Karen Khachanov
Karen Khachanov é um dos nomes mais destacados do tênis mundial, um atleta russo que combina força física impressionante com uma determinação inabalável. Nascido em Moscou, ele se tornou um símbolo de perseverança no circuito profissional, conquistando títulos importantes e representando seu país em competições de elite. Com uma altura de 1,98 metro, Khachanov impressiona não só pela potência em suas jogadas, mas também pela elegância em quadra. Este artigo mergulha na trajetória desse tenista, desde seus primeiros passos até as atuações mais recentes, em outubro de 2025, quando ele segue competindo no alto nível.
Início da Vida e Primeiros Passos
Karen Abgarovich Khachanov veio ao mundo em 21 de maio de 1996, na vibrante Moscou, capital da Rússia. Filho de Abgar Khachanov, um armênio nascido em Yerevan que jogava vôlei antes de se formar em medicina, e de Nataliya, uma russa também formada na área médica, Karen cresceu em um ambiente familiar que valorizava a disciplina e o esforço. Seu avô materno tinha raízes armênias, o que reforça as conexões étnicas da família. Karen tem uma irmã e um irmão, e desde cedo demonstrou um interesse voraz por esportes.
Aos três anos, ele começou a brincar com uma raquete de tênis em um programa de jardim de infância. O que parecia uma diversão infantil logo se transformou em paixão. Seus ídolos eram Marat Safin, o lendário tenista russo, e Juan Martín del Potro, o argentino conhecido por sua potência. Fora das quadras, Karen torcia fervorosamente pelo Real Madrid no futebol e pelo Miami Heat na basquete. Aos 12 anos, ele tomou a decisão que mudaria sua vida: tornar-se tenista profissional.
A família apoiou o sonho, mas o caminho não foi fácil. Aos 15 anos, Karen se mudou para Split, na Croácia, para treinar sob a orientação de Vedran Martić, ex-técnico de Goran Ivanišević. Mais tarde, transferiu-se para Barcelona, na Espanha, onde trabalhou com Galo Blanco. Essas mudanças precoces moldaram seu caráter resiliente. Longe de casa, ele aprendeu a lidar com a solidão e a pressão, lições que o ajudariam nos anos seguintes. Em entrevistas, Khachanov costuma dizer que suas raízes armênias e russas o tornam um “guerreiro” em quadra, sempre lutando até o fim.
Carreira Juvenil
A fase juvenil de Karen Khachanov foi marcada por conquistas que anunciavam um futuro brilhante. Ele começou a competir em torneios locais na Rússia, mas logo o cenário internacional chamou sua atenção. Em 2012, aos 16 anos, ele venceu o torneio juvenil de Roland Garros, um dos quatro Grand Slams. Essa vitória em Paris, contra o francês Jong Woo Lee, foi um marco: Khachanov se tornou o primeiro russo a erguer o troféu juvenil na terra batida francesa desde Marat Safin, em 1998.
No ano seguinte, em 2013, ele continuou o bom momento. Chegou à final do US Open juvenil, perdendo para o futuro estrela Borna Ćorić. Essas performances o colocaram no radar dos olheiros da ATP. Khachanov acumulou pontos no ranking juvenil e treinou intensamente, focando em melhorar sua consistência. Seus técnicos notavam sua altura excepcional – já com mais de 1,90 metro na adolescência – e incentivavam o desenvolvimento de um jogo agressivo, baseado em saques potentes e forehands pesados.
Durante essa época, Karen viajou pelo mundo, competindo na Europa, Ásia e Américas. Ele aprendeu a adaptar-se a diferentes superfícies e climas, uma habilidade crucial para um profissional. Em 2014, ele encerrou a carreira juvenil com um ranking de número 3 no mundo, pavimentando o caminho para o circuito principal. Esses anos foram de formação não só técnica, mas emocional: Khachanov aprendeu a gerenciar derrotas e a celebrar vitórias com humildade.
Estreia Profissional e Ascensão
Karen Khachanov virou profissional em 2013, aos 17 anos, mas sua ascensão real veio em 2015. Ele começou nos Challengers e Futures, torneios menores que servem de degrau para a elite. Sua primeira vitória em um ATP foi em 2016, no torneio de Chengdu, na China, onde chegou às semifinais. Esse resultado o impulsionou para o top 100 do ranking mundial pela primeira vez.
Em 2017, Khachanov explodiu. Ele venceu seu primeiro título ATP em Winston-Salem, nos Estados Unidos, derrotando o americano Ryan Harrison na final. Foi um momento de euforia: aos 21 anos, ele se estabelecia como uma força emergente. No final do ano, chegou às semifinais do ATP Finals, competindo contra os melhores do mundo. Seu jogo de contra-ataque, combinado com uma defesa sólida, surpreendia adversários mais experientes.
O ano de 2018 foi o turning point. Khachanov venceu o Paris Masters, um torneio Masters 1000, o segundo nível mais alto do circuito. Na final, ele superou ninguém menos que Novak Djokovic, o sérvio multicampeão, em sets diretos: 7-5, 6-4. Foi a primeira vez que um russo vencia um Masters 1000 desde 2011. Essa conquista o levou ao top 20 e consolidou sua reputação como um competidor feroz em quadras duras indoor.
A partir daí, sua carreira ganhou tração. Em 2019, ele alcançou o pico do ranking, número 8 do mundo, e venceu mais títulos, como o ATP 500 de Sosnowiec. Khachanov se tornou um pilar da seleção russa na Copa Davis, ajudando o país a se classificar para as finais. Sua consistência em torneios grandes o transformou em um nome respeitado, capaz de desafiar os gigantes como Federer, Nadal e Djokovic.
Conquistas Principais
Títulos de Grand Slam e Masters
As conquistas de Karen Khachanov no circuito ATP são impressionantes. Ao longo da carreira, ele acumula sete títulos de simples, incluindo o épico Paris Masters de 2018. Em Grand Slams, ele nunca venceu, mas chegou perto. Na Australian Open de 2023, alcançou as semifinais, perdendo para Novak Djokovic em uma batalha de cinco sets. No US Open de 2022, também foi semifinalista, caindo para Casper Ruud.
Em 2024, Khachanov voltou a brilhar com vitórias no Qatar ExxonMobil Open, onde derrotou o jovem Jakub Menšík na final, e no Almaty Open, superando Gabriel Diallo. Esses títulos reforçaram sua versatilidade em diferentes condições. No Masters, além de Paris, ele tem semifinais em outros eventos, como o Indian Wells. Seus confrontos diretos contra top players mostram equilíbrio: ele tem vitórias sobre Djokovic, Federer e Medvedev.
Olimpíadas e Davis Cup
Fora dos torneios individuais, Khachanov brilha em competições por equipes. Na Olimpíada de Tóquio 2020 (realizada em 2021 devido à pandemia), ele conquistou a prata no simples masculino. Na final, perdeu para Alexander Zverev em uma partida tensa, mas sua campanha incluiu vitórias sobre Pablo Carreño Busta e Lloyd Harris. Representar a Rússia – sob a bandeira neutra devido a sanções – foi um orgulho pessoal.
Na Copa Davis, o ponto alto veio em 2021, quando a equipe russa, com Khachanov ao lado de Rublev e Medvedev, venceu o torneio em Madri. Ele jogou duplas decisivas e simples cruciais, contribuindo para o título coletivo. Em duplas, Khachanov tem um título ATP: o Madrid Open de 2023, ao lado de Andrey Rublev. Seu ranking em duplas chegou a 53 no mundo, em janeiro de 2024.
Essas conquistas por equipe destacam seu espírito de liderança e camaradagem, qualidades raras em um esporte individual como o tênis.
Estilo de Jogo
Karen Khachanov é um tenista moderno, destro com backhand de duas mãos, cuja altura de 1,98 metro lhe dá vantagens únicas. Seu saque é uma arma letal: com velocidade média de 200 km/h, ele gera ângulos difíceis e aces frequentes. No forehand, ele desenrola um golpe pesado, com topspin que pressiona o oponente para trás.
Defensivamente, Khachanov é sólido, cobrindo a quadra com passadas longas e volleys precisos na rede. Ele prefere superfícies rápidas, como dura e grama, onde sua potência se destaca, mas adapta-se bem à terra batida, como visto em Roland Garros. Seus técnicos, como Vedran Martić e José Clavet, ajudaram a refinar seu jogo mental: ele é conhecido por não desistir, mesmo em desvantagem.
Comparado a ídolos como Safin, Khachanov tem mais consistência, mas compartilha a intensidade emocional. Em quadra, ele é calmo, mas explode em celebrações autênticas após pontos decisivos.
Vida Pessoal
Fora das quadras, Karen Khachanov leva uma vida familiar equilibrada. Em abril de 2016, casou-se com Veronika Shkliaeva, com quem namora desde 2011. O casal tem dois filhos: o primeiro nasceu em 2019, e o segundo, em 2023. Veronika é irmã gêmea de Ilya Ivashka, outro tenista, o que cria laços fortes no circuito. A família viaja com ele para torneios, e Khachanov credita a eles sua motivação.
Politicamente sensível, em março de 2022, durante a invasão russa à Ucrânia, ele removeu a bandeira russa de seu Instagram, um gesto simbólico. Suas raízes armênias o levam a apoiar causas humanitárias: em 2023, na Australian Open, exibiu mensagens pela paz em Nagorno-Karabakh. Em 2024, organizou um exibição beneficente em Los Angeles, arrecadando US$ 100 mil para refugiados de Artsakh.
Khachanov patrocina marcas como Nike (roupas e tênis), Wilson (raquetes), Lavazza, Armani e Rolex. Seu técnico atual, Evgeny Donskoy, é um compatriota que o ajuda a manter o foco. Em entrevistas, ele fala de valores como gratidão e trabalho duro, inspirando jovens atletas.
Desempenho Recente (2024-2025)
Os anos de 2024 e 2025 foram de altos e baixos para Karen Khachanov, mas com momentos de brilho que reafirmam seu potencial. Em 2024, ele começou forte com o título no Qatar ExxonMobil Open, em Doha, onde superou Menšík em uma final disputada. Depois, chegou à final do Erste Bank Open, em Viena, mas perdeu para Jack Draper. No Almaty Open, no Cazaquistão, conquistou seu sétimo título ATP, vencendo Diallo com autoridade.
No calendário de Grand Slams de 2024, ele avançou às oitavas em Roland Garros e Wimbledon, mostrando consistência. Seu ranking subiu para o top 15 consistentemente. Em duplas, continuou jogando esporadicamente com Rublev, mas focou no simples.
Entrando em 2025, Khachanov enfrentou desafios iniciais, com lesões menores e uma sequência de derrotas. No Australian Open, parou nas oitavas. Mas o ano virou em junho, no Wimbledon: ele alcançou as quartas de final pela primeira vez na grama londrina, vencendo Shintaro Mochizuki, Nuno Borges e Kamil Majchrzak, antes de cair para Taylor Fritz em cinco sets exaustivos.
O ponto alto de 2025 veio no National Bank Open, em Toronto, em agosto. Khachanov chegou à final após vitórias impressionantes sobre Casper Ruud, Alex Michelsen e Alexander Zverev – essa última, uma reviravolta épica de virada. Na final, perdeu para Ben Shelton, mas o torneio o catapultou de volta ao top 10, chegando ao número 13 em outubro.
Outubro de 2025 trouxe mais ação. Após uma sequência de cinco derrotas consecutivas, incluindo a segunda rodada do US Open, Khachanov estreou forte no Rolex Paris Masters. Em 28 de outubro, ele demoliu Ethan Quinn, cedendo apenas dois games em uma vitória por 6-1, 6-1. Essa performance reacendeu sua confiança, especialmente com as mudanças no torneio: a mudança para a La Défense Arena trouxe mais luxo e organização, como ele comentou ao lado de Daniil Medvedev.
Em 29 de outubro, Khachanov enfrenta o jovem Joao Fonseca na segunda rodada em Paris. Com um recorde de 31 vitórias e 23 derrotas no ano, ele busca avançar e talvez repetir o título de 2018. Seu ranking atual, número 13, reflete resiliência: aos 29 anos, ele está no auge físico e mental.
Perspectivas Futuras
Aos 29 anos, Karen Khachanov tem anos pela frente no circuito. Seu objetivo imediato é um título de Grand Slam, algo que escapa há tempos, mas suas semifinais mostram que está perto. Para 2026, ele mira as Olimpíadas de Los Angeles, onde poderia buscar o ouro que lhe faltou em Tóquio. Com a Copa Davis sempre no horizonte, Khachanov planeja equilibrar simples e duplas.
Lesões são um risco para um jogador alto como ele, mas seu time médico e de preparadores o mantém em forma. Khachanov sonha em inspirar a nova geração russa, como Medvedev e Rublev, e talvez treinar jovens no futuro. Sua mensagem é clara: o tênis é sobre paixão e persistência.
Conclusão
Karen Khachanov é mais que um tenista: é um embaixador de valores como resiliência e solidariedade. De Moscou às quadras de Paris, sua jornada inspira milhões. Com atuações recentes como a de 2025 em Wimbledon e Toronto, e o embalo em Paris agora em outubro, ele prova que o melhor ainda está por vir. Que venham mais vitórias para esse gigante gentil do tênis.