Arthur Cabral: O Atacante Brasileiro que Conquistou o Mundo e Volta para Brilhar no Botafogo

Arthur Cabral: O Atacante Brasileiro que Conquistou o Mundo e Volta para Brilhar no Botafogo

Arthur Cabral

Arthur Cabral é um daqueles nomes que ecoam nos gramados brasileiros e europeus, um centroavante de força e faro de gol que, aos 27 anos, já carrega uma bagagem impressionante de conquistas e desafios. Nascido no calor da Paraíba, ele trilhou um caminho que o levou das categorias de base do Ceará aos holofotes da Liga dos Campeões, passando por Suíça, Itália e Portugal. Hoje, de volta ao Brasil com a camisa do Botafogo, Cabral vive um momento de redenção e expectativa. Em 2025, sua transferência para o Glorioso marcou não só um retorno às raízes, mas também o início de uma nova fase em busca de títulos continentais. Vamos mergulhar na trajetória desse paraibano arisco, que transforma defesas em oportunidades e sonhos em realidade.

Origens Humildes: De Campina Grande ao Sonho do Futebol Profissional

Tudo começou em Campina Grande, uma cidade conhecida pelo Maior São João do Mundo, mas que para Arthur Mendonça Cabral, nascido em 25 de abril de 1998, reservava um destino bem diferente: o do futebol. Filho de uma família simples, Cabral cresceu chutando bola nas ruas poeirentas do Nordeste, onde o esporte é mais que paixão – é escape e esperança. Aos 16 anos, em 2014, ele foi aprovado nas peneiras do Ceará Sporting Club, em Fortaleza. Lá, no Vozão, o garoto de 1,86m de altura encontrou não só um clube, mas uma escola de vida.

Sua estreia no time principal veio em 22 de julho de 2015, aos 17 anos, em uma partida da Copa do Brasil. Ainda verde, Cabral mostrou instinto: marcou seu primeiro gol profissional logo em seguida, contra o ASA de Arapiraca. Na temporada 2017, ele foi peça-chave na campanha que levou o Ceará de volta à Série B, com quatro gols em 16 jogos. Aqueles anos no Nordeste moldaram seu estilo: um pivô clássico, forte no jogo aéreo, com presença de área e uma capacidade de finalização que lembrava os grandes 9 brasileiros. Mas o Ceará era pequeno para o talento que brotava. Em 2019, veio a chance de subir de patamar: transferência para o Palmeiras, o Verdão paulista, por cerca de R$ 3 milhões.

No Allianz Parque, porém, as coisas não saíram como planejado. Com a concorrência de atacantes como Deyverson e Borja, Cabral viu poucos minutos em campo – apenas 12 jogos e um gol. Frustrado, mas determinado, ele aceitou um empréstimo para a Europa. Foi o pontapé para uma carreira que explodiria além-mar.

A Explosão na Europa: Basel, Fiorentina e o Desafio Português

O destino europeu de Arthur Cabral começou na Suíça, no FC Basel, em setembro de 2019. Cedido por empréstimo, ele chegou ao St. Jakob-Park com o peso de provar seu valor. E provou, e como! Sob o comando de Marcel Koller, Cabral estreou na Copa da Suíça com vitória por 3 a 0 e, na liga, marcou seu primeiro gol contra o Zürich, em um 4 a 0 convincente. A adaptação foi rápida: o suíço, com seu ritmo intenso e foco tático, casava perfeitamente com sua inteligência em campo.

Em junho de 2020, o Basel comprou seu passe por €6,5 milhões. Foi ali que Cabral se tornou estrela. Na temporada 2021-22, ele explodiu com 34 gols em 46 jogos, incluindo um hat-trick (na verdade, poker: quatro gols) contra o Servette. Seu melhor momento? Um voleio acrobático que rodou o mundo, eleito um dos gols mais bonitos da Super League. Treinadores como Patrick Rahmen elogiaram sua evolução: “Arthur aprendeu a ler o jogo, a variar corridas e a defender como um time inteiro”. Com 1,86m, ele dominava bolas altas, segurava pivôs e finalizava com precisão cirúrgica – um poacher moderno, mas com alma de target man.

A ascensão chamou atenção da Itália. Em agosto de 2022, a Fiorentina pagou €15 milhões pelo brasileiro. No Artemio Franchi, sob Vincenzo Italiano, Cabral contribuiu para a campanha na Conference League, marcando na final contra o Basel – ironia do destino, contra seu ex-clube. Foram 20 gols em 52 jogos na Viola, mas a Serie A é impiedosa, e lesões e concorrência limitaram seu brilho pleno. Ainda assim, ele mostrou versatilidade, jogando como segundo atacante ao lado de Arthur (o belga) e Ikoné.

Em agosto de 2023, novo capítulo: Benfica, por €20 milhões mais bônus. No Estádio da Luz, Cabral chegou como reforço para a artilharia de Roger Schmidt. Estreou com gol na Taça da Liga e, na Primeira Liga, marcou um bicicleta contra o Estrela da Amadora, em janeiro de 2024 – outro golaço para a coleção. Na Champions League, ele balançou as redes duas vezes em 10 jogos, incluindo contra o Salzburg. Ao todo, em duas temporadas, 18 gols e 5 assistências em 77 partidas. Mas no Benfica, ele era mais opção do banco que titular absoluto, dividindo espaço com Di María e Musa. Em 2025, com o contrato até 2028, veio a decisão de voltar ao Brasil – um adeus à Europa com bagagem de 72 gols em 175 jogos continentais.

Retorno ao Brasil: A Aposta do Botafogo em 2025

O dia 8 de junho de 2025 ficou marcado na história de Arthur Cabral. O Botafogo, fresh das conquistas da Série A e da Libertadores de 2024, anunciou sua contratação por €12 milhões, com bônus de até €3 milhões. Contrato até o fim de 2028, camisa 9, e a missão de ser o homem-gol de Tite. “Volto para casa com mais experiência, pronto para ajudar o Fogão a defender títulos”, disse ele na apresentação no Nilton Santos.

A escolha não foi aleatória. O Botafogo, sob John Textor, busca equilíbrio entre juventude e maturidade. Cabral, com sua capacidade de link-up play e finalização, encaixa no esquema de posse de bola e transições rápidas. Desde a chegada, ele já soma minutos importantes: no Brasileirão, contribuiu com gols contra Corinthians e Cruzeiro, em empates recentes que mantiveram o Alvinegro na briga pelo topo. No jogo de 30 de novembro contra o Timão, terminou 2 a 2, com Cabral criando chances apesar das críticas por um pênalti perdido. E no Mineirão, contra o Cruzeiro, no dia 4 de dezembro – jogo que terminou 2 a 2 –, ele lutou no ataque, mas o empate veio com gols de Marçal e Alex Telles.

As redes sociais fervem com opiniões divididas. Fãs elogiam sua pré-temporada sob Ancelotti (sim, rumores de influência italiana persistem), mas há cornetas: “Arthur precisa de confiança”, tuitou um torcedor. Outros pedem paciência: “Com uma intertemporada sem lesões, ele explode em 2026”. De fato, lesões em 2025 no Benfica o frearam, mas no Botafogo, ele parece mais adaptado ao calor brasileiro, treinando com Savarino e Tiquinho para formar um trio letal.

Estilo de Jogo: O 9 Completo que o Brasil Precisa

O que faz Arthur Cabral especial? Não é só o físico imponente – 86kg de pura potência – nem o pé direito afiado. É a inteligência tática, lapidada na Europa. Em Basel, ele aprendeu a posicionar-se entre zagueiros, a girar rápido para o um-contra-um. Na Fiorentina, aprimorou o jogo de pivô, segurando bola para meias como Amrabat. No Benfica, adicionou versatilidade: pode cair pelas pontas ou ser o falso 9.

Analistas o comparam a um Lukaku brasileiro: forte no ar (média de 2,5 duelos aéreos ganhos por jogo), letal na área (taxa de conversão de 18% em 2024), mas com toques refinados. Fraquezas? Às vezes, peca na decisão final, como no pênalti recente, ou na mobilidade contra linhas baixas. Mas no Brasileirão, com espaços maiores, isso vira trunfo. Tite o elogia: “Ele une força e técnica, ideal para nossa proposta”.

Seleção Brasileira: O Sonho Olímpico e Além

Pela Canarinho, Cabral ainda busca o grande salto. Em 2019, André Jardine o chamou para os sub-23, em amistosos pré-Olímpicos. Marcou contra a Colômbia e mostrou potencial, mas a pandemia e lesões o tiraram da Tokyo 2020. Na principal, Dorival Júnior o testou em 2023, em Eliminatórias, com um gol contra a Bolívia. Em 2025, com Copa do Mundo se aproximando, ele briga por vaga: “Quero estar na lista de 2026”, confidenciou em entrevista.

Vida Pessoal: Família, Fé e o Legado Paraibano

Fora de campo, Cabral é discreto. Casado com a modelo paraibana Larissa, tem um filho pequeno que o acompanha nos jogos. Fã de forró e literatura nordestina, ele visita Campina Grande sempre que pode, investindo em projetos sociais para jovens atletas. “O futebol me tirou da rua; agora, eu devolvo”, diz. Sua fé católica é pilar, e ele usa uma tatuagem de São Jorge como talismã.

O Futuro: Títulos e o Legado de um Guerreiro

Com o Botafogo mirando o bi da Libertadores e Mundial de Clubes em 2025, Arthur Cabral é peça central. Seus 10 gols na temporada (até dezembro) são promissores, mas o ano novo pede mais. Em 2026, com ajustes físicos, ele pode ser o artilheiro que o Brasil precisa. De Campina ao mundo e de volta, Cabral prova que raízes fortes florescem em qualquer gramado. O Glorioso – e a Seleção – apostam nisso. E os torcedores? Já cantam: “Arthur, o rei da área, vai fazer o Botafogo brilhar de novo”.