Amanda Ribas: A Trajetória de uma Estrela do MMA Brasileiro
Amanda Limborço Alcântara Ribas, nascida em 26 de agosto de 1993, em Varginha, Minas Gerais, é uma das figuras mais promissoras do MMA (Artes Marciais Mistas) brasileiro. Competindo nas divisões de peso palha e peso mosca do Ultimate Fighting Championship (UFC), Amanda conquistou fãs com sua técnica apurada, carisma contagiante e determinação dentro e fora do octógono. Com um histórico de vitórias impressionantes e uma história de superação, ela se estabeleceu como uma das principais lutadoras do cenário internacional. Este artigo explora a vida, carreira e impacto de Amanda Ribas no mundo das artes marciais, destacando sua jornada desde os tatames de Varginha até os holofotes do UFC.
Início da Vida e Influência Familiar
Amanda Ribas nasceu em uma família profundamente ligada às artes marciais. Seu pai, Marcelo Ribas, é um renomado treinador de judô e jiu-jitsu, além de ensinar muay thai. Desde pequena, Amanda cresceu imersa no universo da luta. Como ela mesma descreveu, “as luvas eram meus travesseiros e o quimono, meu cobertor”. Essa conexão com os tatames moldou sua infância e plantou a semente de sua paixão pelas artes marciais.
Primeiros Passos nas Artes Marciais
Aos três anos, Amanda já estava no dojô de seu pai, aprendendo os fundamentos do jiu-jitsu e do muay thai. Sua dedicação ao treinamento era evidente, mas também enfrentou desafios. Durante a adolescência, a intensidade dos treinos e comentários sobre sua aparência física a levaram a pausar o treinamento de luta e explorar a dança. “As pessoas na escola diziam que meu corpo estava ficando ‘feio’ e parecia o de um homem musculoso”, revelou Amanda. A dança trouxe leveza à sua vida, mas a paixão pela competição e o apoio dos pais a trouxeram de volta ao mundo das lutas.
Transição para o Judô
Aos 14 anos, Amanda se destacou no judô, mudando-se para a capital de Minas Gerais para treinar em um clube de alto nível. Sua dedicação resultou em conquistas significativas, como títulos brasileiros e participação em seletivas olímpicas e no Circuito Europeu. No entanto, lesões frequentes no joelho a forçaram a interromper a carreira no judô, levando-a a voltar para casa e focar nos estudos. Esse período de pausa foi crucial para sua resiliência, pois ela encontrou forças para retornar ao esporte que amava.
Entrada no MMA Amador
O retorno de Amanda às artes marciais aconteceu de forma quase casual. Ao observar seus amigos treinando para um torneio de MMA amador, ela sentiu o chamado para voltar a competir. “Eu nasci no tatame. Era para mim”, afirmou. Esse momento marcou o início de sua jornada no MMA. Em 2014, Amanda participou do Campeonato Mundial de MMA Amador da IMMAF em Las Vegas, onde conquistou o título na categoria peso mosca feminino, solidificando sua decisão de se tornar profissional.
Conquistas no MMA Amador
Antes de se profissionalizar, Amanda acumulou um currículo impressionante no cenário amador. Além do título mundial da IMMAF, ela conquistou campeonatos brasileiros e mineiros de jiu-jitsu e judô, além de ostentar faixas-pretas em ambas as modalidades. Esses feitos demonstraram sua versatilidade e habilidade técnica, características que seriam fundamentais em sua carreira profissional.
Carreira Profissional no MMA
Amanda Ribas iniciou sua carreira profissional em 2014, lutando principalmente no Brasil. Sua transição para o MMA profissional foi marcada por vitórias rápidas e performances dominantes, chamando a atenção do UFC, a maior organização de MMA do mundo.
Estreia no UFC e Primeiras Vitórias
A estreia de Amanda no UFC aconteceu em 29 de junho de 2019, no UFC on ESPN 3, contra Emily Whitmire. Ela venceu a luta por finalização com um mata-leão no segundo round, mostrando sua habilidade no jiu-jitsu. Em seguida, enfrentou Mackenzie Dern em 12 de outubro de 2019, no UFC Fight Night: Joanna vs. Waterson, vencendo por decisão unânime. Sua terceira luta no UFC, contra Randa Markos em 14 de março de 2020, também resultou em uma vitória por decisão unânime, consolidando sua posição na divisão peso palha.
Desafios Iniciais e Suspensão
Nem tudo foi fácil na trajetória de Amanda. Em 2017, ela foi escalada para enfrentar Juliana Lima no The Ultimate Fighter 25 Finale, mas foi retirada do combate devido a uma possível violação antidoping detectada pela USADA. Amanda testou positivo para ostarina, uma substância proibida, mas a suspensão de dois anos foi encerrada em 3 de maio de 2019, após a USADA determinar que o resultado positivo foi causado por um suplemento contaminado. Esse episódio foi um teste de sua resiliência, mas Amanda voltou mais forte, pronta para provar seu valor no UFC.
Momentos de Destaque no UFC
Após sua estreia bem-sucedida, Amanda enfrentou Paige VanZant no UFC 251, em 12 de julho de 2020, vencendo por finalização com uma chave de braço no primeiro round. Essa vitória foi um marco, demonstrando sua capacidade de finalizar lutas rapidamente contra adversárias experientes. Em 30 de outubro de 2021, no UFC 267, Amanda derrotou Virna Jandiroba por decisão unânime, mostrando sua evolução como lutadora completa, combinando grappling e trocação.
Outro momento memorável foi sua vitória contra Viviane Araújo no UFC 285, em 4 de março de 2023, por decisão unânime. Amanda também conquistou um bônus de “Luta da Noite” ao enfrentar Katlyn Chookagian no UFC on ESPN 36, em 14 de maio de 2022, apesar de perder por decisão dividida.
Derrotas e Resiliência
A carreira de Amanda também incluiu revezes. Em 24 de janeiro de 2021, no UFC 257, ela sofreu uma derrota por nocaute técnico contra Marina Rodriguez no segundo round. Outras derrotas vieram contra Maycee Barber (24 de junho de 2023), Rose Namajunas (23 de março de 2024) e Mackenzie Dern (11 de janeiro de 2025), todas mostrando a competitividade da divisão. Apesar disso, Amanda sempre demonstrou resiliência, voltando ao octógono com determinação renovada.
Lesão Facial em 2025
Um dos momentos mais difíceis de sua carreira ocorreu em 26 de julho de 2025, durante uma luta contra Tabatha Ricci no UFC Abu Dhabi. Uma cotovelada de Ricci deslocou uma placa de titânio no rosto de Amanda, resultando em uma lesão grave que exigiu cirurgia facial. “Isso me assustou”, confessou Amanda, destacando o impacto emocional do incidente. Apesar disso, sua determinação em retornar ao octógono permanece inabalada.
Estilo de Luta e Treinamento
Amanda Ribas é conhecida por sua versatilidade no octógono. Com faixas-pretas em jiu-jitsu e judô, ela domina o grappling, mas também é habilidosa na trocação, graças ao treinamento de muay thai com seu pai e outros técnicos. Seu regime de treinamento é intenso, incluindo sessões de jiu-jitsu sem quimono, wrestling e sparring, além de preparação física.
Filosofia de Luta
Amanda aborda cada luta com uma mentalidade positiva e estratégica. Sua capacidade de se adaptar a diferentes estilos de adversárias é uma de suas maiores forças. “Lutar sempre esteve no meu coração”, diz ela, refletindo sua paixão pelo esporte. Essa mentalidade a ajudou a enfrentar desafios, desde lesões até derrotas, com graça e determinação.
Impacto Fora do Octógono
Além de suas conquistas no MMA, Amanda Ribas é admirada por seu carisma e autenticidade. Ela inspira jovens atletas, especialmente mulheres, a perseguirem seus sonhos no esporte. Sua história de superação, desde lesões até a suspensão por doping, é um testemunho de sua força de vontade.
Sonhos e Aspirações
Fora do octógono, Amanda tem grandes sonhos. Ela já expressou interesse em equilibrar sua carreira no MMA com outros projetos, como iniciativas sociais e até mesmo a dança, que continua sendo uma paixão. Sua habilidade de conectar com os fãs, tanto no Brasil quanto internacionalmente, a torna uma embaixadora do esporte.
Conquistas e Legado
Amanda Ribas acumulou um currículo impressionante, incluindo:
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Títulos no MMA Amador: Campeã Mundial de MMA Amador da IMMAF (2014).
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Títulos em Jiu-Jitsu e Judô: Faixas-pretas em ambas as modalidades, com títulos brasileiros e mineiros.
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Bônus no UFC: Bônus de “Luta da Noite” contra Katlyn Chookagian em 2022.
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Ranking Atual: #7 no ranking peso palha feminino do UFC (em 11 de março de 2025).
Seu legado vai além das conquistas no octógono. Amanda representa a nova geração de lutadores brasileiros, combinando técnica, carisma e determinação para inspirar outros.
Conclusão
Amanda Ribas é mais do que uma lutadora; ela é um símbolo de resiliência, paixão e versatilidade. Desde seus dias nos tatames de Varginha até as luzes do UFC, ela enfrentou desafios com coragem e conquistou o respeito de fãs e adversários. Sua jornada no MMA está longe de terminar, e com sua determinação, Amanda continuará a brilhar no octógono e fora dele, deixando um legado duradouro no esporte brasileiro.