Breno Bidon: O Jovem Maestro do Meio-Campo do Corinthians

Breno Bidon

Em um futebol brasileiro repleto de talentos que despontam a cada temporada, poucos nomes ecoam com tanta promessa quanto Breno Bidon. Aos 20 anos, o meia central nascido em São Paulo já se firmou como uma peça essencial no esquema do Sport Club Corinthians Paulista. Com visão de jogo afiada, passes precisos e uma capacidade invejável de ditar o ritmo das partidas, Bidon representa o futuro da geração que busca reconquistar o protagonismo do Timão no cenário nacional e internacional. Nesta reportagem, mergulhamos na trajetória desse garoto que, desde as ruas de São Paulo até os gramados da Série A, constrói dia a dia um legado de superação e habilidade.

Início da Jornada: As Raízes em São Paulo

Breno de Souza Bidon veio ao mundo em 20 de fevereiro de 2005, no coração pulsante da capital paulista. Filho de uma família modesta, onde o futebol era mais do que um esporte – era uma válvula de escape e um sonho coletivo –, ele começou a chutar bola ainda criança nas quadras do bairro onde cresceu. Aos seis anos, já demonstrava um talento natural para o meio-campo, organizando jogadas com uma maturidade que surpreendia os mais velhos.

Sua entrada no mundo organizado do futebol veio em 2011, quando ingressou nas categorias de base da Portuguesa de Desportos. Ali, entre treinos rigorosos e competições locais, Bidon aprendeu os fundamentos que moldariam seu estilo: a importância da posse de bola e da leitura rápida do jogo. Foram cinco anos de dedicação na Lusa, período em que ele se destacou em torneios sub-11 e sub-13, chamando atenção de olheiros de clubes maiores. “Era um menino quieto, mas no campo virava outro. Ele via o jogo de cima, como se fosse um general”, recorda um ex-treinador da base, em entrevista recente ao jornal Lance!.

Em 2017, uma nova fase se abriu: a transferência para o Osasco Audax, onde passou duas temporadas intensas. No Audax, Bidon enfrentou desafios maiores, competindo contra adversários mais experientes e adaptando-se a um sistema de jogo mais vertical. Foi ali que ele aprimorou sua pegada defensiva, essencial para um meia central em times brasileiros que demandam versatilidade. Aos 13 anos, já sonhava com o Corinthians, o gigante do Parque São Jorge que tanto o inspirava nas transmissões de TV.

Ascensão nas Categorias de Base do Timão

O sonho se concretizou em 2019, quando Breno Bidon assinou com o Corinthians. Aos 14 anos, ele entrou para a base alvinegra, um celeiro histórico de craques como Sócrates, Marcelinho Carioca e, mais recentemente, Fagner e Cássio. No Timão, Bidon encontrou não só estrutura profissional, mas também uma filosofia de jogo que valorizava o toque de bola e a criatividade – ideais que casavam perfeitamente com seu perfil.

Nas peneiras e nos treinos diários, ele rapidamente se impôs. Em 2020, durante a Copa São Paulo de Futebol Júnior, Bidon foi peça-chave na campanha que levou o sub-17 do Corinthians ao título. Marcando um gol decisivo nas semifinais contra o Palmeiras, ele mostrou o faro de artilheiro que complementa sua função de armador. “Breno é daqueles que eleva o nível do time inteiro. Ele pensa rápido e executa melhor ainda”, elogiou o técnico da base na época.

A pandemia de 2020-2021 não freou seu progresso. Com treinos virtuais e jogos reduzidos, Bidon usou o tempo para estudar vídeos de ídolos como Casemiro e Arthur Melo, absorvendo lições de posicionamento e transição. Em 2022, ele integrou o sub-20, onde conquistou o Campeonato Paulista da categoria, com atuações que renderam convocações para a Seleção Brasileira sub-17. Sua evolução era notável: de um garoto habilidoso para um atleta completo, com 1,78m de altura, canhoto e uma resistência física que permitia cobrir o campo inteiro.

Em 2023, Bidon já treinava com o elenco principal sob o comando de Vanderlei Luxemburgo. Foi um ano de aprendizado: poucas aparições, mas minutos preciosos em amistosos e na Copa do Brasil. Ele acumulou experiência, observando de perto como veteranos lidavam com a pressão da Fiel Torcida. Ao fim da temporada, com 18 anos recém-completados, o contrato profissional foi assinado, e o mundo do futebol começou a cochichar sobre o “novo maestro do Timão”.

Estreia no Profissional e Primeiros Passos

A estreia oficial veio em março de 2024, na vitória por 2 a 0 sobre o Novorizontino pelo Campeonato Paulista. Entrando no segundo tempo, Bidon distribuiu passes com precisão cirúrgica, incluindo uma assistência que selou o placar. A torcida, ainda se recuperando de um 2023 turbulento, viu nele um sopro de esperança. “Ele joga com a cabeça erguida, sem medo. Isso é raro em um moleque de 19 anos”, comentou o narrador Galvão Bueno na transmissão da Globo.

Na Série A de 2024, Bidon disputou 29 partidas, com 22 como titular, somando 1.780 minutos em campo. Seu único gol na temporada profissional veio em um clássico contra o Santos, um chute de fora da área que levantou o estádio. Apesar de números modestos – zero assistências na liga –, sua contribuição defensiva foi vital: média de 1,4 desarmes por jogo e 55% de acerto nos duelos aéreos. O Corinthians terminou em 7º lugar, e Bidon foi eleito o melhor jovem do time pelo site oficial do clube.

A Copa Libertadores de 2024 também o testou. Nas fases qualificatórias, ele marcou seu primeiro gol internacional, contra o Nacional do Uruguai, garantindo a classificação. Esses momentos forjaram seu caráter, ensinando-o a lidar com viagens longas e expectativas altíssimas. No fim do ano, com o contrato renovado até 2029, Bidon se tornou ídolo da Fiel, com camisas número 27 voando das lojas do Parque São Jorge.

Temporada de Consolidação em 2025: Números e Destaques

2025 tem sido o ano da afirmação para Breno Bidon. Com 19 anos de idade no início da temporada, ele assumiu a titularidade absoluta no meio-campo do Corinthians, sob o comando de Ramón Díaz. Na Série A, até dezembro, acumula 33 jogos, 31 como starter, com 2.522 minutos rodados. Seus números impressionam: um gol (contra o Flamengo, em um empate eletrizante) e uma assistência, além de 0,9 desarmes médios por partida e 71% de precisão nos passes longos.

O Timão, que briga pela parte de cima da tabela – atualmente em 13º, mas com jogos em atraso –, deve muito a ele. Em um dérbi contra o Palmeiras em agosto, Bidon orquestrou a virada com três passes decisivos, incluindo o que resultou no gol da vitória. Na Copa do Brasil, ele foi fundamental nas oitavas de final, neutralizando o meio-campo do Bahia com marcação cerrada.

Lesões pontuais, como uma torção no tornozelo em junho, o tiraram de campo por duas semanas, mas ele voltou mais forte, treinando fisicamente com personal trainers renomados. Seu valor de mercado saltou para 12 milhões de euros, segundo o Transfermarkt, refletindo o impacto imediato. Em entrevistas ao ESPN Brasil, Bidon fala com humildade: “Eu jogo pelo Corinthians desde moleque. Cada partida é uma chance de retribuir o que o clube me deu”.

Convocações para a Seleção Sub-20: O Chamado Verde-Amarelo

O talento de Bidon transcende o clube. Em 2025, ele foi convocado pela Seleção Brasileira sub-20 para o Sul-Americano da categoria, realizado na Argentina. Com nove jogos e um gol – um belo cabeceio contra a Colômbia nas quartas –, o Brasil conquistou o título, e Bidon ergueu a taça como capitão interino. “Ele é o cérebro do time. Organiza tudo com calma, mesmo sob pressão”, elogiou o técnico Ramon Menezes.

Essas atuações renderam elogios de Dorival Júnior, técnico da principal, que o monitora de perto para futuras convocações. Bidon sonha com a Copa do Mundo de 2026, e suas performances na sub-20 são o trampolim perfeito. Em amistosos contra seleções europeias, como a Espanha sub-21, ele mostrou maturidade, com 90% de acerto nos passes e uma assistência brilhante.

Interesse de Clubes Europeus: O Radar Internacional

Não é segredo que olhos estrangeiros estão voltados para São Paulo. Em fevereiro de 2025, rumores ligaram Bidon a Arsenal e Tottenham, da Premier League, que teriam preparado ofertas na casa dos 15 milhões de euros. Em junho, o Wolves e o Fulham fizeram sondagens, enquanto gigantes como Real Madrid e Barcelona o incluíram em listas de prospecção.

O burburinho cresceu em novembro, quando o Atlético Madrid, de Diego Simeone, manifestou interesse concreto por 18 milhões de euros. “Breno tem o perfil que Simeone adora: combativo, inteligente e pé esquerdo afiado”, analisou um agente em reportagem da Gazzetta dello Sport. No Corinthians, a diretoria alvinegra resiste, priorizando a valorização do jogador, mas uma proposta irrecusável poderia mudar o rumo em 2026.

Bidon, por sua vez, mantém o foco: “Meu sonho é jogar na Europa, mas só saio do Timão se for pelo melhor para todos”. Sua postura madura só aumenta o hype.

Estilo de Jogo e Qualidades: Por Que Bidon Encanta

O que torna Breno Bidon especial? Seu estilo é uma mistura rara: visão periférica de armador, garra de volante e finalização de meia ofensivo. Canhoto nato, ele adora chutes de média distância e infiltrações surpresa. Defensivamente, cobre bem o espaço, com média de 2,1 interceptações por jogo em 2025.

Comparado a jovens como João Gomes, do Wolverhampton, Bidon se destaca pela elegância. Não é o mais veloz, mas compensa com inteligência posicional. Treinadores o descrevem como “um regente silencioso”, que eleva o desempenho dos companheiros sem alarde.

O Futuro Promissor: Desafios e Expectativas

Às vésperas dos 21 anos, Bidon enfrenta o maior teste: manter a consistência em um Corinthians que oscila entre glórias e tropeços. Com o Brasileirão se aproximando do fim em dezembro de 2025 – e uma recente derrota para o Fortaleza por 2 a 1, onde ele jogou 66 minutos –, ele sabe que 2026 será decisivo. Objetivos? Título da Série A, vaga na Libertadores e, quem sabe, uma convocação para a principal.

Fora de campo, Bidon é engajado: apoia projetos sociais em Osasco, visitando escolinhas de futebol, e usa suas redes para promover a inclusão no esporte. Casado com a infância, ele equilibra família e carreira com equilíbrio admirável.

Conclusão: Um Nome para Gravarmos

Breno Bidon não é só um jogador; é o símbolo de uma geração brasileira que resgata o futebol de base como berço de ídolos. Do sonho infantil às luzes da Arena Corinthians, sua jornada inspira milhares. Enquanto o mundo do futebol debate seu próximo passo, uma coisa é certa: onde quer que jogue, Bidon carregará o DNA do Timão e a garra paulista. O meio-campo brasileiro ganhou um novo capítulo, e ele é o protagonista.