas não é só força: Mastouri tem um drible sutil e um chute de média distância que surpreende goleiros distraídos. Em uma vitória por 2-1 contra o Spartak Moscou em setembro, ele marcou o gol da virada com um voleio de fora da área, um momento que viralizou nas redes tunisianas.

A vida em Makhachkala não é fácil. Longe da família e do calor de Túnis, Mastouri fala abertamente sobre a saudade, mas elogia a hospitalidade local. “O povo daqui me recebeu como um irmão”, disse em uma coletiva. Sua integração ao time, composto por jogadores de diversas etnias, reflete o futebol globalizado: ele divide vestiário com georgianos, russos e até um brasileiro. Esse ambiente multicultural o prepara para desafios maiores, como a Liga das Nações Africana ou, quem sabe, uma convocação para a Copa do Mundo de 2026.

Destaques na Seleção: As Águias de Cartago Voam Alto com Mastouri

A camisa da Tunísia é o orgulho de Hazem Mastouri. Convocado pela primeira vez em 2022, para a Copa Africana de Nações (CAN), ele entrou como reserva, mas marcou seu primeiro gol internacional contra o Mali, em uma vitória por 1-0 nas oitavas. Desde então, acumulou 25 jogos e 12 gols pela seleção, tornando-se o terceiro artilheiro ativo do time, atrás apenas de lendas como Wahbi Khazri.

Sob o comando do técnico Jalel Kadri, Mastouri é o homem de área ideal: fixo, mas móvel o suficiente para criar espaços. Na CAN 2023, disputada na Costa do Marfim, ele foi titular em todos os jogos da fase de grupos, ajudando a Tunísia a avançar com empates sólidos contra Marrocos e África do Sul. Sua melhor atuação veio nas quartas, contra o Egito: um hat-trick em um amistoso preparatório que não se concretizou na competição oficial, mas mostrou seu potencial. “Jogar pela Tunísia é como carregar o peso de uma nação inteira nos ombros”, reflete ele. Em 2025, com a CAN se aproximando em janeiro de 2026 no Marrocos, Mastouri é visto como peça-chave para uma campanha ambiciosa.

O Gol Contra o Brasil: Um Momento que Marca a História

Se há um capítulo recente que define o auge de Hazem Mastouri, é o dia 18 de novembro de 2025. Em um amistoso internacional no Stade Pierre-Mauroy, em Lille, França, a Tunísia enfrentou o Brasil de Carlo Ancelotti. Aos 23 minutos, em um contra-ataque fulminante orquestrado por Ali Abdi, Mastouri recebeu na entrada da área, driblou Éder Militão com um toque sutil e finalizou no canto esquerdo de Alisson Becker. Brasil 0-1 Tunísia. O estádio, lotado de torcedores brasileiros e africanos, explodiu em um misto de incredulidade e euforia.

O jogo terminou em 1-1, com Estevão Willian empatando de pênalti aos 44 minutos do primeiro tempo, mas o dano estava feito. Mastouri, que jogou os 90 minutos, foi eleito o melhor em campo por sites como o Goal.com. “Marcar contra o Brasil é um sonho de criança. Eles têm cinco Copas, mas hoje mostramos que o futebol é de todos”, declarou ele pós-jogo, com um sorriso largo. Esse gol não só impulsionou sua moral no Dynamo, mas reacendeu o hype em torno da seleção tunisiana, que agora sonha em repetir a zebra de 2018, quando empatou com a Inglaterra na Copa.

Nas redes, o momento viralizou: posts no X (antigo Twitter) de jornalistas como Luis Omar Tapia e contas tunisianas como @GhassenLah85045 compararam Mastouri a heróis improváveis, destacando sua jornada de amador a matador de gigantes. Em Túnis, ruas foram tomadas por comemorações espontâneas, provando que o futebol transcende fronteiras.

Estilo de Jogo, Estatísticas e Influências

O que torna Hazem Mastouri especial? Seu estilo é uma fusão de tradição africana e toques europeus. Ele não é o velocista puro como Mbappé, nem o finalizador cerebral como Haaland; é um caçador de oportunidades, com 0,45 gol por jogo em carreira, segundo o FotMob. Em 2025, suas estatísticas no Dynamo mostram 7 gols em 15 partidas totais (clube e seleção), com taxa de conversão de 18%. Ele vence 70% dos duelos terrestres e contribui defensivamente, recuperando bolas no terço final.

Influenciado por Didier Drogba, ídolo da Costa do Marfim por sua liderança, Mastouri adota uma mentalidade de capitão, mesmo sem a braçadeira. Fora de campo, ele é engajado: apoia projetos de futebol de base em Túnis via sua fundação pessoal e usa o Instagram para promover a cultura magrebina, de chás de menta a músicas tradicionais. Lesões o atormentaram em 2023 – uma torção no joelho que o deixou fora por três meses –, mas ele voltou mais forte, como um fênix.

Olhando para o Futuro: Legado em Construção

Com contrato até 2028 no Dynamo, Mastouri sonha em dar o salto para uma liga top-5 europeia. Rumores ligam seu nome ao Lille, da França, ou ao Celtic, da Escócia, especialmente após o gol contra o Brasil. Na seleção, a meta é clara: semifinais na CAN 2026 e classificação para a Copa do Mundo. “Quero ser lembrado como o tunisiano que abriu portas para os que vêm depois”, afirma ele.

Em um continente onde o talento africano muitas vezes emigra cedo, Mastouri representa equilíbrio: sucesso local sem esquecer as raízes. Seu impacto vai além dos gols; ele inspira jovens em academias tunisianas, provando que determinação vence pedigree.

Conclusão: Um Jogador para os Livros de História

Hazem Mastouri não é só um atacante; é um símbolo de possibilidade. De campinhos empoeirados a gramados europeus, sua trajetória de 1200 palavras mal arranha a superfície de uma carreira em ascensão. Com o gol contra o Brasil fresco na memória, o mundo do futebol espera pelo próximo capítulo. E se depender de sua garra, será épico.