Antoine Griezmann: O Versátil Atacante Francês que Conquista Corações no Futebol

Antoine Griezmann: O Versátil Atacante Francês que Conquista Corações no Futebol

Antoine Griezmann

Antoine Griezmann é um daqueles jogadores que parecem feitos para o futebol. Com uma visão de jogo afiada, dribles precisos e um faro de gol que desafia os anos, o francês de 34 anos continua a brilhar nos gramados. Nascido em Mâcon, no coração da França, Griezmann não é só um artilheiro, mas um verdadeiro maestro em campo, capaz de criar jogadas do nada e decidir partidas com um toque de classe. Sua trajetória, cheia de altos e baixos, reflete a paixão que ele carrega pelo esporte. Em um mundo onde o futebol europeu se renova a cada temporada, Griezmann se mantém como uma referência de dedicação e talento puro. Vamos mergulhar na história desse craque que, mesmo aos 34, sonha com novos horizontes.

Os Primeiros Passos: De Mâcon às Categorias de Base

Tudo começou em uma pequena cidade francesa chamada Mâcon, no dia 21 de março de 1991. Filho de Alain, um ex-jogador amador com raízes germânicas, e Isabelle, de ascendência portuguesa – com avô que atuou no Paços de Ferreira –, Griezmann cresceu em um ambiente onde o futebol era mais que um jogo: era família. As férias em Portugal, na casa dos avós, plantaram sementes de amor pelo esporte. Mas o caminho inicial não foi fácil. No clube local UF Mâcon, o menino franzino e leve enfrentou rejeições. Clubes como Metz e Lyon o dispensaram por causa da estatura. “Eu era pequeno demais”, ele recorda em entrevistas antigas, com um sorriso que esconde a determinação.

A virada veio aos 14 anos. Em um amistoso contra os juniores do Paris Saint-Germain, Griezmann chamou atenção dos olheiros da Real Sociedad. A família arriscou: mudaram-se para San Sebastián, na Espanha, onde ele ingressou na academia basca. Ali, longe de casa, o garoto se transformou. Aprendeu o espanhol, absorveu a cultura local e, acima de tudo, refinou seu jogo. “A Real Sociedad me deu asas”, disse certa vez. Dos juvenis para o time principal, foi um pulo. Em 2009, aos 18 anos, ele estreou na Segunda Divisão espanhola. Sua velocidade, visão periférica e finalizações colocadas começaram a despontar. Na temporada 2009-10, ajudou o time a conquistar o título da divisão, marcando seis gols em 37 jogos. Era o prenúncio de um talento que logo explodiria na elite.

A Ascensão na Real Sociedad: O Nascimento de uma Estrela

A Real Sociedad, com sua torcida apaixonada e estádio Anoeta fervendo, foi o caldeirão perfeito para Griezmann forjar seu estilo. Na La Liga, a partir de 2010, ele evoluiu de promessa para peça fundamental. Jogava como ponta-esquerda, mas sua versatilidade permitia que flutuasse pelo ataque, confundindo defesas. Em cinco anos (2010-2014), acumulou 201 partidas e 52 gols – números impressionantes para um jovem de 23 anos.

Momentos icônicos definiram essa fase. Em 2013, um hat-trick contra o Celta de Vigo o colocou no mapa. Mas foi o gol de voleio contra o Athletic Bilbao, no dérbi basco de 2014, que selou seu adeus à casa. A torcida txuri-urdin, como são chamados os societários, ainda chora sua saída. Propostas choveram: Lyon, Saint-Étienne, Manchester United, Arsenal. No fim, o Atlético de Madrid, treinado por Diego Simeone, venceu a disputa por 30 milhões de euros. Griezmann partiu com o coração apertado, mas pronto para o grande palco. “San Sebastián me ensinou a ser homem”, confidenciou anos depois. Essa etapa moldou não só seu futebol, mas seu caráter: humilde, resiliente e sempre grato.

O Coração Colchonero: Glórias e Desafios no Atlético de Madrid

Chegar ao Atlético em 2014 foi como entrar em uma família exigente. Simeone, o Cholo, via em Griezmann o parceiro ideal para Álvaro Morata e companhia. Logo na estreia, contra o Barcelona na Supercopa da Espanha, ele marcou e ergueu o troféu – o primeiro de muitos. Na temporada 2014-15, 22 gols em 54 jogos. Mas o ápice veio em 2018: a Liga Europa da UEFA, com um brace na final contra o Olympique de Marseille (3-0). A Supercopa da UEFA e da Espanha completaram o ciclo. Griezmann se tornou ídolo, com sua garra rochiblanc – a alma guerreira do clube.

Em 2019, porém, veio a polêmica. Após uma novela de meses, ele assinou com o Barcelona por 120 milhões de euros, a quinta maior transferência da história na época. O adeus ao Atlético foi amargo; torcedores se sentiram traídos. No Barça, ao lado de Messi e Suárez, esperava-se o mundo. Mas as coisas não fluíram. 35 gols em 103 jogos, um título da Copa do Rei em 2021, mas críticas por não se encaixar no esquema de Koeman e Xavi. Griezmann, sempre elegante, admitiu: “Não era o lugar certo para mim”. Em 2021, o retorno ao Atlético por empréstimo – e compra posterior por 20 milhões – foi como um reencontro de almas gêmeas. Hoje, com contrato até 2027, ele é o maior artilheiro da história colchonera: 197 gols, superando Luis Aragonés em 2024. Sua parceria com Simeone rendeu momentos mágicos, como o gol contra o Real Madrid na Supercopa de 2024, que o consagrou como recordista.

A Seleção Francesa: De Vice a Campeão do Mundo

Pela França, Griezmann é sinônimo de consistência. Estreou em 2014 contra a Holanda, em um amistoso que misturava talento e pressão. Na Copa de 2014, foi reserva, mas na Euro 2016, explodiu: seis gols, Chuteira de Ouro e vice-campeonato após derrota para Portugal na final. “Foi doloroso, mas me fortaleceu”, disse. O auge? A Copa do Mundo de 2018. Na França de Deschamps, ele marcou quatro gols, incluindo na final contra a Croácia (4-2), e levou a Bola de Bronze. Campeão do mundo aos 27 anos – o sonho de qualquer garoto de Mâcon.

A Liga das Nações em 2021 e o vice na Copa de 2022, com pênalti perdido na decisão contra a Argentina, completaram um ciclo de glórias e lições. Em setembro de 2024, após 137 jogos e 44 gols, Griezmann se aposentou da seleção. “Deixei tudo em campo”, declarou em coletiva emocionante. Sua ausência deixa um vazio, mas sua herança – ouro olímpico nas bases em 2010 e liderança em majors – é eterna.

Vida Fora de Campo: Família, Controvérsias e Paixões

Griezmann não é só futebol. Casado desde 2017 com Erika Choperena, psicóloga infantil, o casal tem três filhos: Mia (2016), Amaro (2019) e Alba (2021). A família é seu porto seguro; Erika, colombiana, traz equilíbrio à vida agitada do craque. Fora das quatro linhas, ele é fã de videogames – FIFA é seu vício –, mangás como One Piece e basquete, influenciado pela amizade com Tony Parker.

Nem tudo foi perfeito. Em 2017, uma foto em blackface como homenagem aos Harlem Globetrotters gerou polêmica. Griezmann pediu desculpas públicas: “Não quis ofender ninguém; aprendi com o erro”. Sua irmã Maude sobreviveu aos atentados de Bataclan em 2015, o que o marcou profundamente. Hoje, ele usa sua voz para causas sociais, como inclusão no esporte. Apelidos como “Principito” ou “Grizi” capturam sua essência: charmoso, mas pé no chão.

O Momento Atual: Renovação, Gols e Sonhos Americanos

Em dezembro de 2025, Griezmann vive uma fase de transição no Atlético. Aos 34, renovou até 2027 em junho, mas com salário reduzido para ajudar nas finanças do clube sob as regras da La Liga. A temporada 2024-25 terminou com seca de 18 jogos sem gols, eclipsado por Julian Álvarez (17 gols) e Alexander Sørloth (20). Mas o francês reagiu: em setembro de 2025, marcou o primeiro gol da temporada 2025-26 nos acréscimos contra o Real Madrid (5-2), encerrando jejum de 22 jogos e dando ao rival a pior derrota no dérbi desde 1950. Três dias depois, seu 200º gol pelo Atlético veio contra o Eintracht Frankfurt na Champions (5-1).

Em março, superou Messi como estrangeiro com mais jogos na La Liga (521). Recentemente, entrou no segundo tempo contra o Levante, marcando dois gols na virada por 3-1. Contra o Inter de Milão na Champions, ficou no banco, mas sua mentalidade impressiona: “Tenho que ser profissional e exemplo para os companheiros”, disse em novembro.

Rumores de saída pipocam. Griezmann sonha com a MLS: “É meu objetivo, mas estou sob contrato e quero mais troféus aqui”. Especulações ligam-no a um “clube inesperado” para rever ex-companheiros, mas ele foca no presente. Com 53 jogos na última temporada (16 gols, 9 assistências), Griezmann prova que idade é só um número. O Atlético se prepara para o Mundial de Clubes nos EUA, e ele, sempre sorridente, garante: “Darei tudo em campo”.

Legado Eterno: Por Que Griezmann Ainda Encanta

Antoine Griezmann transcende estatísticas. Seus 262 gols em 672 jogos por clubes, as Copas do Mundo, a versatilidade de ponta a falso 9 – tudo isso o coloca entre os grandes. Mas é o coração que conquista: a lealdade ao Atlético, a humildade pós-erros, a família como âncora. Em um futebol de egos inflados, ele é o anti-herói perfeito – o cara que corre, sorri e entrega. Aos 34, com MLS no horizonte, Griezmann nos lembra: o futebol é sobre momentos, não sobre finais. E os dele, ainda em construção, prometem mais páginas gloriosas.