Parte da rede SPORTS

Elina Svitolina: A Jornada de uma Tenista Ucraniana

Elina Svitolina: A Jornada de uma Tenista Ucraniana

Elina Svitolina: A Jornada de uma Tenista Ucraniana

Elina Svitolina é uma das tenistas mais talentosas e inspiradoras da história da Ucrânia. Com uma carreira repleta de conquistas, resiliência e dedicação, ela se tornou um símbolo de força dentro e fora das quadras. Nascida em Odesa, Svitolina alcançou o topo do ranking mundial da WTA, conquistou inúmeros títulos e se destacou como uma voz poderosa em apoio à sua nação durante tempos difíceis. Este artigo explora a vida, a carreira e o impacto de Elina Svitolina no tênis e além, com detalhes sobre sua trajetória e contribuições.

Infância e Início no Tênis

Raízes em Odesa

Elina Mykhailivna Svitolina nasceu em 12 de setembro de 1994, em Odesa, uma cidade portuária no sul da Ucrânia. Filha de Mikhaylo Svitolin, um ex-lutador, e Olena Svitolina, uma ex-remadora competitiva, Elina cresceu em uma família apaixonada por esportes. Seu irmão mais velho, Yulian, também jogava tênis, e foi observando a atenção que ele recebia que Elina, aos cinco anos, decidiu pegar uma raquete para chamar a atenção de seu pai. Esse momento marcou o início de sua paixão pelo esporte.

Primeiros Passos no Esporte

Aos 13 anos, a família de Svitolina mudou-se para Kharkiv, outra cidade importante da Ucrânia, após o empresário Yuriy Sapronov se tornar seu patrocinador. Esse apoio financeiro foi crucial para que Elina pudesse treinar e competir em níveis mais altos. Sua determinação e talento começaram a se destacar ainda na infância, e ela rapidamente se tornou uma promessa no tênis júnior. Em 2010, aos 15 anos, Svitolina conquistou o título de simples no torneio júnior de Roland Garros, derrotando a tunisiana Ons Jabeur na final, um marco que sinalizou seu potencial para o cenário profissional.

Ascensão no Tênis Profissional

Primeiros Títulos e Entrada no Top 50

Svitolina fez sua estreia no circuito principal da WTA em 2012, no torneio de Baku, onde, embora tenha perdido na primeira rodada, mostrou sinais de seu talento. Em 2013, ela conquistou seu primeiro título da WTA no mesmo torneio, marcando o início de uma série de conquistas. Nesse mesmo ano, ela entrou no top 50 mundial, um feito impressionante para uma jovem de apenas 19 anos. Sua ascensão continuou em 2014 e 2015, com vitórias em torneios como Baku e Marrakech, consolidando sua posição como uma das principais tenistas do mundo.

Chegada ao Top 10

Em 2017, Svitolina alcançou um marco histórico ao se tornar a primeira mulher ucraniana a entrar no top 10 do ranking da WTA, superando a compatriota Alona Bondarenko. Nesse ano, ela venceu cinco títulos, incluindo três torneios Premier 5 (Dubai, Roma e Toronto), um feito raro que a colocou entre as melhores do esporte. Sua vitória em Dubai contra Caroline Wozniacki foi particularmente notável, pois a levou ao top 10 pela primeira vez. Em setembro de 2017, ela alcançou sua melhor posição no ranking, número 3 do mundo, um recorde para o tênis ucraniano.

Conquistas em Grandes Torneios

Entre suas maiores conquistas está o título das Finais da WTA em 2018, onde derrotou Sloane Stephens na final. Esse torneio, que reúne as oito melhores tenistas do ano, foi um marco em sua carreira, demonstrando sua capacidade de competir com as maiores estrelas do esporte. Além disso, Svitolina venceu torneios importantes como o Dubai Tennis Championships, o Italian Open e o Canadian Open, todos no nível Premier 5, reforçando sua reputação como uma jogadora versátil e competitiva.

Momentos Marcantes em Grand Slams

Roland Garros e Wimbledon

Svitolina teve desempenhos notáveis em torneios de Grand Slam. Em 2015, ela alcançou as quartas de final de Roland Garros, seu primeiro grande resultado em um Major. Após uma batalha de mais de três horas contra Yulia Putintseva e uma vitória contra Alizé Cornet, ela enfrentou Ana Ivanovic, mas não conseguiu avançar. Em 2019, ela chegou às semifinais do US Open e de Wimbledon, tornando-se a primeira mulher ucraniana a alcançar essa fase em um Major. Sua vitória sobre a número 1 do mundo, Iga Świątek, nas quartas de final de Wimbledon em 2023, apenas meses após o nascimento de sua filha, foi um dos momentos mais inspiradores de sua carreira.

Medalha Olímpica

Um dos pontos altos da carreira de Svitolina foi a conquista da medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021. Na disputa pelo terceiro lugar, ela derrotou Elena Rybakina, do Cazaquistão, após perder o primeiro set, garantindo a primeira medalha olímpica de tênis para a Ucrânia. Esse feito foi especialmente significativo para Svitolina, que expressou seu desejo de inspirar seu país em um momento de desafios. Ela já manifestou seu objetivo de buscar outra medalha nos Jogos de Paris 2024, onde o torneio de tênis será realizado em Roland Garros, um local especial para ela.

Vida Pessoal e Impacto Fora das Quadras

Casamento e Maternidade

Em julho de 2021, Svitolina casou-se com o tenista francês Gaël Monfils, formando um dos casais mais queridos do mundo do tênis. Em outubro de 2022, eles deram as boas-vindas à sua filha, Skai Monfils. A maternidade trouxe uma nova perspectiva para Svitolina, que pausou sua carreira em 2022 para se dedicar à família, especialmente em meio à guerra na Ucrânia. Sua volta às quadras em 2023 foi impressionante, com vitórias significativas e uma energia renovada, mostrando sua resiliência como atleta e mãe.

Fundação Elina Svitolina

Em 2019, Svitolina fundou a Elina Svitolina Foundation, uma organização dedicada a apoiar jovens tenistas e promover o desenvolvimento do esporte na Ucrânia. A fundação oferece bolsas de estudo, treinamento e oportunidades para crianças, com o objetivo de inspirar a próxima geração de atletas. Svitolina acredita que o tênis ensina disciplina e trabalho árduo, valores que podem transformar vidas tanto dentro quanto fora das quadras. Desde a invasão russa na Ucrânia em 2022, a fundação também se envolveu em esforços humanitários, arrecadando fundos para ajudar os afetados pelo conflito.

Apoio à Ucrânia

Desde o início da invasão russa em 2022, Svitolina tem usado sua plataforma para chamar a atenção para a situação em seu país. Como embaixadora da UNITED24, uma plataforma de arrecadação de fundos lançada pelo governo ucraniano, ela arrecadou mais de 240 mil euros em eventos beneficentes, incluindo 57 mil euros para geradores para hospitais. Svitolina também visitou Kyiv e Odesa em 2023, sua primeira viagem à Ucrânia desde o início do conflito, e expressou a dificuldade de ver as mudanças causadas pela guerra. Sua avó, que ainda vive em Odesa, enfrenta desafios diários, como subir 13 andares a pé devido à falta de eletricidade, uma realidade que motiva Svitolina a continuar sua luta.

Desafios e Resiliência

Impacto da Guerra

A invasão russa da Ucrânia em 2022 teve um impacto profundo na vida de Svitolina. Enquanto lidava com a gravidez, ela enfrentava a angústia de ver sua terra natal em guerra. “Não posso descrever todos os meus sentimentos naquele momento”, disse ela sobre o início do conflito. Apesar da sensação de impotência, Svitolina escolheu agir, usando sua visibilidade para arrecadar fundos e conscientizar o mundo sobre as atrocidades na Ucrânia. Ela também criticou abertamente a resposta da WTA à guerra, chamando-a de “inútil” e expressando apoio à compatriota Lesia Tsurenko, que enfrentou dificuldades emocionais durante o conflito.

Retorno Após a Maternidade

O retorno de Svitolina às quadras em 2023, apenas meses após o nascimento de Skai, foi um testemunho de sua força. Treinando com o técnico holandês Raemon Sluiter, ela aproveitou o período fora das competições para aprimorar seu jogo. Sua campanha em Wimbledon, onde chegou às semifinais, e em Roland Garros, onde alcançou as quartas de final, mostrou que ela não apenas voltou ao seu melhor nível, mas também trouxe uma nova determinação. Svitolina atribuiu sua motivação ao apoio de sua família, amigos e do povo ucraniano, que a inspiraram a continuar lutando.

Estilo de Jogo e Legado

Habilidade em Quadra

Svitolina é conhecida por seu estilo de jogo versátil e agressivo. Suas defesas sólidas, combinadas com golpes precisos de forehand e backhand, a tornam uma adversária formidável. Sua vitória sobre Serena Williams nas Olimpíadas de 2016, quando a americana era a número 1 do mundo, destacou sua capacidade de competir contra as melhores. Sua serenidade em momentos de pressão, como nas vitórias contra Iga Świątek e Victoria Azarenka em Wimbledon 2023, reflete sua força mental.

Inspiração para a Ucrânia

Como a tenista mais bem-sucedida da história da Ucrânia, Svitolina é uma fonte de orgulho para seu país. Sua medalha olímpica, seus títulos da WTA e sua posição como embaixadora da UNITED24 a tornaram um símbolo de resistência. “Como ucraniana, não posso ficar calada”, disse ela em um evento do Atlantic Council, onde discutiu o papel do esporte na diplomacia e na luta contra a agressão russa. Sua dedicação em ajudar jovens atletas e apoiar a reconstrução da Ucrânia reforça seu impacto duradouro.

Futuro e Objetivos

Paris 2024

Svitolina já expressou seu desejo de competir nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, onde o torneio de tênis será realizado em Roland Garros. “É quase como uma Olimpíada em casa”, disse ela, destacando a importância do evento para ela e seu marido, Gaël Monfils. Seu objetivo é conquistar outra medalha para a Ucrânia, após o bronze em Tóquio. Com sua experiência e determinação, Svitolina é uma forte candidata a alcançar esse sonho.

Continuando o Legado

Além de suas ambições no esporte, Svitolina planeja expandir o alcance de sua fundação, ajudando mais jovens a descobrir o tênis e apoiando a reconstrução da Ucrânia. Sua combinação de sucesso atlético e compromisso social a coloca em uma posição única para inspirar mudanças. Seja nas quadras ou fora delas, Elina Svitolina continua a ser uma força poderosa, representando a Ucrânia com paixão e orgulho.

Conclusão

Elina Svitolina é mais do que uma tenista excepcional; ela é uma embaixadora de seu país, uma mãe dedicada e uma defensora incansável da Ucrânia. Sua jornada, desde uma jovem em Odesa até a número 3 do mundo, é marcada por conquistas, desafios e um compromisso inabalável com suas raízes. Com 18 títulos da WTA, uma medalha olímpica e um impacto humanitário significativo, Svitolina deixa um legado que vai além do esporte. À medida que ela se prepara para novos desafios, como os Jogos de Paris 2024, o mundo continua a admirar sua força, talento e coração.