Gui Santos: A Jornada de um Brasileiro na Elite do Basquete Mundial

Gui Santos: A Jornada de um Brasileiro na Elite do Basquete Mundial

Gui Santos

Gui Santos, o ala brasileiro de 23 anos, tem sido uma das figuras mais inspiradoras para os fãs de basquete no Brasil. Com sua versatilidade em quadra e determinação fora dela, ele representa não só o talento nacional, mas também a persistência de quem sonha grande. Nascido em Brasília, Gui trilhou um caminho que o levou das quadras locais ao estrelato na National Basketball Association (NBA), onde defende o Golden State Warriors. Sua história é de superação, família e paixão pelo esporte, e em 2025, ele continua a evoluir, mostrando que o basquete brasileiro tem muito a oferecer ao mundo.

Neste artigo, exploramos os passos de Gui Santos desde a infância até os momentos mais recentes de sua carreira. De um garoto criado em meio a uma família de atletas a um profissional consolidado na liga mais competitiva do planeta, sua trajetória serve de motivação para jovens atletas em todo o país.

Infância e Início no Basquete: Raízes Familiares em Brasília

Guilherme Carvalho dos Santos, conhecido como Gui, veio ao mundo em 22 de junho de 2002, na capital federal do Brasil. Crescer em Brasília significou estar cercado por um ambiente esportivo vibrante, mas foi o legado familiar que plantou as sementes de sua paixão pelo basquete. Seu pai, Deivisson Santos, foi jogador profissional por cinco temporadas no Novo Basquete Brasil (NBB), competindo em times como o Brasília e o Uberlândia. A mãe, Lucineide, também dedicou-se ao esporte, atuando como jogadora de basquete. Não por acaso, o irmão mais novo de Gui, Eduardo, segue os mesmos passos: começou no Minas Tênis Clube, passou pelo Corinthians e já integrou a seleção brasileira de base.

Desde cedo, Gui absorveu os valores do basquete. “Meu pai me ensinava a importância de treinar duro, mesmo nos dias ruins”, contou ele em uma entrevista anos depois. Aos 10 anos, já treinava nas quadras do Gama, um bairro periférico de Brasília, onde o acesso a equipamentos era limitado, mas a vontade de aprender era imensa. Ele se destacava pela agilidade e visão de jogo, características que o diferenciavam dos colegas. Aos 14, ingressou no programa de base do Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, uma mudança que marcou o início de sua profissionalização.

Essa fase inicial não foi só de glórias. Gui enfrentou lesões menores e a pressão de se adaptar a um novo ambiente longe da família. Mas foi lá, no Minas, que ele aprendeu a importância da disciplina. Treinamentos diários, academia e estudos paralelos moldaram não só seu corpo – hoje com 2,02 metros de altura e 100 quilos – mas também sua mentalidade. “O basquete me ensinou a ser resiliente”, reflete ele. Essa base familiar e os primeiros desafios em Minas foram fundamentais para o que viria a seguir.

Ascensão no Basquete Brasileiro: Do NBB à Seleção

Em 2018, com apenas 16 anos, Gui estreou no time profissional do Minas, na temporada 2018-19 do NBB. Logo em sua primeira ano, ele se tornou titular, mostrando maturidade impressionante. Seus números iniciais – médias de 10 pontos e 5 rebotes por jogo – chamaram atenção de olheiros internacionais. O Minas, um dos clubes mais tradicionais do Brasil, serviu como plataforma perfeita para seu crescimento. Em dois anos, Gui evoluiu de promessa a peça-chave, ajudando o time a brigar por playoffs.

Um marco veio em abril de 2021, quando ele foi selecionado para a Equipe Mundial no Nike Hoop Summit, um evento que reúne os melhores jovens talentos globais. Jogando ao lado de estrelas em ascensão, Gui marcou 15 pontos e distribuiu assistências precisas, provando que seu estilo versátil – capaz de arremessar de longa distância ou penetrar na defesa – transcendia fronteiras.

Paralelamente, Gui representou o Brasil em competições internacionais de base. Em 2019, no Campeonato Sul-Americano Sub-17 da FIBA, no Chile, ele brilhou na final contra a Argentina, anotando 27 pontos e garantindo a medalha de ouro. Esse título não foi só uma conquista coletiva; foi o momento em que Gui percebeu que podia competir no mais alto nível. Sua estreia pela seleção principal veio na qualificação para a AmeriCup de 2022, onde ele contribuiu com energia defensiva e arremessos oportunos.

No NBB, Gui acumulou prêmios individuais e ajudou o Minas a alcançar semifinais. Sua capacidade de jogar múltiplas posições – ala ou ala-pivô – o tornava imprevisível. Mas o Brasil, apesar do talento, ainda era um trampolim. Gui sonhava com a NBA, e em 2022, esse sonho começou a se materializar.

O Sonho Americano: Draft da NBA e Chegada aos Warriors

O ano de 2022 foi transformador. No Draft da NBA, realizado em julho, Gui foi escolhido pelo Golden State Warriors com a 55ª escolha geral, tornando-se o 19º brasileiro a pisar na liga. Foi um momento de orgulho nacional: após Oscar Schmidt e Leandrinho, Gui representava uma nova geração. “Estar aqui é um sonho que eu persigo desde criança”, disse ele ao ser anunciado.

Logo após o draft, Gui participou da Summer League com os Warriors, em Las Vegas. Em jogos de exibição, ele registrou médias de 12 pontos e 6 rebotes, impressionando pela defesa e transição rápida. Para ganhar ritmo, foi enviado ao Santa Cruz Warriors, afiliado da G League. Lá, ele se destacou imediatamente: em 2022-23, foi selecionado para o Next Up Game, um all-star da liga de desenvolvimento.

A estreia oficial na NBA veio em novembro de 2023, contra o Oklahoma City Thunder. Em apenas 4 minutos, Gui marcou 2 pontos, pegou 3 rebotes e deu 1 assistência. Foi um começo modesto, mas simbólico. Ele alternava entre a G League – onde promediava 13,7 pontos, 6,6 rebotes e 2,5 assistências em 43 jogos na carreira – e o time principal. Em 6 de novembro de 2023, assinou um contrato garantido de três anos com os Warriors, ocupando a 14ª vaga do elenco e se tornando o único brasileiro na liga naquela temporada.

Os Warriors, tetracampeões recentes, viram em Gui um jogador versátil para o banco. Sob o comando de Steve Kerr, ele aprendeu a nuances do jogo moderno: espaçamento, defesa em equipe e arremessos de três. Apesar dos minutos limitados na temporada 2023-24 (23 jogos, média de 3,6 pontos), Gui mostrou flashes de brilho, como uma enterrada impressionante contra o Lakers.

Temporada 2024-25: Crescimento e Momentos de Destaque

A temporada 2024-25 marcou a consolidação de Gui na NBA. Com mais confiança, ele atuou em 56 jogos da fase regular, registrando médias de 4,1 pontos, 3,1 rebotes e 1,4 assistências. Sua primeira titularidade veio em 15 de janeiro de 2025, na vitória apertada sobre o Minnesota Timberwolves por 116-115. Em 21 minutos, ele contribuiu com 5 pontos, 7 rebotes e 3 assistências, mostrando versatilidade.

Dias depois, em 22 de janeiro, bateu seu recorde pessoal com 16 pontos contra o Sacramento Kings. No jogo seguinte, contra o Chicago Bulls, explodiu com 19 pontos e 7 rebotes, incluindo cinco arremessos de três certeiros – uma vitória por 131-106 que ecoou nos highlights da liga. Esses jogos provaram que Gui não era mais só um novato; era uma opção confiável.

Nos playoffs, ele jogou 10 partidas, com média de 2,6 pontos, ajudando os Warriors em uma campanha sólida. Fora de quadra, uma lesão no joelho em fevereiro de 2024 o tirou por semanas, mas ele voltou mais forte, graças a um programa de reabilitação rigoroso. Em junho de 2025, os Warriors exerceram a opção de equipe em seu contrato, garantindo sua permanência para 2025-26 com salário de US$ 2,2 milhões (cerca de R$ 12 milhões), totalmente garantido a partir de janeiro de 2026.

Gui também brilhou pela seleção brasileira na Copa do Mundo de 2023, convocada em agosto, reforçando seu compromisso com o país.

Atualizações Recentes: Desempenho na Temporada 2025-26

A temporada 2025-26 começou agitada para Gui. Em novembro, ele foi enviado ao Santa Cruz Warriors para ganhar minutos, mas foi rapidamente recolhido ao time principal. Em 27 de novembro, voltou à rotação dos Warriors, jogando 12 minutos contra o Philadelphia 76ers e marcando 4 pontos.

O ponto alto veio em 6 de dezembro de 2025, em uma vitória suada dos Warriors por 99-94 sobre o Cleveland Cavaliers. Com o time desfalcado por lesões, Gui saiu do banco e anotou 14 pontos, incluindo lances livres cruciais nos minutos finais que selaram o placar. Foi sua melhor atuação recente, destacando-se pela defesa e arremessos oportunos. “Gui foi essencial no quarto período”, elogiou o técnico Steve Kerr pós-jogo. Essa performance veio em um contexto de rotação ampla, onde todos os 10 jogadores ativos dos Warriors contribuíram.

Gui também tem se adaptado a um papel híbrido: minutos na G League para afiar o jogo, mas presença constante na NBA. Em 20 de novembro, ele voltou ao banco após uma breve titularidade, mas seu impacto é inegável. Fãs brasileiros acompanham ansiosos, especialmente com a possibilidade de mais convocações para a seleção em 2026.

Vida Pessoal e Legado: Além das Quadras

Fora do basquete, Gui é um jovem equilibrado. Em junho de 2025, pediu a namorada, Júlia Lawrenz, em casamento após quatro anos de namoro. Júlia, jogadora de vôlei pela Universidade do Hawaii e ex-seleção brasileira de praia júnior, compartilha a vida nômade do casal entre São Francisco e viagens. “Ela me apoia em tudo”, diz Gui, que usa as redes sociais para motivar jovens, compartilhando treinos e mensagens de superação.

Seu legado vai além dos números. Como o único brasileiro na NBA atual, Gui inspira uma nova onda de talentos. Academias em Brasília e Belo Horizonte lotam com crianças vestindo a camisa 15 dos Warriors. Ele participa de clínicas no Brasil durante o off-season, ensinando fundamentos e enfatizando a educação.

Conclusão: O Futuro Brilhante de Gui Santos

Gui Santos é mais que um jogador; é um embaixador do basquete brasileiro. De Brasília às arenas da NBA, sua jornada de 1200 palavras – ou melhor, de milhares de treinos e dribles – mostra que o talento, unido à família e persistência, abre portas. Com contrato seguro e atuações crescentes, como os 14 pontos contra os Cavaliers em dezembro de 2025, Gui está pronto para mais. O Brasil torce por ele, sabendo que cada cesta é uma vitória coletiva. Que venham mais capítulos nessa história inspiradora.