Introdução
Richarlison de Andrade, mais conhecido simplesmente como Richarlison, é um dos nomes mais vibrantes do futebol brasileiro contemporâneo. Nascido em 10 de maio de 1997, na cidade de Nova Venécia, no Espírito Santo, ele representa a essência do talento cru e da determinação que tanto caracterizam os jogadores do Brasil. Com sua velocidade explosiva, habilidade para finalizar e uma personalidade extrovertida que conquista torcidas ao redor do mundo, Richarlison se tornou um símbolo de superação. De origens humildes, ele subiu degraus íngremes para chegar aos gramados da Premier League e da Seleção Brasileira. Neste artigo, exploramos sua jornada, desde os primeiros chutes de bola até os desafios recentes, passando pelas conquistas que o definem como um dos atacantes mais completos de sua geração. Com mais de 200 jogos em clubes europeus e participações decisivas em Copas do Mundo e Olimpíadas, sua história inspira milhões.
Os Primeiros Passos no Futebol
A trajetória de Richarlison começou em meio às dificuldades da infância no interior do Espírito Santo. Filho de uma família de baixa renda, ele cresceu dividindo o tempo entre a escola e os campos improvisados de Nova Venécia. Aos 14 anos, já demonstrava um talento nato para o futebol de rua, onde aprendeu a driblar adversários em espaços apertados e a usar a força física a seu favor. Seu pai, Antônio de Andrade, trabalhava como pedreiro, e a mãe, Antonia, como faxineira, sempre incentivando o sonho do filho apesar das limitações financeiras.
Em 2011, Richarlison foi descoberto por olheiros do Real Noroeste, um clube modesto do Espírito Santo. Ali, ele jogou nas categorias de base, marcando gols em profusão e chamando atenção pela versatilidade: podia atuar como ponta, centroavante ou até meia ofensivo. Foi no América Mineiro, em 2015, que ele deu o salto inicial para o profissionalismo. Contratado por apenas R$ 50 mil, Richarlison estreou no time principal aos 18 anos, em uma partida da Série B do Campeonato Brasileiro. Seu primeiro gol profissional veio contra o Mogi Mirim, um belo chute de fora da área que ecoou como um presságio de sua carreira.
Naquele ano, ele disputou 25 jogos pelo América-MG, anotando 9 gols e ajudando o time a conquistar o acesso à Série A. Sua garra em campo, combinada com uma comemoração icônica – o gesto de “dedo na boca” para calar os críticos –, já começava a criar uma legião de fãs. Richarlison não era apenas um artilheiro; ele era um lutador, disposto a sujar o uniforme em divididas e a pressionar defensores até o apito final.
Ascensão no Fluminense e o Brilho no Brasileirão
Em 2016, o Fluminense apostou no jovem atacante, pagando R$ 8 milhões ao América-MG. No Tricolor carioca, Richarlison encontrou um palco maior. Sob o comando de treinadores como Levir Culpi, ele se adaptou rapidamente ao futebol de alto nível. Sua estreia foi contra o América-MG, ironicamente, onde marcou um gol e deu uma assistência. Na temporada de 2016, ele jogou 38 partidas, com 14 gols e 5 assistências, números que o colocaram no radar de clubes europeus.
O ano de 2017 foi o ápice no Brasil. Com 21 gols em 42 jogos, Richarlison foi eleito o melhor jogador do Campeonato Carioca e artilheiro do Brasileirão, com 15 tentos. Seu estilo de jogo – agressivo, imprevisível e cheio de energia – encantou a torcida das Laranjeiras. Ele formou uma dupla letal com Fred, o experiente centroavante, e ajudou o Flu a brigar por títulos. Fora de campo, sua personalidade brincalhona, com dancinhas pós-gol e interações nas redes sociais, o transformou em ídolo jovem. Mas o chamado da Europa era irresistível. Em julho de 2017, o Watford, da Premier League, o contratou por € 12 milhões, marcando o fim de sua primeira fase no futebol brasileiro.
A Adaptação na Premier League: Watford e Everton
Chegar à Inglaterra foi um choque cultural e esportivo para Richarlison. Aos 20 anos, ele enfrentou o ritmo frenético da Premier League, com defesas mais organizadas e jogos físicos. No Watford, sob Javi Gracia, ele demorou a engrenar. Na temporada 2017-18, marcou 7 gols em 38 jogos, mas mostrou flashes de brilhantismo, como um hat-trick contra o Cardiff City. Sua versatilidade era chave: jogava pelos lados ou centralizado, sempre pressionando alto.
Em 2018, o Everton o comprou por € 50 milhões, um recorde para um brasileiro na época. No Goodison Park, Richarlison explodiu. Na temporada 2018-19, ele anotou 13 gols e 3 assistências em 36 partidas, tornando-se titular absoluto. Sob Marco Silva, ele se adaptou ao clima chuvoso de Liverpool e à torcida apaixonada dos Toffees. Seus gols contra rivais como Liverpool e Manchester United o consagraram. Em 2019-20, mesmo com lesões, ele continuou produtivo, com 13 gols novamente.
O auge no Everton veio em 2020-21: 10 gols e 5 assistências, ajudando o time a brigar por posições europeias. Richarlison se tornou capitão ocasional, liderando com carisma. Sua comemoração com a torcida, pulando barreiras, simbolizava sua conexão emocional. Ao todo, no Everton, ele jogou 159 partidas, com 53 gols e 15 assistências, consolidando-se como um dos melhores atacantes brasileiros na Inglaterra.
A Transferência para o Tottenham e Novos Horizontes
Em julho de 2022, o Tottenham Hotspur pagou € 60 milhões para levá-lo a Londres. Sob Antonio Conte, Richarlison chegou como reforço para a disputa da Copa do Mundo. Sua estreia foi contra o Rennes, na Liga Europa, onde marcou dois gols. Na Premier League, ele se adaptou ao sistema de três atacantes de Conte, atuando como falso 9. Na temporada 2022-23, apesar de uma lesão no joelho que o tirou de parte da campanha, ele contribuiu com 3 gols e 3 assistências em 27 jogos.
Com a chegada de Ange Postecoglou em 2023, Richarlison ganhou mais liberdade. Seu estilo caótico se encaixava no futebol ofensivo do australiano. Em 2023-24, ele marcou 11 gols em todas as competições, incluindo um hat-trick histórico contra o Manchester United na Copa da Liga. No entanto, lesões recorrentes, como uma no tendão de Aquiles, o limitaram. Ainda assim, sua resiliência impressionava: ele voltava mais forte, sempre com um sorriso e uma provocação aos rivais.
Na temporada 2024-25, Richarlison enfrentou um ano desafiador. Uma lesão no posterior da coxa, sofrida contra o Aston Villa em novembro de 2024, o deixou fora por 16 jogos. Seu retorno em janeiro de 2025 foi gradual, mas impactante. Até outubro de 2025, ele disputou 7 partidas na Premier League, marcando 3 gols e dando 1 assistência. Destaque para um gol que virou o jogo contra o Brighton em setembro, reacendendo esperanças de uma vaga na Champions League para o Tottenham.
Desafios e Superação: Lesões e Pressões
Nenhuma carreira é sem obstáculos, e Richarlison enfrentou muitos. As lesões musculares o perseguem desde 2020, forçando-o a pausas longas e questionamentos sobre sua longevidade. Em 2023, ele passou por uma cirurgia no joelho que o deixou de fora da Copa América. Fora de campo, críticas à sua forma física e ao seu temperamento – ele recebeu cartões vermelhos por entradas duras – testaram sua paciência.
Mas Richarlison sempre rebateu com ações. Em entrevistas, ele fala abertamente sobre saúde mental, incentivando jovens jogadores a buscarem ajuda profissional. Sua tatuagem “Guerreiro” no braço resume sua filosofia: lutar até o fim. Em 2024, ele doou parte de seu salário para clínicas de reabilitação no Brasil, mostrando um lado humanitário que vai além do futebol.
Contribuições para a Seleção Brasileira
Vestir a camisa amarela é o sonho de todo menino brasileiro, e Richarlison o realiza desde 2018. Sua estreia foi contra a Áustria, em um amistoso, onde marcou um gol. Na Copa do Mundo de 2018, na Rússia, ele foi reserva, mas entrou em jogos decisivos, como contra a Bélgica, nas quartas de final.
O ouro olímpico em Tóquio 2020 foi um marco: como titular, ele marcou 3 gols, incluindo na final contra a Espanha, e celebrou com a torcida brasileira em casa, virtualmente. Na Copa América 2021, ele brilhou com 4 gols, ajudando o Brasil a chegar à final. Em 2022, na Copa do Qatar, seus 3 gols – incluindo um belo voleio contra a Sérvia – foram cruciais, mas a eliminação nas quartas contra a Croácia doeu.
Sob Dorival Júnior, em 2024-25, Richarlison reconquistou espaço. Após ficar fora da Copa América por lesão, ele voltou para as Eliminatórias da Copa de 2026, marcando contra o Paraguai em setembro de 2025. Sua versatilidade permite que ele jogue ao lado de Vinícius Jr. e Rodrygo, formando um ataque letal. Recentemente, em outubro de 2025, ele treinou com a Seleção para amistosos contra Japão e outros, com chances de ser titular no jogo contra os japoneses, marcado para o dia 15. Sua fome por gols é vital para o Brasil, que busca se reerguer após tropeços nas Eliminatórias.
Vida Pessoal: Família, Fé e Filantropia
Fora dos gramados, Richarlison é um pai dedicado. Casado com Thais Souza desde 2021, o casal tem uma filha, Maria Alice, nascida em 2023. Ele frequentemente posta fotos familiares nas redes, equilibrando a vida de estrela com a rotina simples. Sua fé evangélica é pilar: ele ora antes de jogos e credita vitórias a Deus.
Filantropia é outra paixão. Em 2020, fundou a Fundação Richarlison, que constrói escolas e campos de futebol em comunidades pobres do Espírito Santo. Durante a pandemia, doou máscaras e alimentos para Nova Venécia. Em 2025, ele ampliou o projeto para incluir programas de saúde mental para atletas jovens, inspirado em suas próprias batalhas. Sua amizade com Neymar e Paquetá, da Seleção, é notória, mas ele valoriza raízes humildes, visitando a família regularmente.
Atualizações Recentes: Outubro de 2025
Outubro de 2025 tem sido movimentado para Richarlison. No Tottenham, ele continua como peça chave no esquema de Postecoglou. Em 8 de outubro, um gol seu em virada contra o West Ham reacendeu debates sobre sua permanência no clube. Seu contrato vai até 2027, mas rumores de uma oferta do Orlando City, da MLS, agitam o mercado. Segundo fontes como ESPN e Goal, o clube americano se reuniu com o estafe de Richarlison no verão, propondo um salário milionário e um papel de estrela. As negociações pararam em uma taxa de transferência de US$ 46,4 milhões, considerada alta pelo Tottenham.
Richarlison, no entanto, reafirmou seu compromisso com os Spurs. Em entrevista ao site oficial do clube, ele disse: “Quero ficar e lutar pela taça. Meu foco é a Copa do Mundo de 2026 com o Brasil”. Sua forma recente – três gols em sete jogos na Premier League – o coloca como artilheiro parcial do time. Uma lesão leve no tornozelo, sofrida no treino de 10 de outubro, preocupa, mas ele deve estar apto para o próximo jogo contra o Arsenal.
Na Seleção, Dorival o convocou para os amistosos de outubro. Treinando em Londres, Richarlison foi visto marcando gols em sessões internas, ao lado de Endrick e Raphinha. O jogo contra o Japão, em 15 de outubro, pode ser o momento para ele brilhar internacionalmente novamente. Além disso, em setembro, ele reagiu às classificações do Ballon d’Or 2025 nas redes, elogiando Vinícius Jr. e brincando sobre sua própria ausência: “Ano que vem eu chego lá!”. Esses momentos mostram um Richarlison maduro, focado em evoluir.
O Futuro de Richarlison: Perspectivas e Legado
Aos 28 anos, Richarlison está no auge. Com o Tottenham mirando a Champions em 2025-26, ele pode acumular mais troféus. Na Seleção, sua vaga na Copa de 2026 parece garantida, especialmente com a aposentadoria iminente de veteranos. Rumores de uma possível volta ao Brasil, talvez ao Flamengo ou Palmeiras, circulam, mas ele prioriza a Europa.
Seu legado vai além dos gols: Richarlison inspira por quebrar barreiras. De menino pobre a ídolo global, ele prova que o sonho é acessível com trabalho duro. Em 2025, com novos desafios à frente, ele continua a escrever sua história, um chute de cada vez. O futebol brasileiro agradece por guerreiros como ele.