Marcos Rojo: O Zagueiro Argentino de Coragem Inabalável

Marcos Rojo: O Zagueiro Argentino de Coragem Inabalável

Marcos Rojo

Marcos Rojo é um dos nomes mais marcantes do futebol argentino contemporâneo. Com uma carreira repleta de glórias, desafios e momentos de pura emoção, o zagueiro de 35 anos continua a inspirar torcedores ao redor do mundo. Nascido em La Plata, na Argentina, Rojo representa a essência do futebol sul-americano: garra, liderança e uma paixão que transborda em cada dividida. Neste artigo, exploramos sua trajetória desde os primeiros passos nas categorias de base até as novidades mais recentes de sua jornada no Racing Club, em 2025. Com mais de 300 jogos profissionais e títulos em três continentes, Rojo não é apenas um defensor, mas um guerreiro que veste a camisa com o coração.

Início da Vida e Formação nas Categorias de Base

As Raízes em La Plata e a Descoberta do Futebol

Faustino Marcos Alberto Rojo veio ao mundo em 20 de março de 1990, em La Plata, uma cidade conhecida por sua herança cultural e esportiva na província de Buenos Aires. Filho de uma família humilde, Rojo cresceu em um ambiente onde o futebol era mais do que um esporte: era uma forma de superação e união. Desde pequeno, ele demonstrava uma determinação feroz, correndo atrás de uma bola velha nas ruas poeirentas do bairro. Seus primeiros contatos com o esporte organizado aconteceram nas escolinhas locais, onde sua altura e força física já chamavam atenção.

Aos 10 anos, em 2000, Rojo ingressou nas categorias de base do Estudiantes de La Plata, o clube do coração de sua família. La Plata, com seu Estádio Jorge Luis Hirschi, era o palco perfeito para um menino sonhador. Treinadores da época recordam que Rojo não era o mais técnico, mas compensava com uma entrega total. Ele treinava horas extras, absorvendo lições de veteranos como Leandro Desábato, que se tornaria uma referência para ele. Esses anos formativos moldaram não só seu estilo de jogo – agressivo e incansável –, mas também sua mentalidade: o futebol como profissão e escape da realidade cotidiana.

Primeiros Passos Profissionais e a Adaptação ao Alto Rendimento

A transição para o time principal do Estudiantes veio em 2008, aos 18 anos. Rojo estreou em uma partida do Campeonato Argentino contra o Huracán, entrando no segundo tempo e mostrando segurança na marcação. Seu físico imponente – 1,86 m de altura e cerca de 90 kg – o tornava ideal para a zaga, mas ele também jogava como lateral-esquerdo, demonstrando versatilidade. Naquele ano, o Estudiantes vivia um momento mágico sob o comando de Alejandro Sabella, e Rojo rapidamente se integrou ao grupo.

Os desafios iniciais não demoraram: lesões menores e a concorrência acirrada testaram sua paciência. Mas Rojo respondia com trabalho duro. Em 2009, ele se tornou peça fundamental na campanha histórica do clube na Copa Libertadores. O Estudiantes chegou à final contra o Cruzeiro, e Rojo, com apenas 19 anos, ajudou a segurar o ataque mineiro em La Paz, na Bolívia, uma das altitudes mais temidas do continente. A vitória por 2 a 1 no agregado coroou o time como campeão, e Rojo ergueu sua primeira taça continental. Esse triunfo não foi só um título; foi o passaporte para o mundo do futebol europeu.

Ascensão na Europa: Desafios e Conquistas Internacionais

A Aventura no Spartak Moscou e a Adaptação ao Frio Russo

Em agosto de 2010, Rojo deu o salto para a Europa ao assinar com o Spartak Moscou, da Rússia, por cerca de 8 milhões de euros. Aos 20 anos, ele enfrentava um choque cultural: o rigor do inverno moscovita contrastava com o calor de La Plata. O Spartak, um dos gigantes do Leste Europeu, esperava que o jovem zagueiro resolvesse problemas crônicos na defesa. Rojo estreou em setembro, contra o Zenit, e logo marcou seu primeiro gol pelo clube na Taça da Rússia, em abril de 2011, garantindo uma vitória por 2 a 1 sobre o FK Krasnodar.

No entanto, a temporada foi marcada por altos e baixos. Lesões no joelho o afastaram por meses, e a barreira linguística complicava a comunicação com companheiros. Apesar disso, Rojo disputou 41 jogos, mostrando evolução tática. Ele aprendeu a ler o jogo em ligas mais físicas, onde as divididas aéreas eram brutais. Sua passagem pelo Spartak durou apenas um ano, mas serviu como escola: o zagueiro voltou à Argentina mais maduro, pronto para desafios maiores. Em 2012, o Sporting de Portugal o contratou por 4 milhões de euros, abrindo as portas para uma liga mais competitiva.

O Sporting de Portugal: Liderança e Destaque na Primeira Liga

No Sporting, de 2012 a 2014, Rojo encontrou seu espaço. O clube de Lisboa, em reconstrução após anos turbulentos, via no argentino um pilar para a defesa. Ele usava a camisa 13 e rapidamente se tornou titular absoluto. Na temporada 2013/2014, sob o comando de Leonardo Jardim, Rojo foi peça-chave na campanha que levou o Sporting à Taça de Portugal, vencendo o Porto na final por 1 a 0. Seu gol de cabeça na semifinal contra o Braga ainda é lembrado como um momento de pura emoção.

Foram 70 jogos e 3 gols pelo Sporting, mas o que marcou foi sua liderança. Rojo organizava a zaga, gritava ordens e motivava os mais jovens. Lesões o perseguiram novamente – uma distensão muscular o tirou da Libertadores de 2013 pela seleção –, mas ele voltava mais forte. Sua performance chamou atenção de gigantes europeus. Em agosto de 2014, o Manchester United, treinado por Louis van Gaal, pagou 20 milhões de euros para levá-lo à Premier League. Aos 24 anos, Rojo estava no topo do mundo.

Manchester United: Glórias, Lesões e o Sonho Inglês

A chegada a Old Trafford foi um sonho realizado. Herdeiro da camisa 5 de lendas como Rio Ferdinand e Nemanja Vidić, Rojo estreou contra o Burnley, em agosto de 2014, e impressionou com sua intensidade. Naquele ano, ele ajudou o United a chegar às quartas da Champions League, marcando contra o Club Brugge na fase de grupos. Mas 2015 trouxe tormentos: uma cirurgia no joelho o deixou fora por seis meses, e ele perdeu a chance de brilhar na Copa América.

De volta em 2016, sob José Mourinho, Rojo encontrou seu melhor futebol. Ele foi titular na conquista da FA Cup, vencendo o Crystal Palace por 2 a 1 na prorrogação, e na Community Shield contra o Leicester. Em 2017, veio o triplete: EFL Cup (derrotando o Southampton), Community Shield e a histórica vitória na Europa League sobre o Ajax. Foram 121 jogos e 2 gols pelo United, mas lesões crônicas – mais de 100 dias parado por ano entre 2018 e 2019 – o desgastaram. Em janeiro de 2020, emprestado de volta ao Estudiantes, Rojo jogou 12 partidas, ajudando o time a evitar o rebaixamento. Seu ciclo inglês terminou em fevereiro de 2021, com gratidão mútua, mas o desejo de voltar à Argentina.

Retorno à Pátria: Boca Juniors e a Paixão Azul e Ouro

Chegada ao Boca e o Resgate da Carreira

Em 2 de fevereiro de 2021, Rojo assinou com o Boca Juniors por uma taxa não revelada – cerca de 2 milhões de euros, segundo rumores. A notícia veio via redes sociais, um toque moderno para um retorno emocional. La Bombonera, o templo do futebol argentino, recebeu o zagueiro como herói. Sob o comando de Miguel Ángel Russo, Rojo estreou contra o Newell’s Old Boys, marcando em uma vitória por 1 a 0. Sua versatilidade – zagueiro central ou lateral – o tornou indispensável.

Nos primeiros anos, o Boca viveu altos: vice-campeão da Libertadores em 2021, perdendo para o Palmeiras na final. Rojo jogou todas as partidas, com sua marcação implacável sobre atacantes como Dudu. Em 2022, ele ergueu a Copa de la Liga, marcando o gol inicial na final contra o Tigre por 3 a 0. Capitão em várias ocasiões, Rojo se tornou símbolo de raça. Disputou 116 jogos pelo Boca, com 9 gols, muitos de cabeça em escanteios. Mas 2023 e 2024 trouxeram turbulências: discussões com torcedores após derrotas, como na eliminação da Libertadores para o Fluminense, e lesões no tendão de Aquiles o afastaram por meses.

Temporada 2025: Polêmicas, Saída e o Fim de uma Era

O ano de 2025 começou promissor para Rojo no Boca. Renovado até dezembro, ele era o capitão e líder técnico, jogando 15 partidas no Torneo Apertura e marcando 2 gols. O Boca chegou à fase de grupos da Libertadores, mas a eliminação precoce no Mundial de Clubes nos EUA – sem Rojo em campo, devido a uma virose – abalou o grupo. Derrotas humilhantes para Al-Hilal e Urawa Reds expuseram fragilidades, e Rojo, aos 35 anos, sentiu o peso da crítica.

Em junho, após o fiasco no Mundial, rumores de saída cresceram. O Inter Miami, de Lionel Messi, sondou o zagueiro – companheiro de Copas em 2014 e 2018 –, mas Rojo recusou, priorizando o futebol argentino. Em julho, treinou separado, impedido de entrar no vestiário por decisão da diretoria, em meio a desentendimentos com Russo. O contrato foi rescindido em 8 de agosto, após semanas de tensão. O Boca emitiu nota agradecendo sua “profissionalismo e compromisso”, mas a torcida dividiu-se: uns o idolatravam pela garra, outros o culpavam por falhas defensivas. Foram 45 jogos em 2025, com 3 gols, mas o adeus foi amargo. Rojo saiu livre, pronto para um novo capítulo.

A Seleção Argentina: Herói em Copas do Mundo

Estreia e o Caminho para o Mundial de 2014

Rojo estreou pela seleção argentina principal em fevereiro de 2011, contra Portugal, em um amistoso. Aos 20 anos, ele impressionou ao marcar Lionel Messi na posse de bola. Sob Alejandro Sabella, integrou-se ao grupo de ouro: Mascherano, Di María e, claro, Messi. Nas Eliminatórias para a Copa de 2014, jogou 10 partidas, ajudando na campanha invicta.

O Mundial no Brasil foi o ápice. Na fase de grupos, Rojo neutralizou atacantes como Giroud e Robben. Nas oitavas, contra a Bélgica, sua dividida salvou um gol certo. Nas semifinais, marcou o segundo gol contra a Holanda, na vitória por 0 a 0 (4 a 2 nos pênaltis). A final contra a Alemanha, perdida por 1 a 0 na prorrogação, doeu, mas Rojo saiu como vice-campeão, com 7 jogos e 1 gol. Sua performance o consolidou como elite.

Copa de 2018 e o Declínio na Albiceleste

Em 2018, na Rússia, Rojo foi titular nas três primeiras rodadas, mas uma lesão na fase de grupos o tirou do resto do torneio. A Argentina caiu nas oitavas para a França por 4 a 3. Sob Jorge Sampaoli, Rojo disputou 4 jogos. Sua última partida pela seleção foi em 2019, contra o Brasil nas semifinais da Copa América, totalizando 61 jogos e 3 gols. Desde então, com a ascensão de Otamendi e Romero, Rojo priorizou clubes, mas sonha com um retorno para as Eliminatórias de 2026.

Estilo de Jogo, Lesões e Vida Pessoal

O Zagueiro de Garra: Forças e Fraquezas em Campo

Rojo é o protótipo do defensor sul-americano: forte no um contra um, dominante no ar e incansável em faltas. Sua leitura de jogo melhorou na Europa, mas sua agressividade rendeu 15 cartões vermelhos na carreira. Gols de bola parada – 15 no total – mostram sua presença ofensiva. Críticos apontam impulsividade, mas torcedores amam sua “maldade” calculada.

Batalhas Contra Lesões: Resiliência como Arma

Lesões definiram Rojo: joelho em 2015 (6 meses parado), Aquiles em 2023 (8 meses) e inúmeras distensões. Em 2025, uma virose o tirou do Mundial de Clubes. Mas ele sempre volta, com fisioterapia rigorosa e mentalidade de ferro. “O futebol é guerra, e eu luto até o fim”, disse em entrevista ao Olé.

Fora de Campo: Família, Controvérsias e Legado

Casado com Eugenia Lusardo desde 2012, Rojo é pai de dois filhos, Mateo e Morena. Em 2014, uma polêmica pessoal – um caso extraconjugal e acusações de chantagem – abalou sua imagem, mas ele se recuperou com apoio familiar. Apaixonado por churrasco e tango, Rojo é discreto, mas engajado em causas sociais em La Plata. Seu legado? Inspirar jovens zagueiros a nunca desistir.

Atualizações Recentes: Novo Capítulo no Racing Club em 2025

A Chegada ao Cilindro e o Recomeço

Em 10 de agosto de 2025, após a rescisão com o Boca, Rojo assinou por um ano com o Racing Club, rival histórico. O “Cilindro de Avellaneda” explodiu com a notícia: um zagueiro de Mundial para reforçar a defesa. O contrato vai até junho de 2026, com opção de prorrogação por desempenho. O técnico Gustavo Costas o quis como “um filho da mãe na equipe”, buscando liderança para uma zaga instável.

A estreia veio na Libertadores, contra o Peñarol, em setembro. Rojo entrou no segundo tempo, usando “Marcos R.” na camisa devido a restrições da AFA por pendências antigas. Sua presença acalmou o jogo, e o Racing venceu por 2 a 1. Até 30 de outubro de 2025, ele disputou 6 jogos pelo Clausura, sem gols, mas com duas assistências em escanteios. O time está nas quartas da Copa Argentina, enfrentando o River Plate, e Rojo deve ser titular.

Desafios e Expectativas para o Fim de Ano

Em outubro, a AFA liberou Rojo para o Clausura, após análise de documentos. Ele treinou intensamente, recuperando forma após meses parado. Rumores de interesse do Palmeiras e MLS esfriaram; Rojo quer brilhar no Racing, sonhando com a Libertadores 2026. Uma vitória recente sobre o Independiente por 1 a 0, com sua marcação impecável sobre Ávalos, reacendeu esperanças. Aos 35, Rojo fala em “fechar a carreira com chave de ouro”, talvez mirando a seleção para as Eliminatórias.

Controvérsias persistem: discussões com ex-companheiros do Boca vazaram, mas no Racing, ele é ídolo instantâneo. Em entrevista ao TyC Sports em 25 de outubro, Rojo disse: “Voltei para casa. Racing é família, e vou dar tudo por essa camisa.” O clube, terceiro no Clausura, depende dele para o título. Lesões? Ele ri: “São cicatrizes de batalha.”

Conclusão: O Eterno Guerreiro do Futebol Argentino

Marcos Rojo transcende números: 350 jogos profissionais, 15 títulos e uma Copa do Mundo na bagagem. De La Plata a Manchester, de Moscou a La Bombonera, sua jornada é de superação. Em 2025, no Racing Club, ele escreve o epílogo – ou talvez um novo começo. Para torcedores, Rojo é mais que um zagueiro; é o símbolo de que, no futebol, a garra vence barreiras. Que venham mais divididas, mais taças e mais histórias. ¡Vamos, Rojo!