Renato Gaúcho: Uma Lenda do Futebol Brasileiro
Renato Portaluppi, mais conhecido como Renato Gaúcho, é uma figura icônica do futebol brasileiro. Nascido em 9 de setembro de 1962, em Guaporé, Rio Grande do Sul, ele construiu uma carreira brilhante tanto como jogador quanto como treinador. Como ponta-direita, Renato conquistou títulos importantes e ficou conhecido por sua habilidade, carisma e personalidade marcante. Como técnico, ele continua a deixar sua marca, liderando clubes como Fluminense, Grêmio e Flamengo. Este artigo explora a trajetória de Renato Gaúcho, destacando suas conquistas, desafios e legado no futebol brasileiro.
Infância e Início no Futebol
Raízes em Guaporé
Renato Portaluppi cresceu em Guaporé, uma pequena cidade no Rio Grande do Sul. Desde cedo, demonstrou paixão pelo futebol, jogando nas ruas e campos locais. Sua família, de origem humilde, apoiou seu talento, e ele começou a chamar atenção em torneios regionais. O apelido “Gaúcho” veio de sua origem sulista, onde o termo é usado para designar os nascidos no estado.
Primeiros Passos no Esportivo
Aos 16 anos, Renato ingressou no Esportivo, clube de Bento Gonçalves, onde começou a desenvolver suas habilidades como ponta-direita. Sua velocidade, dribles e finalizações precisas logo o levaram ao Grêmio, um dos maiores clubes do Brasil. Em 1980, ele se juntou às categorias de base do Grêmio, iniciando uma trajetória que mudaria sua vida.
Carreira como Jogador
Glória no Grêmio
Renato alcançou o auge como jogador no Grêmio, onde se tornou um dos maiores ídolos da história do clube. Em 1983, ele foi peça fundamental na conquista da Copa Libertadores, vencendo o Peñarol, do Uruguai. No mesmo ano, o Grêmio enfrentou o Hamburgo, da Alemanha, na Copa Intercontinental. Renato marcou dois gols na vitória por 2 a 1, garantindo o título mundial ao clube gaúcho. Esse feito consolidou o Grêmio como gigante do futebol brasileiro e elevou Renato ao status de herói.
Passagens por Flamengo e Outros Clubes
Em 1987, Renato transferiu-se para o Flamengo, onde conquistou o Campeonato Brasileiro Série A. Sua habilidade e carisma conquistaram a torcida rubro-negra. Em 1988, ele tentou a sorte na Europa, assinando com a Roma, da Itália. No entanto, a experiência foi frustrante, com dificuldades de adaptação e poucas oportunidades. Renato voltou ao Flamengo em 1989 e, em 1990, venceu a Copa do Brasil.
O Rei do Rio no Fluminense
Um dos momentos mais memoráveis da carreira de Renato aconteceu em 1995, pelo Fluminense. Durante o Campeonato Carioca, ele marcou um gol antológico contra o Flamengo, conhecido como o “gol de barriga”. Esse gol garantiu o título ao Fluminense e rendeu a Renato o apelido de “Rei do Rio”. No mesmo ano, ele levou o Fluminense às semifinais do Campeonato Brasileiro, superando adversários como Romário (Flamengo), Túlio Maravilha (Botafogo) e Valdir Bigode (Vasco).
Seleção Brasileira e Outros Clubes
Renato vestiu a camisa da Seleção Brasileira em 41 ocasiões, marcando cinco gols. Ele integrou o elenco campeão da Copa América de 1989. Contudo, sua trajetória na seleção teve um momento polêmico: em 1986, ele foi cortado da Copa do Mundo por indisciplina, após chegar tarde ao hotel da equipe. Antes de se aposentar no Bangu, em 1999, Renato também jogou por clubes como Botafogo e Cruzeiro, sempre deixando sua marca com gols e jogadas brilhantes.
Transição para a Carreira de Treinador
Primeiros Passos como Técnico
Renato começou sua carreira como treinador ainda como jogador, assumindo interinamente o Fluminense em 1996, enquanto se recuperava de uma lesão. Sua primeira experiência oficial como técnico foi em 2001, no Madureira. Entre 2002 e 2003, ele comandou o Fluminense em duas passagens, mostrando potencial como líder.
Vasco da Gama e Retorno ao Fluminense
Entre 2005 e 2007, Renato treinou o Vasco da Gama, onde conquistou respeito por sua abordagem motivacional. Em abril de 2007, ele voltou ao Fluminense e alcançou sua primeira grande conquista como treinador: a Copa do Brasil. Apesar do sucesso, Renato enfrentou desafios, como a derrota na final da Copa Libertadores de 2008 para a LDU, do Equador, nos pênaltis. Ele foi demitido em agosto de 2008, após maus resultados no Campeonato Brasileiro.
Consolidação como Treinador
Retorno Triunfal ao Grêmio
Renato Gaúcho alcançou seu maior sucesso como treinador no Grêmio. Em 2010, ele assumiu o clube após a demissão de Silas. Apesar de um início difícil, levou o Grêmio ao quarto lugar no Campeonato Brasileiro, garantindo vaga na Copa LibertadoresAmérica-RN x CSA: A Batalha Épica no Nordestão 2025 de 2011. No entanto, a temporada seguinte foi marcada por eliminações precoces, e Renato deixou o clube.
Em 2016, Renato voltou ao Grêmio para sua terceira passagem como treinador. Foi nesse período que ele consolidou seu legado. Em 2017, o Grêmio conquistou a Copa Libertadores, derrotando o Lanús, da Argentina, na final. Renato tornou-se o único brasileiro a vencer a competição como jogador e treinador. Ele também levou o Grêmio à Recopa Sul-Americana e ao Campeonato Gaúcho em 2018, 2019, 2020, 2023 e 2024, sendo o técnico com mais títulos na história do clube.
Flamengo e Desafios
Em julho de 2021, Renato assumiu o Flamengo, onde já havia brilhado como jogador. Ele começou com seis vitórias consecutivas, marcando uma média de quatro gols por jogo. Sob seu comando, o Flamengo chegou à final da Copa Libertadores de 2021, mas perdeu para o Palmeiras. Após a derrota, Renato deixou o clube em comum acordo.
Fluminense e o Mundial de Clubes
Em 2025, Renato Gaúcho comandava o Fluminense, onde transformou o time em uma surpresa no Mundial de Clubes. Com vitórias contra o Inter de Milão e o Al-Hilal, o Fluminense chegou às semifinais, enfrentando o Chelsea. Renato destacou a força do clube apesar de limitações financeiras, chamando o Fluminense de “patinho feio” entre os gigantes do torneio.
Estilo de Treinamento e Filosofia
Motivação e Gestão de Elenco
Renato é conhecido por sua habilidade em motivar jogadores e gerir egos. Ele prioriza um ambiente positivo, incentivando jovens talentos e extraindo o melhor de veteranos. Sua abordagem é mais intuitiva do que tática, o que gera críticas de alguns analistas, mas seus resultados falam por si.
Futebol Ofensivo
Como treinador, Renato adota um estilo ofensivo, com ênfase em jogadas pelos flancos e liberdade para os atacantes. Ele valoriza a posse de bola, mas também sabe adaptar seu time a estratégias defensivas em competições eliminatórias. Sua capacidade de ajustar táticas em jogos decisivos foi crucial em conquistas como a Libertadores de 2017.
Personalidade e Controvérsias
Carisma e Polêmicas
Renato Gaúcho é uma figura carismática, mas também polêmica. Sua personalidade extrovertida e declarações ousadas, como comparações com Cristiano Ronaldo ou comentários sobre sua vida pessoal, dividem opiniões. Em 1985, durante uma entrevista, ele brincou ao dedicar flores às mães de colegas da seleção, mostrando seu humor irreverente.
Críticas à Falta de Estudo Tático
Alguns críticos apontam que Renato improvisa demais e não investe em estudos táticos modernos. Ele mesmo reforça essa imagem, dizendo que “futebol é como andar de bicicleta: quem sabe, sabe”. Apesar disso, sua capacidade de liderar equipes em momentos cruciais demonstra sua competência.
Legado no Futebol Brasileiro
Ídolo Eterno do Grêmio
No Grêmio, Renato é uma lenda. Sua estátua próxima à Arena do Grêmio, inaugurada em 2019, simboliza sua importância. Ele conquistou o coração dos torcedores com títulos e paixão pelo clube.
Rei do Rio e Conexão com o Carioca
No Rio de Janeiro, Renato é lembrado como o “Rei do Rio” pelo gol de barriga em 1995. Sua ligação com Flamengo, Fluminense e Vasco reforça sua relevância no futebol carioca.
Impacto Cultural
Além do futebol, Renato influenciou a cultura brasileira com participações em novelas como Zazá (1997) e O Clone (2001). Sua vida pessoal, marcada por carisma e histórias extravagantes, mantém-no como uma figura pública adorada e controversa.
Conclusão
Renato Gaúcho é mais do que um jogador ou treinador: ele é um símbolo do futebol brasileiro. Sua trajetória, repleta de conquistas, desafios e momentos inesquecíveis, reflete a paixão e a imprevisibilidade do esporte. Como jogador, ele marcou época com gols decisivos e títulos mundiais. Como treinador, ele continua a escrever sua história, liderando clubes com carisma e determinação. Renato Portaluppi, o “Rei do Rio”, permanece como uma lenda viva, inspirando gerações de torcedores e jogadores.