Adam Bareiro
Adam Bareiro chegou ao futebol brasileiro como uma aposta ousada do Fortaleza, mas rapidamente se transformou em peça fundamental para a equipe cearense. Nascido em 26 de julho de 1996, em Assunção, no Paraguai, o centroavante de 1,84 metro de altura e pé direito afiado tem 29 anos e carrega uma trajetória marcada por superação e adaptações constantes. Com a camisa 27 do Leão do Pici, ele não só encontrou um lar, mas também uma chance de brilhar em um dos campeonatos mais disputados do mundo. Em 2025, Bareiro tem sido o destaque de uma campanha que tirou o Fortaleza da zona de rebaixamento, com gols decisivos e assistências que ecoam nos estádios lotados de Fortaleza.
Sua história no futebol começa nas ruas poeirentas de Itauguá, onde cresceu admirando ídolos paraguaios como Roque Santa Cruz. Irmão mais novo de Freddy Bareiro, ex-atacante que rodou por clubes como San Lorenzo e Universidad Católica, Adam herdou o gene do gol cedo. Mas o caminho não foi pavimentado: lesões, empréstimos e momentos de dúvida testaram sua resiliência. Hoje, sob o comando do técnico argentino Martín Palermo, ele vive seu melhor momento, contribuindo para vitórias que mantêm o sonho da permanência vivo. Vamos mergulhar na jornada desse paraguaio que, aos poucos, conquista o coração da torcida brasileira.
Os Primeiros Passos no Futebol Paraguaio: De Olimpia a Nacional
A carreira profissional de Adam Bareiro decolou em 2015, quando ele assinou com o Olimpia, um dos gigantes do futebol paraguaio. Aos 19 anos, o jovem atacante mal pisou em campo – apenas uma partida sem gols –, mas o clube o via como promessa. Para ganhar rodagem, foi emprestado ao River Plate de Assunção em 2016, onde fez quatro jogos e começou a entender o peso da pressão em um ambiente competitivo.
O verdadeiro despertar veio no Nacional Asunción, entre 2017 e 2018. Ali, Bareiro explodiu: em 69 partidas, marcou impressionantes 26 gols. Sua velocidade, posicionamento afiado e faro de artilheiro chamaram atenção. Ele era o cara que decidia jogos com chutes precisos de fora da área ou pivôs inteligentes na entrada da pequena área. Naquele período, o Nacional brigava por posições na Primera División paraguaia, e Bareiro se tornou ídolo local, com torcedores cantando seu nome nas arquibancadas do Arsenio Erico.
Esses números não passaram despercebidos. Em 2018, o Monterrey, do México, apostou nele por cerca de 2 milhões de dólares. Parecia o salto para a elite, mas os anos no Tigres foram de aprendizado amargo. Com apenas sete jogos e um gol pelo time principal, Bareiro rodou por empréstimos: San Lorenzo (Argentina), onde fez 11 partidas e dois gols em 2019-2020; Alanyaspor (Turquia), com 37 jogos e cinco gols na temporada 2020-2021; e Atlético San Luis (México), mais 11 partidas e dois gols em 2021. Cada passagem era uma lição: na Turquia, aprendeu a lidar com defesas físicas; na Argentina, sentiu o calor da Bombonera em um clássico.
Empréstimos e Consolidação: San Lorenzo e River Plate
O retorno ao San Lorenzo em 2022, por empréstimo, marcou um turning point. Sob o comando de Rubén Darío Insúa, Bareiro viveu sua melhor fase sul-americana: 26 jogos e 10 gols na temporada. Ele era o pivô do ataque, combinando com veteranos como Adam, o próprio apelido que carrega. Gols contra rivais como Boca Juniors e River Plate o colocaram no radar da mídia argentina. Em 2023-2024, já contratado em definitivo, manteve o ritmo com 26 partidas e cinco gols, ajudando o Ciclón a brigar por taças na Copa Sul-Americana.
Mas 2024 trouxe turbulências. Transferido para o River Plate por 3,5 milhões de dólares, Bareiro esperava repetir o sucesso. No entanto, em 11 jogos, zero gols. A pressão da Monumental, lesões leves e a concorrência com Borja o deixaram no banco. Foi um ano de frustrações, com a torcida millonaria cobrando mais intensidade. Para reacender a carreira, veio um empréstimo ao Al-Rayyan, do Catar, em 2025: 10 jogos e três gols na Stars League, mostrando que o talento ainda pulsava.
Esses altos e baixos moldaram o caráter de Bareiro. “O futebol é assim: um dia você é rei, no outro, aprendiz”, disse ele em uma entrevista ao jornal Olé, refletindo sobre os empréstimos. Sua ética de trabalho – treinos extras e dieta rigorosa – o manteve no mapa, preparando o terreno para o Brasil.
A Chegada ao Fortaleza: Adaptação e o Milagre de Palermo
Em julho de 2025, o Fortaleza pagou 1,5 milhão de euros para trazer Bareiro do River Plate, com contrato até dezembro de 2027. A torcida, ansiosa por um centroavante matador, recebeu o paraguaio com ceticismo: sob Renato Paiva, ele jogou sete partidas sem marcar. O time patinava na tabela do Brasileirão, afundado na zona de rebaixamento, com defesa vazando e ataque sem ideias.
A virada veio com Martín Palermo, contratado em agosto. O Loco, ídolo do Boca, viu em Bareiro o perfil que buscava: forte no jogo aéreo, bom em pivôs e letal na área. “Adam tem o instinto que faltava”, declarou Palermo após um treino. Desde então, o paraguaio é titular absoluto. Em 20 jogos pelo Leão até novembro, marcou seis gols – artilheiro da era Palermo – e deu assistências cruciais.
Destaques? O hat-trick contra o Bahia em novembro, virando um 2-0 para 3-2; o gol salvador contra o Red Bull Bragantino, em uma cobrança de pênalti no apagar das luzes; e a assistência precisa para Pochettino contra o Atlético Mineiro, garantindo um empate heroico. Em seis jogos consecutivos, ele participou de gols, alternando marcações com passes decisivos. Sua taxa de conversão de chances é de 18%, acima da média da Série A.
O Fortaleza, que acumulava derrotas, agora sonha alto. Com Palermo, o time invicto em casa desde setembro, soma oito vitórias em 15 jogos. Bareiro não só pontua, mas lidera: 3,76 faltas cometidas por jogo mostram sua garra, e ele já recebeu seis amarelos – sinal de entrega total.
Carreira na Seleção Paraguaia: Caps e o Sonho da Copa
Pela Albirroja, Bareiro estreou em 2023, sob Gustavo Alfaro. Em oito jogos até 2024, zero gols, mas atuações sólidas: contrações na Copa América e eliminatórias para 2026. Ele entrou no segundo tempo contra Brasil e Argentina, segurando bolas e abrindo espaços. “Quero ser o cara que faz o gol da classificação”, confidenciou ao ABC Color.
Em 2025, com a seleção em reconstrução sob Eduardo Berizzo, Bareiro foi convocado para amistosos em setembro, mas uma lesão muscular o tirou da lista de outubro. Ainda assim, sua versatilidade – joga como 9 ou segundo atacante – o mantém na briga. O Paraguai, vice-líder das eliminatórias, vê nele o parceiro ideal para Julián Álvarez ou Enciso.
Momento Atual: A Vitória Sobre o Corinthians e o Fim de Ano Decisivo
Atualizando para dezembro de 2025: na noite de 3 de dezembro, o Fortaleza venceu o Corinthians por 2-1 no Castelão, lotado com 40 mil vozes. Bareiro começou de titular, pressionando a defesa alvinegra e sendo substituído no início do segundo tempo por precaução – uma torção leve no tornozelo, nada grave. O time saiu da zona de rebaixamento com 43 pontos, na 16ª posição, dependendo só de si na última rodada contra o Botafogo.
“Essa vitória é para a torcida que nunca nos abandonou”, postou Bareiro no Instagram, com foto abraçando Palermo. Seus números no Brasileirão: 18 jogos, seis gols, zero assistências diretas, mas impacto inegável. Com 711 minutos jogados, ele dribla 1,2 vezes por partida e tem 4 cartões amarelos. O mercado avalia em 3,6 milhões de euros, e rumores ligam-no a clubes europeus para 2026.
Fora de campo, Bareiro se adapta ao Brasil: mora em um apartamento no Meireles, com praia ao lado, e aprende português com aulas online. “O cuscuz é melhor que o chipá”, brinca ele, misturando culturas.
Vida Pessoal: Família, Fé e o Legado de um Irmão
Adam é discreto: casado com uma paraguaia, pai de uma filha de três anos, equilibra família e bola. A fé católica o guia – uma cruz no pescoço durante jogos. O irmão Freddy, aposentado em 2022, é mentor: “Ele me ensinou a nunca desistir”. Juntos, sonham com o Paraguai na Copa de 2026.
Conclusão: O Futuro Brilhante de Bareiro no Brasil
Adam Bareiro não é só um reforço; é o símbolo da resiliência do Fortaleza. De garoto de Assunção a herói do Castelão, sua jornada inspira. Com Palermo, ele pode fechar 2025 como artilheiro do time e chave para a salvação. O Brasileirão, com sua intensidade, encontrou no paraguaio um guerreiro. E a torcida? Já canta: “Adam, o rei da área!”. Seu capítulo no Brasil está só começando – e promete mais páginas de glória.