Maringá x Ponte Preta: Um Confronto Histórico no Willie Davids
No dia 28 de junho de 2025, o Estádio Willie Davids, em Maringá, Paraná, foi palco de um embate emocionante entre Maringá FC e Ponte Preta, válido pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série C. O jogo, que terminou com a vitória da Ponte Preta por 1 a 0, marcou o primeiro encontro oficial entre as duas equipes na história. Este artigo detalha os momentos do confronto, a trajetória dos clubes, o impacto do resultado e o contexto que envolveu essa partida tão aguardada.
O Contexto do Jogo
Maringá FC: Em Busca da Reação
O Maringá FC, conhecido carinhosamente como “Dogão” pela sua torcida, entrou em campo sob pressão. O time paranaense, que ocupava a sétima posição na tabela com 13 pontos, vivia um momento delicado. Há cinco jogos sem vencer na Série C, a equipe corria o risco de deixar o G-8, a zona de classificação para a próxima fase. Apesar do jejum de vitórias, o Maringá contava com a força de sua torcida e a invencibilidade de 11 jogos como mandante para reverter a má fase.
O técnico do Maringá, Jorge Castilho, apostou em uma formação ofensiva, buscando explorar a velocidade de seus atacantes e a solidez defensiva em casa. A presença de jogadores experientes, como o meia-atacante Zé Vitor, era um trunfo para criar oportunidades de gol. A torcida, empolgada, lotou o Willie Davids, criando um ambiente vibrante para apoiar o time.
Ponte Preta: O Favoritismo do Visitante
Do outro lado, a Ponte Preta, vice-líder da Série C com 17 pontos, chegava a Maringá com a confiança de quem ostenta um desempenho impressionante fora de casa. A Macaca, como é conhecida, estava invicta como visitante na competição, com três vitórias e um empate. Apesar de recentes tropeços – uma derrota para o Ypiranga e um empate sem gols contra o ABC –, o time de Campinas buscava retomar a liderança, que havia sido perdida para o Caxias.
Sob o comando do técnico Alberto Valentim, a Ponte Preta trouxe ao Paraná um elenco reforçado por nomes como Lucas Cândido, autor do gol da vitória, e o goleiro Diogo Silva, que se destacou na partida. A escalação contava com ex-jogadores do Maringá, como Serginho e Bruno Lopes, o que adicionou um tempero extra ao confronto.
O Primeiro Tempo: Equilíbrio e Chances Perdidas
O jogo começou com as duas equipes se estudando, mas o Maringá tomou a iniciativa, aproveitando o apoio da torcida. Nos primeiros minutos, o Dogão criou boas oportunidades, especialmente em jogadas pelas laterais, com cruzamentos perigosos que testaram a defesa da Ponte Preta. Zé Vitor, em uma jogada individual, quase abriu o placar aos 10 minutos, mas o chute foi defendido brilhantemente por Diogo Silva.
A Ponte Preta, por sua vez, apostava em contra-ataques rápidos, liderados por Jean Dias e Éverton Brito. Apesar de menos posse de bola, a Macaca era eficiente nas transições, explorando os espaços deixados pela defesa do Maringá. Aos 25 minutos, Jeh, centroavante da Ponte, cabeceou com perigo após um escanteio, mas a bola passou rente à trave.
O primeiro tempo terminou sem gols, com o Maringá dominando as ações ofensivas, mas esbarrando na falta de precisão nas finalizações. A Ponte Preta, mais cautelosa, parecia satisfeita em segurar o empate até o intervalo, confiando em sua solidez defensiva.
O Segundo Tempo: O Gol Decisivo e a Resistência da Macaca
Na volta do intervalo, a Ponte Preta voltou mais agressiva, ajustando sua marcação para neutralizar as investidas do Maringá. A estratégia deu resultado aos 15 minutos da segunda etapa, quando Lucas Cândido aproveitou uma falha na saída de bola do Maringá e finalizou com precisão, marcando o único gol da partida. O tento, que veio de uma jogada trabalhada pelo meio-campo, silenciou momentaneamente a torcida no Willie Davids.
O Maringá reagiu rapidamente, intensificando a pressão. Aos 20 minutos, o atacante Rodrigo Santos teve uma chance clara, mas Diogo Silva, em uma defesa espetacular, evitou o empate. O goleiro da Ponte Preta foi, sem dúvida, o grande destaque do jogo, com pelo menos três intervenções decisivas que garantiram a vitória da Macaca.
Nos minutos finais, o Maringá partiu para o tudo ou nada, com substituições ofensivas e jogadas aéreas. Apesar do domínio territorial, o time paranaense não conseguiu superar a defesa bem postada da Ponte Preta, que segurou o resultado com inteligência e disciplina tática.
Os Destaques Individuais
Diogo Silva: O Herói da Ponte Preta
O goleiro Diogo Silva foi o nome do jogo. Suas defesas, especialmente no segundo tempo, foram cruciais para manter a vantagem da Ponte Preta. A torcida do Maringá, embora frustrada, reconheceu a atuação impecável do arqueiro, que demonstrou reflexos rápidos e segurança nas saídas de bola.
Lucas Cândido: O Homem do Gol
O meia Lucas Cândido, com seu gol decisivo, mostrou porque é uma peça fundamental no esquema de Alberto Valentim. Além do gol, ele contribuiu com boa movimentação e passes precisos, ajudando a Ponte a controlar o meio-campo em momentos cruciais.
Zé Vitor: A Esperança do Maringá
Pelo lado do Maringá, Zé Vitor foi o jogador mais perigoso, criando as melhores chances do time. Apesar de não ter marcado, sua atuação foi elogiada pela torcida, que vê no meia-atacante um líder para os próximos desafios.
O Impacto do Resultado
Para o Maringá: Um Sinal de Alerta
A derrota por 1 a 0 marcou o sexto jogo sem vitória do Maringá na Série C, aumentando a pressão sobre o técnico Jorge Castilho. O resultado tirou o Dogão do G-8, deixando a equipe na oitava posição, com 13 pontos. A torcida, embora desapontada, manteve o apoio, consciente de que o time ainda tem chances de se recuperar nas próximas rodadas.
O próximo compromisso do Maringá será contra o Ypiranga, fora de casa, no dia 6 de julho. O jogo é visto como uma oportunidade crucial para o time encerrar o jejum e voltar à zona de classificação.
Para a Ponte Preta: De Volta ao Topo
Com a vitória, a Ponte Preta reassumiu a liderança da Série C, alcançando 20 pontos. O resultado trouxe alívio ao técnico Alberto Valentim, que enfrentava críticas após os tropeços recentes. A Macaca demonstrou resiliência e eficiência, características que a tornam uma das favoritas ao acesso à Série B.
O próximo desafio da Ponte será contra o Tombense, no dia 8 de julho, no Estádio Moisés Lucarelli. A torcida pontepretana, conhecida por sua paixão, espera que o time mantenha o embalo para consolidar a primeira colocação.
A Rivalidade e o Contexto Histórico
Embora este tenha sido o primeiro encontro oficial entre Maringá FC e Ponte Preta, o jogo já entrou para a história como um marco na trajetória dos dois clubes. O Maringá FC, fundado em 2010, é um clube jovem, mas que rapidamente conquistou espaço no futebol paranaense e nacional. Sua ascensão à Série C reflete o crescimento do futebol no interior do Paraná.
A Ponte Preta, por outro lado, é uma das equipes mais tradicionais do Brasil. Fundada em 1900, a Macaca carrega uma história rica, com destaque para sua luta contra o racismo no futebol e o orgulho de ser o clube mais antigo do estado de São Paulo em atividade. O apelido “Macaca”, inicialmente usado de forma pejorativa, foi ressignificado pela torcida, que o transformou em símbolo de resistência e paixão.
A presença de quatro ex-jogadores do Maringá no elenco da Ponte Preta – Serginho, Bruno Lopes, Gustavo Vintecinco e Miguel – adicionou um elemento emocional ao confronto. Embora nenhum deles tenha sido titular, a conexão entre os clubes foi um ponto de interesse para os torcedores.
O Papel da Torcida
A torcida do Maringá FC, conhecida por sua energia, transformou o Willie Davids em um caldeirão. Cerca de 8 mil torcedores compareceram, cantando e apoiando o time durante os 90 minutos. Faixas, bandeiras e o tradicional grito de “Dogão” ecoaram pelo estádio, criando uma atmosfera única.
Os torcedores da Ponte Preta, embora em menor número, também marcaram presença, com a caravana de Campinas trazendo apoio à equipe. O mascote gorila, símbolo da torcida alvinegra, foi representado em bandeiras e camisetas, reforçando a identidade da Macaca.
Curiosidades do Confronto
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Primeiro Encontro: Este foi o primeiro jogo oficial entre Maringá FC e Ponte Preta, um marco para ambos os clubes.
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Invencibilidade Fora de Casa: A vitória reforçou a impressionante campanha da Ponte Preta como visitante, com oito vitórias, dois empates e apenas uma derrota na temporada fora de casa.
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Willie Davids: O estádio, inaugurado em 1957, é um dos mais tradicionais do Paraná e tem sido a fortaleza do Maringá, apesar da derrota neste jogo.
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Transmissão: A partida foi transmitida pelo DAZN e pelo pay-per-view Nosso Futebol +, alcançando torcedores em todo o Brasil.
O Futuro das Equipes
O jogo entre Maringá FC e Ponte Preta foi mais do que uma simples rodada da Série C. Ele representou a luta de dois clubes com histórias e ambições distintas. Para o Maringá, a derrota serve como um alerta, mas também como motivação para buscar a recuperação. Para a Ponte Preta, a vitória reforça sua posição como uma das forças do campeonato e candidata ao acesso.
Ambas as equipes têm desafios importantes pela frente. O Maringá precisa reencontrar o caminho das vitórias para voltar ao G-8, enquanto a Ponte Preta busca manter a regularidade para garantir o retorno à Série B. Independentemente do resultado, o confronto no Willie Davids ficará na memória dos torcedores como um capítulo vibrante do futebol brasileiro.
Conclusão
Maringá x Ponte Preta foi um jogo marcado por emoção, equilíbrio e momentos de brilho individual. A vitória da Macaca, conquistada com um gol de Lucas Cândido e defesas memoráveis de Diogo Silva, reforçou a força do time de Campinas na Série C. Para o Maringá, a derrota foi um revés, mas a atuação aguerrida mostrou que o Dogão tem potencial para se recuperar.