DeMar DeRozan
DeMar DeRozan é um dos nomes mais respeitados no mundo do basquete profissional. Nascido em uma cidade marcada por desafios, ele transformou sua paixão pelo esporte em uma carreira brilhante na NBA. Como ala, DeRozan se destaca por sua habilidade no arremesso de média distância, sua ética de trabalho incansável e sua capacidade de liderar equipes em momentos decisivos. Aos 36 anos, em 2025, ele continua a surpreender torcedores e adversários com sua consistência. Esta artigo explora sua jornada, desde os primeiros passos em Compton até os recentes feitos com o Sacramento Kings, passando por conquistas pessoais e o impacto que ele exerce dentro e fora das quadras.
Início da Vida e Formação
Infância em Compton
DeMar Darnell DeRozan veio ao mundo em 7 de agosto de 1989, em Compton, Califórnia, uma cidade conhecida por sua realidade dura e pela influência da cultura de rua. Filho de Frank e Diane DeRozan, ele cresceu em um ambiente onde a pobreza e a violência eram companheiras constantes. Sua mãe, Diane, sofria de lúpus, uma doença autoimune que demandava cuidados caros e constantes. Essa situação familiar moldou o jovem DeMar, que desde cedo sonhava em entrar na NBA não só pelo amor ao jogo, mas para garantir o bem-estar da família.
O pai de DeRozan, Frank, foi uma figura pivotal em sua vida. Ele trabalhava como encanador e usava o basquete como ferramenta para manter o filho longe dos perigos das gangues e das drogas. Frank levava DeMar a todos os treinos e jogos, enfatizando a importância da pontualidade e da disciplina. “Meu pai me salvou”, DeRozan diria anos depois em entrevistas. Essa base de resiliência o ajudou a navegar pelos desafios de Compton, onde o basquete se tornou seu refúgio. Aos 10 anos, ele já treinava horas a fio em quadras improvisadas, imitando ídolos como Michael Jordan e Kobe Bryant.
A influência da mãe também foi profunda. Diane, apesar da doença, incentivava o filho a sonhar grande. DeRozan frequentemente menciona como o lúpus dela o motivou a acelerar sua entrada no profissionalismo. Essa história familiar não é só um pano de fundo; é o combustível que o impulsiona até hoje. Em 2025, com a carreira consolidada, ele continua a honrar os pais através de ações filantrópicas em Compton, como programas de basquete para jovens em risco.
Carreira no Ensino Médio
No Compton High School, DeRozan começou a brilhar. Ele entrou no time varsity no primeiro ano, algo raro para um calouro. Como freshman, médias de 26,1 pontos e 8,4 rebotes por jogo o colocaram no radar dos olheiros. No segundo ano, manteve o ritmo com 22,6 pontos e 8,4 rebotes, ajudando o time a conquistar vitórias importantes na Moore League.
O terceiro ano foi de consolidação: 22,3 pontos, 7,8 rebotes, 3 assistências e 3,2 roubos de bola. Mas foi no quarto ano que ele explodiu, liderando Compton a um recorde de 26-6, o segundo título consecutivo da liga e uma campanha até as quartas de final do CIF Division IAA Southern Section. Com médias de 29,2 pontos e 7,9 rebotes, DeRozan ganhou o prêmio de MVP da Moore League e foi selecionado para o time All-State da Califórnia.
Fora das estatísticas, ele se destacou em eventos nacionais. Em 2008, integrou o McDonald’s All-American Team e venceu o concurso de enterradas do McDonald’s All-American. No Jordan Brand Classic, marcou 17 pontos, e no Nike Hoop Summit, impressionou com sua versatilidade. Classificado como o terceiro melhor jogador do país pelo Rivals.com e sexto pelo Scout.com, DeRozan era visto como uma joia bruta, pronto para o próximo nível.
Universidade: USC Trojans
DeRozan optou pela Universidade do Sul da Califórnia (USC), onde jogou apenas uma temporada em 2008-2009. Como titular em todos os 35 jogos, ele ajudou os Trojans a conquistar o torneio da Pac-10, sendo eleito MVP e para o Primeiro Time All-Freshman. Suas médias foram de 13,9 pontos, 5,7 rebotes, 1,5 assistências e 0,9 roubos por jogo, com 52,3% de aproveitamento nos arremessos de quadra.
Destaques incluíam 21 pontos e 13 rebotes contra a UCLA nas semifinais da Pac-10, e 22 pontos na final contra o Arizona State. No torneio da NCAA, como 10ª semente, USC perdeu na segunda rodada para Michigan State, mas DeRozan mostrou potencial. Seus 485 pontos como freshman o colocam em terceiro na história da USC, e seus 201 rebotes em quarto. A universidade aposentou sua camisa número 10 em reconhecimento ao impacto breve, mas intenso.
Essa única temporada na faculdade foi estratégica: DeRozan entrou no draft da NBA de 2009, impulsionado pela necessidade de apoiar a família. Sua decisão pagou dividendos, marcando o início de uma trajetória que o levaria ao estrelato.
Início na NBA: Toronto Raptors
Anos Iniciais
Selecionado como nono overall pelo Toronto Raptors no draft de 2009, DeRozan assinou um contrato de calouro e começou devagar. Na temporada 2009-2010, como reserva, ele promediou 8,6 pontos em 28 jogos. Mas o progresso veio rápido: em 2010-2011, saltou para 17,2 pontos, competindo no Sprite Slam Dunk Contest (terceiro lugar).
O 2011-2012 viu 16,7 pontos, e no 2012-2013, 18,1 pontos, com recordes pessoais de 37 pontos em jogos contra Houston e Utah. DeRozan se adaptava ao estilo da NBA, focando em defesa e transição. Com o Raptors, ele jogou nove temporadas, tornando-se o maior artilheiro da franquia com 13.296 pontos em 675 jogos.
Ascensão ao Estrelato
A virada veio em 2013-2014: 22,7 pontos, 4,3 rebotes e 4 assistências por jogo. Ele ganhou seu primeiro All-Star Game, marcando 8 pontos. Liderou os Raptors a 48 vitórias, terceira colocação no Leste, mas caíram para o Brooklyn em sete jogos nos playoffs (23,9 pontos de DeRozan).
Em 2014-2015, apesar de lesões que o afastaram por 22 jogos, ele teve 20,1 pontos, incluindo 42 contra Houston. Nos playoffs, contra Washington, marcou 32 em um jogo, recorde de 20 pontos em um quarto. O 2015-2016 foi mágico: 23,5 pontos, co-Jogador do Mês de Janeiro com Kyle Lowry. Os Raptors tiveram 56 vitórias, primeira vez com 50+ na história, e 23 vitórias fora de casa, recorde da franquia.
Pela primeira vez, avançaram à final da Conferência Leste, batendo Indiana e Miami em séries de sete jogos (30 pontos no Jogo 7 contra Indiana; 28 no Jogo 7 contra Miami). Perderam para Cleveland em seis, mas DeRozan brilhou com 32 no Jogo 4. Seu recorde de 24 lances livres consecutos contra Portland em março mostrou sua precisão.
Conferência Leste
O 2016-2017 trouxe seu primeiro All-NBA Third Team: 27,3 pontos (recorde pessoal), cinco jogos seguidos com 30+ pontos no início da temporada. Teve 43 pontos contra Boston e sete jogos com 40+. Nos playoffs, bateram Milwaukee em seis (32 no Jogo 6), mas varridos por Cleveland.
Em 2017-2018, seu 52 pontos contra Milwaukee em Ano Novo foi recorde da franquia. Quarto All-Star como titular, Jogador do Mês de Janeiro e All-NBA Second Team. Nos playoffs, vitória sobre Washington em seis (37 no Jogo 2), mas varridos por Cleveland novamente (expulso no Jogo 4). DeRozan saiu de Toronto como ídolo, deixando um legado de consistência.
San Antonio Spurs: Aprimorando o Jogo
Trocado para os Spurs em 2018 por Kawhi Leonard, DeRozan chegou a San Antonio com 21,2 pontos em sua primeira temporada (2018-2019). Marcou 28 na estreia contra Minnesota e seu primeiro triplo-duplo (21 pontos, 14 rebotes, 11 assistências) contra Toronto. Nos playoffs, perderam para Denver em sete (22 pontos de média).
Em 2019-2020, 22,1 pontos e 5,6 assistências, com 38 pontos contra Utah. Foi a primeira vez desde 2013 sem playoffs (32-39). No 2020-2021, 21,6 pontos e 6,9 assistências (recorde), incluindo 37 pontos e 10 assistências contra Washington. Perderam no play-in para Memphis.
Com Gregg Popovich, DeRozan refinou seu passe e visão de jogo, tornando-se um ala completo. Ele ganhou o apelido “Deebo” de um incidente na sexta série, mas em San Antonio, mostrou maturidade, ajudando uma equipe em transição.
Chicago Bulls: Temporadas de Destaque
Assinado em sign-and-trade de três anos por US$ 85 milhões em 2021, DeRozan usou o número 11 em Chicago. Na 2021-2022, 27,9 pontos (recorde), cinco All-Star como titular, Jogador do Mês de fevereiro. Fez enterradas vencedoras em dias consecutivos (fim de 2021), primeiro na história da NBA. Oito jogos seguidos com 35+ pontos a 50%+ de aproveitamento, recorde. 50 pontos contra Clippers e liderou a liga em pontos no quarto período (612).
All-NBA Second Team; playoffs perdidos para Milwaukee em cinco (41 no Jogo 2). Em 2022-2023, atingiu 20.000 pontos carreira contra Spurs. 46 pontos contra Boston, 49 e 14 rebotes contra Minnesota. Sexto All-Star. 24,5 pontos de média.
No 2023-2024, passou Clyde Drexler no ranking de artilharia (35º). 46 pontos e 9 rebotes contra Indiana, com fadeaway vencedor para prorrogação. 24 pontos de média, 5,3 assistências (recorde de minutos: 37,8 por jogo).
Com os Bulls, DeRozan reviveu uma franquia adormecida, formando dupla letal com Zach LaVine e liderando ataques explosivos.
Sacramento Kings: Novo Capítulo
Assinatura e Primeira Temporada
Em 2024, DeRozan assinou um sign-and-trade de três anos por US$ 74 milhões com os Kings, via Spurs (Harrison Barnes para San Antonio). Sua chegada trouxe experiência a um time jovem e ofensivo. Na temporada 2024-2025, promediou 22,2 pontos em 77 jogos, tornando-se o sexto jogador a média 20+ pontos em 12 temporadas seguidas (com Kareem, Malone, Kobe, Dirk e LeBron, mínimo 60 jogos).
Destaques: 42 pontos com vencedor na prorrogação contra Dallas em fevereiro de 2025; 22 pontos contra Chicago em março, alcançando 25.000 pontos carreira (27º jogador); passou Reggie Miller para 25º na artilharia em abril contra Clippers. Sua liderança ajudou os Kings a brigar por playoffs no Oeste.
Atualizações Recentes (2025-2026)
Em outubro de 2025, a temporada 2025-2026 começou com otimismo para DeRozan e os Kings. No Media Day, ele chamou a última temporada dos Bulls de “um show de merda”, sinalizando alívio pela mudança. Em jogos de pré-temporada, elogiou o novato Nique Clifford, prevendo que ele seria uma estrela.
Recentemente, em 23 de outubro, marcou 29 pontos, 6 rebotes, 9 assistências, 1 toco e 2 roubos em 37 minutos, em uma derrota por 120-116 para o Utah (ou similar, baseado em relatórios). No dia 26, após perda para o Lakers, criticou a arbitragem, focando em decisões inconsistentes apesar de seus 21 pontos e 6 rebotes.
Ele lida com uma lesão leve na virilha, mas está confirmado para a Abertura da temporada. Com 36 anos, DeRozan é o sexto na artilharia ativa da NBA, e sua consistência impressiona: em 1.187 jogos regulares, médias de 21,3 pontos, 4,4 rebotes e 4,1 assistências (46,9% quadra, 84,2% lances livres). Nos playoffs, 21,8 pontos em 63 jogos.
Estilo de Jogo e Legado
DeRozan é mestre da média distância, com arremessos suaves e imprevisíveis. Sua falta de confiança nos três pontos (30% carreira) é compensada por drives e lances livres. Defensivamente sólido, ele usa tamanho (1,98m, 100kg) para contestar. Sua ética de trabalho – treinos extras, filmagens de jogos – o define.
Legado: Seis All-Stars, três All-NBA, maior artilheiro dos Raptors. Em 2025, ele inspira com longevidade, provando que habilidade e mente forte superam idade.
Vida Pessoal e Impacto Fora da Quadra
Pai de Diar (nascida em 2013), DeRozan a leva a jogos; seu grito durante lances livres em 2023 afetou os Raptors no play-in. Perdeu o pai Frank em 2021 para problemas de saúde, o que o abalou.
Advogado da saúde mental, ele falou abertamente sobre depressão, influenciando a NBA a contratar profissionais em tempo integral por time. Em 2024, lançou o livro Above the Noise: My Story of Chasing Calm, sobre sua jornada emocional.
Apareceu no diss de Kendrick Lamar “Not Like Us” contra Drake em 2024, subindo ao palco no show de Juneteenth e no clipe (Grammy 2025 de Melhor Vídeo Musical). Em abril de 2025, envolveu-se em briga com fã em restaurante de sushi após luz de celular no rosto.
DeRozan apoia comunidades em Compton com clínicas de basquete e doações para lúpus.
Conclusão
DeMar DeRozan transcende o basquete. De Compton à NBA, ele construiu um caminho de superação, deixando marcas em franquias como Raptors, Spurs, Bulls e Kings. Em 2025, com a temporada em curso, ele segue como exemplo de persistência. Sua história lembra que o verdadeiro jogo acontece na vida real, onde cada arremesso é uma vitória contra adversidades. Aos torcedores, DeRozan não é só um ala; é um guerreiro que continua a pontuar sonhos.