Gustavo Nonato
Gustavo Nonato Santana, ou simplesmente Nonato, é um daqueles jogadores que exemplificam a essência do futebol brasileiro: versatilidade, garra e uma capacidade invejável de se adaptar a diferentes cenários. Aos 27 anos, nascido em São Paulo no dia 3 de março de 1998, Nonato tem se destacado como um meio-campista completo, capaz de atuar tanto na marcação quanto na criação de jogadas. Com 1,75 metro de altura e o pé direito como principal arma, ele acumula passagens por clubes tradicionais do Brasil e até uma aventura na Europa. Sua história é marcada por empréstimos estratégicos, títulos regionais e momentos decisivos em competições nacionais. Em 2025, especialmente, Nonato vive um renascimento no Fluminense, onde se tornou peça fundamental no esquema tático de Renato Gaúcho. Vamos mergulhar na jornada desse atleta que, apesar de não ser um nome de capa de revista, constrói sua carreira com consistência e profissionalismo.
Início da Carreira nas Categorias de Base
Todo grande jogador começa pequeno, e Nonato não foge à regra. Filho de uma família humilde da capital paulista, ele deu os primeiros passos no futebol organizado aos 10 anos, ingressando nas categorias de base do Corinthians em 2008. O Timão, gigante do futebol brasileiro, era o sonho de consumo de qualquer garoto da periferia, mas a concorrência feroz e as exigências técnicas do clube acabaram por dispensá-lo anos depois. Foi um golpe duro, mas que serviu como lição de resiliência. Sem se abater, Nonato encontrou refúgio no São Caetano, clube modesto mas formador de talentos, em 2014.
Lá, ele se desenvolveu rapidamente. Treinadores elogiam sua visão de jogo precoce e a habilidade em recuperar bolas, características que o destacavam entre os pares. Nos treinos, Nonato era o “motorzinho” do time sub-17: incansável na pressão alta e preciso nos passes curtos. Essa fase de formação foi crucial para moldar seu estilo versátil – um meio-campista que não se limita a uma função, mas contribui em todas as fases do jogo. Em 2016, com apenas 18 anos, ele já treinava com o elenco principal, sinal de que seu talento não passaria despercebido por muito tempo.
Estreia Profissional no São Caetano
A estreia de Nonato no profissional veio em 30 de março de 2016, pelo São Caetano, no Campeonato Paulista. Entrando no segundo tempo contra o Santo André, ele mostrou compostura além da idade: 25 minutos de bola rodando, uma desarme importante e zero erros. Foi um cartão de visitas modesto, mas promissor. Naquele ano, o Azulão lutava para se manter na elite paulista, e Nonato, com sua energia, ajudou a equipe a evitar o pior.
O verdadeiro brilho veio em 2017. Com 19 anos, ele foi peça-chave na conquista do Campeonato Paulista da Série A2, o segundo escalão estadual. Foram dois jogos disputados, mas sua influência ia além dos números: Nonato organizava o meio-campo, distribuía bolas com precisão e motivava os companheiros. O título, conquistado em uma final eletrizante contra o XV de Piracicaba, marcou sua primeira taça como profissional. Em 2018, de volta à Série A1, ele jogou 15 partidas, ajudando o time a escapar do rebaixamento por um triz. Com 17 jogos, zero gols e uma assistência no total pelo São Caetano, Nonato chamou atenção de olheiros de clubes maiores. Sua saída para o Internacional, em 2018, foi o trampolim para uma carreira mais ambiciosa.
Ascensão no Internacional
O Colorado, de Porto Alegre, apostou em Nonato como uma promessa barata. Inicialmente um empréstimo para o time B, ele logo furou a bolha do principal. Em 2019, estreou na Série A contra o Chapecoense, jogando os 90 minutos em uma derrota por 2 a 0. Mas o que impressionou foi sua maturidade: aos 21 anos, ele já marcava laterais experientes e iniciava contra-ataques com passes verticais.
O Internacional viu potencial e, em setembro de 2019, comprou seus direitos por uma quantia modesta, estendendo o contrato até 2023. Foram três temporadas intensas: 91 jogos, sete gols e uma assistência. Nonato brilhou em 2020, marcando contra o Flamengo na Libertadores, em uma vitória que classificou o Inter para as oitavas. Sua versatilidade permitia que ele jogasse como volante, meia ou até segundo homem de ataque. No entanto, lesões pontuais e a concorrência com nomes como Edenilson limitaram seu protagonismo total. Em 2021, veio o primeiro empréstimo para o Fluminense, uma oportunidade de se aproximar do Rio e de um clube em ascensão.
Passagem pelo Fluminense e Experiência na Europa
No Fluminense, de 2021 a 2022, Nonato disputou 55 partidas, marcando quatro gols e dando sete assistências. Sob o comando de Marcão e depois Fernando Diniz, ele se adaptou ao estilo de posse de bola, contribuindo com 1.200 passes certos em uma temporada. Um highlight foi o gol contra o Fortaleza, em um 2 a 1 que manteve o Flu na briga pelo título. Mas, em setembro de 2022, o clube anunciou sua saída, abrindo caminho para uma venda ao Ludogorets Razgrad, da Bulgária.
A Europa foi um capítulo desafiador. Vendido por cerca de 1,5 milhão de euros, Nonato estreou com gol na Champions League, contra o Sheriff Tiraspol, em setembro de 2022. Foram 38 jogos, três gols e duas assistências, incluindo o título da Liga Búlgara em 2022-23. No entanto, a adaptação cultural e o ritmo mais físico do futebol europeu o desgastaram. Em 2023, com menos minutos, ele foi emprestado ao Santos, marcando um gol decisivo contra o Flamengo que evitou, temporariamente, o rebaixamento do Peixe.
Retorno ao Santos e Nova Fase
De volta ao Brasil, o Santos tornou Nonato permanente em janeiro de 2024, em uma troca envolvendo o atacante Rwan Seco e um crédito de 500 mil euros. Contrato até dezembro de 2026, ele jogou 22 partidas, com um gol. Apesar do esforço – incluindo aquela vitória sobre o Rubro-Negro –, o rebaixamento à Série B veio como um baque. Nonato, sempre discreto, assumiu a liderança no vestiário, motivando os mais jovens. Mas o destino o levou de volta ao Fluminense em julho de 2024, por empréstimo até o fim de 2025, com opção de compra.
Consolidação no Fluminense em 2024-2025
Sob Renato Gaúcho, Nonato encontrou seu habitat ideal: um esquema com três volantes, onde sua marcação e transição rápida brilham. Ele assumiu a camisa 16 e, desde a reestreia contra o Cuiabá em julho de 2024, acumulou 53 jogos na temporada. Sua integração foi suave, graças à memória muscular da passagem anterior. Em novembro de 2025, o Fluminense exerceu a opção de compra por cerca de 1,5 milhão de dólares, selando sua permanência até 2026. “É como voltar para casa”, disse Nonato em entrevista pós-jogo, destacando o carinho da torcida tricolor.
Destaques na Temporada Atual
A temporada 2025 tem sido memorável. Com 26 aparições até novembro, Nonato marcou três gols em todas as competições, incluindo um na Copa do Brasil contra o Bahia (2 a 0). No Brasileirão, ele soma 1.200 minutos, com média de 85% de acerto nos passes e 2,5 desarmes por jogo. O ápice veio no Mundial de Clubes FIFA, onde o Fluminense enfrentou o Ulsan HD da Coreia do Sul. Nonato abriu o placar na vitória por 4 a 2, driblando dois marcadores e finalizando com categoria. Mais recente, em 27 de novembro de 2025, no Maracanã lotado, ele saiu do banco no Fluminense 6 a 0 sobre o São Paulo: gol aos 24 minutos do segundo tempo, limpando a defesa e chutando cruzado, além de uma assistência para Canobbio. “Nonato é o cara do momento”, vibrou a torcida, que o ovacionou ao final.
Esses números – 108 jogos pelo Flu no total, sete gols e 11 assistências – mostram evolução. Sua taxa de interceptações subiu 20% em relação a 2024, graças ao treinamento específico com o preparador físico. Fora de campo, Nonato é exemplo: voluntário em projetos sociais no Rio, ele visita comunidades para ensinar futebol a crianças carentes.
Conquistas e Estatísticas Gerais
Ao longo da carreira, Nonato ostenta o Paulista A2 de 2017 e a Liga Búlgara de 2022-23. No total, 276 jogos, 18 gols e 14 assistências. No Internacional, foi vice-campeão gaúcho em 2020; no Ludogorets, semifinalista da Conference League. Suas stats no Sofascore giram em torno de 7.0 de média, com picos de 8.2 em jogos decisivos. Ele não é o artilheiro, mas o equilíbrio: recupera 6 bolas por partida e completa 70% dos dribles.
Perspectivas Futuras
Com o contrato assinado, Nonato mira a Libertadores 2026 pelo Fluminense. Rumores de interesse de clubes europeus voltam à tona, mas ele prioriza o Brasil: “Quero títulos aqui, onde tudo começou”. Aos 27, está no auge físico, e analistas preveem uma convocação para a Seleção Olímpica, caso haja janela. Sua dualidade ítalo-brasileira abre portas para a Azzurri, mas o coração é verde-amarelo.
Conclusão
Gustavo Nonato não é o flash de Pelé ou a genialidade de Zico, mas representa o futebol real: persistência, adaptação e contribuição coletiva. De São Paulo ao Maracanã, passando por Porto Alegre e Sófia, sua trajetória inspira jovens atletas. Em 2025, com gols decisivos e transferências concretizadas, Nonato prova que o timing certo transforma promessas em pilares. O Fluminense, e o futebol brasileiro, agradecem. Que venham mais capítulos nessa história de superação e talento puro.
