Introdução
Carlos Miguel dos Santos Pereira é um goleiro brasileiro que tem chamado a atenção no mundo do futebol por sua altura impressionante e pela trajetória marcada por superação pessoal e profissional. Nascido em 9 de outubro de 1998, em Rio das Ostras, no estado do Rio de Janeiro, ele mede 2,04 metros de altura, o que o torna um dos jogadores mais altos em atividade no esporte. Sua carreira começou nas categorias de base de clubes tradicionais do Brasil e o levou a experiências internacionais, como uma breve passagem pela Premier League inglesa. Hoje, aos 27 anos, ele defende as cores do Palmeiras, um dos maiores times do país, e continua a buscar seu espaço no cenário competitivo.
A vida de Carlos Miguel não foi fácil desde o início. Ele enfrentou tragédias pessoais que moldaram sua personalidade resiliente e determinada. No futebol, ele é conhecido por sua presença imponente no gol, reflexos rápidos em situações de curta distância e uma capacidade de se recuperar de adversidades. Sua jornada inclui passagens por Internacional, Corinthians, Nottingham Forest e, mais recentemente, Palmeiras. Neste artigo, exploramos sua vida, carreira e as atualizações mais recentes, destacando os momentos que definiram esse atleta.
Início da Vida e Infância
Carlos Miguel nasceu em uma família humilde em Rio das Ostras, uma cidade costeira conhecida por suas praias e pela indústria petrolífera. Seu pai, José Cláudio, era um ex-goleiro que jogou como reserva no Botafogo nos anos 1970, antes de se tornar engenheiro na Petrobras para sustentar a família. José Cláudio via um grande potencial no filho mais novo e incentivava sua paixão pelo futebol desde cedo. A mãe, Elenise, era o pilar emocional da casa, cuidando de Carlos e seus três irmãos mais velhos.
A infância de Carlos foi marcada por uma tragédia devastadora. Quando ele tinha sete anos, em uma noite fatídica em Macaé, onde a família morava, intrusos invadiram a casa durante um assalto que saiu do controle. Seus pais, José Cláudio e Elenise, foram assassinados pelos criminosos. Carlos e seu irmão mais velho, José Cláudio Júnior, de oito anos na época, se esconderam em um quarto dos fundos e escaparam ilesos fisicamente, mas o trauma emocional foi profundo. O caso, investigado como um roubo seguido de homicídio, identificou suspeitos, mas nunca resultou em condenações devido à falta de evidências concretas. A polícia local encerrou as investigações sem resolução, deixando a família sem justiça.
Após o incidente, Carlos e seu irmão foram levados para morar com as tias, Ana Maria e Ana Cláudia, e a avó Maria Aparecida, em Cardoso Moreira, a mais de 300 quilômetros de distância. A mudança foi necessária para protegê-los do medo constante de que os assassinos retornassem. As tias assumiram o papel de pais, criando regras estritas: para treinar futebol, Carlos precisava manter boas notas na escola. Elas honravam o desejo do irmão falecido de ver o sobrinho se tornar um goleiro profissional. A família, devota católica romana, encontrou conforto na fé. Carlos e o irmão serviam como coroinhas na igreja local, o que ajudou a estruturar suas vidas.
Essa experiência forjou uma personalidade forte em Carlos. Amigos próximos, como Wesley Paim, descrevem-no como maduro além da idade, capaz de lidar com pressões que derrubariam outros. Ele aprendeu a ver os reveses no futebol, como gols sofridos, como insignificantes comparados às perdas reais da vida. Sua infância foi uma mistura de dor e determinação, com o futebol servindo como refúgio e motivação para superar obstáculos.
Carreira Juvenil
Carlos Miguel começou a jogar futebol organizado ainda criança, inspirado pelo pai. Ele ingressou nas categorias de base do Flamengo em 2015, aos 17 anos, onde treinou ao lado de talentos como Vinícius Júnior. Sua altura já era um diferencial, ajudando-o a dominar a área e a realizar defesas impressionantes. No entanto, a concorrência era feroz, e ele buscou novas oportunidades.
Em 2016, transferiu-se para o Internacional, em Porto Alegre. Lá, ele se destacou na Copa São Paulo de Futebol Júnior, conhecida como Copinha, um dos torneios mais importantes para jovens talentos no Brasil. Sua performance chamou atenção pela agilidade apesar do tamanho, e ele rapidamente se tornou uma promessa nas categorias sub-20. Durante esse período, Carlos enfrentou desafios como inundações em Porto Alegre, onde ajudou amigos e companheiros de time, demonstrando seu caráter solidário. Ele manteve uma casa aberta para treinos e lazer, com mesas de pingue-pongue e churrascos, fortalecendo laços com colegas.
Sua transição para o profissional foi gradual. No Internacional, ele treinava com o time principal, mas não estreava, o que o levou a buscar empréstimos para ganhar experiência.
Carreira Profissional
Internacional e Primeiros Empréstimos
Carlos Miguel assinou seu primeiro contrato profissional com o Internacional em 2018, mas permaneceu como reserva, sem aparições no time principal. Em 2020, foi emprestado ao Santa Cruz, mas não jogou nenhuma partida oficial. A pandemia de COVID-19 complicou as coisas, limitando oportunidades.
Em 2021, novo empréstimo: para o Boa Esporte, no Campeonato Mineiro. Foi lá que ele fez sua estreia profissional, em 12 de março de 2021, em uma vitória por 2-1 sobre o Coimbra. Ele disputou oito jogos naquela temporada, mostrando solidez e ganhando confiança. Ao retornar ao Internacional em abril, rescindiu o contrato em agosto, buscando novos horizontes.
Corinthians: Consolidação no Brasil
Em agosto de 2021, Carlos Miguel assinou com o Corinthians até dezembro de 2023, inicialmente como reserva de Cássio, ídolo do clube. Ele era o quinto goleiro na hierarquia, mas trabalhou duro nos treinos. Sua estreia na Série A veio em 24 de julho de 2022, em uma vitória por 2-1 fora de casa contra o Atlético Mineiro. Ele jogou os 90 minutos completos e impressionou com defesas seguras.
Com o tempo, ganhou mais espaço, especialmente após a saída de Cássio. No total, fez 25 aparições pelo Corinthians em competições como Série A, Copa do Brasil, Copa Libertadores e Copa Sul-Americana. Ele se destacou em defesas de curta distância e em pênaltis, como em um jogo onde salvou uma cobrança crucial. Sua altura o ajudava a intimidar atacantes, e ele se tornou uma opção confiável. No entanto, uma cláusula de rescisão baixa o permitiu sair em 2024.
Nottingham Forest: Aventura na Europa
Em julho de 2024, Carlos Miguel transferiu-se para o Nottingham Forest, da Premier League inglesa, por cerca de 3,4 milhões de libras. A oportunidade veio através de conexões com compatriotas como Danilo e Murillo. Ele se tornou o jogador mais alto da liga, medindo 2,04m. Sua estreia foi na Copa da Liga Inglesa contra o Newcastle United, onde sofreu um gol cedo, mas salvou um pênalti, mostrando resiliência.
Na temporada 2024-25, fez três aparições, incluindo jogos na Premier League e copas. Adaptar-se ao futebol inglês foi um desafio: o ritmo mais rápido e o clima frio contrastavam com o Brasil. Ele era descrito como tímido inicialmente, mas alegre e motivador no vestiário. Cantou uma música de iniciação para o time, conquistando companheiros. No entanto, a concorrência por posição o limitou, e em agosto de 2025, ele retornou ao Brasil.
Palmeiras: Novo Capítulo
Em 19 de agosto de 2025, Carlos Miguel assinou com o Palmeiras por 5,5 milhões de euros, até 2030. O clube via nele um sucessor para Weverton, que se aproximava da aposentadoria aos 38 anos. Ele recebeu a camisa número 1, mas começou como terceira opção. Sua estreia como titular veio em 19 de outubro de 2025, contra o Flamengo, no Maracanã, em um confronto direto pela liderança do Brasileirão.
Estilo de Jogo
Carlos Miguel é um goleiro moderno, adaptado ao jogo com os pés, mas sua maior força é a presença física. Com 2,04m, ele domina cruzamentos e bolas altas, intimidando adversários. Seus reflexos em situações de queima-roupa são notáveis, e ele é bom em defesas de longa distância ou colocadas. No entanto, críticos apontam que seu tempo de reação em saídas de bola pode ser lento, o que exige melhoria.
Ele aprendeu com ídolos como Cássio, focando em posicionamento e liderança. No Palmeiras, espera-se que ele evolua sob a orientação de treinadores experientes.
Vida Pessoal
Fora de campo, Carlos Miguel é discreto. Ele mantém laços fortes com a família, especialmente as tias e a avó, que o criaram. É católico praticante e valoriza a solidariedade, ajudando comunidades afetadas por desastres. Seu irmão Júnior também jogou futebol na juventude, mas não seguiu carreira profissional.
Carlos é conhecido por seu bom humor: gosta de churrascos, música brasileira e jogos recreativos. Em entrevistas, ele fala abertamente sobre sua tragédia familiar, usando-a como motivação para inspirar outros.
Atualizações Recentes
Em outubro de 2025, Carlos Miguel vive um momento de adaptação no Palmeiras. Sua estreia contra o Flamengo, em 19 de outubro, terminou em derrota por 3-2. Pedro, do Flamengo, foi o destaque, marcando gols que expuseram vulnerabilidades na defesa palmeirense. Carlos sofreu três gols em situações mano a mano, o que gerou críticas da torcida e comparações com Weverton. Torcedores rivais, especialmente do Corinthians, ironizaram sua performance, lembrando sua saída do clube anterior.
Apesar disso, analistas defendem que a estreia foi em uma “fogueira”, contra um time ofensivo liderado por Filipe Luís. O Palmeiras empatou na liderança do Brasileirão com o Flamengo após o jogo, mas a pressão sobre Carlos aumentou. Ele é visto como um investimento a longo prazo, com potencial para se tornar titular. Em entrevistas recentes, ele expressou frustração, mas otimismo: “Não tive a chance que esperava no Forest, mas aqui no Palmeiras vou provar meu valor.”
Estatisticamente, até 20 de outubro de 2025, Carlos tem 37 aparições na carreira, sem gols marcados. No Palmeiras, fez apenas uma partida. O clube planeja usá-lo mais em jogos da Copa Libertadores e do Paulistão. Sua transferência gerou polêmica entre dirigentes de Flamengo e Palmeiras, com trocas de farpas pós-jogo.
Carlos Miguel continua a treinar intensamente, focando em melhorar saídas e reação. Sua história de superação inspira fãs, e ele espera conquistar títulos com o Palmeiras, honrando a memória dos pais.
