Introdução
Deyverson Brum Silva, ou simplesmente Deyverson, é um dos nomes mais marcantes do futebol brasileiro contemporâneo. Nascido em 8 de maio de 1991, no Rio de Janeiro, este centroavante de 1,87 metro de altura e canhoto conquistou fãs e críticos com seu estilo imprevisível em campo. Conhecido por apelidos como “Caça Rato”, “Piscadinha” e “Menino Maluquinho”, Deyverson não é apenas um jogador habilidoso, mas uma personalidade que mistura talento, polêmicas e momentos de genialidade. Ao longo de sua carreira, ele passou por clubes na Europa e no Brasil, acumulando títulos como a Copa Libertadores de 2021 pelo Palmeiras e deixando sua marca em clássicos e decisões. Em outubro de 2025, aos 34 anos, Deyverson enfrenta um momento de transição no Fortaleza, onde foi afastado pelo técnico Renato Paiva após a eliminação na Copa Libertadores. Esta biografia explora sua jornada, desde as origens humildes até os desafios atuais, revelando o homem por trás da camisa 18.
Com mais de 300 jogos profissionais e cerca de 134 gols anotados, Deyverson representa o futebol brasileiro de exportação: talentoso, resiliente e cheio de histórias. Seu percurso inclui passagens por Portugal, Alemanha, Espanha e, claro, o Brasil, onde brilhou em times como Palmeiras, Cuiabá e Atlético Mineiro. Mas além dos números, é sua capacidade de roubar a cena – para o bem ou para o mal – que o torna inesquecível. Vamos mergulhar na trajetória desse atacante que, mesmo em meio a controvérsias, continua a inspirar debates no mundo da bola.
Início da Vida e Primeiros Passos no Futebol
A história de Deyverson começa em um bairro simples de Santa Margarida, no interior do Rio de Janeiro, onde o futebol era mais do que um esporte: era uma saída para sonhar alto. Filho de um ex-jogador amador, ele cresceu chutando bola nas ruas e participando de escolinhas locais. Seu pai, que dirigia a Associação Esportiva Social e Cultural Mamaô, foi o primeiro a identificar o potencial do menino. Desde cedo, Deyverson demonstrava faro de gol e uma energia contagiante, características que o levariam longe.
Aos 20 anos, em 2011, ele deu os primeiros passos profissionais no Grêmio Mangaratibense, um clube modesto que disputava a Série C do Campeonato Carioca. Em dois anos por lá, disputou 31 partidas e balançou as redes 18 vezes, chamando a atenção de olheiros europeus. Foi um período de aprendizado duro: viagens longas, salários modestos e a pressão de provar seu valor em um futebol regional. “Eu vendia salgado na rua para ajudar em casa enquanto tentava nos treinos”, contou ele em uma entrevista anos depois, revelando as dificuldades financeiras que enfrentou antes da fama. Torcedor fanático do Vasco da Gama, Deyverson carregava o sonho de um dia jogar profissionalmente, inspirado por ídolos como Romário e Edmundo.
Esses anos iniciais moldaram seu caráter: persistente e irreverente. Ele falhou em testes para clubes maiores do Rio, mas nunca desistiu. Em 2012, uma oportunidade na Europa mudou tudo. O Benfica, gigante português, o levou para testes no time B, marcando o fim da fase brasileira inicial e o início de uma aventura internacional. Foi ali que Deyverson começou a construir sua reputação como um atacante versátil, capaz de brigar na área e criar jogadas inesperadas.
A Aventura na Europa: De Portugal à Espanha
A Europa representou o grande salto na carreira de Deyverson, um período de adaptação cultural e técnica que testou seus limites. Chegando ao Benfica B em setembro de 2012, com contrato de três anos, ele estreou rapidamente contra o Tondela e logo marcou seu primeiro gol oficial, em novembro, na vitória por 2 a 1 sobre o Oliveirense. Em 29 jogos, foram 8 gols, números que o destacaram como promessa. No entanto, lesões e a concorrência feroz o levaram a um empréstimo para o Belenenses em 2013.
Benfica B e Belenenses: Os Primeiros Desafios Portugueses
No Belenenses, Deyverson encontrou um palco maior. Contratado em agosto de 2013, ele disputou 34 partidas e anotou 12 gols, mostrando sua capacidade de adaptação ao futebol europeu mais tático. Mas infortúnios o perseguiram: lesões no joelho o deixaram afastado por meses, e ele só retornou no fim do contrato, em 2015. “Portugal me ensinou a ser profissional de verdade”, refletiu ele sobre essa fase, onde aprendeu a lidar com a pressão de estádios lotados e treinadores exigentes.
Köln, Levante e Alavés: Consolidação na Elite
O ano de 2015 foi de idas e vindas. Em fevereiro, um empréstimo para o Köln, da Alemanha, trouxe novos ares. Estreando na Copa da Alemanha, marcou contra o Eintracht Frankfurt, mas o impacto foi limitado: 9 jogos e 2 gols. De volta a Portugal, ele assinou com o Levante, da Espanha, por quatro anos. Sua estreia na La Liga, em agosto de 2015, foi contra o Celta de Vigo, e o primeiro gol veio logo depois, em setembro, no empate com o Eibar. Na temporada 2015-16, foram 12 gols em 23 jogos, números que o colocaram no radar dos grandes.
O auge europeu veio no Alavés, para onde foi emprestado em 2016. Marcando no Camp Nou contra o Barcelona – na vitória histórica por 2 a 1 –, e também contra o Real Madrid, Deyverson ajudou o time basco a terminar em nono na La Liga e a chegar à final da Copa do Rei, como vice-campeão após perder para o Barça. Em 37 jogos, 7 gols. Foi uma fase de brilho, mas também de instabilidade: retornos ao Levante trouxeram apenas 9 gols em 33 partidas, e o sonho europeu começou a esfriar.
Ao todo, na Europa, Deyverson jogou mais de 150 partidas, com cerca de 40 gols, provando que podia competir no alto nível. Mas saudades de casa e a busca por minutos o levaram de volta ao Brasil em 2017, pronto para um novo capítulo.
O Retorno ao Brasil: Glórias e Polêmias no Palmeiras
O retorno ao Brasil em julho de 2017, para o Palmeiras, foi o ponto alto da carreira de Deyverson. Indicado pelo técnico Cuca, ele assinou por cinco anos e rapidamente se tornou peça chave. Sua primeira passagem, de 2017 a 2019, foi de adaptação: em 2018, marcou 9 gols no Brasileirão, incluindo em clássicos contra São Paulo e Corinthians, e o gol do título na vitória sobre o Vasco.
Primeira Passagem pelo Palmeiras e Empréstimos
Mas polêmicas surgiram cedo. Em 2019, no Derby Paulista, cuspiu no volante Richard, do Corinthians, resultando em suspensão de seis jogos no Paulista – e punições simultâneas nas três competições do ano. “É como se eu tivesse um chip na cabeça que me faz agir assim”, brincou ele na época, atribuindo ao estresse. Empréstimos para Getafe (2020, 7 jogos, 1 gol) e Alavés (2020-21, 29 jogos, 1 gol) foram tentativas de reencontro, mas sem sucesso.
Empreintegração e o Herói da Libertadores 2021
Reintegrado em junho de 2021, Deyverson explodiu. Estreou marcando contra o Corinthians e brilhou na Libertadores. Na semifinal contra o Atlético Mineiro, invadiu o gramado antes do gol de empate do Palmeiras – um lance polêmico que o VAR ignorou, e a Conmebol manteve o resultado. Na final, em novembro de 2021, entrou na prorrogação contra o Flamengo, roubou bola de Andreas Pereira e marcou o gol do título: 2 a 1. Eleito o melhor em campo, chorou como criança, consolidando-se como ídolo alviverde. Ao todo, 144 jogos e 31 gols pelo Verdão.
Etapas Posteriores: Cuiabá e Atlético Mineiro
Após o Palmeiras, em 2022, Deyverson seguiu para o Cuiabá, onde encontrou estabilidade. Estreando com vitória sobre o Juventude, marcou 33 gols em 83 jogos, tornando-se o maior artilheiro do clube no Brasileirão (18 gols) e o segundo na história (82 gols). Destaques incluíam duplos contra Flamengo e goleadas no estadual.
Em agosto de 2024, transferiu-se para o Atlético Mineiro por €700 mil, com contrato até o fim de 2025. Estreou contra o Cruzeiro e marcou na vitória sobre o Bragantino. Na Libertadores, foi decisivo: dois gols contra o Fluminense nas quartas e dupla na semifinal contra o River Plate. Em 35 jogos, 8 gols, mas o Galo foi eliminado nas semis.
A Fase no Fortaleza e Atualidades
Em março de 2025, Deyverson assinou com o Fortaleza por três anos, até 2026, usando a camisa 18. Estreou contra o Fluminense, e até agosto, disputou 29 jogos com 5 gols. Mas a eliminação nas oitavas da Libertadores mudou tudo. Em 21 de agosto de 2025, o técnico Renato Paiva o afastou, junto com outros quatro jogadores, dizendo: “Devem procurar outros clubes”. Paiva explicou que atitudes internas não ajudavam o grupo, em uma reformulação pós-derrota. Desde então, Deyverson treina à parte, sem ser relacionado, em um momento de incerteza aos 34 anos. Rumores de saída circulam, mas ele segue contratado até o fim de 2026, com valor de mercado em €500 mil. Em outubro de 2025, o futuro é indefinido, mas sua experiência pode atrair clubes menores ou uma volta ao Rio.
Controvérsias e Momentos Memoráveis
Deyverson é sinônimo de polêmica. A piscadinha no Derby de 2018 contra o Corinthians quase rendeu punição do STJD. Em 2022, marcou de pênalti e foi expulso contra o Bragantino. Sua invasão no gramado da semi da Libertadores 2021 virou meme, mas garantiu o título. Fora de campo, ele cantou pagode e vendeu salgado na juventude, histórias que humanizam o “maluquinho”. Momentos como o gol contra o Barça no Camp Nou ou a final contra o Fla são eternos.
Legado e Futuro
Com títulos como o Brasileirão 2018 e vice na Copa do Rei, Deyverson deixa um legado de resiliência. Maior artilheiro do século no Palmeiras (69 gols no total), ele inspira jovens de origens humildes. Aos 34, o afastamento no Fortaleza pode ser o fim ou um recomeço – talvez em um clube carioca, honrando suas raízes vascaínas.
Conclusão
Deyverson é o futebol vivo: imprevisível, talentoso e humano. De Santa Margarida à Europa e de volta ao Brasil, sua jornada de altos e baixos reflete o esporte que amamos. Em outubro de 2025, enquanto busca novo rumo, ele nos lembra que campeões não são perfeitos, mas inesquecíveis. Que venham mais capítulos nessa história maluca.