Matko Miljevic
Matko Miljevic é um nome que tem ganhado cada vez mais destaque no mundo do futebol. Nascido nos Estados Unidos, mas com raízes profundas na Argentina e na Croácia, esse jovem atacante de meio-campo representa a essência do jogador moderno: versátil, técnico e cheio de determinação. Aos 24 anos, em dezembro de 2025, Miljevic vive um momento de ascensão no Club Atlético Huracán, na Argentina, onde tem sido peça fundamental em campanhas memoráveis. Sua jornada, marcada por transições entre continentes e desafios pessoais, inspira uma nova geração de atletas bilíngues e multiculturalistas. Neste artigo, exploramos sua trajetória, desde os primeiros chutes em Miami até os gramados vibrantes de Buenos Aires.
Infância e Formação: Raízes Entre Dois Mundos
Matko Mijael Miljevic veio ao mundo em 9 de maio de 2001, em Miami, na Flórida, uma cidade que pulsa com a energia latina nos Estados Unidos. Seus pais, argentinos nativos, haviam se mudado para os EUA no final dos anos 1990, fugindo da grave crise econômica que assolou a Argentina entre 1998 e 2002. Essa relocação temporária moldou os primeiros anos de Matko, que cresceu imerso em uma mistura de cultura americana e tradições portenhas. Seu avô paterno, nascido em Banja Luka – na atual Bósnia e Herzegovina, mas então parte do Reino da Iugoslávia –, emigrara para a Argentina nos anos 1940, trazendo consigo o legado croata que permeia a família.
Quando Matko era ainda uma criança pequena, a família retornou à Argentina, buscando reconectar-se às origens. Foi em Buenos Aires que o futebol se tornou sua paixão verdadeira. Aos nove anos, ele ingressou nas categorias de base do Boca Juniors, o gigante xeneize, onde aprendeu os fundamentos do jogo com a intensidade que só o futebol argentino proporciona. No entanto, sua permanência por lá foi breve. Em 2011, transferiu-se para o Argentinos Juniors, clube formador de lendas como Diego Maradona. Ali, Matko floresceu como um meio-campista versátil, capaz de atuar centralmente ou pela esquerda, com um toque refinado e visão de jogo apurada.
Durante a adolescência, Miljevic enfrentou dilemas comuns a muitos jovens de dupla nacionalidade. Elegível para representar os Estados Unidos, Argentina, Croácia e até Bósnia e Herzegovina, ele optou inicialmente pela seleção norte-americana nas categorias de base. Em 2017, disputou cinco jogos pela sub-16 dos EUA, sem gols, mas ganhando experiência valiosa. Seu passaporte croata, em processo de obtenção, abria portas para o futebol europeu, mas Matko sempre priorizou o desenvolvimento no sul do continente.
Primeiros Passos Profissionais: Estreia no Argentinos Juniors
A transição para o profissionalismo veio cedo. Em 2018, aos 17 anos, Matko estreou pelo Argentinos Juniors na Primera División argentina. Sua primeira aparição foi contra o Talleres de Córdoba, e embora o time tenha perdido por 1 a 0, o garoto de Miami mostrou potencial com dribles rápidos e passes precisos. Ao longo de três temporadas, acumulou seis jogos e um gol – uma marca modesta, mas suficiente para atrair olhares internacionais.
O gol de estreia, marcado em 2019 contra o Patronato, foi um momento icônico: um chute de fora da área que silenciou o estádio e celebrou sua herança multicultural. Fora de campo, Matko se destacava por sua disciplina. Praticante de taekwondo com faixa preta, ele incorporava a disciplina marcial ao futebol, ajudando na prevenção de lesões e no foco mental. Em entrevistas da época, ele mencionava o avô croata como inspiração: “Ele fugiu da guerra para construir uma vida nova; eu jogo para honrar isso.”
Esses anos iniciais foram de aprendizado. O Argentinos Juniors, conhecido por sua academia de talentos, o preparou para o salto maior. Em 2021, com 20 anos, veio a oportunidade de cruzar o Atlântico – ou melhor, rumar para o norte, rumo à Major League Soccer.
Aventura na MLS: Desafios e Crescimento no CF Montréal
Em agosto de 2021, o CF Montréal anunciou a contratação de Miljevic como agente livre, com contrato até o fim de 2024 e opção para 2025. O clube canadense, que disputa a MLS, via nele um reforço criativo para o meio-campo. “Estou animado com o projeto, especialmente sabendo que clubes da MLS estavam interessados”, disse o diretor esportivo Olivier Renard na época.
Nos Estados Unidos, Matko reencontrou suas raízes miamenses. Em 35 partidas pelo Montréal, marcou dois gols e deu assistências que iluminaram jogos chave. Sua estreia foi contra o Inter Miami, de forma irônica, e ele rapidamente se adaptou ao ritmo físico da liga norte-americana. No entanto, lesões e concorrência limitaram seu tempo em campo. Em 2023, uma cirurgia no joelho o deixou afastado por 8 a 12 semanas, testando sua resiliência.
Fora das quatro linhas, Miljevic se envolveu em controvérsias. Em 2024, seu contrato foi rescindido pelo Montréal após ele participar de uma liga amadora de futsal indoor no Quebec, sob pseudônimo, o que violou o acordo padrão de jogador. Uma altercação em campo agravou a situação, levando à terminação. Apesar do revés, Matko viu nisso uma lição: “Erros acontecem; o importante é crescer com eles.”
Retorno à Argentina: De Newell’s a Huracán
Liberado como agente livre em fevereiro de 2024, Miljevic retornou à Argentina, assinando com o Newell’s Old Boys. Em 22 jogos, marcou dois gols e mostrou consistência. Seu estilo – dribles curtos, visão periférica e finalizações precisas – encaixou-se perfeitamente no futebol tático rosarino. Mas o destino reservava mais: em 1º de janeiro de 2025, ele deixou o Newell’s e, dez dias depois, foi anunciado no Huracán.
O contrato de três anos com o Globo, até dezembro de 2027, incluiu a compra de 50% de seus direitos econômicos. Valor de mercado em torno de 5 milhões de euros, segundo o Transfermarkt. Em 2025, Matko explodiu: 34 jogos, sete gols e assistências decisivas. Destaque para o “golazo” contra o Boca Juniors em julho, um chute de fora que selou uma vitória por 1 a 0 na Bombonera. Na Copa Sul-Americana, suas duas assistências na vitória por 3 a 1 sobre o Racing de Montevidéu em maio ajudaram o Huracán a liderar o Grupo C com 10 pontos.
Seu impacto no time de Frank Kudelka é inegável. Em novembro, contra o Barracas Central, empatou em 1 a 1 com uma assistência precisa, ganhando nota 7.1 no Sofascore. Contra o Newell’s, seu ex-clube, marcou o gol da vitória por 3 a 1 sobre o Dájá em 3 de novembro.
Carreira Internacional: O Chamado da USMNT
A seleção sempre foi um capítulo aberto para Miljevic. Após anos nas bases americanas, ele estreou pela principal dos EUA em janeiro de 2025, sob o comando de Mauricio Pochettino. No amistoso contra a Venezuela, em 19 de janeiro, entrou no segundo tempo e marcou o terceiro gol na vitória por 3 a 1, ao lado de Jack McGlynn e Patrick Agyemang. “Foi surreal voltar para casa e representar o país onde nasci”, comentou ele.
Em fevereiro, contra a Costa Rica, ganhou amarelo aos 73 minutos na vitória por 1 a 0, mas consolidou sua posição. Com dois jogos e um gol, Matko é visto como “wildcard” imprevisível pela imprensa, graças ao seu taekwondo e ousadia. No entanto, em abril, a Bósnia o abordou para uma possível mudança de associação, explorando as raízes do avô – mas ele permaneceu leal aos EUA.
Estilo de Jogo e Conquistas Pessoais
Miljevic joga preferencialmente como meia-atacante, pé direito, com 1,76m de altura. Sua força está na criatividade: passes decisivos, chutes de média distância e capacidade de desequilibrar defesas. No Huracán, usa o número 10, evocando magos do futebol. Conquistas incluem a liderança no Grupo C da Sul-Americana e elogios de Pochettino por “caráter” em discussões por pênaltis.
Fora de campo, é reservado. Fala inglês, espanhol e croata básico, e dedica tempo a causas sociais, como apoio a imigrantes na Argentina.
Atualizações de 2025: Rumores e Futuro Promissor
2025 tem sido o ano de Matko. Em junho, o Santos brasileiro ofereceu 1,8 milhão de dólares, mas o Huracán recusou. O Al Wahda, dos Emirados Árabes, e o RC Lens, da França, sondaram-no em outubro. Seu valor de transferência varia de 3,2 a 4,8 milhões de euros.
Na USMNT, é comparado a Diego Luna por alguns, com takes quentes em redes sociais. Com a Copa do Mundo de 2026 se aproximando, onde os EUA co-anfitriões, Miljevic pode ser peça-chave. Em novembro, contra o Newell’s, mostrou por que é indispensável: quatro chutes, um gol, nota alta no ESPN.
Conclusão: Um Jogador sem Fronteiras
Matko Miljevic transcende fronteiras. De Miami a Buenos Aires, de lesões a glórias, sua história é de perseverança. No Huracán, ele não só joga, mas inspira – um americano conquistando a América do Sul. Com 24 anos, o céu é o limite. Seja na MLS, na Argentina ou na seleção, Miljevic prova que o talento não tem passaporte. Em 2025, ele não é só um jogador; é um símbolo de superação global.