Everton Soares
Everton Sousa Soares, mais conhecido como Cebolinha, é um dos nomes mais vibrantes do futebol brasileiro contemporâneo. Nascido em 22 de março de 1996, em Maracanaú, no Ceará, esse atacante habilidoso de 1,74 metro de altura carrega no apelido uma referência carinhosa ao personagem de quadrinhos Turma da Mônica, mas sua história vai muito além das páginas ilustradas. Com dribles afiados, velocidade impressionante e um faro de gol apurado, Cebolinha tem conquistado torcidas por onde passa, desde as categorias de base até os gramados internacionais. Aos 29 anos, em novembro de 2025, ele segue como peça fundamental no Flamengo, vivendo um momento de consolidação e ambições maiores, incluindo a possibilidade de brilhar na Copa do Mundo de 2026.
Sua jornada no esporte reflete a essência do futebol brasileiro: garra, superação e talento nato. De um menino das ruas de Fortaleza a artilheiro da Copa América de 2019, Everton representa a nova geração de jogadores que une técnica refinada com determinação inabalável. Neste artigo, mergulhamos na vida e na carreira desse craque, destacando seus passos iniciais, conquistas marcantes e o que o futuro reserva para ele.
Infância e os Primeiros Passos no Futebol
A história de Everton começa nas periferias de Maracanaú, uma cidade vizinha a Fortaleza, onde o futebol é mais do que um esporte – é uma saída, uma paixão coletiva. Filho de uma família humilde, ele cresceu chutando bola em campinhos improvisados, inspirado pelos ídolos locais e pelos jogos televisionados da Seleção Brasileira. Aos 13 anos, em 2009, ingressou nas categorias de base do Fortaleza Esporte Clube, um dos gigantes do Nordeste. Lá, seu talento para o drible e a finalização rápida chamou atenção imediata.
Em 2012, Everton foi emprestado ao Grêmio, de Porto Alegre, em um movimento que mudaria sua vida. O clube gaúcho via nele um potencial diamante em bruto. No ano seguinte, a transferência se tornou permanente, e ele se instalou no Sul do país, longe da família e do calor cearense. A adaptação não foi fácil: o frio rigoroso de Porto Alegre contrastava com o sol escaldante de sua terra natal, mas o futebol serviu como ponte. Nos treinos, Cebolinha impressionava pela capacidade de desequilibrar defesas com jogadas imprevisíveis, sempre buscando o gol com ousadia.
Sua estreia profissional veio em 2014, no Campeonato Gaúcho, onde marcou seu primeiro gol oficial. Foi o pontapé inicial para uma ascensão meteórica. Em 2015, já na Série A do Brasileirão, ele balançou as redes pela primeira vez na elite, contra o Avaí. Aos 19 anos, Everton acumulava minutos preciosos, aprendendo com veteranos como Luan e Marcelo Grohe. Sua dedicação era notável: relatos da época contam que ele ficava horas extras no CT do Grêmio, refinando chutes e cruzamentos. Essa fase formativa moldou não só seu jogo, mas também seu caráter resiliente, essencial para os desafios que viriam.
A Ascensão no Grêmio e as Primeiras Conquistas
O Grêmio foi o verdadeiro berço de Cebolinha. Entre 2014 e 2020, ele disputou mais de 200 partidas pelo Tricolor Gaúcho, tornando-se ídolo da torcida. Sua consolidação veio em 2016, ano mágico para o clube. Na Copa do Brasil, Everton foi peça-chave na campanha vitoriosa, marcando gols decisivos nas semifinais contra o Atlético-MG e na final contra o Atlético-PR. O título, o terceiro da competição para o Grêmio, coroou sua renovação contratual até 2020 e o transformou em titular absoluto.
Em 2017, durante a Copa Libertadores, ele alcançou a marca de 100 jogos pelo Grêmio, em uma partida contra o Guaraní, do Paraguai. Sua versatilidade – jogando como ponta esquerda, direita ou até segundo atacante – o tornava indispensável. Naquele ano, o time chegou às semifinais da Liberta, caindo para o Lanús, mas Everton deixou sua marca com assistências e gols que ecoavam no Monumental. Fora de campo, ele se envolvia em ações sociais em Porto Alegre, visitando comunidades e incentivando jovens jogadores, um reflexo de suas raízes nordestinas.
A temporada de 2018 trouxe mais glórias continentais: o Grêmio ergueu a Recopa Sul-Americana contra o Independiente, da Argentina, e Cebolinha contribuiu com sua velocidade nos contra-ataques. No Brasileirão, ele somava números consistentes, com cerca de 10 gols por ano. Sua parceria com Everton Ribeiro (sem parentesco) criava uma sintonia letal no ataque. No entanto, lesões pontuais testavam sua paciência, mas ele sempre voltava mais forte, provando por que era chamado de “Cebolinha” – pequeno em estatura, gigante em impacto.
Em 2020, após seis anos de dedicação, Everton decidiu por um novo horizonte. Sua saída do Grêmio, por cerca de 20 milhões de euros, marcou o fim de uma era, mas deixou um legado de gratidão. Ele partiu como um dos maiores artilheiros recentes do clube, com mais de 40 gols em competições nacionais.
A Aventura Europeia no Benfica
A transferência para o Benfica, em agosto de 2020, representou o sonho europeu realizado. Assinado por cinco anos, Cebolinha chegava a Lisboa com status de promessa brasileira, comparado a nomes como Vinícius Jr. O clube português, tricampeão europeu, via nele o reforço ideal para o ataque ao lado de nomes como Pizzi e Rafa Silva. Sua estreia foi contra o Moreirense, na Primeira Liga, onde deu assistências e mostrou o drible característico.
A adaptação à Europa trouxe desafios: o ritmo mais tático, a pressão da torcida fanática da Luz e a barreira linguística. Ainda assim, Everton brilhou. Na temporada 2020-2021, marcou oito gols em 28 jogos, ajudando o Benfica a conquistar a Taça da Liga. Na Champions League, enfrentou gigantes como o Bayern de Munique, onde sua velocidade preocupou defesas adversárias. Lesões o atrapalharam em 2021-2022, limitando-o a poucas partidas, mas ele somou troféus como a Supertaça Cândido de Oliveira.
Em junho de 2022, após duas temporadas com 22 gols no total, Everton optou pelo retorno ao Brasil. O Benfica, apesar das glórias, não era o palco ideal para seu estilo explosivo, mais adaptado aos gramados sul-americanos. A experiência em Portugal, porém, o amadureceu: ele voltou com visão tática aprimorada e fome de títulos maiores.
O Retorno Triunfal ao Flamengo e Conquistas Recentes
De volta ao Brasil, Everton assinou com o Flamengo em julho de 2022, por cerca de 15 milhões de euros. O Rubro-Negro, em busca de reforços após a saída de estrelas como Arrascaeta em negociações passadas, encontrou em Cebolinha o parceiro perfeito para Pedro e Bruno Henrique. Sua estreia foi contra o Athletico-PR, na Copa do Brasil, e logo veio o gol que selou sua chegada.
O ponto alto veio na mesma ano: a conquista da Copa Libertadores. Na final contra o Athletico-PR, em Guayaquil, Everton entrou no segundo tempo e ajudou a virar o placar para 1-0, com sua pressão constante. O título continental, o terceiro para o Flamengo, o elevou a herói instantâneo. Em 2023 e 2024, ele manteve o nível, somando gols no Brasileirão e na Copa do Brasil, onde o Mengão foi vice-campeão.
Em 2025, o ano tem sido de consolidação. No início da temporada, o Flamengo ergueu a Supercopa Rei, batendo o Botafogo na final por 2-1, com Cebolinha marcando o gol da vitória nos acréscimos. Na Série A, até outubro, ele acumula 1 gol em 18 jogos, mas sua influência vai além dos números: assistências e desarmes em momentos cruciais. Na Libertadores, o time avançou às oitavas, e Cebolinha sonha com mais uma taça. Lesões menores o tiraram de campo por duas semanas em agosto, mas ele voltou mais afiado, como visto no clássico contra o Vasco, onde driblou três marcadores para um gol antológico.
Fora das quatro linhas, Everton se envolve em projetos sociais no Rio, como escolinhas de futebol em favelas, e apoia causas ambientais na Amazônia, alinhado à imagem do Flamengo. Sua família, agora radicada no Rio, é seu pilar: esposa e dois filhos o motivam diariamente.
Carreira na Seleção Brasileira: Do Debut ao Sonho da Copa
A Seleção Brasileira é o capítulo mais emocionante de sua trajetória. Debutou em 2018, sob Tite, em um amistoso contra os Estados Unidos, marcando logo de cara. A consagração veio na Copa América de 2019, no Brasil. Com três gols – contra Bolívia, Peru (nas semis) e na final contra o Peru –, ele dividiu a artilharia com Paolo Guerrero, mas levou a Chuteira de Ouro por menos minutos em campo. Nomeado homem do jogo na decisão, Cebolinha foi o símbolo da conquista hexacampeã.
Em 2021, na Copa América da Argentina, jogou como titular, mas o vice-campeonato para a Argentina deixou um amargo. Com 25 jogos e três gols até 2021, ele foi deixado de fora da Copa de 2022 no Catar, uma decepção que o motivou. Sob Dorival Júnior, em 2025, Everton voltou ao radar: convocado para Eliminatórias, marcou contra o Paraguai em setembro, reacendendo esperanças para 2026. Sua versatilidade o torna opção para asas ou ataque central, e ele treina extra para reconquistar o posto.
Estilo de Jogo, Legado e Perspectivas Futuras
Cebolinha é sinônimo de imprevisibilidade. Seu drible curto, acelerações fulminantes e visão periférica o comparam a Robinho nos áureos tempos. Pesa 72 kg, o que o torna ágil, mas sabe usar o corpo na marcação. Críticos apontam inconsistência em finalizações, mas seus 54 gols em 276 jogos na elite mostram evolução.
Seu legado? Inspirar jovens nordestinos a sonhar grande. No Flamengo, é capitão ocasional, mentor de garotos como Lorran. Rumores de Europa voltam em 2025: sondagens de Arsenal, Tottenham e Milan circulam, mas ele prioriza títulos no Brasil. Com contrato até 2026, uma renovação parece certa.
Conclusão: Cebolinha, o Eterno Menino do Futebol
Everton Soares transcende estatísticas; ele é emoção em campo. De Maracanaú aos palcos mundiais, sua jornada inspira. Em novembro de 2025, com o Flamengo na briga pelo título brasileiro e olhos na Liberta, Cebolinha segue driblando desafios. O futuro? Mais gols, mais taças e, quem sabe, a glória de 2026. O futebol agradece por craques como ele.