André Henrique
André Henrique da Silva Martins, mais conhecido como André Henrique, é um dos nomes que mais têm gerado expectativa no futebol gaúcho nos últimos anos. Nascido em 17 de dezembro de 2001, em Guanambi, no interior da Bahia, o jovem de 23 anos representa a essência do talento brasileiro que brota das categorias de base e busca seu lugar no topo. Com 1,89 metro de altura e um porte físico imponente, ele joga como centroavante, mas também se adapta bem como segundo atacante ou até pela ponta direita. Destro de nascença, André combina força, velocidade e faro de gol, características que o tornaram peça importante no elenco do Grêmio, onde chegou em 2023 e, desde então, vem construindo uma trajetória de superação e crescimento.
Em um futebol cada vez mais competitivo, onde a pressão por resultados imediatos é constante, André Henrique surge como exemplo de paciência e determinação. Sua jornada, que começou nos campos empoeirados do Nordeste brasileiro, passou por clubes menores de São Paulo e Santa Catarina, até desembarcar em Porto Alegre, reflete o sonho de tantos jovens atletas. No Grêmio, ele não só conquistou títulos estaduais, como o Campeonato Gaúcho de 2024 e a Recopa Gaúcha de 2025, mas também enfrentou desafios que testaram sua resiliência. Hoje, com o Brasileirão 2025 em sua reta final, o atacante vive um momento de transição, marcado por rumores de transferência para o exterior e uma possível permanência sob nova gestão no clube tricolor.
Os Primeiros Passos: Das Raízes Baianas à Profissionalização
A história de André Henrique começa longe dos holofotes, em Guanambi, uma cidade de cerca de 90 mil habitantes no sudoeste da Bahia. Filho de uma família humilde, ele cresceu jogando futebol nas ruas e em escolinhas locais, onde sua altura e habilidade com a bola já chamavam atenção desde cedo. Aos 14 anos, foi para Salvador integrar as categorias de base do Bahia, mas a oportunidade de se profissionalizar veio mesmo em São Paulo, no Capivariano, clube tradicional na formação de talentos.
Em 2020, com apenas 18 anos, André estreou pelo Capivariano no Campeonato Paulista Série A3. Foram poucas partidas, mas suficientes para mostrar potencial: ele marcou seus primeiros gols como profissional e chamou a atenção de olheiros. No ano seguinte, 2021, transferiu-se para o América-MG, onde atuou nas divisões de base e fez sua estreia no time principal em jogos da Copa do Brasil. No Coelho, ele aprendeu o que significa disputar partidas de alto nível, enfrentando defesas mais organizadas e lidando com a pressão de um clube em ascensão.
A virada veio em 2022, quando assinou com o Marcílio Dias, de Itajaí (SC), no Campeonato Catarinense Série B. Lá, André explodiu: em 15 jogos, balançou as redes nove vezes, tornando-se artilheiro da competição e ajudando o time a conquistar o acesso à elite estadual. Sua performance chamou a atenção do Hercílio Luz, outro catarinense, que o contratou para a Série C do Brasileirão. No Tubarão, ele jogou 22 partidas, marcou cinco gols e deu assistências decisivas, consolidando-se como uma promessa do futebol brasileiro. Esses anos em clubes menores foram fundamentais: André aprendeu a gerenciar minutos em campo, a lidar com lesões leves e a se adaptar a diferentes estilos de jogo, sempre com o sonho de chegar a um grande centro.
A Chegada ao Grêmio: De Reserva a Peça Fundamental
O ano de 2023 marcou a grande mudança na carreira de André Henrique. Em abril, o Grêmio, então recém-promovido à Série A após o rebaixamento traumático de 2022, o trouxe por empréstimo do Hercílio Luz. A ideia era reforçar o ataque com um jogador jovem e barato, enquanto o clube se reestruturava sob o comando de Renato Gaúcho. André chegou discreto, mas logo mostrou versatilidade: em 61 jogos pelo Tricolor até o momento, ele acumula nove gols e cinco assistências, números modestos, mas valiosos em um elenco repleto de estrelas.
Inicialmente, André era a terceira opção no setor ofensivo, atrás de nomes como Diego Costa e depois Luis Suárez. Em 55 dessas partidas, ele começou no banco, entrando para mudar o ritmo ou segurar placares. No Gauchão de 2023, por exemplo, ele engatou dois jogos como titular, mas o espaço era limitado. Sua paciência rendeu frutos em dezembro daquele ano, quando o Grêmio exerceu a opção de compra por R$ 6,4 milhões, adquirindo 70% dos direitos econômicos. O contrato foi assinado até o fim de 2026, sinalizando confiança no potencial do baiano.
O ponto alto veio no Gauchão de 2024. Com Suárez ainda se adaptando após lesão, André ganhou mais minutos e contribuiu para a conquista do título estadual, marcando em jogos decisivos contra o Juventude. A Recopa Gaúcha de 2025, vitória sobre o Brasil de Pelotas, também teve sua assinatura, com um gol de cabeça que selou o troféu. Esses momentos coletivos ajudaram André a ganhar a torcida, que o apelidou carinhosamente de “Gigante Baiano” por sua presença física e garra.
Temporada 2025: Ascensão Surpresa e Desafios no Brasileirão
O Brasileirão 2025 tem sido um capítulo misto para André Henrique. Com 34 jogos disputados até novembro, ele marcou três gols – um deles no clássico Grenal de agosto, cabeçada que incendiou a Arena do Grêmio. Suas assistências, no entanto, chamam mais atenção: cinco no total, mostrando visão de jogo além do arremate. Em setembro, veio a ascensão surpresa relatada pela imprensa gaúcha: em apenas 12 dias, ele passou de terceira opção para titular absoluto, após lesões e saídas de companheiros como Martin Braithwaite e Cristian Pavón.
Sob o comando de Mano Menezes, André se beneficiou de um esquema tático que valoriza a bola longa e as jogadas aéreas, explorando seus 1,89 metro. Em partidas contra Fortaleza e Cruzeiro, ele foi decisivo, com chutes de fora da área e pivôs para os meias. No entanto, a irregularidade do Grêmio – que briga por uma vaga na Libertadores – o jogou de volta ao banco em novembro. Jogos recentes, como a derrota por 3 a 2 para o Botafogo em 22 de novembro, o viram titular, mas com apenas um chute a gol. Contra o Vasco, entrou no segundo tempo sem impacto.
Estatísticas da ESPN mostram um jogador em evolução: 31 finalizações no campeonato, com 13 no alvo, e uma taxa de acerto de passes de 72%. Fora de campo, André se destaca pela discrição: em entrevistas, fala pouco, mas elogia sempre os veteranos como Kannemann e Edenilson, que o orientam. Sua conta no Instagram (@andrehenrique_11), com mais de 50 mil seguidores, posta fotos de treinos e família, mantendo o foco no futebol.
As Últimas Atualizações: Rumores de Transferência e o Jogo Contra o Fluminense
Com o Brasileirão chegando ao fim em dezembro de 2025, André Henrique vive um turbilhão de notícias. Na noite de 2 de dezembro, no duelo contra o Fluminense pela 37ª rodada, ele teve um gol anulado pelo VAR aos 50 minutos do primeiro tempo – uma finalização de primeira após cruzamento de Renê, mas o impedimento milimétrico frustrou a torcida. O Grêmio perdeu por 1 a 0, com o Flu abrindo o placar cedo, e André saiu de campo cabisbaixo, mas determinado para o último jogo contra o Corinthians.
O que mais agita os bastidores, porém, é a proposta do Goztepe, clube turco que ocupa a quarta posição no Campeonato Turco. Apurada por jornalistas como Diogo Rossi, a oferta é milionária: pagamento à vista suficiente para quitar uma dívida do Grêmio com o Girona (Espanha), ligada ao transfer ban da FIFA. O salário de André quadruplicaria, passando de cerca de R$ 150 mil mensais para valores próximos a € 100 mil (quase R$ 600 mil). O jogador, segundo fontes, aprova a saída para o exterior, vendo como oportunidade de crescimento em uma liga mais competitiva.
No entanto, a nova direção gremista, com Odorico Roman eleito presidente para 2026, freou as negociações. Em reunião recente, a gestão interina e o futuro conselho decidiram manter o atleta, enxergando nele um xodó de Mano Menezes e peça chave para o ano que vem. “André é nosso futuro”, teria dito um dirigente, priorizando a estabilidade após uma temporada de turbulências financeiras. Com 80% dos direitos no clube, o Grêmio negocia contraofertas, mas o baiano já manifestou insatisfação por ser reserva frequente, inclusive cogitando não jogar o último jogo se a venda avançasse.
O Futuro de André: Entre Europa e Fidelidade ao Tricolor
Olhando adiante, 2026 promete ser decisivo para André Henrique. Se ficar no Grêmio, ele pode assumir a titularidade plena com a saída de veteranos e a chegada de reforços pontuais. A Libertadores, caso conquistada, seria o palco ideal para ele brilhar internacionalmente, repetindo o faro de gol visto em 2024. Caso a proposta turca avance – ou surjam outras da Série A, como rumores com o São Paulo –, André poderia dar um salto na carreira, ganhando visibilidade para seleções de base ou até a principal.
Independentemente do caminho, sua trajetória inspira. De Guanambi a Porto Alegre, passando por Itajaí e Belo Horizonte, André Henrique prova que o talento, aliado à persistência, abre portas. No futebol brasileiro, onde jovens como ele enfrentam concorrência feroz, ele é um lembrete de que o sucesso vem em doses: um gol aqui, uma assistência ali, uma titularidade conquistada. Aos 23 anos, o baiano tem tudo para se tornar referência – seja no Imortal Tricolor ou além-mar.
Enquanto a torcida gremista lota a Arena nos próximos dias, clamando por sua permanência, André segue treinando. O gol anulado contra o Flu? Apenas um capítulo. O verdadeiro teste é o que virá: provar que pertence ao topo, gol a gol, partida a partida.








