Enderson Alves Moreira, nascido em 28 de setembro de 1971 em Belo Horizonte, Minas Gerais, é um dos nomes mais experientes no mundo do futebol brasileiro. Como treinador, ele construiu uma carreira marcada por conquistas em diferentes níveis do esporte, especialmente em acessos à elite do futebol nacional. Com uma trajetória que começou nas categorias de base e evoluiu para comandos de grandes clubes, Enderson se destaca pela capacidade de reorganizar equipes em momentos difíceis. Atualmente, em outubro de 2025, ele comanda o Grêmio Novorizontino na Série B do Campeonato Brasileiro, onde busca mais um feito importante na briga pelo acesso.
Sua história no futebol reflete a paixão mineira pelo esporte, misturando formação acadêmica sólida com dedicação prática. Formado em Educação Física pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Enderson sempre enfatizou a importância da preparação física e da gestão de jogadores, algo que moldou seu estilo de trabalho. Ao longo dos anos, ele passou por dezenas de clubes, acumulando títulos estaduais e nacionais, e enfrentando desafios como rebaixamentos e reconstruções. Em 2025, sua relevância foi relembrada por figuras como John Textor, acionista do Botafogo, que o elogiou publicamente por contribuições passadas.
Infância e Formação Inicial
Enderson Moreira cresceu em Belo Horizonte, uma cidade onde o futebol é parte da cultura cotidiana. Desde jovem, ele se envolveu com o esporte, jogando nas categorias de base do Cruzeiro, onde foi revelado, mas sem chegar ao profissional como jogador. Sua transição para o lado técnico veio naturalmente, influenciada pela família e pelo ambiente esportivo mineiro. Em 1995, aos 24 anos, ele ingressou no América-MG como preparador físico, marcando o início de sua jornada no futebol profissional.
Durante os anos iniciais, Enderson trabalhou intensamente nas divisões inferiores. Em 1996, assumiu a base do América-MG, conquistando a Copa São Paulo de Futebol Júnior, um título que o projetou no cenário nacional. Essa vitória precoce demonstrou sua habilidade em lidar com jovens talentos e em implementar métodos de treinamento inovadores para a época. Graduado em Educação Física, ele trouxe conceitos acadêmicos para o campo, como periodização de treinos e recuperação física, que eram menos comuns nos anos 90.
Em 1998, Enderson deu o passo para ser treinador principal, assumindo o Proesp/7 de Setembro, um projeto universitário ligado à UFMG. Ali, ele desenvolveu sua filosofia de jogo, focada em organização tática e desenvolvimento individual. Esses anos formativos foram cruciais, pois o prepararam para desafios maiores, como a gestão de elencos profissionais em competições de alto nível. Sua paciência e dedicação nessa fase o diferenciaram de muitos contemporâneos, que buscavam atalhos para o sucesso.
Primeiros Passos como Treinador Profissional
A virada para o profissional veio em 2008, quando Enderson assumiu o Ipatinga, após ser auxiliar no clube. Foi sua estreia em um time da Série A, embora o Ipatinga estivesse em declínio. Apesar de dificuldades financeiras e rebaixamento, ele ganhou experiência valiosa em lidar com pressão e elencos limitados. No ano seguinte, passou pelo Atlético Paranaense e pelo time B do Internacional, onde trabalhou na base novamente, refinando sua visão sobre formação de atletas.
O grande salto aconteceu em 2010, quando retornou ao Internacional como interino, comandando um Gre-Nal em Rivera, no Uruguai, que o Colorado venceu por 2 a 1. Essa vitória simbólica reforçou sua credibilidade no Sul do país. Em 2011, ele assumiu o Goiás, onde explodiu: conquistou o Campeonato Gaúcho pelo Inter no início do ano e, no Goiás, levou o time ao título da Série B em 2012, além de três Campeonatos Goianos consecutivos. Esses troféus consolidaram Enderson como especialista em acessos, com um estilo de jogo equilibrado, priorizando defesa sólida e contra-ataques rápidos.
Em 2013, ele foi para o Santos, onde venceu o Campeonato Paulista de 2015, um dos seus maiores feitos em um clube grande. No Peixe, enfrentou estrelas como Robinho e Geuvânio, demonstrando capacidade de gerir vestiários talentosos. No entanto, o rebaixamento em 2015 foi um revés, mas Enderson saiu com a reputação intacta, provando que aprende com derrotas.
Experiências em Clubes Grandes e Desafios Nacionais
A carreira de Enderson é pontuada por passagens por gigantes brasileiros. Em 2016, ele treinou o Fluminense, mas durou pouco devido a resultados irregulares. No Cruzeiro, em 2019, assumiu em meio a uma crise, mas não evitou o rebaixamento. Esses momentos difíceis o ensinaram sobre a volatilidade do futebol de elite, onde expectativas são altíssimas.
No Ceará, em 2020, ele ganhou o Campeonato Cearense pelo Fortaleza e a Copa do Nordeste pelo Bahia, mostrando versatilidade em regionais. Sua volta ao Bahia em 2019 rendeu o estadual, reforçando sua habilidade em competições curtas. Em 2021, no Botafogo, Enderson realizou um milagre: assumiu o time em 14º na Série B e levou ao título, com 20 vitórias em 31 jogos, um aproveitamento de 73%. Essa conquista é lembrada até hoje, como destacado por John Textor em outubro de 2025, que creditou a Enderson parte das bases para os sucessos recentes do Botafogo, como o título brasileiro e da Libertadores.
Passagens pelo Grêmio (2013, breve) e Athletico-PR também marcaram sua trajetória no Sul, onde enfrentou rivalidades intensas. No Sport, em 2023, ele comandou 68 jogos e venceu o Campeonato Pernambucano, mas deixou o clube após irregularidades na Série A. Esses episódios ilustram sua resiliência: Enderson é conhecido por reconstruir times, mesmo que nem sempre receba o crédito total.
Aventura Internacional e Retorno ao Brasil
Em busca de novos desafios, Enderson saiu do Brasil em 2023 para comandar o Sporting Cristal, no Peru. Foi uma experiência enriquecedora, adaptando-se a uma liga diferente, com foco em táticas sul-americanas. Ele trouxe de volta lições sobre multiculturalidade no futebol, lidando com jogadores de diversas nacionalidades.
De volta ao Brasil em 2024, assumiu o Avaí na Série B. Em 2025, conquistou o Campeonato Catarinense, um título estadual fora de seu estado natal. No entanto, deixou o clube por mútuo acordo em março de 2025, após o contrato expirar. Essa passagem foi positiva, com 15 vitórias em 34 jogos, mas Enderson buscava mais estabilidade.
Em junho de 2025, retornou ao América-MG, seu clube de coração, onde já havia sido campeão da Série B em 2017. Com três acessos na carreira (Goiás 2012, América 2017, Botafogo 2021), ele visava repetir o feito, mas foi demitido em 3 de agosto de 2025, após resultados mistos. Essa segunda passagem pelo Coelho teve 111 jogos no total em sua história no clube, com saldo positivo de vitórias.
Atualidade no Novorizontino e Atualizações de 2025
Em agosto de 2025, Enderson assumiu o Grêmio Novorizontino, na Série B, com contrato até o fim de 2026. Apresentado em 27 de agosto, ele já comandou treinos visando o acesso à Série A. Em outubro de 2025, o time enfrenta uma sequência de jogos fora de casa, decisivos na tabela. Enderson projeta esses confrontos como cruciais, lidando com suspensões de jogadores chave, mas com retornos importantes, como o artilheiro com seis gols na competição.
Recentemente, em 2 e 3 de outubro de 2025, John Textor, dono da SAF do Botafogo, usou as redes sociais para elogiar Enderson: “Este homem merece um enorme elogio e, através de sua contribuição, construímos um campeão do Brasil, um campeão da América do Sul e reconhecimento entre os cinco melhores clubes do mundo. Obrigado Enderson!”. Essa declaração dividiu opiniões, mas reforçou o legado de Enderson no Alvinegro, onde ele transformou uma equipe em crise em campeã.
Enderson também se manifestou orgulhoso da torcida botafoguense, dizendo que é a que mais carinho lhe dedica, destacando a virada de 14º para o título da Série B. No Novorizontino, ele implementa seu estilo clássico: defesa organizada e exploração de erros adversários, adaptado ao elenco atual. Com 53 anos, Enderson continua ativo, provando que experiência conta no futebol brasileiro.
Estilo de Treinamento e Filosofia
Enderson Moreira é conhecido como “Professor” por sua origem acadêmica. Seu método enfatiza a preparação física, com treinos intensos para endurance, e táticas flexíveis, variando entre 4-2-3-1 e 4-3-3 dependendo do adversário. Ele valoriza a gestão de grupo, ensinando atletas sobre disciplina e mentalidade vencedora, como visto em suas conquistas estaduais.
Em entrevistas, Enderson fala sobre a importância de ensinar: “O futebol é educação em campo”. Sua vocação para formar jogadores é evidente nas bases que treinou, e ele gerencia vestiários com equilíbrio, evitando polêmicas. Críticos apontam rigidez tática em jogos grandes, mas seus acessos provam eficácia em cenários de pressão.
Legado e Influência no Futebol Brasileiro
Com mais de 500 jogos como treinador principal, Enderson tem um currículo invejável: tricampeão da Série B, múltiplos estaduais (Gaúcho, Cearense, Pernambucano, Catarinense, Paulista, Goiano e Baiano) e a Copa do Nordeste. Sua capacidade de promover acessos o coloca entre os melhores nesse nicho, influenciando treinadores mais jovens.
Em 2025, aos 54 anos, Enderson segue como referência para clubes em ascensão. O elogio de Textor reacendeu debates sobre seu potencial em elites maiores, mas ele prefere desafios concretos, como o atual no Novorizontino. Seu legado é de superação: de preparador físico a multicampeão, Enderson inspira pela persistência.
Futuramente, ele pode mirar mais títulos nacionais ou até seleções estaduais. Enquanto isso, torcedores de ex-clubes, como Botafogo e América, o veem como ídolo. Enderson Moreira continua moldando o futebol brasileiro, um treino por vez.