Breno Bidon
Breno Bidon é um dos nomes que mais tem animado os torcedores do futebol brasileiro nos últimos anos. Com apenas 20 anos, o meio-campista do Corinthians já carrega no currículo conquistas importantes nas categorias de base e no time principal, além de uma convocação para a Seleção Sub-20. Nascido em São Paulo, ele representa a nova geração de jogadores que combinam técnica apurada com inteligência tática, prometendo um futuro brilhante no esporte. Esta reportagem mergulha na trajetória de Bidon, desde seus primeiros chutes na bola até os desafios recentes que ele enfrenta em outubro de 2025, mostrando como um garoto da capital paulista se tornou uma peça essencial no esquema corintiano.
Início da Vida e Primeiros Passos no Futebol
Infância em São Paulo
Breno de Souza Bidon veio ao mundo em 20 de fevereiro de 2005, no coração pulsante de São Paulo. Cresceu em um bairro periférico da cidade, onde o futebol de rua era mais do que um lazer: era uma forma de sonhar grande. Seus pais, trabalhadores comuns da metrópole, incentivaram o menino desde cedo a perseguir sua paixão pela bola. Aos seis anos, Bidon já equilibrava estudos e treinos, rodando de ônibus pela cidade para participar de peneiras em clubes locais. “O futebol era minha escape para o dia a dia agitado de São Paulo”, recordou ele em uma entrevista recente ao site Meu Timão. Essa infância humilde moldou seu caráter resiliente, ensinando-o a valorizar cada oportunidade no campo.
A família Bidon não tinha recursos para academias caras ou olheiros profissionais, mas o talento natural do garoto logo chamou atenção. Ele era canhoto, com uma visão de jogo que surpreendia até os mais velhos nos campinhos improvisados. Aos 10 anos, já organizava jogatinhas entre amigos, distribuindo passes precisos como se fosse um veterano. Essa fase inicial foi crucial para desenvolver sua coordenação e amor pelo esporte, longe dos holofotes, mas perto do barulho das ruas paulistas.
Categorias de Base na Portuguesa e Audax
O primeiro passo formal na carreira de Bidon aconteceu em 2011, quando ele ingressou nas categorias de base da Associação Portuguesa de Desportos. Aos seis anos, o menino de São Paulo encontrou ali um ambiente estruturado para aprimorar seus fundamentos. Na Lusa, ele passou cinco anos intensos, jogando como volante em times sub-11 e sub-13. Os treinadores da época notavam sua capacidade de ler o jogo, recuperando bolas no meio-campo e iniciando contra-ataques com passes longos. “Breno era quieto fora de campo, mas no gramado virava um líder natural”, comentou um ex-técnico em reportagem do Lance!.
Em 2017, uma oportunidade maior surgiu: a transferência para o Grêmio Osasco Audax. Esse clube, conhecido por sua filosofia de posse de bola e ênfase na técnica individual, foi um divisor de águas. Bidon, então com 12 anos, aprendeu a ditar o ritmo das partidas, refinando sua qualidade no passe curto e na visão periférica. No Audax, ele disputou torneios regionais e chamou a atenção de olheiros de clubes maiores. Foram dois anos de evolução constante, onde ele ganhou em estatura – hoje com 1,78 m – e em confiança. “O Audax me ensinou a pensar o jogo como um xadrez, não só como uma corrida”, disse Bidon em entrevista ao ge.globo em outubro de 2025. Essa base sólida preparou o terreno para o próximo capítulo, o sonho de todo moleque paulistano: o Corinthians.
Chegada ao Corinthians e Destaque na Base
Integração ao Terrão
Em 2019, aos 14 anos, Breno Bidon pisou pela primeira vez no CT Joaquim Grava, o famoso “Terrão” do Corinthians. A chegada ao Timão não foi fácil: ele competia com dezenas de garotos talentosos pela vaga no sub-15. Mas sua adaptação foi rápida. Bidon se destacou pela versatilidade, jogando tanto como volante defensivo quanto com mais liberdade para avançar. Os treinadores da base corintiana, como Alex, viram nele um potencial “box-to-box”, capaz de cobrir o campo inteiro com energia incansável.
Durante os anos na base alvinegra, Bidon participou de copas estaduais e nacionais, acumulando minutos e lições. Em 2021, já no sub-17, ele ajudou o time a chegar às semifinais do Campeonato Brasileiro da categoria, marcando seu primeiro gol oficial pela base em uma cobrança de falta precisa. Fora de campo, ele se integrou à cultura do clube, participando de palestras sobre profissionalismo e nutrição. “O Corinthians é uma família. Aqui aprendi que o talento sozinho não basta; é preciso humildade”, refletiu ele em vídeo no canal oficial do clube.
Parceria com Gabriel Moscardo
Um dos pontos altos da base foi a parceria com Gabriel Moscardo, outro volante promissor. Juntos no sub-20, eles formaram uma dupla complementar: Moscardo na marcação feroz, Bidon na construção de jogadas. Essa química rendeu elogios de Ramon Menezes, técnico da Seleção Sub-20, que os convocou para treinos iniciais em 2023. Em torneios como a Copinha de 2023, Bidon já mostrava flashes de genialidade, com assistências decisivas. Essa fase consolidou sua reputação como um dos melhores meio-campistas da geração 2005, atraindo olhares de clubes europeus como o Bayern de Munique, que o monitorava de perto.
A Glória na Copinha de 2024
Trajetória na Competição
A Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2024, a lendária Copinha, foi o trampolim definitivo para Breno Bidon. O Corinthians, como sempre, era um dos favoritos, e Bidon, com 18 anos recém-completados, assumiu a braçadeira de capitão em várias partidas. Na fase de grupos, ele ditou o ritmo contra times como o Mirassol, recuperando bolas e lançando contra-ataques. Nas oitavas, contra o Atlético-GO, sua visão de jogo salvou o Timão de uma eliminação precoce, com um passe milimétrico para o gol da virada.
O auge veio nas quartas de final, contra o América-MG. Bidon marcou um golaço de fora da área – eleito o mais bonito daquela fase –, um chute colocado no ângulo que levou a Fiel ao delírio. Na semifinal e final, ele continuou inspirado, ajudando o Corinthians a conquistar seu 11º título da competição. Foram cinco jogos, dois gols e três assistências, números que o colocaram no radar de todos os olheiros presentes em São Januário.
Eleito o Craque do Torneio
Ao final da Copinha, Bidon foi eleito o craque do torneio, um reconhecimento unânime. “Ele joga com a cabeça de um veterano”, elogiou o técnico da base, Nelsinho Baptista. Essa conquista não só elevou seu status no clube como abriu portas para o profissional. Imediatamente após a final, em 25 de janeiro de 2024, o Corinthians renovou seu contrato até dezembro de 2028, com multa rescisória de 100 milhões de euros para o exterior. Foi o início de uma nova era para o jovem, que passou de promessa da base a realidade palpável no elenco principal.
Estreia Profissional e Consolidação
Primeiros Passos no Elenco Principal
A estreia de Bidon no time de cima veio em 10 de março de 2024, pelo Campeonato Paulista, em um empate sem gols contra o Novorizontino. Entrando no segundo tempo, ele mostrou calma sob pressão, distribuindo passes com precisão em um jogo truncado. “Senti o peso da camisa, mas era um sonho realizado”, contou ele à ESPN Brasil em dezembro de 2024. Aos poucos, sob o comando de Ramón Díaz, Bidon ganhou minutos como alternativa a veteranos como Raniele.
Sua primeira partida completa foi em abril, na Sul-Americana, onde ele ajudou na vitória sobre o Alianza Lima. Esses jogos iniciais foram de aprendizado: Bidon cometeu erros bobos, como uma perda de bola que custou um gol, mas sua evolução foi visível. Em maio, veio o primeiro gol profissional, na Copa do Brasil, contra o América-RN: um chute de média distância que selou a classificação. Ao fim de 2024, ele somava 44 jogos, um gol e duas assistências, números modestos, mas promissores para um novato.
Temporada de 2024: Adaptação e Contribuições
O ano de 2024 foi de consolidação para Bidon. No Brasileirão, ele atuou em 29 partidas, focando na marcação e na transição. Na Libertadores – o Corinthians avançou até as oitavas –, seus lançamentos longos foram cruciais. Fora de campo, ele se adaptou à rotina profissional: viagens, treinos intensos e a pressão da Fiel Torcida. “A torcida corintiana é exigente, mas isso me faz crescer”, admitiu em balanço de fim de ano. Apesar de uma lesão muscular em setembro que o deixou fora por duas semanas, Bidon terminou a temporada como uma das revelações do clube, com o contrato estendido em janeiro de 2025 até 2029.
Temporada de 2025: Novos Desafios e Triunfos
Conquista do Paulista
2025 começou avassalador para Bidon. No Paulistão, ele foi titular absoluto, jogando todas as fases. Na final contra o Palmeiras, em julho, o Corinthians empatou no agregado e venceu nos pênaltis, com Bidon convertendo sua cobrança com frieza. Sua organização no meio-campo foi o diferencial: 90% de acerto nos passes e cinco desarmes por jogo em média. “Esse título é para a base que me formou”, dedicou ele à torcida na comemoração no Morumbi.
No Brasileirão de 2025, até outubro, Bidon disputou 26 jogos, marcando um gol contra o Flamengo em agosto – um belo voleio após escanteio. Sua temporada soma 48 partidas, um gol e uma assistência, mostrando consistência.
Destaque na Seleção Sub-20
Pela Seleção Brasileira Sub-20, Bidon brilhou no Sul-Americano de 2025, na Venezuela. Titular sob Ramon Menezes, ele jogou nove partidas, marcou um gol na vitória por 3-1 sobre a Argentina e ajudou o Brasil a conquistar o título. Sua parceria com Endrick e Savinho foi letal, com Bidon atuando como o “maestro” do meio. “Representar o Brasil é o ápice”, disse ele após a final.
Mudança de Posição sob Dorival Júnior
Em outubro de 2025, com a chegada de Dorival Júnior ao Corinthians, Bidon mudou de posição: de volante para meia-armador. Em entrevista ao ge.globo no dia 15, ele explicou: “Estou evoluindo, ganhando mais liberdade para criar. Dorival me pediu para ditar o ritmo, e estou me adaptando bem”. Essa versatilidade o tornou indispensável, com atuações destacadas contra o São Paulo e o Grêmio.
Estilo de Jogo e Características Técnicas
Breno Bidon é o protótipo do volante moderno brasileiro: versátil, inteligente e técnico. Sua canhota precisa permite passes de 40 metros com facilidade, enquanto sua leitura de jogo o faz antecipar jogadas adversárias. Com 1,78 m, ele não é imponente fisicamente, mas compensa com posicionamento e energia. Críticos o comparam a um jovem Casemiro, mas com mais visão ofensiva. “Ele pensa três jogadas à frente”, elogiou Dorival Júnior após um treino em setembro. Bidon também é disciplinado: baixa taxa de faltas e cartões, exceto pelo recente episódio.
Interesses Europeus e Futuro Promissor
O talento de Bidon não passou despercebido na Europa. Em 2025, clubes como Manchester United, Manchester City, Arsenal, Real Madrid, Barcelona e Napoli manifestaram interesse. O United fez uma oferta de 8 milhões de euros em outubro, rejeitada pelo Corinthians, que avalia o jogador em 12 milhões. PSV Eindhoven ofereceu 9 milhões, mas Bidon prioriza se firmar no Timão. “Quero conquistar mais pelo Corinthians antes de pensar em sair”, afirmou ele em rede social. Seu contrato até 2029 dá ao clube tranquilidade para desenvolvê-lo.
Atualizações Recentes
Em 26 de outubro de 2025, o dia amanheceu com uma notícia amarga para Bidon: expulsão por segundo cartão amarelo aos 35 minutos do segundo tempo, na vitória do Corinthians por 1 a 0 sobre o Vitória, no Brasileirão. Com o time já reduzido a dez homens, sua saída complicou a defesa, mas o Timão segurou o resultado com garra. Suspenso até 4 de novembro, Bidon usou as redes para se desculpar: “Erro meu, vou aprender e voltar mais forte”. Essa partida elevou o Corinthians na tabela, mas destacou a importância de Bidon, que soma 92 jogos pelo profissional. Rumores de transferências continuam quentes, com o City monitorando de perto, mas o foco agora é na reabilitação e nos jogos da Libertadores.
Conclusão
A história de Breno Bidon é a de um garoto de São Paulo que transformou sonhos em realidade através de dedicação e talento. De campinhos de rua à glória na Copinha, da base ao time principal, ele encarna o espírito corintiano: luta e superação. Com 20 anos, Bidon já tem títulos, convocações e olhares da Europa, mas seu capítulo no Brasil está longe de acabar. Enquanto a suspensão o afasta temporariamente, a Fiel sabe: o volante – ou meia – voltará ainda mais afiado. O futebol brasileiro agradece por joias como ele, que mantêm viva a paixão nacional.