Alex de Minaur: A Jornada de um Tenista Australiano
Alex de Minaur, conhecido como “The Demon” no circuito profissional de tênis, é um dos maiores talentos da Austrália no esporte. Nascido em Sydney, em 17 de fevereiro de 1999, ele conquistou o coração dos fãs com sua velocidade impressionante, determinação incansável e estilo de jogo defensivo. Este artigo explora a vida, carreira e conquistas de Alex de Minaur, um jogador que tem levado o tênis australiano a novos patamares.
Início da Vida e Primeiros Passos no Tênis
Origens Multiculturais
Alex de Minaur Román nasceu em Sydney, Austrália, filho de Anibal, um uruguaio que possuía um restaurante italiano, e Esther, uma espanhola que trabalhava como garçonete no mesmo estabelecimento. Essa herança multicultural deu a Alex uma perspectiva única, com fluência em inglês, espanhol e até um pouco de francês. Ele tem cinco irmãos: Dominic, Daniel, Natalie, Cristina e Sara, sendo o segundo mais velho da família.
Aos cinco anos, a família de Minaur mudou-se para Alicante, na Espanha, onde ele passou grande parte de sua infância. Essa experiência entre dois países moldou não apenas sua identidade, mas também seu estilo de jogo, influenciado tanto pela intensidade australiana quanto pela finesse técnica do tênis europeu.
Primeiros Contatos com o Tênis
Alex começou a jogar tênis aos três anos, na Sydney Private Tennis Academy, em Kogarah Bay. Sua mãe, Esther, foi fundamental ao inscrevê-lo em aulas e levá-lo para assistir a torneios locais. Aos quatro anos, ele já conseguia sacar por cima da linha de base, demonstrando um talento precoce. Aos 10 anos, quase venceu seu treinador, Terry Dock, em uma partida de três sets, deixando todos impressionados com sua habilidade.
Na Espanha, Alex foi treinado por Adolfo Gutierrez a partir dos nove anos, um técnico que o acompanhou por grande parte de sua carreira júnior. Ele também recebeu orientação de Lleyton Hewitt, ex-número 1 do mundo e ídolo australiano, que se tornou seu mentor, embora nunca tenha sido seu treinador oficial.
Carreira Juvenil e Primeiros Passos no Profissionalismo
Sucesso no Circuito Juvenil
De Minaur rapidamente se destacou no circuito júnior. Ele alcançou a posição número 2 no ranking mundial juvenil e conquistou o título de duplas masculinas no Australian Open de 2016, ao lado de seu compatriota Blake Ellis. Esse sucesso o colocou no radar como uma promessa do tênis australiano.
Sua velocidade em quadra, capacidade de defesa e mentalidade competitiva já eram evidentes na adolescência. Essas características, combinadas com seu trabalho árduo, o prepararam para a transição ao circuito profissional.
Estreia Profissional
Alex fez sua estreia profissional em julho de 2015, aos 16 anos, no torneio Spain F22, onde alcançou as quartas de final. Em 2016, ele recebeu um wildcard para as eliminatórias do Australian Open, mas perdeu na primeira rodada para Kimmer Coppejans. Naquele ano, ele competiu principalmente no circuito ITF na Espanha, alcançando duas finais, e chegou à sua primeira final no ATP Challenger Tour, em Eckental, Alemanha, onde perdeu para Steve Darcis.
Ascensão no Circuito ATP
2017: Primeiros Passos no Palco Principal
O ano de 2017 marcou a entrada de De Minaur no circuito ATP. Ele recebeu um wildcard para o Brisbane International, onde venceu sua primeira partida em uma chave principal contra Mikhail Kukushkin. Na semana seguinte, no Sydney International, ele derrotou o número 46 do mundo, Benoît Paire, conquistando sua primeira vitória em nível ATP.
Apesar de estrear em todos os quatro Grand Slams em 2017, suas participações foram marcadas por eliminações precoces, incluindo derrotas para Dominic Thiem no US Open e Gerald Melzer no Australian Open, onde venceu um set após salvar um match point. Ele terminou o ano com um ranking de 208 em simples.
2018: Revelação no Circuito
O ano de 2018 foi um divisor de águas para De Minaur. Ele começou a temporada no Brisbane International, onde derrotou o americano Steve Johnson e o então número 24 do mundo, Milos Raonic, alcançando as semifinais – um feito notável para o jogador mais jovem e de ranking mais baixo a chegar a essa fase na história do torneio.
No Sydney International, ele continuou sua ascensão, eliminando Fernando Verdasco, Damir Džumhur e Feliciano López para chegar à sua segunda semifinal consecutiva. Na final, ele enfrentou Daniil Medvedev, vencendo o primeiro set, mas acabou perdendo em três sets. No Australian Open de 2018, ele chegou a tirar um set do 19º cabeça-de-chave, Tomáš Berdych, mas foi eliminado na primeira rodada.
De Minaur também alcançou a final do Next Gen ATP Finals em 2018, mas perdeu para Stefanos Tsitsipas. No final do ano, ele entrou no Top 50 pela primeira vez, consolidando-se como uma promessa do tênis mundial.
Conquistas e Títulos
Primeiro Título ATP
Em 2019, De Minaur conquistou seu primeiro título ATP no Sydney International, derrotando o italiano Andreas Seppi por 2 sets a 0. Esse foi o início de uma carreira de sucesso, com um total de nove títulos em simples e um em duplas até 2025.
Títulos Notáveis
Entre seus maiores feitos estão as vitórias no ATP 500 de Acapulco em 2023 e 2024, onde derrotou Casper Ruud na final de 2024 por 6-4, 6-4. Ele também venceu Rafael Nadal no saibro do Aberto de Barcelona em 2024, com um placar de 7/5, 6/1, um marco impressionante contra o lendário espanhol.
Em 2020, De Minaur conquistou o título de duplas no Cincinnati Open ao lado de Pablo Carreño Busta, seu primeiro troféu em um ATP Masters 1000. Em 2021, ele venceu o Antalya Open, derrotando Alexander Bublik na final.
Em julho de 2025, De Minaur conquistou seu décimo título ATP no ATP 500 de Washington, vencendo Alejandro Davidovich Fokina em uma final dramática por 5/7, 6/1, 7/6(3), após salvar três match points e virar um placar de 2-5 no terceiro set. Esse título o levou de volta ao Top 10, alcançando a oitava posição no ranking mundial.
Estilo de Jogo e Apelido
Velocidade e Defesa
De Minaur é conhecido por sua velocidade excepcional em quadra, muitas vezes descrito como o jogador mais rápido do circuito. Seu estilo de jogo é baseado em uma defesa sólida, com a capacidade de alcançar bolas difíceis e transformá-las em pontos. Sua agilidade e resistência permitem que ele prolongue ralis, desgastando os adversários.
Seu forehand é uma arma poderosa, especialmente quando jogado na paralela, e seu backhand é confiável, permitindo que ele acerte bolas na linha com precisão. Ele também é habilidoso em variar o ritmo do jogo, tornando-o um adversário difícil.
O Apelido “The Demon”
O apelido “The Demon” vem da pronúncia australiana de seu sobrenome (/diː mɪˈnɔːr/), que inspirou uma conexão com a palavra “demônio”. Ele adotou o apelido com um logotipo de demônio, que costuma desenhar na lente da câmera após vitórias, uma celebração característica que encanta os fãs.
Momentos Marcantes nos Grand Slams
Australian Open
Como australiano, o Australian Open é especial para De Minaur. Ele alcançou a quarta rodada em 2022 e 2024, mas ainda busca avançar para as quartas de final em casa. Sua torcida apaixonada na Rod Laver Arena frequentemente o impulsiona, criando momentos memoráveis.
Roland Garros
Em 2024, De Minaur alcançou as quartas de final de Roland Garros, seu melhor resultado em um Grand Slam no saibro. Esse desempenho o colocou como o primeiro australiano em 17 anos a entrar no Top 10, alcançando a sétima posição no ranking.
Wimbledon e US Open
De Minaur chegou às quartas de final em Wimbledon e no US Open em 2024, consolidando sua consistência em grandes torneios. No US Open de 2019, ele alcançou a quarta rodada, mas perdeu para Dominic Thiem, o eventual campeão.
Vida Pessoal e Impacto
Relacionamento com Katie Boulter
Desde março de 2020, De Minaur está em um relacionamento com a tenista britânica Katie Boulter. O casal anunciou seu noivado em 23 de dezembro de 2024, encantando os fãs com sua história de amor no circuito.
Representação da Austrália
Apesar de sua dupla cidadania (australiana e espanhola), De Minaur sempre optou por representar a Austrália, onde nasceu. Ele expressou orgulho em jogar pela bandeira australiana, especialmente na ATP Cup e na Copa Davis. Em 2020, ele venceu Alexander Zverev na ATP Cup, ajudando a Austrália a derrotar a Alemanha por 3-0.
Em 2024, De Minaur realizou um sonho ao competir nos Jogos Olímpicos de Paris, representando a Austrália em simples e duplas ao lado de Alexei Popyrin. Ele descreveu a experiência como “um sonho realizado” e uma oportunidade de representar “o verde e dourado”.
Enfrentando a Torcida Brasileira
Um momento curioso na carreira de De Minaur ocorreu no Miami Open de 2025, quando ele enfrentou o jovem brasileiro João Fonseca. Após uma vitória de virada por 5/7, 7/5, 6/3, ele escreveu “Rio Open” na lente da câmera, brincando com a torcida brasileira que o apoiava fervorosamente. Ele elogiou Fonseca, chamando-o de “talentoso, perigoso e explosivo” e destacando seu forehand como uma arma a ser temida.
Futuro Promissor
Aos 26 anos, Alex de Minaur está no auge de sua carreira. Com 10 títulos ATP, uma posição consolidada no Top 10 e desempenhos consistentes em Grand Slams, ele é visto como o futuro do tênis australiano. Sua ética de trabalho, humildade e paixão pelo esporte o tornam um modelo para jovens tenistas.
Objetivos
De Minaur já expressou seu desejo de vencer um Grand Slam e alcançar o número 1 do mundo, seguindo os passos de ídolos como Lleyton Hewitt e Rod Laver. Com sua velocidade, inteligência tática e determinação, ele tem todas as ferramentas para alcançar esses objetivos.
Legado
Além de suas conquistas em quadra, De Minaur inspira pela sua história de superação e dedicação. Ele é um exemplo de como o trabalho duro e a paixão podem transformar um jovem talento em uma estrela global. Sua jornada multicultural, entre Austrália e Espanha, também ressoa com fãs de diferentes origens.
Conclusão
Alex de Minaur é mais do que um tenista talentoso; ele é um símbolo de resiliência e orgulho australiano. Com sua velocidade inigualável, mentalidade competitiva e carisma, ele conquistou o respeito de adversários e o amor dos fãs. À medida que continua a escrever sua história no tênis, “The Demon” está destinado a deixar um legado duradouro no esporte.
