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Renato Paiva: O Treinador Português que Conquista o Futebol Sul-Americano

Renato Paiva: O Treinador Português que Conquista o Futebol Sul-Americano

Renato Paiva: O Treinador Português que Conquista o Futebol Sul-Americano

Introdução

Renato Manuel Alves Paiva é um nome que tem ganhado destaque no mundo do futebol, especialmente na América do Sul. Nascido em 22 de março de 1970, em Pedrógão Pequeno, uma pequena localidade no distrito de Castelo Branco, em Portugal, Paiva construiu uma carreira sólida como treinador, marcada por passagens em clubes de renome e conquistas importantes. Aos 55 anos, em agosto de 2025, ele comanda o Fortaleza Esporte Clube, no Brasil, após uma trajetória que inclui títulos no Equador e no Brasil, além de experiências no México e em Portugal. Sua jornada reflete dedicação ao desenvolvimento de jovens talentos e uma abordagem equilibrada entre defesa e ataque, que o tornou respeitado em diferentes contextos culturais.

Paiva não começou como estrela do futebol jogado, mas sim nos bastidores, moldando futuras gerações. Sua transição de treinador de base para o profissionalismo demonstra persistência e visão estratégica. Neste artigo, exploramos sua vida, carreira e contribuições, destacando os momentos chave que definiram seu caminho.

Início da Vida e Carreira Inicial

Renato Paiva cresceu em uma região rural de Portugal, onde o futebol era mais que um esporte: era uma paixão comunitária. Pedrógão Pequeno, com sua população modesta, não oferecia grandes oportunidades, mas instilou nele valores como trabalho duro e humildade. Pouco se sabe sobre sua infância em detalhes públicos, mas é claro que o interesse pelo futebol surgiu cedo, influenciado pelo ambiente português, onde o esporte é rei.

Sua entrada no mundo do treinamento começou em 2004, quando se juntou ao departamento de desenvolvimento do S.L. Benfica, um dos maiores clubes de Portugal. Inicialmente, atuou como assistente na equipe Juvenil B, aprendendo os fundamentos da formação de jogadores. Em 2006, assumiu o comando da equipe sub-14, marcando o início de uma longa associação com as categorias de base do Benfica. Esses anos iniciais foram cruciais para Paiva, que se dedicou a entender a psicologia dos jovens atletas, priorizando não só o talento técnico, mas também o desenvolvimento emocional e tático.

Durante esse período, Paiva progrediu rapidamente. Ele gerenciou as equipes sub-16 e sub-17, onde começou a implementar ideias que mais tarde se tornariam sua marca registrada. Sua abordagem enfatizava o jogo posicional, com foco em posicionamento e transições rápidas. Esses conceitos, inspirados em treinadores como Pep Guardiola e José Mourinho, ajudaram a formar jogadores que viriam a brilhar no cenário europeu.

Anos no Benfica: Formando Talentos

A passagem de Paiva pelo Benfica durou mais de uma década, de 2007 a 2020, e foi o alicerce de sua carreira. Em julho de 2007, ele assumiu a equipe sub-17, onde permaneceu por 11 anos. Nesse tempo, trabalhou com promessas como João Félix, Bernardo Silva e Rúben Dias, contribuindo para o sucesso da academia do clube. Sua habilidade em identificar e nutrir talentos foi elogiada, e ele ajudou o Benfica a conquistar vários títulos juvenis, incluindo campeonatos nacionais e participações destacadas na UEFA Youth League.

Subida para a Equipe B e U19

Em julho de 2018, Paiva foi promovido para a equipe sub-19 e a versão UEFA U19 do Benfica. Ele gerenciou seis jogos na competição europeia, com um desempenho sólido que incluiu vitórias convincentes. Essa fase o preparou para o salto ao profissionalismo. Em janeiro de 2019, com a promoção de Bruno Lage para o time principal, Paiva assumiu o Benfica B na LigaPro, a segunda divisão portuguesa.

Seu debute profissional foi memorável: uma vitória por 4-0 contra o Académico de Viseu. Ao longo de 55 jogos, ele registrou 18 vitórias, 11 empates e 26 derrotas, com uma taxa de vitórias de cerca de 33%. Embora os resultados não fossem estelares, Paiva focou no desenvolvimento, preparando jogadores para o time principal. Ele deixou o clube em dezembro de 2020, buscando desafios maiores, como disputar títulos em ligas competitivas.

Essa era no Benfica moldou sua filosofia: ênfase na juventude, jogo estruturado e adaptação cultural. Paiva frequentemente destacava a importância de “construir jogadores completos”, integrando aspectos físicos, táticos e mentais.

Passagem pelo Independiente del Valle: Primeiros Títulos

Após deixar o Benfica, Paiva aceitou o convite para treinar o Independiente del Valle, no Equador, anunciado em 25 de dezembro de 2020. Substituindo Miguel Ángel Ramírez, ele encontrou um clube conhecido por sua academia de jovens talentos, similar ao Benfica. Sua chegada marcou o início de uma fase internacional bem-sucedida.

Conquista da Serie A Equatoriana

Em 2021, apesar de saídas precoces na Copa Libertadores e na Copa Sudamericana, Paiva liderou o time à vitória na Serie A equatoriana. A final contra o Emelec terminou com um agregado de 4-2, garantindo o primeiro título nacional do clube. Ele gerenciou 65 jogos, com 33 vitórias, 16 empates e 16 derrotas, alcançando 51% de aproveitamento. Paiva implementou um estilo de posse de bola e pressão alta, adaptando-se ao futebol sul-americano mais físico.

Sua saída em maio de 2022 foi amigável, deixando um legado de fundações sólidas. O Independiente del Valle continuou a brilhar, vencendo a Copa Sudamericana meses depois, crédito parcial a Paiva pela base montada.

Experiência no México: Desafios em León e Toluca

Paiva migrou para o México em maio de 2022, assumindo o Club León. Sua tenure foi curta, durando até novembro de 2022, com 18 jogos: 6 vitórias, 4 empates e 8 derrotas. Sem títulos, ele renunciou, citando diferenças filosóficas. Apesar disso, introduziu elementos europeus, como treinamento posicional, que influenciaram o elenco.

Tempo no Toluca

Em dezembro de 2023, Paiva assinou com o Deportivo Toluca por dois anos. Ele gerenciou 44 jogos, com 22 vitórias, 12 empates e 10 derrotas, taxa de 50%. Focou em equilíbrio tático, mas eliminações consecutivas nos playoffs levaram à separação em dezembro de 2024. Sua passagem destacou adaptação a ligas intensas, com ênfase em defesa organizada.

Volta ao Brasil: Bahia e Botafogo

Paiva chegou ao Brasil em dezembro de 2022, contratado pelo Esporte Clube Bahia para 2023. Ele venceu o Campeonato Baiano de 2023, seu segundo título. Em 50 jogos, obteve 20 vitórias, 15 empates e 15 derrotas, com 40% de aproveitamento. Renunciou em setembro de 2023, após pressões por resultados irregulares na Serie A.

Destaque no Botafogo

Em fevereiro de 2025, Paiva assumiu o Botafogo, sucedendo Artur Jorge. Sua tenure incluiu a participação no Mundial de Clubes da FIFA 2025, nos EUA. Em junho, levou o time a uma vitória surpreendente por 1-0 contra o PSG, usando uma defesa unida e contra-ataques. Paiva comentou: “Matamos o PSG com o próprio veneno deles. Jogando como uma grande equipe, unida na defesa e no ataque.” Ele enfatizou equilíbrio: “Temos que ter equilíbrio entre ataque e defesa.”

Sua tática envolvia “cinco faixas e o grupo de terços”, dividindo o campo em colunas verticais e segmentos horizontais para melhor posicionamento. Apesar do sucesso contra o PSG, o Botafogo foi eliminado nas oitavas de final, levando à demissão em 30 de junho de 2025. Em 23 jogos, teve 12 vitórias, 3 empates e 8 derrotas, 52% de aproveitamento. Paiva ganhou respeito do dono John Textor, que o elogiou por eficiência com investimentos limitados.

Atual Momento: Fortaleza

Em 17 de julho de 2025, Paiva foi anunciado no Fortaleza, com contrato até dezembro de 2026. Até agosto de 2025, gerenciou cinco jogos, com resultados mistos: uma vitória, dois empates e duas derrotas. Ele busca estabilizar o time na Serie A, aplicando lições passadas. Sua chegada gerou otimismo, com foco em jovens e estrutura defensiva.

Estilo de Jogo e Filosofia

Paiva é conhecido por um estilo posicional, inspirado em treinadores europeus. Ele divide o campo em cinco faixas verticais e terços horizontais, treinando jogadores para se adaptarem ao posicionamento da bola. Prioriza equilíbrio, como visto na vitória sobre o PSG: “Jogamos mais como uma equipe europeia do que brasileira, com estrutura e disciplina.”

Sua filosofia enfatiza desenvolvimento de jovens, da era Benfica. Ele integra talentos com veteranos, promovendo pressão alta e transições rápidas. Paiva valoriza a mentalidade: “O cemitério do futebol está cheio de favoritos”, disse antes do jogo contra o PSG, mostrando confiança.

Conquistas e Legado

Paiva conquistou a Serie A equatoriana em 2021 e o Campeonato Baiano em 2023. Seu legado é na formação de jogadores e adaptação cultural, de Portugal à América do Sul. Aos 55 anos, continua a evoluir, inspirando treinadores.

Conclusão

Renato Paiva representa a resiliência portuguesa no futebol global. De Pedrógão Pequeno ao Fortaleza, sua jornada é de crescimento constante. Com mais de 260 jogos como treinador principal, 115 vitórias e um foco inabalável, Paiva promete mais capítulos emocionantes. Seu impacto transcende títulos, moldando o futuro do esporte.