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Luis Advíncula: A Jornada de um Ícone do Futebol Peruano

Luis Advíncula: A Jornada de um Ícone do Futebol Peruano

Luis Jan Piers Advíncula Castrillón, conhecido simplesmente como Luis Advíncula, é um dos nomes mais destacados do futebol peruano. Nascido em 2 de março de 1990, em Chincha Alta, no Peru, Advíncula conquistou o coração dos torcedores com sua velocidade impressionante, versatilidade e dedicação em campo. Atuando principalmente como lateral-direito, mas com capacidade de jogar como ponta, ele se tornou uma peça fundamental tanto para clubes quanto para a seleção peruana. Este artigo explora a trajetória de Advíncula, desde sua infância humilde até sua consagração como um dos maiores jogadores da história do Peru.

Infância e Primeiros Passos no Futebol

Raízes em Chincha Alta

Luis Advíncula nasceu no Hospital María Auxiliadora, em Chincha, uma cidade marcada pela rica cultura afro-peruana. Filho de Luis Advíncula, um ex-jogador de futebol, e Felicia Castrillón, uma cozinheira, ele cresceu no distrito de El Carmen, onde o futebol era mais do que um esporte: era uma paixão comunitária. A influência de seu pai foi determinante. O ex-jogador, que atuou por clubes como Deportivo Junín e Melgar, comandava um time local chamado Los Leones de Chicmabamba, onde o jovem Luis começou a se destacar ainda criança.

Primeiros Clubes e Formação

Aos 14 anos, Advíncula ingressou nas categorias de base do Esther Grande de Bentín, um clube conhecido por revelar talentos no Peru. Sua velocidade e habilidade com a bola chamaram a atenção, e logo ele foi transferido para o Juan Aurich, de Chiclayo. Sua estreia profissional aconteceu em 21 de fevereiro de 2009, contra o Club Inti Gas Deportes, pelo Campeonato Peruano. Apesar de jovem, ele rapidamente se tornou uma peça-chave no time, disputando 31 partidas e marcando um gol na campanha que levou o Juan Aurich à Copa Libertadores de 2010.

Ascensão no Sporting Cristal

Consolidação no Futebol Peruano

Em 2010, Advíncula foi contratado pelo Sporting Cristal, um dos clubes mais tradicionais do Peru. Sua passagem pelo time de Lima foi marcada por atuações consistentes e pela capacidade de combinar defesa sólida com apoio ofensivo. Durante três temporadas, ele disputou 91 jogos e conquistou o respeito de torcedores e olheiros internacionais. Sua performance atraiu interesse de clubes como Arsenal e Liverpool, embora nenhuma transferência para a Inglaterra tenha se concretizado.

Primeiros Contatos com o Exterior

Em 2012, Advíncula quase assinou com o Houston Dynamo, dos Estados Unidos, mas a negociação fracassou. No mesmo ano, ele foi contratado pelo Tavriya Simferopol, da Ucrânia, por 800 mil dólares. No entanto, sua passagem pelo leste europeu durou apenas um mês, devido a restrições de atletas estrangeiros na liga ucraniana. Apesar do revés, a experiência reforçou sua determinação de buscar oportunidades no exterior.

Aventura no Brasil: Ponte Preta

Expectativas e Desafios

Em 2013, Advíncula chegou ao Brasil para defender a Ponte Preta, por empréstimo do Hoffenheim, clube alemão que adquiriu seus direitos. Indicado pelo técnico Paulo César Carpegiani, ele era esperado como substituto de Cicinho na lateral-direita. Sua estreia aconteceu em uma derrota por 1 a 0 para o Nacional-AM, pela Copa do Brasil. No entanto, sua passagem por Campinas foi breve e decepcionante. Com apenas seis jogos, sendo três como titular, ele enfrentou dificuldades de adaptação e foi considerado “tecnicamente fraco” pelo treinador Jorginho, sendo afastado do elenco em outubro de 2013.

Lições do Brasil

Apesar do fracasso na Ponte Preta, Advíncula levou aprendizados importantes. A experiência no Brasil, embora curta, o expôs a um estilo de jogo mais físico e competitivo, que contribuiu para seu amadurecimento como jogador. Ele voltou ao Peru determinado a recuperar sua forma e reputação.

Carreira Internacional: Europa e América Latina

Hoffenheim e Empréstimos

Em 2013, Advíncula assinou com o Hoffenheim, da Bundesliga, mas não conseguiu espaço no elenco principal. Isso o levou a uma série de empréstimos. Em 2014, ele jogou pelo Vitória de Setúbal, em Portugal, onde teve atuações destacadas, incluindo uma assistência contra o Marítimo e uma indicação entre os melhores da rodada na Primeira Liga. Em 2015, foi transferido para o Bursaspor, da Turquia, e, em 2016, para o Newell’s Old Boys, da Argentina, onde continuou a mostrar sua versatilidade.

Rayo Vallecano: Sucesso na Espanha

Em 2018, Advíncula retornou à Europa, assinando com o Rayo Vallecano, da Espanha, inicialmente por empréstimo do Tigres, do México. Sua primeira temporada foi marcada por 29 jogos na La Liga, e suas atuações convenceram o clube a comprá-lo por 3 milhões de euros. Mesmo com o rebaixamento do Rayo em 2019, Advíncula permaneceu como titular na Segunda Divisão, ajudando o time a retornar à elite em 2021. Sua passagem pela Espanha foi um marco, consolidando sua reputação como um lateral confiável e ofensivo.

Boca Juniors: Um Novo Lar

Em julho de 2021, Advíncula foi transferido para o Boca Juniors, da Argentina, por 2,5 milhões de dólares. Sua estreia aconteceu contra o River Plate, em uma vitória por 4 a 1 nos pênaltis pela Copa da Argentina. No Boca, ele rapidamente se tornou um dos favoritos da torcida, graças à sua entrega e velocidade. Em 2023, marcou o gol do Boca na final da Copa Libertadores, embora o time tenha perdido por 2 a 1 para o Fluminense na prorrogação. Até 2025, Advíncula continua sendo uma peça essencial no elenco, com contrato até dezembro de 2026.

Seleção Peruana: Um Símbolo Nacional

Estreia e Primeiros Anos

Advíncula estreou pela seleção peruana em 4 de setembro de 2010, em um amistoso contra o Canadá. Desde então, tornou-se um dos jogadores mais presentes na história do time, com mais de 100 partidas e dois gols. Ele participou das Copas América de 2011, 2015 e 2019, sendo vice-campeão em 2019, e da Copa do Mundo de 2018, um marco para o Peru após 36 anos de ausência.

Repescagem de 2022 e Aposentadoria da Seleção

Em 2022, Advíncula viveu um dos momentos mais difíceis de sua carreira. Durante a repescagem para a Copa do Mundo contra a Austrália, ele errou sua cobrança de pênalti, contribuindo para a eliminação do Peru. Emocionado, anunciou sua aposentadoria da seleção, escrevendo: “Sou o único responsável por esse fiasco”. Apesar da decisão, sua importância para o futebol peruano permanece inquestionável, sendo o quarto jogador com mais jogos pelo país.

Estilo de Jogo: O “Raio” Peruano

Velocidade e Versatilidade

Conhecido como “Bolt” ou “Raio” por sua velocidade impressionante, Advíncula já atingiu 36,15 km/h em campo, uma marca comparável aos melhores velocistas do futebol. No entanto, ele rejeita ser definido apenas pela rapidez. “Quero ser reconhecido como um jogador completo”, disse em 2019. Sua capacidade de atuar como lateral-direito e ponta, combinada com desarmes precisos e apoio ofensivo, o torna um atleta versátil.

Impacto em Campo

Advíncula é um jogador que une força física, técnica e determinação. Seus mapas de calor, disponíveis em plataformas como Sofascore, mostram sua presença constante em ambos os lados do campo, contribuindo tanto na defesa quanto no ataque. Ele é conhecido por cruzamentos precisos e por sua capacidade de desequilibrar em jogadas individuais.

Vida Pessoal e Legado

Família e Inspirações

Advíncula é meio-irmão de André Advíncula, também jogador de futebol. Sua infância em Chincha e a influência de seu pai moldaram não apenas sua carreira, mas também sua humildade e conexão com suas raízes. Ele frequentemente fala sobre o orgulho de representar o Peru e inspirar jovens atletas.

Legado no Futebol Peruano

Aos 35 anos, Advíncula é um ícone do esporte peruano. Sua trajetória, marcada por superações e conquistas, o coloca ao lado de lendas como Roberto Palacios e Paolo Guerrero. Sua passagem por clubes de sete países e sua longevidade na seleção demonstram sua resiliência e talento. Mesmo após a aposentadoria da seleção, ele continua sendo uma referência para as novas gerações.

Conclusão

Luis Advíncula é mais do que um jogador rápido ou um lateral habilidoso. Sua jornada, desde as ruas de Chincha até os gramados da La Liga e da Bombonera, é uma história de perseverança, talento e paixão pelo futebol. Apesar dos desafios, como a passagem frustrada pela Ponte Preta e o peso da eliminação em 2022, Advíncula se mantém como um símbolo de orgulho para o Peru. No Boca Juniors, ele continua a escrever sua história, levando sua energia e velocidade a cada partida. Para os fãs, ele é o “Raio” que ilumina o futebol peruano, um jogador que nunca desiste e sempre deixa sua marca.

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