Alex Telles: O Lateral-Esquerdo que Conquista o Mundo com Raiz Brasileira

Alex Telles: O Lateral-Esquerdo que Conquista o Mundo com Raiz Brasileira

Alex Telles

Alex Telles é um daqueles nomes que ecoam nos gramados brasileiros e europeus, um jogador que alia técnica apurada a uma garra inabalável. Nascido no coração do Rio Grande do Sul, ele representa o sonho de muitos jovens atletas: sair das categorias de base para brilhar nos maiores palcos do futebol. Aos 32 anos, em dezembro de 2025, Telles segue sendo uma peça fundamental no Botafogo, onde tem vivido uma fase de redenção e conquistas. Sua trajetória é marcada por altos e baixos, mas sempre com o selo de qualidade de um lateral que sabe cruzar, defender e até marcar gols decisivos. Neste artigo, mergulhamos na vida e na carreira desse guerreiro da lateral esquerda, destacando seus passos iniciais, as aventuras pelo Velho Continente e o retorno triunfal ao Brasil.

Os Primeiros Passos no Futebol Gaúcho

Tudo começou em Caxias do Sul, uma cidade serrana conhecida pela produção de vinhos e pela paixão pelo futebol. Alex Nicolao Telles veio ao mundo em 15 de dezembro de 1992, em uma família humilde que incentivava o esporte desde cedo. Aos sete anos, ele já chutava bola nas ruas, mas foi no Esporte Clube Juventude que sua história profissional ganhou forma. O clube alviazul, ícone do futebol gaúcho, identificou o talento do menino magro e veloz, que se destacava pela precisão nos passes e pela visão de jogo.

Nas categorias de base do Juventude, Telles evoluiu rapidamente. Em 2007, com apenas 14 anos, ele já treinava com os profissionais. Sua estreia no time principal veio em 2011, em uma partida do Campeonato Gaúcho. Logo de cara, mostrou versatilidade: defendia com firmeza e apoiava o ataque com cruzamentos milimétricos. Em duas temporadas, disputou 22 jogos e deu quatro assistências, números modestos, mas suficientes para chamar atenção de olheiros internacionais. O Juventude, apesar das dificuldades financeiras, serviu como escola para o jovem, ensinando-lhe o valor da resiliência – lição que ele carregaria por toda a carreira.

A virada veio em 2013, quando o Galatasaray, da Turquia, apostou nele por cerca de 600 mil euros. Foi o primeiro salto para fora do Brasil, um desafio que testaria não só suas habilidades técnicas, mas também sua adaptação cultural. Em Istambul, Telles enfrentou um futebol intenso e um público fervoroso, conquistando espaço aos poucos. Em duas temporadas, jogou 37 partidas, marcou um gol e deu assistências que ajudaram o time a brigar por títulos na Süper Lig. Aquela experiência moldou o jogador: ele aprendeu a lidar com pressão e a se comunicar em um ambiente multicultural, traços que o diferenciariam mais adiante.

A Consolidação na Europa: Porto e o Brilho Português

De volta à Europa, mas agora em Portugal, Alex Telles encontrou o ambiente ideal para explodir. Em 2014, o FC Porto pagou 5 milhões de euros ao Galatasaray e o integrou ao elenco principal. Sob o comando de treinadores como Julen Lopetegui, ele se tornou titular absoluto na lateral esquerda. Sua parceria com jogadores como Danilo e Héctor Herrera era letal: Telles não só defendia, mas ditava o ritmo do meio-campo com lançamentos precisos.

Entre 2014 e 2020, foram 196 jogos pelo Porto, com 11 gols e 31 assistências. Números impressionantes para um lateral. Ele ajudou o Dragão a conquistar três títulos da Primeira Liga (2017/18, 2019/20 e outro), além de duas Taças de Portugal. Destaque para a temporada 2019/20, quando foi eleito o melhor lateral da liga portuguesa. Sua capacidade de cobrar faltas e pênaltis virou marca registrada – ele converteu nove pênaltis pelo clube, com uma taxa de acerto acima de 80%.

O Porto também foi palco de momentos inesquecíveis na Liga dos Campeões. Em 2018, Telles marcou um gol antológico contra o Roma, em uma virada épica nas oitavas de final. Aquela atuação o colocou no radar dos gigantes ingleses. Sua evolução tática, combinada com a velocidade e o bom posicionamento, fez dele um dos laterais mais cobiçados da Europa. Mas o sonho maior batia à porta: a Premier League.

Manchester United: Desafios e Empréstimos na Inglaterra

O ano de 2020 marcou a chegada de Alex Telles ao Manchester United, por 15 milhões de euros. Reunir-se a Bruno Fernandes e Paul Pogba era o ápice de uma carreira meteórica. Ole Gunnar Solskjaer via nele o substituto perfeito para Ashley Young. No entanto, a adaptação não foi tão suave quanto o esperado. A Premier League, com sua intensidade física, expôs fragilidades defensivas de Telles, que sofreu com lesões e concorrência de Luke Shaw.

Em 50 jogos pelos Red Devils, ele contribuiu com quatro gols e 10 assistências, incluindo um belo chute de fora da área contra o PSG na Champions. Mas os tropeços em jogos grandes, como contra o Tottenham, geraram críticas. Para ganhar ritmo, em 2022, foi emprestado ao Sevilla, na La Liga. Lá, sob Julen Lopetegui novamente, Telles reviveu: em 31 partidas, deu oito assistências e ajudou o time a chegar às semifinais da Europa League. Sua conexão com o técnico português foi chave para resgatar a confiança.

O retorno ao United em 2023 foi breve. Com o fim do contrato se aproximando, Telles buscava novos horizontes. A Premier League o testou, mas também o fortaleceu, ensinando-o a lidar com a mídia britânica e a pressão de Old Trafford.

Aventura no Oriente Médio: Al-Nassr e Cristiano Ronaldo

Em julho de 2023, veio a guinada para a Arábia Saudita. O Al-Nassr, atraído pelo brilho de Cristiano Ronaldo, contratou Telles por cerca de 4 milhões de euros, com contrato até junho de 2025. Jogar ao lado de CR7 era um privilégio: os dois, ex-companheiros no United, formaram uma dupla letal na ala esquerda. Telles deu assistências decisivas para os gols do português, ajudando o time a brigar pelo título da Saudi Pro League.

Em duas temporadas, disputou 60 jogos, marcou três gols e distribuiu 12 assistências. Destaques incluem vitórias sobre o Al-Hilal e uma campanha sólida na AFC Champions League. A vida em Riad trouxe estabilidade financeira e um futebol menos desgastante fisicamente, permitindo que Telles se recuperasse de lesões antigas. No entanto, o desejo de voltar às raízes e disputar competições sul-americanas crescia. Em setembro de 2024, com o contrato expirando, ele optou pela rescisão amigável e rumou de volta ao Brasil.

O Retorno ao Brasil: Glória com o Botafogo

A volta para casa foi ao Botafogo, em um acordo de dois anos e meio, sem custos de transferência. O Alvinegro, embalado pela conquista da Copa Libertadores de 2024 – a primeira do clube na história –, via em Telles o reforço ideal para a lateral esquerda. Sob o comando de Artur Jorge, ele se integrou rapidamente ao elenco estrelado, com nomes como Jeffinho e Tiquinho Soares.

Na temporada 2024, Telles chegou a tempo de participar das fases finais da Libertadores, contribuindo com cruzamentos precisos na campanha vitoriosa. O título, conquistado em novembro contra o Atlético-MG em Buenos Aires, foi um marco: Botafogo 3 a 1, com Telles jogando os 90 minutos e dando uma assistência. Ele descreveu o momento como “o mais emocionante da carreira”, em entrevista pós-jogo.

Em 2025, Telles tem sido peça-chave no Brasileirão. Até dezembro, em 25 jogos pela Série A, marcou quatro gols – incluindo um de pênalti contra o Flamengo – e deu quatro assistências. Sua taxa de acerto em cruzamentos chegou a 35%, uma das melhores entre os laterais da competição. Na Copa do Brasil, onde o Botafogo avançou às semifinais, ele anotou mais quatro gols, mostrando faro de artilheiro incomum para a posição.

Defensivamente, melhorou: com 2,5 desarmes por jogo e 1,2 interceptações, ajudou o time a ter a segunda melhor defesa do campeonato. Lesões o afastaram por algumas semanas em maio, mas o retorno foi triunfal. Em outubro, na vitória por 2 a 0 sobre o Palmeiras, Telles foi eleito o melhor em campo, com um gol de falta que levantou a torcida alvinegra no Nilton Santos.

Seleção Brasileira: O Sonho Amarelo

A carreira internacional de Telles é mais modesta, mas significativa. Convocado pela primeira vez em 2019 por Tite, ele estreou contra o Peru nas Eliminatórias para a Copa de 2022. Em oito jogos pela Canarinho, deu duas assistências, mas lesões e a concorrência de Renan Lodi e Alex Sandro limitaram suas chances. Na Copa América de 2021, ficou no banco.

Com Dorival Júnior em 2024, Telles voltou a ser chamado, jogando amistosos contra Inglaterra e Espanha. Em 2025, nas Eliminatórias para 2026, disputou três partidas, incluindo uma vitória por 2 a 0 sobre a Argentina, onde neutralizou Julián Álvarez. Aos 32 anos, ele sonha com a Copa no Canadá, EUA e México, onde sua experiência europeia pode ser diferencial.

Vida Pessoal: Família e Legado

Fora de campo, Telles é um pai dedicado. Casado com Carolinne Souza desde 2018, o casal tem dois filhos: Luísa, de cinco anos, e Theo, de dois. Eles vivem no Rio de Janeiro desde o retorno ao Botafogo, e Telles costuma postar nas redes sociais sobre momentos familiares, como churrascos gaúchos e viagens à serra gaúcha. Apaixonado por música, ele toca violão nas folgas e apoia causas sociais, como projetos de futebol para crianças carentes em Caxias do Sul.

Seu legado vai além dos troféus: Telles inspira jovens laterais com sua persistência. De garoto do interior a campeão da Libertadores, ele prova que o talento, aliado à dedicação, abre portas.

Atualizações Recentes: Temporada 2025 e o Futuro

Em dezembro de 2025, o Botafogo vive um ano de consolidação. Com Telles na lateral, o time briga pelo bicampeonato brasileiro, ocupando a vice-liderança com dois jogos a disputar. Sua atuação na goleada de 4 a 1 sobre o São Paulo, no último fim de semana, incluiu um gol e uma assistência, rendendo elogios de rivais. Na Libertadores 2025, apesar da eliminação nas oitavas para o LDU Quito – em uma partida polêmica decidida nos pênaltis, onde Telles cobrou com maestria –, o lateral relembrou em entrevista à Band, em novembro, o peso daquela cobrança: “Foi como reviver a final de 2024, mas com mais lições”.

Para 2026, rumores ligam Telles a um retorno à Europa, talvez ao Porto, mas ele afirma estar feliz no Glorioso. Com contrato até o fim do ano que vem, seu foco é o Mundial de Clubes em junho, onde o Botafogo defenderá o título continental. Aos 32, Telles não pensa em aposentadoria: “Ainda tenho fôlego para mais conquistas”, disse em coletiva recente.

Alex Telles não é só um jogador; é um contador de histórias no futebol. De Caxias ao Engenhão, passando por Old Trafford e Riad, sua jornada inspira. No Brasil de 2025, ele segue cruzando bolas para o futuro, provando que raízes fortes levam longe.

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