Caio Henrique: O Lateral Brasileiro que Brilha no Mônaco e na Seleção

Caio Henrique: O Lateral Brasileiro que Brilha no Mônaco e na Seleção

Caio Henrique

Caio Henrique Oliveira Silva é daqueles jogadores que parecem feitos para o futebol moderno: versátil, inteligente no posicionamento e com um passe que desmonta defesas inteiras. Nascido em 31 de julho de 1997, em Santos, no litoral paulista, ele cresceu entre as praias e os campos de várzea da Baixada Santista, onde o amor pelo esporte é quase uma herança de família. Aos 28 anos, Caio já acumula uma trajetória que mistura desafios, adaptações e momentos de puro brilho. Como lateral-esquerdo ou meio-campista ofensivo, ele se destaca pela capacidade de contribuir tanto na defesa quanto no ataque, sempre com a calma de quem sabe que o jogo é uma partida de xadrez em campo aberto.

No Mônaco, clube francês onde está desde 2020, Caio se tornou peça fundamental. Seu contrato vai até 2027, e ele já disputou mais de 190 partidas pelo time, marcando três gols e distribuindo assistências como poucos. Mas não é só na Europa que ele faz barulho. Pela Seleção Brasileira, ele estreou em 2023 e, em 2025, vive uma fase de consolidação, com convocações seguidas que mostram sua evolução. Em um ano marcado por lesões e retornos triunfais, Caio Henrique representa a nova geração de laterais brasileiros: aqueles que pensam o jogo antes de correr atrás da bola. Esta é a história de um santista que conquistou o Principado de Mônaco e agora mira as estrelas da Copa do Mundo de 2026.

Os Primeiros Passos em Santos e a Chegada à Europa

Tudo começou nas categorias de base do Santos FC, o clube que revelou Pelé e tantos outros ídolos. Caio entrou no Peixe em 2008, com apenas 10 anos, e rapidamente se destacou pela técnica apurada e pela visão de jogo. Ele jogava como meio-campista, mas os olheiros já viam nele um potencial para as laterais. Aos 15 anos, participava de torneios sub-15 e sub-17, onde aprendeu a importância da posse de bola e da transição rápida – lições que o Santos sempre pregou em sua filosofia de jogo ofensivo.

Em 2016, aos 18 anos, veio o grande salto. O Atlético de Madrid, gigante espanhol, pagou 1,3 milhão de reais para tirá-lo do Santos, pouco antes do fim de seu contrato de formação. Foi uma saída polêmica na época, com torcedores do Peixe lamentando a perda de mais um talento, mas Caio via aquilo como uma oportunidade de ouro. Chegando à Europa, ele se deparou com um futebol mais tático e físico, bem diferente do drible solto brasileiro. No Castilla, time B do Atlético, ele jogou poucas partidas na terceira divisão, mas o suficiente para mostrar garra. Sua estreia profissional veio na Copa do Rei, em uma goleada de 6 a 0 sobre o CD Guijuelo, onde entrou no segundo tempo e sentiu o gosto da torcida colchonera.

Esses anos iniciais na Espanha foram de aprendizado duro. Caio treinava com craques como Griezmann e Koke, mas as chances no time principal eram raras. Ele disputou apenas uma partida oficial pelo Atlético na temporada 2016-17, e outra na Liga dos Campeões sem entrar em campo. Ainda assim, esses momentos o moldaram. “A Europa te ensina a ser paciente”, ele diria anos depois em uma entrevista. Foi ali que ele começou a refinar sua versatilidade, alternando entre meio-campo e lateral, sempre com o pé esquerdo como arma principal.

Empréstimos no Brasil: Lições de Resiliência

Com poucas oportunidades em Madri, Caio foi emprestado de volta ao Brasil em 2018, para o Paraná Clube. Foi uma temporada de altos e baixos. Ele jogou 27 partidas no Campeonato Brasileiro, dando três assistências, mas viu o time ser rebaixado à Série B. Pela primeira vez, sentiu o peso da pressão em um clube em crise. No fim do ano, uma decisão técnica o afastou do grupo, o que o motivou a voltar mais forte. “Erros acontecem, mas eles te fazem crescer”, refletiu ele sobre esse período.

Em 2019, o destino o levou ao Fluminense, outro empréstimo que mudaria sua carreira. Sob o comando de Fernando Diniz, técnico inovador que prioriza a posse de bola, Caio foi reposicionado como lateral-esquerdo. A adaptação foi perfeita: ele disputou 44 jogos, marcou um gol e deu três assistências. Estreou no Brasileirão com uma derrota para o Goiás, mas logo se tornou titular absoluto. Na Copa Sul-Americana, deu uma assistência decisiva nas oitavas de final, ajudando o Flu a avançar. O time terminou em 14º no nacional, mas Caio saiu com a bagagem de quem aprendeu a equilibrar defesa e ataque em um esquema fluido.

O ano de 2020 trouxe outro empréstimo, desta vez ao Grêmio. A pandemia de Covid-19 complicou tudo: ele jogou apenas cinco partidas antes de uma cláusula contratual o obrigar a retornar ao Atlético. Foi um período curto, mas intenso, com o Gauchão e o Brasileirão como palco. De volta à Espanha, sem chances, veio a virada: em agosto de 2020, o Mônaco pagou 8 milhões de euros pelo seu passe. Aos 23 anos, Caio estava pronto para se estabelecer na Europa de vez.

A Era Dourada no Mônaco: Assistências e Liderança

Chegando ao Principado, Caio assinou por cinco anos e estreou na Ligue 1 contra o Montpellier, em um empate por 1 a 1. Uma lesão no tornozelo o atrasou, mas ele se recuperou rápido e virou peça-chave. Na temporada 2020-21, deu assistências para Ben Yedder e Volland, ajudando o Mônaco a terminar em terceiro e garantir vaga na Champions. Em 2021-22, explodiu: dois gols e nove assistências na Ligue 1, sendo o lateral brasileiro com mais passes para gol na Europa. No total, 13 assistências em 44 jogos. Renovou até 2027 em 2022, consolidando seu status.

A temporada 2022-23 trouxe 45 partidas, um gol e dez assistências, apesar de não ser chamado para a Copa do Mundo. Na Liga Europa, ele foi essencial na campanha até as oitavas. Mas 2023-24 foi o teste de fogo: uma entorse no joelho esquerdo o deixou sete meses fora. Retornou em maio de 2024, dando cinco assistências no fim da temporada, empatado com Dembélé como líder em passes para gol. Sua versatilidade brilhou: jogou como zagueiro em alguns jogos, mostrando leitura de jogo impecável.

No Mônaco atual, Caio é capitão informal da defesa. Em 2025-26, já tem sete titularidades na Ligue 1, com destaques como o jogo contra o Toulouse em outubro, onde substituiu um lesionado e controlou o flanco esquerdo. Em novembro, contra o PSG, criou quatro chances e completou 63 passes, números impressionantes para um defensor. Sua estatística de cruzamentos – 11 em um só jogo recente – mostra como ele transforma defesas em ataques letais. O time monegasco, sob novo técnico, sonha com o título francês, e Caio é o pilar dessa ambição.

Convocações pela Seleção: O Sonho Amarelo

Pela Seleção, Caio tem uma história de paciência recompensada. Nas categorias de base, foi capitão da sub-20 no Sul-Americano de 2017 e deu assistência na sub-23 no Pré-Olímpico de 2020, ajudando no vice-campeonato. Obteve cidadania espanhola em 2021, mas optou pelo Brasil: “Meu coração é verde-amarelo”, disse ele.

A estreia na principal veio em setembro de 2023, com Fernando Diniz: 20 minutos na goleada de 5 a 1 sobre a Bolívia, nas Eliminatórias da Copa de 2026. Uma lesão o tirou de convocações seguintes, mas em 2025, Carlo Ancelotti o chamou para jogos contra Chile e Bolívia em agosto. Agora, em novembro, é sua terceira convocação seguida, para amistosos contra Senegal e Nigéria. “A disputa na lateral está aberta, mas sinto que estou pronto”, comentou ele recentemente, apontando a carência de laterais puros no Brasil para competições mundiais.

Com quatro jogos pela Amarelinha até agora, Caio sonha com a Copa. Sua polivalência – podendo jogar como zagueiro ou meia – o torna valioso em um elenco que busca equilíbrio.

Atualizações de 2025: Retorno Triunfal e Olhares para o Futuro

2025 tem sido um ano de superação para Caio. Após uma lesão no pé que o tirou de dois jogos em setembro, ele voltou em novembro com atuações sólidas. No dia 10, contra o Lille, foi eleito o melhor em campo em uma derrota, com 11 cruzamentos e quatro chances criadas – recordes na temporada. No Mônaco, ele lidera as estatísticas de assistências entre defensores, com o time na briga pelo top 4 da Ligue 1.

Pela Seleção, a terceira convocação seguida é um marco. Em entrevista à CBF, ele comemorou: “Esses amistosos são chance de mostrar serviço para 2026”. Rumores de interesse de clubes como Atlético de Madrid e PSG circulam, mas Caio reafirmou em outubro sua preferência pelo Fluminense em caso de volta ao Brasil. “O Flu me deu muito, seria especial retornar”, disse ao NetFlu. Com valor de mercado em 15 milhões de euros, ele segue focado no Mônaco, onde renovou sua paixão pelo futebol francês.

Vida Pessoal: Família, Santos e Valores

Fora de campo, Caio é discreto. Casado e pai de um filho, ele mantém laços fortes com Santos, onde doa para projetos sociais em comunidades carentes. Fã de rap nacional e surf, equilibra a rigidez do profissionalismo com momentos leves. Sua tatuagem no braço, com o escudo do Santos, lembra as raízes. “O futebol é família, mas também responsabilidade”, resume ele.

Um Legado em Construção

Caio Henrique não é só um lateral: é um construtor de jogadas, um guerreiro resiliente. De Santos ao Mônaco, de empréstimos frustrantes a convocações históricas, sua jornada inspira. Aos 28, ele tem tudo para brilhar na Copa de 2026 e quem sabe voltar ao Brasil como ídolo. O futebol agradece por talentos como ele – autênticos, incansáveis e sempre em evolução.